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Resenha Critica - Administração

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Resenha Crítica de Caso 
Wanderson Monteiro Santos
Trabalho da disciplina Administração 
Aplicada a Segurança
 
 Tutor: Prof. Carlos Alberto Martins Ferreira
Serra -ES
2020
“QUASE O PIOR CENÁRIO” O INCÊNDIO NO TÚNEL DE BALTIMORE EM 2001
Referência: 
SCOTT, Esther. “Quase o pior cenário” O incêndio no túnel de Baltimore em 2001. Kennedy School of Government. Junho 2015.
INTRODUÇÃO
Os incêndios são situações comuns em todas as cidades, devido a quantidade de imóveis, fabricas, comércios e outros tipos de construções que compõe os centros urbanos. Grande parte desses sinistros são previstos pelo órgão responsável, afim de traçar medidas de controles e procedimentos para caso ocorram, sejam feitas as tratativas de forma a impactar de forma mínima a cidade e a vida dos cidadãos que ali vivem. O estudo de caso aborda o incidente ocorrido em 2001 na cidade de Baltimore, devido descarrilamento e incêndio de um trem dentro de um túnel no centro da cidade. A falta de comunicação e informação causou um contratempo e dificuldades na resolução do problema, colocando a vida de pessoas e profissionais em risco.
DESENVOLVIMENTO 
Em um final de tarde na cidade de Baltimore, os bombeiros locais começaram a receber ligações de um provável incêndio. Era comum esse tipo de ligações, visto que frequentemente os cidadãos confundiam a fumaça de veículos a diesel com incêndio. Os bombeiros logo perceberam que não eram informações falsas que estavam recebendo, mas que realmente ocorria um incidente no local. Um trem da CSX Corporation descarrilhou e incendiou-se dentro do túnel da cidade. Além da gravidade do acidente, ainda havia outro agravante; os vagões do trem além de outras mercadorias, possuíam produtos químicos perigosos. Os bombeiros não sabiam ao certo quais eram os produtos que o trêm transportava, mas sabia que vários eram os riscos que a população estava exposta, pois alguns desses produtos poderiam explodir quando expostos ao fogo e gerar nuvens e vapores tóxicos. Após perceberem a gravidade do acidente, foi reunida uma equipe de emergência para gerenciar as ações que seriam tomadas, pois nenhuma das pessoas que compunham a equipe de emergência jamais teria presenciado uma situação igual a que estavam presenciando. Os dados que eles possuíam era que estava acontecendo um incêndio no coração da cidade, ninguém podia ver nem alcançar, por ser dentro do túnel e estar coberto por fumaça toxica, e que tinha potencial de ocorrer uma reação química catastrófica que afetaria milhares de pessoas. Essa ocorrência sem precedentes para ser solucionada, envolveria várias agências da cidade, sendo elas estatais e federais. Todas essas agencias e empresas irão naquele momento provar a capacidade de trabalharem em equipe por um longo período em condições adversas.
O túnel ficava localizado no centro da cidade, abaixo de uma das ruas mais importantes e próximo a prédios, centros comerciais e estádios. A administração do Túnel da rua Howard era de responsabilidade de CSX Corporation.
A construção do túnel foi finalizada em 1896, e desde então tem sido utilizado para inúmeros fins ao longo dos anos. Em 1985, foi avaliado o impacto que teria caso ocorresse um acidente dentro do túnel. Depois de 91 anos o plano de emergência foi criado, com 440 páginas, porém neste plano não continha as informações sobre acidentes dentro do túnel, tão pouco quanto acidentes com produtos químicos. Para ser mais categórico, neste plano elaborado em 1987, não constava nem a existência do túnel. O corpo de bombeiros em um de seus programas de formação contínua, executou alguns simulados em túneis, mas estes foi avaliando acidentes com trem de passageiros, em momento algum foi abordado as ações caso ocorresse tal acidente com produtos químicos. Um porta voz do corpo de bombeiros chegou a comentar que se alguém tivesse abordado o cenário de descarrilamento, vazamento de produtos químicos e incêndio dentro do túnel, eles achariam que seria exagero.
O trem da CSX, estava transportando 60 carros, papéis, madeiras, óleo de soja e vários vagões com produtos químicos. O trem ao fazer uma parada brusca, veio a descarrilar dentro do túnel, os únicos dois tripulantes, com medo de ficarem asfixiados e por não conseguirem contato via rádio, desacoplaram três locomotivas do trem e saíram do túnel e informou a CSX sobre o ocorrido. A empresa em si orientou os colaboradores que assim que a fumaça dissipasse eles retornassem para o túnel para verificar o que ocorrera. Ao perceberem que a fumaça estava aumentando e não dissiparia, verificaram o regulamento de porte, que nada mais é que a relação das cargas que eles transportavam. Eles então verificaram que em meio a tantos produtos, também havia vários produtos químicos perigosos e que oferecia grande risco de inflamabilidade. Ao perceberem que não havia nada a ser feito por eles, comunicaram novamente via rádio para CSX para informar a gravidade do ocorrido.
