Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) 7 LIBERDADE PROVISÓRIA Previsão Legal: Artigos 5º, LXVI da CF e Artigos 321 e seguintes do Código de Processo Penal. Conceito: É um instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do processo até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações, podendo ser revogado a qualquer tempo, diante do descumprimento das condições impostas. É uma medida que visa substituir a prisão provisória por outra providência que logre assegurar a presença do acusado em Juízo sem o sacrifício da prisão. É provisória, pois, o beneficiado fica sob determinadas condições e com isto poderá perder este benefício a qualquer momento. Em geral, a liberdade provisória é obtida mediante o pagamento de fiança que pode ser prestada pelo próprio preso ou mesmo por outra pessoa. Pode ser requerida em qualquer fase do processo enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. Requisitos: a) Réu primário; b) Bons antecedentes; c) Trabalhador; d) Residência fixa. Competência para concessão: Só o Juiz pode conceder a liberdade provisória sem fiança, mas, sempre depois de ouvir o Ministério Público. Deve ser assinado termo de comparecimento por parte do acusado, que se compromete, assim, a se fazer presente em todos os atos do processo, sob pena de revogação. Recurso: Da decisão que conceder a Liberdade Provisória, cabe Recurso em Sentido Estrito, (Art. 581, V do CPP). DIFERENÇAS DO RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE E A LIBERDADE PROVISÓRIA: - No relaxamento da prisão em flagrante, não há deveres e obrigações e ocorre quando a prisão for ilegal, ou seja, houve uma falha na lavratura do auto de prisão em flagrante. - Na liberdade provisória há deveres e obrigações, e a prisão em flagrante é totalmente legal, não possuindo vícios. É provisória, pois o beneficiado fica sob determinadas condições e com isto poderá perder este benefício a qualquer momento. - A Jurisprudência é pacífica no entendimento de que a Liberdade Provisória não é somente uma faculdade do Juiz, sua concessão é obrigatória se presentes seus requisitos, negar o benefício caracteriza coação ilegal. Para a obtenção da Liberdade Provisória são necessários o preenchimento de alguns requisitos, quais sejam: a) Que o agente seja primário; b) Possua trabalho lícito; c) Possua residência fixa; d) Que não se enquadre nas hipóteses de prisão preventiva (Artigo 312 do CPP). Liberdade provisória sem fiança: O agente deverá demonstrar que não estão presentes os requisitos de prisão preventiva e a prova é feita por meio de documentos idôneos a informar que não há perigo na soltura. Obtendo o benefício, o agente também fica vinculado a comparecer aos atos processuais, não alterar o endereço sem comunicação prévia ao Juízo, nem sair da comarca sem autorização do juízo. O artigo 310, parágrafo único, do CPP, permite ao Juiz conceder a liberdade provisória sem necessidade de pagamento de fiança, quando vislumbrar que embora haja situação flagrancial, aparentemente o agente tenha agido ao amparo de uma causa que exclui o crime (artigo 23 do Código Penal). Com o deferimento do pedido de Liberdade Provisória, o beneficiário goza de liberdade pessoal para se defender, mas condicionado a ônus processuais, que o vinculam estreitamente ao processo. Caso o magistrado indefira a Liberdade Provisória, o defensor poderá reiterar o pedido e persistindo a coação, será a mesma sanável via “Habeas Corpus”. Documentos que devem instruir o requerimento de Liberdade Provisória: 1) Procuração “Ad Judicia”; 2) Certidão de antecedentes criminais, conhecida como F.A (Folha de antecedentes), para provar que o beneficiário é primário e possui bons antecedentes; 3) Conta de água, luz ou telefone, para comprovar que possui residência fixa; 4) Carteira de Trabalho, declaração do contador no caso de autônomo ou contrato social (se for pessoa jurídica), para comprovar que possui ocupação lícita. Com a edição da lei nº 12.403/11, ao receber o auto de prisão em flagrante, o Juiz de Direito deverá fundamentadamente conforme preceitua o artigo 310 do Código de Processo Penal: I – Relaxar a prisão ilegal, ou II – Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do artigo 312 do Código de Processo Penal, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; III – Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos (art. 322 do CPP). Parágrafo único – Nos demais casos, a fiança será requerida ao Juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. O valor da fiança é de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos. De 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: I - dispensada, na forma do artigo 350 do Código de Processo Penal; II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços) ou III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. MODELO DE LIBERDADE