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O Lúdico na Alfabetização

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2
REPENSANDO A ALFABETIZAÇÃO: O USO DE JOGOS E BRINCADEIRAS
Aunos...
Prof...
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (PED...) – Trabalho de Graduação 
06/04/2020
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo destacar a importância do lúdico nas práticas alfabetizadoras da criança. A justificativa para esse tema está na importância do lúdico para as práticas alfabetizadoras das crianças na etapa da educação infantil. Ao mesmo tempo em que se destaca a importância do lúdico na vida da criança, busca-se auxiliar os educadores a encontrarem espaço para o lúdico no contexto escolar, utilizando-os como estratégia pedagógica. Para o desenvolvimento desse estudo, a metodologia aplicada será realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando apoiar-se em autores que tratam sobre o tema. Além disso, dentro desse levantamento teórico, buscar-se-á refutar os conhecimentos com aquilo que se viu diante dos campos de estágio, buscando comparar a teoria com o que se é aplicado na prática. 
Palavras-chave: Alfabetização; Jogos; Brincadeiras. 
1 INTRODUÇÃO
O lúdico é uma atividade que surge por meio de manifestações espontâneas, na qual, sempre esteve presente na vida do ser humano, principalmente na vida infantil. Ao jogar e brincar, a criança se relaciona com o mundo, exterioriza os seus sentimentos, ou seja, ocorre uma interação entre o seu mundo interior com o mundo exterior. Por meio dos jogos, o indivíduo reflete, organiza, ordena, constrói e reconstrói o seu conhecimento, pode-se dizer que o jogo é um elo integrador entre os aspectos cognitivos, motores, afetivos, sociais e morais, além de proporcionar prazer e entretenimento. Portanto, é através dos jogos que a criança reproduz e recria a realidade em que está inserida. 
A justificativa para esse tema está na importância do lúdico para as práticas alfabetizadoras das crianças na etapa da educação infantil. Ao mesmo tempo em que se destaca a importância do lúdico na vida da criança, busca-se auxiliar os educadores a encontrarem espaço para o lúdico no contexto escolar, utilizando-os como estratégia pedagógica. A ludicidade apresenta-se como uma ferramenta pedagógica fundamental, tendo em vista que a atividade lúdica representa a possibilidade da criança externar seus sentimentos, suas representações a cerca da realidade vivida; ajuda na capacidade de criação e no estabelecimento e assimilação de valores. 
Para tanto, este trabalho evoca um questionamento em torno do tema: Qual a importância da prática lúdica e o uso de jogos e brincadeiras no contexto da alfabetização da criança? 
Diante desse questionamento, considerando o conjunto e a justificativa da temática, este projeto apresenta os seguintes objetivos: como objetivo geral esse trabalho pretende destacar a importância do lúdico nas práticas alfabetizadoras da criança. Ainda no sentido de tornar mais claro a construção do projeto, enunciam-se os objetivos específicos: conhecer o contexto de ensino da criança e apontar a presença do universo lúdico na rotina da criança enquanto construção do saber.
Para alcançar esses objetivos, será realizada uma pesquisa bibliográfica, buscando apoiar-se em autores que tratam sobre o tema. Além disso, dentro desse levantamento teórico, buscar-se-á refutar os conhecimentos com aquilo que se viu diante dos campos de estágio, buscando comparar a teoria com o que se é aplicado na prática. 
2 O CONTEXTO DE ENSINO DA CRIANÇA
A educação infantil, de acordo com o artigo 21, da Lei de Diretrizes e Bases Nacional n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, é a primeira etapa da educação básica e seu objetivo é cuidar e educar crianças de zero a cinco anos. Assim, o Referencial Curricular da Educação Infantil dispõe o currículo em eixos temáticos de modo que contemplem o desenvolvimento integral da criança em todos os seus aspectos: afetivos, sociais, cognitivos e motores (BRASIL, 1998).
A Primeira Infância é um período que tem sido amplamente discutido, tendo em vista que é nessa fase que a criança construirá uma base de aprendizados que trará benefícios a longo prazo, durante sua vida escolar. É nesse período que a criança vai desenvolvendo suas percepções e conhecimento de mundo, portanto, é fundamental que se valorizem as intervenções pedagógicas possíveis para seu desenvolvimento. Na educação infantil, a criança descobre e explora o ambiente da creche, vivenciando e aprendendo coisas novas todos os dias. O pedagogo deve estar consciente dessa vivência, permitindo que a criança expresse seus desejos e emoções. 
