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ESTUDOS DE PRÉ-FORMULAÇÃO Disciplina de Indústria Tecnologia Farmacêutica I Prof. Dr. Daniel Sivieri Cordeiro UNICEP I. ESTUDOS DE PRÉ-FORMULAÇÃO - CONCEITOS E APLICAÇÃO PRECEDEM O DESENVOLVIMENTO DE UMA NOVA FORMA FARMACÊUTICA ESTUDO DAS INCOMPATIBILIDADES FÁRMACO/EXCIPIENTE *Descrição física de um fármaco antes do desenvolvimento da formulação *Maioria dos fármacos – materiais sólidos, compostos químicos puros de constituição cristalina ou amorfa. *Pureza de um composto – avaliação de suas propriedades químicas, físicas ou biológicas. Químicas- estrutura, forma e reatividade Físicas – descrição física, tamanho de partícula, estrutura cristalina, ponto de fusão e solubilidade. Biológicas – Capacidade de atingir o sítio de ação e provocar resposta biológica. *Utilizados: sólida > líquida > ou gasosa *Líquidos -Voláteis (isolados para evitar evaporação). Ex.: Nitrato de amila – acondicionados em vidros cilíndricos lacrados – inalação efeito vasodilatador. T volátil T inflamável. -Aqueles administrados via oral raramente podem ser formulados em comprimidos sem modificação química. A volatilidade faz com que o fármaco escape dos comprimidos durante armazenamento. - Lacrada em cápsulas de gelatina mole (vitaminas A, D e E e ciclosporina). - Líquido pode ser convertido em sal ou éster sólido, aceitável em comprimidos. (bromidrato de escopolamina sal). - Mistura com sólidos (Prolpilenoglicol)– cápsulas *Utilizados: sólida > líquida > ou gasosa *Líquidos -Vantagem – Poderiam serem utilizados como tal. Ex. óleo mineral, ácido undecilênico Potência. No desenvolvimento de uma formulação geralmente o farmacêutico opta por sólidos pois pode facilmente colocá-los em uma FF comprimidos ou cápsulas. *Sólidos Dificuldades e estabilidade freqüentes em FF sólidas Novos fármacos - 1 chegam ao mercado FF sólida, depois que todos os problemas farmacêuticos estão solucionados, chegam na FF líquida. - Praticidade, médicos e pacientes ESTUDOS DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DE UM NOVO FÁRMACO: *análise microscópica *abaixamento do ponto de fusão *tamanho de partícula *polimorfismo *solubilidade *dissolução *permeabilidade através da membrana *coeficiente de partição O/A *pKa *estabilidade CARACTERIZAÇÃO DO FÁRMACO (pré-formulação) TESTE MÉTODO DE CARACTERIZAÇÃO SOLUBILIDADE Solubilidade de fase; pureza AQUOSA INTRÍNSECA, Ph PKa CONTROLE SOLUBILIDADE, FORMAÇÃO DE SAL SAIS SOLUBILIDADE, HIGROSCOPICIDADE, ESTABILIDADE SOLVENTES VEÍCULOS, EXTRAÇÃO COEFIC. PARTIÇÃO LIPOFILICIDADE DISSOLUÇÃO BIOEQUIVALÊNCIA PF DSC - POLIMORFISMO, PUREZA DOSEAMENTO CLAE, UV, CCD ESTABILIDADE TÉRMICA, HIDRÓLISE, OXIDAÇÃO, FOTÓLISE, pH MICROSCOPIA MORFOLOGIA, TAMANHO DE PARTÍCULA FLUXO DOS PÓS DENSIDADE COMPRIMIDOS, CÁPSULAS (FORMULAÇÃO) ÂNGULO DE REPOUSO COMPRIMIDOS, CÁPSULAS (FORMULAÇÃO) COMPATIBILIDADES (excipientes) ESCOLHA DE EXCIPIENTES PROP.COMPRESSÃO FORMULAÇÃO COMPRIMIDOS E CÁPSULAS *Análise microscópica - Importante passo no estudo de pré-formulação. - Informações do tamanho de partículas e distribuição granulométrica e estrutura do cristal Problemas de formulação podem ser atribuídas devido a alterações nas características da partícula ou do cristal. Durante a preparação, os fármacos devem fluir livremente