Pouco mais de uma hora após o ocorrido, o corpo de bombeiros da cidade de Baltimore, recebe a comunicação da CSX formalmente, informando sobre o ocorrido e sobre os produtos que compunham a carga do trem descarrilhado. Mesmo antes da comunicação da empresa CSX, o corpo de bombeiros já havia recebido denúncias da população do incêndio no túnel. Os produtos que compunham a carga tinham inflamáveis e corrosivos. A preocupação dos bombeiros era que os produtos químicos fossem aquecidos até o ponto de ebulição e explodisse, pois caso ocorresse poderia devastar a cidade. O chefe do batalhão para materiais perigosos do corpo de bombeiros, tinha com preocupação que o fogo envolvesse o material ácido e corrosivo, causando uma nuvem toxica. Por não conseguirem ver o que estava acontecendo, fazia com que eles fizessem suposições sobre vários cenários catastróficos. Além das preocupações com o incêndio, com a falta de visibilidade do que ocorria dentro do túnel, outro fator era preocupante para os envolvidos, pois a cidade estava cheia de turistas, que viera assistir os jogos de beisebol, logo o estádio que era próximo do túnel estava cheio de civis que desconhecia a gravidade do ocorrido. Como informar a milhares de pessoas sobre a situação de risco sem que cause histeria coletiva. 
O plano de emergência da cidade, não definia quem assumiria o comando de um incidente, mas estipulava que o primeiro a responder assumia a responsabilidade e neste caso foi o corpo de bombeiros estavam como responsáveis pelo incidente. Os bombeiros se sentiam bem preparados para atuarem neste acidente. O treinamento que eles tiveram abordava produtos perigosos em espaços confinados, mas o eles estavam presenciando era algo novo. Os bombeiros já haviam trabalho com o Departamento de Meio Ambiente de Maryland (MDE), que era uma agência estatal responsável pela gestão de acidentes ambientais, como vazamentos químicos. A equipe do MDE e do corpo de bombeiros treinaram juntos sobre os procedimentos que deveriam ser abordados em caso de emergência. A parceria entre estes departamentos criou uma confiança entre eles.
Analisando sobre a ocorrência do incêndio, os bombeiros estavam preparados para uma ocorrência comum, eles possuíam as máscaras, roupas e equipamentos. O que causava a dificuldade na ação não era a falta de preparo e sim a forma que aconteceu. Da forma que se havia elaborado o plano de emergência, todos sabiam como agir, sabia quem eram os apoios a solicitar. Devido a incapacidade de se aproximar do incêndio e verificar as condições para tomar a melhor decisão, os bombeiros ficavam restritos nas ações, visto que era impossível fazer uma avaliação segura. Dois químicos da empresa que era membro do Plano Industrial de Ajuda Mútua do Sul de Baltimore, que era um consorcio entre as empresas privadas que fabricavam, transportavam e armazenavam os produtos químicos e órgãos ambientais de emergências públicas, trouxeram a garantia que uma explosão catastrófica era improvável,mas outra situação despertava a preocupação dos bombeiros. Uma das substâncias poderia liberar vapores de calor que podia ser tóxico para todos os envolvidos ali.
Assim que houve a ocorrência, o chefe de gabinete ligou para o prefeito para informar o ocorrido. O mesmo encontrava-se em viagem, e para se atualizar dos fatos, sintonizou seu rádio na frequência, onde ficava sabendo dos detalhes e ações pelo aparelho. Não existia até o momento uma equipe de gestão de crise, mas os chefes de cada departamento sabiam que deveriam se reunir, mesmo o prefeito não estando presente, eles sabiam o que deveriam fazer. Devido não ter uma equipe, também não havia um local certo para que todos se reunissem, mas durante a avaliação dos locais disponíveis, encontrou um que atendia as necessidades do momento. O maior desafio era decidir se era viável evacuar os pontos que era de risco, visto que havia hotéis e um estádio nas proximidades.
CONCLUSÃO
Uma situação adversa pode ocorrer em qualquer momento ou em qualquer lugar a qual estamos. Saber como agir a ela é o diferencial do sucesso e do fracasso, visto que ao pensar com brevidade, nos faz identificar os possíveis erros e trata-los de forma a evitar a incerteza. O planejamento de ações é muito importante para empresas e sociedade, mas não adianta se não estiver atualizado e divulgado para todos os envolvidos. Percebe-se que no caso do incêndio em Baltimore, todos os papéis foram criados, mas devido à falta de atualização e conhecimento do mesmo pelos responsáveis, as ações foram tardias e com incertezas. Por mais que todos eram capacitados, treinados e possuírem todas as ferramentas e equipamentos para a ação, a falta de saber “como fazer” levou a perca de tempo por parte dos profissionais, por este motivo é importante a informação ser efetiva, que os planos sejam atualizados, que trabalhemos a frente do problema e só assim podemos evitar situações que nos deixem sem ação.

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