De acordo com Borsari (2006) é nos primeiros anos de vida da criança que ela enseja entender o mundo que a cerca, ampliar suas percepções e interagir, saciando suas necessidades com segurança. A criança na sua mais tenra idade tem ritmo próprio e quer conquistar autonomia, para tanto, as práticas sociais da educação infantil devem voltar atenção para as crianças, compreendendo seu universo. É notável a presença crescente das crianças nos espaços de educação infantil. 
Nesse viés, a docência da educação infantil deve estar voltada para a garantia do contato dos mais diferentes materiais e espaços ofertados na creche, considerando a criança enquanto ser social que organiza e estabelece relações para construir conhecimento. Pensar nesse contexto é refletir seu processo interacional enquanto criança observadora e atenta a tudo o que está ao seu redor, disposta a explorar. Portanto, revela-se a importância de ofertar à criança experiências que as façam adquirir autonomia e descobertas (FERREIRA, et al., 2002).
A criança é feita de cem.
A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar.
Cem sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar.
Cem alegrias para cantar e compreender.
Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar.
Cem mundos para sonhar.
A criança tem cem linguagens [...] (MALAGUZZI, 1994 apud FARIA, 2000, p. 73).
	Ao citar as “cem linguagens da criança”, reflete-se nas múltiplas linguagens da criança e o propósito e significado nas atividades pedagógicas, ao perceber que a criança é um ser que se comunica e se expressa por meio de sentimentos, emoções, riso, choro, atitudes ao brincar, ou seja, uma gama infinita de possibilidades a se explorar no ambiente da educação infantil que objetivam o desenvolvimento da criança, sua maturidade e construção do intelecto. Faria (2000, p. 74) pontua que “A organização do espaço físico das instituições de educação infantil deve levar em consideração todas as dimensões humanas potencializadas nas crianças: o imaginário, o lúdico, o artístico, o afetivo, o cognitivo, etc.”. 
	Ressalta-se assim, o papel do educador e da instituição da educação infantil em articular o trabalho educativo com as múltiplas linguagens da criança para a apropriação de saberes e manifestações das crianças em suas variadas expressões: artísticas, gestuais, orais, visuais, entre outras. Ao educador cabe inserir no planejamento atividades que atendem essas demandas promovendo estímulos para aprender, imaginar e aguçar a criatividade, imaginação e expressão das crianças. “[...] Cabe ressaltar a primazia da Educação Infantil que, se bem qualificada, é elemento desencadeador do desenvolvimento da criança, da construção de conhecimentos e base para aprendizagens subsequentes”, contribui Fantinel (2002, p. 5). 
No âmbito das práticas pedagógicas infantis discute-se, no planejamento, a oferta de um trabalho educativo voltado ao desenvolvimento e aprendizagem da criança numa proposta intencional e de qualidade. Surgem questões voltadas à ampliação das vivências e possibilidades de as crianças experimentarem coisas novas, atividades propícias à faixa etária, estímulos ao processo intelectual e as formas de expressarem-se. Sendo assim, é fundamental que a criança esteja em foco no planejamento do educador nas propostas de intervenção no meio social, sem que haja um ensino refratário e fragmentado. Para as possíveis intervenções, a autora orienta: 
Como um processo reflexivo, no processo deelaboração do planejamento, o educador vai aprendendo e exercitando sua capacidade de perceber as necessidades do grupo de crianças, localizando manifestações de problemas e indo em busca das causas. Vai aprendendo a caracterizar o problema para, aí sim, tomar decisões para superá-lo. O ato de planejar pressupõe o olhar atento à realidade (OSTETTO, 2000, p.178). 
	Nesse sentido, a atenção se estende aos espaços de ensino de educação infantil que precisam tornar-se, assim, um ambiente desafiador, um lugar onde a criança se descobre, se conhece, constrói sua identidade, se expressa por meio de variadas linguagens, através do brincar, das relações que estabelece com o meio, com os outros e com os conhecimentos de mundo que adquire, com os objetos, com as vivências sobre os conteúdos. 
