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Memoriais - Tribunal do Júri -Prática Simulada III - Penal - resposta

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PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) 6
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS – PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI
MEMORIAIS NO TRIBUNAL DO JÚRI – 1ª Fase do Tribunal do Júri: Base legal: artigo 403, § 3º, do CPP ou artigo 404, parágrafo único do CPP.
Embora não tenha previsão na lei, admite-se, no procedimento do Júri, a substituição dos debates orais em memoriais escritos, por analogia aos artigos 403, § 3º e 404, § único, ambos do CPP. 
O procedimento do Tribunal do Júri é o procedimento destinado a processar e julgar os crimes dolosos contra a vida, nas suas formas tentada ou consumadas e os delitos conexos. O rito procedimental para os processos de competência do Júri comporta duas fases: a primeira fase se inicia com o oferecimento da denúncia e se encerra com a decisão de pronúncia (judicium accusationis ou sumário de culpa).
A segunda fase tem início com o recebimento dos autos pelo Juiz presidente do Tribunal do Júri, e termina com o julgamento pelo Tribunal do Júri (judicium causae). Os crimes dolosos contra a vida são: 
a) Homicídio (artigo 121 do CP);
b) Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (artigo 122 do CP);
c) Infanticídio (artigo 123 do CP);
d) Aborto (artigos 124 a 128 do CP).
Conteúdo dos memoriais no Tribunal do Júri: Finda a instrução do processo relacionado ao Tribunal do Júri, cuidando de crimes dolosos contra a vida e infrações conexas, o Magistrado possui quatro opções: 
a) Pronunciar o réu;
b) Impronunciar o réu;
c) Absolvê-lo sumariamente; 
d) Desclassificar a infração penal.
Pronúncia (artigo 413 do CPP): É decisão interlocutória mista não terminativa, que julga admissível a acusação, remetendo o caso à apreciação do Tribunal do Júri. Na pronúncia, há um mero juízo de admissibilidade, pelo qual o Juiz admite ou rejeita a acusação, sem ingressar no exame do mérito. No caso do Juiz se convencer da existência do crime e de indícios suficientes de autoria, deve proferir sentença de pronúncia, fundamentando os motivos de seu convencimento.
Impronúncia (artigo 414 do CPP): É a decisão interlocutória mista de conteúdo terminativo, visto que encerra a primeira fase, deixando de inaugurar a segunda fase, sem haver juízo de mérito. Assim, inexistindo prova da materialidade do fato ou não havendo indícios suficientes de autoria, deve o magistrado impronunciar o réu, que significa julgar improcedente a denúncia e não a pretensão punitiva do Estado.
Absolvição Sumária (Artigo 415 do CPP): A absolvição sumária ocorrerá quando estiver provada a inexistência do fato (prova cabal de que os fatos narrados na inicial acusatória não aconteceram), provado não ser o réu autor ou partícipe do fato (prova indiscutível de que o réu não cometeu ou participou de sua execução), o fato não constituir infração penal (fato atípico) ou estiver demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime (excludentes de ilicitude e culpabilidade). No caso de inimputáveis, a absolvição sumária só é possível, agora por disposição expressa, se a inimputabilidade for a única tese defensiva. 
Desclassificação (artigo 419 do CPP): O Juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. Quando o Juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime não doloso contra a vida e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao Juiz que o seja, ficando à disposição deste o acusado preso. (Ex: homicídio culposo, latrocínio).
Substituição dos debates orais em memoriais: Os debates orais podem ser substituídos por memoriais escritos, notadamente em duas situações, por disposição expressa do artigo 403, parágrafo 3º e do artigo 404, parágrafo único, aplicáveis ao rito ordinário e por analogia, aos demais ritos. 
São elas: 1) Caso, ao término da instrução probatória, seja necessária a realização de novas diligências (determinadas de ofício pelo Juiz ou a requerimento das partes), após a diligência ter sido realizada as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, na forma de memoriais; 2) Quando o caso for complexo ou houver número excessivo de réus, o Juiz poderá conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais escritos. 
Competência: Os memoriais devem ser sempre dirigidos ao Juiz da causa, em uma peça única.
A apresentação dos memoriais serão na seguinte ordem: primeiro ao Ministério Público; segundo ao assistente da acusação (se houver) e terceiro ao defensor do réu. 
Legitimidade: Tanto a acusação quanto à defesa devem apresentar memoriais. Da parte da acusação, tanto o Ministério Público, como o assistente da acusação podem apresentar memoriais e por último o réu através de seu defensor. 
 
 
 
Alegações finais no Tribunal do Júri: No rito do Júri, não há, tal como ocorre no rito ordinário, previsão expressa da possibilidade de substituição das alegações finais orais por memoriais. No entanto, a maioria da doutrina tem entendido tranquilamente pela possibilidade de substituição, vez que as regras do procedimento ordinário aplicam-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais, no que forem compatíveis. 
Aceitos os memoriais, são eles a última manifestação das partes antes do encerramento do sumário de culpa. Logo a seguir, deverá o Juiz proferir sentença, que pode ser de pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação, além de, poder também anular o processo ou reconhecer a extinção da punibilidade. 
 