sem se aglomerarem. Partículas esféricas ou ovais fluem mais facilmente do que aquelas na forma de agulha, tornando mais fácil a a preparação. *Abaixamento do ponto de fusão Característica de uma substância pura. -Apresentar um ponto de fusão ou faixa de temperatura de fusão definida. Se não for pura a substância apresentará mudança no ponto de fusão. Determinação da pureza de um fármaco Compatibilidade de várias substâncias antes da inclusão na mesma FF. - Fármacos com baixo ponto de fusão podem fundir em uma determinada etapa de preparação, na qual calor é gerado. Tal como operações de redução do tamanho de partículas, compressão *Tamanho de partícula Certas propriedades físicas e químicas dos fármacos como velocidade de dissolução, biodisponibilidade, uniformidade de conteúdo, sabor, textura, cor e estabilidade. Características de fluxo e velocidade de sedimentação. Perfis de absorção oral de certos fármacos são influenciados significativamente como griseofulvina, nitrofurantoína, espironolactona, penicilina e procaína. A obtenção da uniformidade nas FF sólidas depende do tamanho das partículas e homogeneidade na distribuição da substância ativa por toda a formulação. *Polimorfismo Forma cristalina e amorfa de um fármaco Formas polimórficas usualmente exibem diferentes propriedades físico-químicas incluindo ponto de fusão e solubilidade. Presença de polimorfismo – comum entre os fármacos; estima-se que cerca de um terço apresentem polimorfismo; A energia necessária para que uma molécula de um fármaco escape de um cristal é muito maior do que a necessária para escapar de um pó amorfo. A forma amorfa de um composto é sempre mais solúvel do que a correspondente na forma cristalina. *Polimorfismo Caracterização da estrutura cristalina Importante na pré-formulação, Alterações na característica do cristal influenciam: Biodisponibilidade Estabilidade química e física Implicações importantes na FF (afetar formação de comprimidos em decorrência das alterações nas propriedades de fluxo e compressão). Técnicas utilizadas para determinar as propriedades dos cristais -microscopia; análise térmica; espectroscopia no IV; difração de raio X. *Polimorfismo análise térmica; TGA (thermogravimetric analysis), alterações massa X tempo massa X temperatura DSC (deferential scanning calotimetry) – Quantifica a perda ou ganho de calor resultantes de mudanças físicas ou químicas na amostra em função da temperatura Difração de raio X – Caracterização da estrutura física do cristal *Polimorfismo Estrutura cristalina do diamante Estrutura cristalina do grafite *Polimorfismo Diferenças observadas entre os polimorfos Dureza Solubilidade Forma Faixa de Fusão Densidade Propriedades eletromagnéticas Propriedades ópticas e elétricas Ex.: RITONAVIR (Abbott) – Inibidor HIV protease Os polimorfos apresentam diferentes solubilidades Em 1988 a Abbott interrompeu a produção pois os polimorfos utilizados apresentavam diferentes perfis de dissolução e eficácia. *Polimorfismo Palmitato de cloranfenicol Apresenta três formas cristalinas polimóficas (A, B e C). A – Utilizada como antimicrobiano B – Atividade - Toxicidade C - Atividade Outros fármacos: Cloridrato de ranitidina (dois polimorfos) Acetato de cortisona (quatro polimorfos) *Solubilidade Solubilidade em sistemas aquosos Fármaco