2.1 ALFABETIZAÇÃO E O ÂMBITO LÚDICO
A função pedagógica da educação infantil estreita os laços com novas aprendizagens, considerando o ensino da criança como um todo. Isso significa que todas as atividades que forem desenvolvidas e trabalhadas com as crianças e que utilizem técnicas de leitura ou escrita antecedem o processo de alfabetização, conforme observam as autoras: 
Se as atividades realizadas na pré-escola enriquecem as experiências infantis e possuem um significado real para a vida das crianças, elas podem favorecer o processo de alfabetização, quer em nível do reconhecimento e representação dos objetos e das suas vivências, quer a nível da expressão de seus pensamentos e afetos (ABRAMOVAY; KRAMER, 1987, p. 37). 
Muitos estudos debatem a oferta de um espaço de educação que ofereça leitura e escrita para a educação infantil, antes da criança adentrar na escola. Para Maricato (2005), os educadores temem que a ludicidade seja perdida com a antecipação das práticas pedagógicas com as crianças. As atividades escritas entrariam no universo infantil, perdendo-se as atividades lúdicas, como a música, as brincadeiras, os jogos, desenhos e pinturas. Mas, há ainda uma parte dos educadores que valorizam as práticas de leitura em detrimento da familiaridade com o mundo dos textos que as crianças irão ter.
Segundo Coelho (2010), o contato com os livros na educação infantil é fundamental e salienta a importância da aprendizagem e desenvolvimento da linguagem oral e escrita através deles. Dessa forma, a criança amplia sua possibilidade de participação nas práticas sociais. É necessário que a criança, portanto, tenha proximidade com as pessoas que estão ao seu redor, participando do seu ambiente e com elas interagindo. Essas interações conferem à criança segurança ao se expressar e descobrir os diferentes gêneros culturais, tendo em vista que: 
Uma criança que compreende quando o adulto lhe diz “olha o que a fada madrinha trouxe hoje!” está fazendo uma relação com um texto escrito, o conto de fadas: assim, ela está participando de um evento de letramento (porque já participou de outros, como o de ouvir uma historinha antes de dormir); também está aprendendo uma prática discursiva letrada, e, portanto, essa criança pode ser considerada letrada, mesmo que ainda não saiba ler e escrever (KLEIMAN, 1995, p. 18).
O processo de construção da alfabetização deve ser realizado de maneira significativa, elencando as ferramentas adequadas em prol do verdadeiro aprendizado. Isso porque, a alfabetização é um processo que prepara o ser humano para se integrar e inteirar em sociedade, e o educador tem um papel fundamental nesse caminho, desenvolvendo, por meio de habilidades, a capacidade crítica e interpretativa da realidade em que a criança está inserida, tendo em vista que “a alfabetização é vista como uma construção do conhecimento, construção de um conceito do que é ler e escrever, que tem suporte não só na criatividade e no raciocínio lógico da criança, mas também nas suas relações sócio-afetivas” (PETRY; QUEVEDO, 1996, p.17).
	É indispensável que a sala de aula seja um ambiente alfabetizador, que forneça elementos que desafiem a criança a pensar na língua escrita, como representação dos significados sociais. É essencial que nas classes de alfabetização tenha um “cantinho” com diversificados materiais de leitura, como: revistas, jornais, dicionários, gibis, embalagens, alfabeto móvel, letras emborrachadas e jogos. Assim, quanto mais variados forem os materiais, maior será a construção do saber (PETRY; QUEVEDO, 1996).
Sendo assim, é importante mencionar também que a prática de jogos com as crianças na fase da alfabetização destoam o aprendizado da leitura e escrita de uma atividade complexa e monótona, uma vez que as crianças percebem que a escrita faz parte de seu cotidiano (HAETINGER, 2005). 
O processo de construção da alfabetização deve ser realizado de maneira significativa, elencando as ferramentas adequadas em prol do verdadeiro aprendizado. Isso porque, a alfabetização é um processo que prepara o ser humano para se integrar e inteirar em sociedade, e o educador tem um papel fundamental nesse caminho, desenvolvendo, por meio de habilidades, a capacidade crítica e interpretativa da realidade em que a criança está inserida, tendo em vista que “a alfabetização é vista como uma construção do conhecimento, construção de um conceito do que é ler e escrever, que tem suporte não só na criatividade e no raciocínio lógico da criança, mas também nas suas relações sócio-afetivas” (PETRY; QUEVEDO, 1996, p.17).