No procedimento especial do Tribunal do Júri, os pedidos são diversos, devido ao fato deste rito ser bifásico e as alegações finais são apresentadas no sumário de culpa (1ª fase), em momento imediatamente anterior à sentença que encerra essa fase do procedimento. Portanto, neste momento jamais se pode requerer a condenação ou a absolvição do acusado. Deve ser observado, o seguinte raciocínio:
a) Nas alegações finais da acusação, o pedido será sempre a pronúncia do réu;
b) Nas alegações finais da defesa, o pedido poderá ser:
- Impronúncia do réu (art. 414 do CPP) - Quando não houver indícios de autoria ou prova da materialidade do delito (falta de prova);
- Desclassificação da infração penal (art. 419 do CPP) - Quando estiver claro que o delito em apreço, ora imputado ao seu cliente, não é de competência do Tribunal do Júri, ou seja, não é um crime doloso contra a vida, tentado ou consumado (ex: latrocínio);
- Absolvição sumária do réu (art. 415 do CPP) - Quando estiver comprovada a existência de alguma excludente de antijuridicidade ou ilicitude (legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal, estado de necessidade, exercício regular do direito) ou houver a inexistência do fato; negativa de autoria; atipicidade; excludente de culpabilidade. 
Processamento: As alegações finais são a última oportunidade de manifestação das partes antes de a sentença ser proferida, portanto, nela tanto a defesa quanto a acusação devem deduzir da forma mais completa possível a sua argumentação, de modo a persuadir o magistrado.
Estrutura dos memoriais no Tribunal do Júri:
a) Endereçamento: Juiz de Direito da Vara do Tribunal do Júri (se crime da competência da Justiça Estadual) ou Juiz Federal da Vara Criminal do Júri da Secção Judiciária (se crime da competência da Justiça Federal);
b) Preâmbulo: Nome e qualificação do acusado (não inventar dados), capacidade postulatória (por seu procurador ao final subscrito), fundamento legal (artigo 403, §3º, ou 404, parágrafo único, do CPP), nome da peça (memoriais escritos), frase final (pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos):
c) Corpo da peça (teses defensivas); 
d) Pedidos: 
d.1) Nulidades (acompanhar a ordem das preliminares);
d.2) Absolvição sumária (art. 415 do CPP); impronúncia (art. 414 do CPP) e/ou desclassificação (art. 419) 
e) Parte final: Local, data, advogado e OAB.
MODELO DE ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS: TRIBUNALDO JÚRI
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA___VARA DO JÚRI DA COMARCA DE ___________ (crimes dolosos contra a vida e matéria estadual)
(ou)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___VARA DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE____________ (crimes dolosos contra a vida e matéria federal)
(10 linhas)
Processo nº ______/____
 (Nome), já devidamente qualificado, nos autos do processo crime em epígrafe, vem, por seu advogado(a) ao final subscrito(a), nos autos da ação penal que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 403, §3º c/c 404, § único, ambos do Código de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal, apresentar MEMORIAIS, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
 (2 linhas)
I – DOS FATOS:
O réu (Copiar o problema apresentado – Narrar o fato criminoso, com todas as circunstâncias, sem inventar dados).
 (2 linhas)
II – DO DIREITO:
Ocorre que.......(apresentar argumentação conforme a tese de defesa que for ser utilizada). Em se tratando de Tribunal do Júri a tese via de regra, será: falta de provas suficientes de autoria ou materialidade do delito (impronúncia), existência de crime que não seja de competência do Júri (desclassificação) ou existência de circunstância que exclua o crime ou isente de pena o réu, inexistência do fato, negativa de autoria, atipicidade (absolvição sumária).
 
 
 (2 linhas)
III – JURISPRUDÊNCIA:
Segundo entendimento Jurisprudencial: (Copiar uma ou duas Jurisprudências a respeito da matéria).
(2 linhas)
IV – DO PEDIDO:
Diante do exposto, postula-se (o pedido irá variar conforme a tese de defesa), como por ex:...a sentença de impronúncia, com fulcro no artigo 414 do Código de Processo Penal (quando não houver indícios de autoria ou prova da materialidade do delito), como medida da mais legítima Justiça; ou...sentença de desclassificação, com fulcro no artigo 419 do Código de Processo Penal (quando o crime não for da competência do Tribunal do Júri), como medida da mais legítima Justiça; ou...sentença de absolvição sumária, com fulcro no artigo 415 do Código de Processo Penal, (existência de circunstância que exclua o crime ou isente de pena o réu, inexistência do fato, negativa de autoria, atipicidade), como medida da mais legítima Justiça.
ou
Diante do exposto, requer-se:
a)Em preliminar (se houver, como por exemplo nulidade e extinção de punibilidade);
b) No mérito, que seja julgada improcedente a presente ação penal, decretando-se a impronúncia (artigo 414 do Código de Processo Penal) ou absolvição sumária (artigo 415 do Código de Processo Penal) ou desclassificação (artigo 419 do Código de Processo Penal), como medida da mais legítima Justiça.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
_______________________________
 OAB nº ...
PROBLEMA PRÁTICO
Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. 
Com base nessas informações, o Ministério Público da Comarca da Capital do Estado XXXXX ofereceu denúncia em face de Tício e imputou ao mesmo a conduta descrita no delito de aborto provocado por terceiro e, assim, incurso nas penas do art. 125 do CP
O processo foi normalmente instruído, tendo sido realizadas todas a oitiva da vítima Maria, das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa e, em seguida com o interrogatório do acusado Tício, tudo na forma do art. 411 do CPP. 
A defesa de Tício foi intimada no dia 9 de fevereiro de 2017 (quinta-feira). Registre-se que Tício respondeu ao processo em liberdade. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, as teses jurídicas pertinentes. 
PEÇA: Memoriais, com base nos artigos 403, §3º c/c 404, § único, ambos do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal.
TESE: Absolvição Sumária por atipicidade da conduta de Tício (art.415, III, CPP). Ausência de previsão legal de crime de aborto na forma culposa. O Código Penal somente prevê o crime de aborto na forma dolosa. 
COMPETÊNCIA: Juiz de Direito da___Vara do Tribunal do Júri da Comarca...
PEDIDO: Isto posto, requer seja reconhecida a atipicidade da conduta de Tício com a conseqüente absolvição sumária do acusado, na forma do artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal.

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