Buscar

TRABALHO SOBRE MÍLICIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Paranaense Unipar
CAMPUS CIANORTE
MILÍCIA 
Acadêmico: Maria Eduarda Hazelski
RA:00187810
Professor(a) Orientador(a): Elaine Lobo
 AVALIAÇÃO: INSUFICIENTE SUFICIENTE
							 Regular
 					 	 Bom
	 					 Ótimo
						 Nota: ________
_________________________________
Assinatura do Professor Orientador
CIANORTE
2020
1.Conceito
O crime de constituição de milícia privada foi incorporada ao Código Penal pela lei 12.720/2012 aonde foram acrescentadas duas novas causas de aumento de pena, sendo uma ao crime de homicídio doloso (CP, art. 121, § 6º), consistente no acréscimo de um terço até metade, e outra ao crime de lesões corporais dolosas (CP, art. 129, § 7º), consistente no acréscimo de um terço, quando o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. Além disso, criou um novo tipo penal, qual seja a constituição de milícia privada com pena de reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.
A constituição de milícia privada, forma especial de associação criminosa, dá-se com as seguintes ações: constituir (formar, montar, compor um todo), organizar (preparar logisticamente, planejar, estabelecer uma ordem ou organização interna), integrar (compor, pertencer, fazer parte), manter (promover a subsistência ou continuidade) e custear (financiar, prover materialmente, aportar recursos econômicos que busquem a constituição ou subsistência)
As condutas devem ser dirigidas às seguintes atividades:
 a) organização paramilitar: associação civil estruturada de forma hierarquizada, com cadeia de comando, estrutura militar e armada, atuando de modo marginal ao Estado;
 b) milícia particular: conjunto de pessoas associadas, agindo de maneira similar aos órgãos policiais, empregando seus métodos e rotina.
Segundo Rogério Greco, louvando-se das considerações do sociólogo Ignácio Cano, tais milícias possuem as seguintes características: “1. Controle de um território e da população que nele habita por parte de um grupo armado irregular; 2. O caráter coativo desse controle; 3. O ânimo de lucro individual como motivação central; 4. Um discurso de legitimação referido à proteção dos moradores e à instauração de uma ordem; 5. A participação ativa e reconhecida dos agentes do Estado”.
c) grupo: expressão genérica que requer a junção (estável) de quatro ou mais pessoas, destinados a cometer os delitos previstos no Código Penal;
d) esquadrão: blocos organizados e armados, abrangendo tanto aqueles que operam como braços de organizações paramilitares ou milícias privadas ou, ainda, os que se formam e cognominam “esquadrões”, agindo como verdadeiros justiceiros, como os infames “Esquadrão da Morte” (que atuava em São Paulo), “Esquadrão Le Cocq” (o qual operou no Rio de Janeiro) e “Esquadrão do Torniquete” (cujas atividades se deram na década de 1990 em Minas Gerais).
2. Número de integrantes
A constituição de milícia privada, como corolário da sua natureza formal, consuma-se no momento em que três ou mais agentes se associam, de modo estável e permanente, em organização paramilitar, milícia privada, grupo ou esquadrão, para o fim de cometer qualquer dos crimes previstos no Código Penal. Não se exige a efetiva prática dos crimes. Basta a intenção de perpetrálos em número indeterminado.
No entanto, pode acontecer, e normalmente acontece, de os membros do agrupamento praticarem os crimes para os quais se uniram. Nesse caso, os integrantes envolvidos na execução dos delitos deverão responder por estes e também pela figura típica contida no art. 288-A do Código Penal, em concurso material.
O digníssimo André Estefan traz o brilhante entendimento:
“A reunião estável de três pessoas, unidas com o escopo de praticar crimes, não poderá, portanto, ser considerada como milícia privada, mas constituirá o delito de associação criminosa (art. 288 do CP)”. (ESTEFAN, André, Direito penal, volume 3: parte especial (arts. 235 a 359-H).4. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. 1. 