	O jogo tem uma função fundamental no processo de alfabetização, sendo que, é uma atividade que promove a interiorização de processos de representações e argumentos sociais. Desse modo, para a transposição entre a língua oral e escrita, é importante a utilização do material concreto, como os jogos, por exemplo (TEIXEIRA, et al., 2003).
	O educador, após diagnosticar a realidade de seus alunos, pode proporcionar um ambiente lúdico e ao mesmo tempo alfabetizador, convidando as crianças a confeccionarem os jogos. Por exemplo, propor a confecção do jogo da memória, no qual, a criança é quem escolhe as palavras que fazem parte do seu cotidiano e os desenhos a que se referem, para fazer parte do jogo. O professor anota-os no quadro e distribui os materiais, que podem ser de sucatas, jornais, revistas, figuras e os cartões para confecção do jogo, com mediação e revisão das palavras, adaptando-os de acordo com a faixa etária e nível de alfabetização da criança (CARVALHO, 2010).
	Desse modo, além de desenvolver a criatividade, autonomia, motricidade, raciocínio lógico e atenção, o jogo proposto irá favorecer momentos de alegria, descoberta, prazer em encontrar os pares e as palavras, alfabetizando por meio de recursos lúdico-visuais. Por meio deste jogo, os educandos têm a oportunidade de ampliar seu universo de palavras, seus significados, bem como identificar as semelhanças entre os desenhos, ícones e palavras iguais. Assim, a alfabetização passa a ser um momento interessante que dá vazão a reflexão e construção de conhecimentos em grupo, orienta Carvalho (2010). 
	Sendo assim, é importante mencionar também que a prática de jogos com as crianças na fase da alfabetização destoam o aprendizado da leitura e escrita de uma atividade complexa e monótona, uma vez que as crianças percebem que a escrita faz parte de seu cotidiano (HAETINGER, 2005). 
	Outro exemplo de prática pedagógica com jogos para a fase da alfabetização é o jogo do bingo. No início da alfabetização é importante que as cartelas tenham poucas palavras e com o vocabulário familiar às crianças. Durante este processo, os alunos vão agregando um número maior de palavras. Da mesma maneira que os jogos da memória, o bingo pode ser confeccionado pelas crianças e as palavras escolhidas e escritas por elas. O professor também pode utilizar neste jogo palavras que despertem os valores, como: amor, respeito, união, etc. as quais possam ser discutidas pelo grande grupo, trabalhando temas transversais e atitudes, contextualizando assim o ensino (CARVALHO, 2010).
	Diversos são os jogos que o educador pode realizar no ambiente da sala de aula para auxiliar no processo de alfabetização,inserindo um espaço contextualizado e interdisciplinar. Assim, educandos e educador socializam saberes, desejos, sentimentos, conhecimentos, apropriando-se de uma aprendizagem significativa e qualitativa. Portanto, “a produção da alfabetização se consolida nas trocas realizadas entre o educando e a língua escrita, mediadas pelas intervenções docentes e pelo grupo” (MOLL, 1999, p. 184). 
	Diante disso, uma alfabetização significativa é realizada, pois o educando tem acesso: a leituras e escrita de diferentes letras, palavras, textos; compreensão da leitura e da escrita, pois verifica que estes fazem parte de sua história, e por meio dos jogos, o estabelecimento de hipóteses, experimentações com o concreto, observações, análises, registros e conclusões se tornam presentes na vida da criança, e, consequentemente, a real aprendizagem (TEIXEIRA, et al., 2003).
4 MATERIAL E MÉTODOS
Para um melhor desenvolvimento desta pesquisa, o método utilizado foi a pesquisa bibliográfica associada a análise dos estágios desenvolvidos no campo de educação infantil e Anos Iniciais. A pesquisa qualitativa caracteriza-se pela utilização de várias técnicas de dados, como a observação participante, história ou relato de vida, entrevista e outros. 
As técnicas bibliográficas visam encontrar as fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científico ou técnico-científico. (OLIVEIRA, 2002). 
Gil (2008) afirma que: 
 
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2008, p. 44).
Sendo assim, para coletar e reunir informações sobre o tema provenientes de uma diversidade de autores realizou-se uma pesquisa em estudos publicados em sites, jornais ou revistas, bem como livros de autores que tratassem do assunto. Em relação à análise dos estágios, estes foram realizados em espaços diferentes de ensino. 