PROVISÓRIA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___VARA CRIMINAL DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP (crimes não dolosos contra a vida e matéria estadual) (ou) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE____________ (crimes não dolosos contra a vida e matéria federal) (ou) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___VARA DO JÚRI DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – SP (crimes dolosos contra a vida e matéria estadual) (ou) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___VARA DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE____________ (crimes dolosos contra a vida e matéria federal) (ou) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO CORREGEDOR DO DEPARTAMENTO DE INQUÉRITOS POLICIAIS DA CAPITAL - DIPO (fase de inquérito policial – só na Capital) (10 linhas) Processo nº______/____ (Nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da Cédula de identidade RG sob o nº ... e do CPF/MF sob o nº..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., nesta Capital de São Paulo, por seu advogado(a) ao final subscrito(a) (doc.01), conforme procuração anexa, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, requerer LIBERDADE PROVISÓRIA, com fundamento no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal e artigos 321 e seguintes do Código de Processo Penal, pelas razões a seguir aduzidas: (2 linhas) I – DOS FATOS: O requerente (Copiar o problema apresentado – Narrar o fato criminoso, com todas as circunstâncias, sem inventar dados). (2 linhas) II – DO DIREITO: O requerente está sendo acusado de ter supostamente praticado o crime de___, previsto no artigo ___ do Código Penal, cuja pena é de ____, portanto, conforme disposto no artigo 325, inciso II do Código de Processo Penal, trata-se de crime afiançável. O requerente é primário conforme atesta seus antecedentes (doc.02). Possui residência fixa, (doc. 03) e também emprego fixo, segundo comprova a carteira profissional inclusa, (doc. 04). Ademais, como Vossa Excelência pode observar, além do requerente preencher os requisitos legais para a obtenção do benefício da liberdade provisória, não estão presentes os fundamentos da prisão preventiva, previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal, razão pela qual a concessão da liberdade provisória é a medida que se faz imperiosa.(2 linhas) III – JURISPRUDÊNCIA: Segundo entendimento Jurisprudencial: “Liberdade provisória não é somente uma faculdade do Juiz, sua concessão é obrigatória se presentes seus requisitos, negar o benefício caracteriza coação ilegal”. (Tacrim – 313-415, 05/10/82 – Boletim Mensal de Jurisprudência – 104). (2 linhas) IV – DO PEDIDO: Diante do exposto, inexistindo requisitos autorizadores da prisão preventiva e, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, postula-se após o parecer do Digno Representante do Ministério Público, seja arbitrada a fiança para o referido caso, concedendo-se a LIBERDADE PROVISÓRIA e, consequentemente a expedição do competente alvará de soltura em favor do requerente, como medida da mais legítima Justiça. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data. _____________________ OAB nº ... PROBLEMA PRÁTICO ALBERTO E BENEDITO FORAM PRESOS EM FLAGRANTE POR AGENTES POLICIAIS DO 4º DISTRITO POLICIAL DA CAPITAL, NA POSSE DE UM AUTOMÓVEL MARCA FIAT, TIPO UNO, QUE HAVIAM ACABADO DE FURTAR. O VEÍCULO QUANDO DA SUBTRAÇÃO, ENCONTRAVA-SE ESTACIONADO REGULARMENTE EM VIA PÚBLICA DA CAPITAL. O Dr. DELEGADO DE POLÍCIA QUE PRESIDIU O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE CAPITULOU OS FATOS COMO INCURSOS NO ARTIGO 155, PARÁGRAFO 4º, IV DO CÓDIGO PENAL, MOTIVO PELO QUAL NÃO ARBITROU FIANÇA, DETERMINANDO O RECOLHIMENTO DE AMBOS AO CÁRCERE E ENTREGANDO-LHES AS NOTAS DE CULPA. A CÓPIA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE FOI REMETIDA AO JUIZ DA 4ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL. ALBERTO RESIDE NA CAPITAL, É PRIMÁRIO E TRABALHADOR. QUESTÃO: ELABORAR NA QUALIDADE DE DEFENSOR DE ALBERTO A MEDIDA CABÍVEL. TESE: O crime em questão é afiançável, conforme artigo 322, parágrafo único e artigo 325, inciso II, ambos do CPP e o requerente preenche todos os requisitos legais. PEÇA: Liberdade Provisória com fulcro no artigo 5º, LXVI da Constituição Federal e artigo 321 e seguintes do CPP. COMPETÊNCIA: Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca da Capital. PEDIDO: Diante do exposto, inexistindo requisitos autorizadores da prisão preventiva e comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, postula-se após parecer do Digno Representante do Ministério Público, seja arbitrada a fiança para o referido caso, concedendo-se a Liberdade Provisória e, consequentemente à expedição do alvará de soltura em favor do requerente, como medida da mais lídima Justiça.
Compartilhar