3. Requisitos para escolher um grupo de milícia 
O crime de constituição de milícia privada também é considerado crime formal, uma vez que não é relevante para a configuração do delito em questão se os crimes para os quais a milícia privada tenha sido constituída para efetuar forem ou não praticados, pois o delito se consuma independente do efetivo cometimento dos outros delitos. 
O delito pode ser praticado por qualquer meio que o agente escolher, sendo considerado, portanto, de forma livre. É um crime comissivo, tendo em vista que o núcleo do tipo indica que o delito não pode ser cometido por omissão, apenas pode ser cometido por ação.
 4. Diferença com associação criminosa e organização criminosa
Organização criminosa: Lei n. 12.850/2013, art. 1º, § 1º. Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Associação criminosa: associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes (CP, art. 288). 
O digníssimo André Estefan traz o brilhante entendimento:
“ou seja, requer-se uma verdadeira societas delinquendi e não a mera societas in crimine ou societas criminis, as quais aludem à noção de concurso de pessoas, prevista no art. 29 do CP, e se caracterizam pela concorrência pontual, com liame subjetivo, de dois ou mais indivíduos, com o propósito de colaborarem com o cometimento de infração penal determinada (ou determinadas)”.
 (ESTEFAN, André, Direito penal, volume 3: parte especial (arts. 235 a 359-H).4. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. 1. 
5. Se a possibilidade de participação de criança e adolescentes 
No número mínimo de três pessoas exigidas para a constituição de milícia privada incluem-se os inimputáveis, qualquer que seja a causa da inimputabilidade (menoridade, doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado). Com efeito, trata-se de crime plurissubjetivo, plurilateral ou de concurso necessário, e por esta razão é suficiente que apenas um dos agentes seja maior de 18 anos e penalmente imputável.
O digníssimo Cleber Masson traz o brilhante entendimento:
“é perfeitamente possível a constituição de milícia privada com o envolvimento de dois maiores de idade e penalmente capazes e um adolescente. Os imputáveis serão processados e julgados pela justiça penal; este será submetido a procedimento para apuração de ato infracional, perante a Vara da Infância e da Juventude, com fundamento na Lei 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente”.
(MASSON, Cleber, Direito penal esquematizado, vol. 3 : parte especial, arts. 213 a 359-H 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
Entretanto, é preciso analisar com cautela o envolvimento de pessoa menor de 18 anos na milícia privada. Sem dúvida alguma, o inimputável deve apresentar um mínimo de desenvolvimento mental para ser computado como integrante do agrupamento ilícito.
6. Uma jurisprudência do STJ ou STF sobre Milícia
PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO. ORDEM PÚBLICA. FUGA ANTERIOR DO DISTRITO DA CULPA. MOTIVAÇÃO IDÔNEA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A prisão provisória é medida odiosa, reservada para os casos de absoluta imprescindibilidade, demonstrados os pressupostos e requisitos de cautelaridade. 2. Não é ilegal o encarceramento provisório que se funda em dados concretos a indicar a necessidade da medida cautelar, especialmente na participação do recorrente em grupo de "justiceiros" associados em milícia para a prática de crimes naquela Comarca, bem como na fuga do acusado do local do fato delitivo, tudo a evidenciar a necessidade de resguardoà ordem pública. 3. Recurso a que se nega provimento.
(STJ - RHC: 81111 MA 2017/0034777-5, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 16/03/2017, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 23/03/2017)
7. Referências Bibliográficas 
(MASSON, Cleber, Direito penal esquematizado, vol. 3: parte especial, arts. 213 a 359-H 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014.
ESTEFAN, André, Direito penal, volume 3: parte especial (arts. 235 a 359-H).4. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. 1. 
CAPEZ, Fernando Curso de direito penal, volume 3, parte especial: arts. 213 a 359-H — 16. ed. atual. — São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
Nucci, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal. – 12. ed. ver., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2016.

Continue navegando