deve apresentar solubilidade aquosa para ser eficaz. (Para entrar na circulação sistêmica ele deve primeiro estar em solução). Compostos insolúveis Absorção – incompleta Solubilidade – depende das características químicas do fármaco e tipo de medicamento. Forma de sal ou éster Tamanho de Partículas Ajuste do pH do veículo Pode não ser muito efetivo pois fármacos ácidos ou base fraca requerem pH extremos, não aceitáveis na fisiologia e formulação. Opta-se por complexação ou formação de dispersões *Solubilidade SOLVENTES ÁGUA INSTABILIDADE DO FÁRMACO SOLVENTES MISCÍVEIS COM ÁGUA CO-SOLVENTES FACILITAR EXTRAÇÃO NA ANÁLISE FÁRMACO Solventes recomendados nos estudos de pré-formulação SOLVENTE APLICAÇÃO ÁGUA TODOS MeOH EXTRAÇÃO-SEPARAÇÃO HCl 0,1M (pH 1,07) DISSOLUÇÃO GÁSTRICA EXTRAÇÃO BÁSICA NaOH 0,1M (pH 13,1) EXTRAÇÃO ACÍDICA TAMPÃO (pH 7) DISSOLUÇÃO INTESTINAL EtOH FORMULAÇÃO PROPILENOGLICOL FORMULAÇÃO PEG 300/400 FORMULAÇÃO *Dissolução -Variações na atividade biológica podem ser ocasionadas pelas diferentes velocidades na qual ele se torna disponível no organismo. Velocidade de dissolução ou tempo que o fármaco demora para dissolver é etapa limitante para absorção. Aumento da velocidade de dissolução: -Tamanho de partículas -Aumento da solubilidade (difusão) -Utilizaçãode um sal altamente solúvel Fatores que afetam a velocidade de dissolução Sólido não dissolvido -tamanho das partículas - dispersibilidade do sólido no meio de dissolução Solubilidade/ Meio dissolução Temperatura Natureza do meio dissolução Estrutura molecular Outros componentes Volume do meio dissolução *Determinação da velocidade de dissolução 2 métodos Método de superfície constante - velocidade de dissolução intrínseca da substância. - Disco de área conhecida contendo a substância em pó compactada em seu interior. Elimina o efeito da área superficial como variáveis de dissolução. Característico componente sólido e solvente. Método de dissolução de pós Uma quantidade pesada de amostra em pó é adicionada ao meio de dissolução em sistema com agitação constante. Estudo da influência do tamanho de partículas, da área superficial e dos excipientes sobre a velocidade de dissolução da substância ativa. Lei de Fick Método para determinar velocidade de dissolução DISSOLUTION TEST: Temperatura: 37C Velocidade: 100rpm Vol do meio dissolução:900ml gástrico – pH:1-4(HCl 0,05M) entérico – pH: 7 (TF) *Permeabilidade através da membrana Avaliação inicial da passagem do fármaco através da membrana. (atividade biológica). Barreira lipídica Correlação da constante de dissociação, pH e solubilidade lipídica, pKa – teoria da partição em função do pH. Teste Saco intestinal invertido *Coeficiente de Partição Seleção dos solventes de extração Estabilidade do fármaco Coeficiente de partição octanol/água -solubilidade: aquosa e em misturas de solventes -absorção do fármaco in vivo: interação com membranas -partilha na cromatografia: escolha da coluna (CLAE ou CCD) e escolha FM (eluente) PKa PK – cte dissociação iônica da droga EX.: ÁCIDO FRACO – Ka: [H+] [Ac-] [HAc] pH= pka+ log [Hac] [H+] [Ac-] A Absorção depende das características dos fármacos SENDO ASSIM: Em qual pH a aspirina será melhor absorvida?? 