	Apresenta-se a seguir, nas Figuras 1 e 2 duas imagens que ilustram a alfabetização e a ludicidade. 
Figura 1 – Cantinho da leitura em sala de aula
Fonte: blogdedaltroemerenciano.com.br, 2019.
Conforme se observa na imagem e diante da leitura de Petry e Quevedo (1996), a sala de aula precisa fornecer um cantinho alfabetizador, que incentive a criança para seu processo de alfabetização. É necessário que a criança se familiarize com os livros desde o seu primeiro ano de vida, não apenas em casa, mas também na escola com a alfabetização infantil, a leitura desperta diferentes habilidades nas crianças como a linguagem, a ampliação de vocabulário, a criatividade e a descoberta do mundo imaginário. 
Figura 2 – Bingo de palavras
Fonte: Psicosol.com, 2018.
De acordo com a Figura 2, o uso de jogos no processo de alfabetização é um recurso fundamental, pois conforme indica Carvalho (2010), é através dos jogos que as crianças podem ampliar o contato com novas palavras, identificando as semelhanças entre os desenhos e ícones, tratando-se de uma aprendizagem e alfabetização por meio de recursos lúdico-visuais. Diversos são os jogos que o educador pode realizar no ambiente da sala de aula para auxiliar no processo de alfabetização, inserindo um espaço contextualizado e interdisciplinar. Assim, educandos e educador socializam saberes, desejos, sentimentos, conhecimentos, apropriando-se de uma aprendizagem significativa e qualitativa.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
	Diante das situações vivenciadas nos dois momentos distintos dos estágios, faz-se agora uma ponte entre a realidade e a teoria apontada, diante da leitura dos autores e daquilo que se viu nos ambientes de ensino. Na etapa da educação infantil, é importante ter uma rotina, abrangendo as atividades principais que são: alimentação, higiene. No entanto, não só o cuidado, mas também as brincadeiras e as atividades dirigidas são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Com relação às atividades dirigidas, as mesmas devem ser desenvolvidas de forma lúdica, pois facilitam o processo de aprendizagem das crianças, permitindo que elas aprendam brincando, cantando, jogando, ouvindo histórias, etc.
O foco nas Escolas de Educação Infantil é o cuidar e o ensinar, devendo o professor propiciar práticas onde respeite a faixa etária, o interesse, criando um ambiente adequado e motivador para desenvolver as habilidades e competências necessárias para a formação integral da criança. É através da socialização e interação do meio e com o grupo que ocorrerá a sua aprendizagem.
Por isso é importante ter o conhecimento de alguns teóricos na hora de planejar a prática educativa, para que realmente possa atingir os objetivos de serem os mediadores no momento da construção do conhecimento de nossas crianças. A ludicidade se faz necessária para a criança tanto na mente como no corpo, e justamente por isso, ela contribui para a infância e o desenvolvimento da mesma. Portanto, ensinar através da ludicidade torna-se essencial para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos e sociais da criança. 
As brincadeiras e os jogos são atividades exercidas pela criança e quando imersa no mundo lúdico criado por ela, a brincadeira está intimamente ligada à ação do brincar, implícitos assim, os instrumentos e os meios para que essa atividade aconteça: os jogos, brinquedos e o próprio meio que a cerca. A brincadeira para criança é algo fundamental, pois ela investe todos os seus sentimentos e emoções. Desta maneira ela atribui dados da realidade, inserindo novos significados e utiliza a atenção, a imitação, a memória e a imaginação para a brincadeira acontecer.
O brincar é muito importante na educação infantil, principalmente no aspecto cognitivo, proporcionando à criança a criatividade, com o objetivo de desenvolver suas habilidades e potencialidades. As brincadeiras são parte da infância de qualquer criança, pois elas garantem a alegria e aprendizagem em seu desenvolvimento integral. 
As crianças são singulares e apesar da importância do educador na mediação do seu aprendizado, é importante respeitar os momentos em que elas brincam sozinhas, conhecendo-se e construindo sua identidade. 
Diante disso, visto que, a criança é um ser histórico que se desenvolve nas suas interações sociais, o jogo infantil também é considerado um fato social, pois nele há esta interação e a constituição sujeito-criança, que recria a realidade através da utilização do simbolismo.