1 = 3 + log [A- ] [HA] log [A- ] = -2 [HA] log [A- ] = log 0,01 [HA] [HA] = 100 vezes maior que [A-] [A- ] = 1 [HA] 100 Estômago (ácido) * Quando o pH = pKa, significa que o ácido está 50% dissociado, isto é [A-] = [HA] Ex: fármaco ácido fraco com pKa = 4,4 Plasma (pH=7,4) a proporção de fármaco não-ionizado/ionizado é 1[HA] : 1.000[A-] Suco gástrico (pH=1,4) a proporção de fármaco não-ionizado/ionizado é 1[HA] : 0,001[A-] 11.psd Como será absorção da aspirina no pH = pka ?? 3 = 3 + log [A- ] [HA] log [A- ] = 0 [HA] log [A- ] = log 1 [HA] [A- ] = [HA] [A- ] = 1 [HA] * Quando o pH = pKa, significa que o ácido está 50% dissociado, isto é [A-] = [HA] 12.psd E como será a absorção da aspirina em ph básico ?? 8 = 3 + log [A- ] [HA] log [A- ] = 5 [HA] log [A- ] = log 100.000 [HA] [A- ] = 100.000 vezes maior que [HA] [A- ] = 100.000 [HA] * Intestino a aspirina é mal absorvida (elevada concentração de A-) 13.psd Estabilidade e produtos de degradação Estudos de estabilidade acelerada: fármaco na forma sólida: *Temperatura - 10C – 2 a 5 vezes a degradação *Hidrólise, pH, Luz, O2 PRINCIPAIS PROCESSOS DE DECOMPOSIÇÃO REAÇÕES DE HIDRÓLISE OXIDAÇÃO FOTÓLISE TEMPERATURA PROPRIEDADE DE FLUXO DOS PÓS Densidade do volume de pó Massa que o pó ocupa - volume conhecido %compressibilidade: df – di x 100 df PÓS Fluidez: É a capacidade de movimentação de uma determinada partícula sólida e depende fundamentalmente de suas propriedades física. % FLUXO 5-15 EXCELENTE 12-16 BOM 18-21 REGULAR 23-35 RUIM >35 MUITO RUIM PROPRIEDADE DE FLUXO DOS PÓS Ângulo de repouso *Método indireto *Força de gravidade balanceada pela fricção causada pela coesão entre as partículas A medida do ângulo de repouso baseia-se na formação de um cone, quando um pó é deixado cair livremente PROPRIEDADE DE FLUXO DOS PÓS Condições para uma boa fluidez *Área superficial pequena *Partícula com forma esférica *Alta dureza *Baixa capacidade de indução de atividade eletrostática *Densidade elevada Fármaco Novo Ensaios biológico Pesquisa bibliográfica Mudança na Formulação Combinação de Fármacos Novo Uso ou posologia Nova Via de Administração Nova Forma Farmacêutica Caracterização do Fármaco Reconhecimento do problema Produto Final Física e quimicamente estável Facilmente eliminado Sem efeito Colateral Via de Administração adequada Dose e freqüência mínimas Duração do efeito adequado Efeito desejado Tempo de início do efeito ideal Preparação fácil e de baixo custo FARMACOTÉCNICA Solubilidade Estabilidade do fármaco Sabor desagradável ou dor na aplicação Incompatibilidades químicas ou físico-químicas do fármaco nas formas farmacêuticas Biodisponibilidade FARMACOCINÉTICA absorção, distribuição ou eliminação inadequadas passagem através das membranas metabolismo pré-sistêmico Informações importantes para o estudo de Pré-formulação Caracterização química e física do fármaco Caracterização do lote de produção do fármaco Perfil de Estabilidade do Fármaco Características Farmacológicas Potencial de Risco Testes Biológicos Fórmula Piloto * Escolha da Forma Farmacêutica Local de Ação Fármaco Efeito Terapêutico Pretendido Via de Administração Estabilidade Fatores a considerar Fatores relacionados com o fármaco Condições Fisiológicas Fatores relacionados com fórmula farmacêutica Fatores relacionados com a forma farmacêutica ) ( ) ( 2 1 dX dC D J h C C D J - = - =
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