	A brincadeira partilhada pelas crianças, supondo um sistema de comunicação, promove a socialização, restabelecendo o seu controle interior, sua auto-estima, desenvolve relações de confiança consigo mesma e com as pessoas que fazem parte de sua vida. 
Diante dos fatos, com a realização do estágio na educação infantil, pautado sob a ótica lúdica, fica a certeza de ser um momento de reflexão e aprendizagens em relação ao processo educativo e como deve ser a prática pedagógica em sala de aula na educação infantil. Dessa forma, percebeu-se a importância das metodologias utilizadas pelo professor na educação infantil. Foi possível verificar na prática que o brincar ajuda na aprendizagem das crianças, pois ele faz com que as mesmas aprendam de uma forma espontânea, o que contribui para o seu desenvolvimento em diferentes aspectos como social, cognitivo, motor, afetivo. Assim, o professor deve fazer uso de atividades lúdicas, envolvendo jogos e brincadeiras no dia a dia das crianças. 
Tão importante quanto o envolvimento do educador no eixo lúdico é o apoio da instituição com os recursos pedagógicos. Vislumbrou-se que nesse espaço há o desenvolvimento de projetos, bem como o suporte no campo de recursos lúdicos ao professor, sobretudo, a criatividade da professora regente de estágio harmoniza com a busca por didáticas diferenciadas para serem usadas com as crianças. 
Nas séries iniciais, viu-se uma realidade diferente, onde o lúdicoganha pouco destaque. Os alunos entram em contado com diferentes conteúdos que precisam ser aprendidos para que os mesmos possam progredir em suas aprendizagens, por isso o professor deve trabalhar de forma que os alunos aprendam e compreendam o que está sendo trabalhado. Quanto mais interessante for esse processo, maiores serão as possibilidades de aprendizagem e compreensão. Assim, considera-se que o uso de diferentes metodologias, como as atividades lúdicas, pode contribuir nesse processo.
Toda a equipe de apoio pedagógico com os professores empenham-se ao máximo para tornar a escola um ambiente acolhedor e produtivo, pois acredita-se que a escola faz parte de uma fase muito importante na vida de uma criança, de um adolescente, de um jovem.
Os professores nessa etapa da educação muitas vezes desvinculam o lúdico do processo de ensino, tomando-o mais como uma atividade fora a parte, utilizando os jogos, por exemplo, como uma compensação ao ensino. 
	O brincar e o jogar para a criança constituem meios de expressão, exteriorização dos sentimentos e uma forma de a criança integrar-se com o mundo que a cerca, do mesmo modo que se encontra com o seu próprio mundo, descobrindo o mundo real e o faz de conta. Por meio dessas atividades, a criança adquire comportamentos, desenvolve várias áreas do conhecimento, aperfeiçoa habilidades e assimila valores.
	Dessa forma, é importante que o contexto escolar da criança seja permeado pelo universo lúdico das brincadeiras e dos jogos, tendo em vista que estes favorecem a autonomia e estimulam o desempenho do aluno, desenvolvendo suas capacidades motoras, psicomotoras e cognitivas. 
	Por esse motivo, a construção de conhecimento não pode ser vista de uma maneira isolada, a interação social e cultura são fatores essenciais nessa construção. Portanto, é correto afirmar que o aprendizado das crianças inicia muito antes de elas ingressarem na escola, ou seja, já possuem uma bagagem de conhecimento construída por meio de suas experiências sociais e culturais. Por exemplo, quando na escola ela começa a estudar matemática, ela já tem um conhecimento prévio de quantidade, quando ao jogar com seus amigos, dividia os objetos para cada um de onde toma por base que o aprendizado e o desenvolvimento estão inter-relacionados na criança desde seu nascimento. 
	A partir do momento que a criança inicia sua escolarização, os conceitos científicos que serão estudados por ela, ampliarão os conceitos construídos em seu cotidiano. Os jogos vêm contribuir na construção desses novos conceitos, uma vez que é partilhado pelas crianças, supondo um sistema de comunicação, promovendo assim, a socialização e interpretação da realidade, tendo a possibilidade de modificar o meio em que a cerca. Diante disso, a passagem de um papel passivo para um papel ativo é o mecanismo básico de muitas atividades lúdicas. Através da interação, proporcionada pelo jogo, a criança muda sua autoestima, a relação de confiança com ela mesma e com o grupo. 
Através do lúdico na educação, é possível conseguir uma escola melhor e mais atraente para as crianças. Os educadores precisam recuperar a ludicidade na rotina das crianças, ajudando-as a encontrar um sentido para suas vidas. As crianças aprendem muito ao brincar; adquirem não só conhecimentos escolares, mas também sobre a vida. O professor deve valorizar o lúdico na educação infantil, visto que o brincar facilita a aprendizagem nos seus mais diversos campos, como a afetividade, a psicomotricidade, a sociabilidade, a solidariedade e a cognição.
6 CONCLUSÃO
Diante de todas as informações contidas nesse estudo, pode-se confirmar a importância dos jogos, brinquedos e das brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que a ludicidade está presente na vida de todos nós, especialmente no desenvolvimento infantil, já que através dela é possível demonstrar sentimentos, emoções, adquirir conhecimentos, entre outros. Certamente é mais fácil e prazeroso, pois os resultados serão muito mais gratificantes para todos os que estão no processo, visto que brincando a criança desenvolve seu senso de companheirismo e socializa com os demais, aprendendo a conviver harmoniosamente, respeitar regras, desenvolve competências, usa sua imaginação para resolver problemas, enfim, desenvolve seu intelecto. 
Conclui-se a importância que as brincadeiras e jogos, quando usados para agregar a tarefa de educar, tem na aprendizagem, e que este assunto é amplamente discutido e difundido por diversos autores, sendo que hoje, com o advento das novas tecnologias e velocidade que as informações e as novas gerações tem acesso a essas tecnologias é importante mencionar que o professor deve saber dosar e aplicar esses novos métodos na didática da sala de aula, como forma de trazer o interesse dos alunos e despertar sua curiosidade em aprender. 
O presente trabalho teve como objetivo inicialmente proposto, apontar reflexões sobre o lúdico no processo de ensino e aprendizagem da criança e obteve resultados positivos ao integrar o referencial teórico diante da análise do campo de estágio da educação infantil. Sendo assim, esse estudo mostrou-se pertinente, possibilitando fazer reflexões maiores neste campo na atuação da educação, estendendo-se a preocupação pelo desenvolvimento de um trabalho mais concretizado com relação ao lúdico utilizado nas sequências didáticas por meio de atividades diversificadas para a criança. 
 
	Pensar na importância do brincar leva o educador a repensar suas práticas na educação infantil, pautando-se na vivência de atividades que despertem o aprendizado da criança de maneira prazerosa. Isso porque, o brincar faz parte da vida das crianças e o lúdico, envolto nesse processo, exerce influência direta na formação da personalidade, nos aspectos sociais e cognitivos, permitindo que ela interaja e integre-se ao ambiente em que está inserida. 
A brincadeira é um espaço de socialização, de construção, que desenvolve todos os sentidos da criança. O ato de brincar não é apenas para o desenvolvimento escolar da criança pedagogicamente, mas sim para que possa adquirir experiência de elaboração das vivências da realidade na construção do ser. 
Sabe-se que, é na infância que a criança constrói sua identidade, adquire estruturas e valores, aprimorando suas capacidades e habilidades cognitivas. Logo, essa fase necessita de maiores atenções voltadas aos aspectos positivos do lúdico como favorecimento do processo de ensino e aprendizagem. O educador precisa pensar em estratégias que favoreçam o universo criativo, social e imaginativo da criança, o que torna assim, cada vez mais relevantes as pesquisas em torno desse tema. 
Conclui-se assim que, diante das considerações tecidas aqui, recorrentes do levantamento teórico, bem como do embasamento da realidade vivida no campo de estágio, torna-se essencial que sejam valorizadas as brincadeiras e os jogos no contexto de ensino da criança, sobretudo porque o as atividades regidas pelo universo lúdico carregam significados que levam ao desenvolvimento satisfatório da criança nos seus aspectos motores, físicos, sociais, emocionais e intelectuais. 
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, Miriam; KRAMER, Sônia. Alfabetização na pré-escola: exigência ou necessidade? Caderno de Pesquisa, São Paulo, 1987. Disponível em: <www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/680.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2020. 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BORSARI, J. R. Crianças de 0 a 4. São Paulo: EPU, 2006.
CARVALHO, M. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 2010. 
COELHO, Silmara. O processo de letramento na educação infantil. Revista Pedagogia em ação. v.2, n.2, p. 1-117, no. 2010 semestral. 
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