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Relacionamento Interpessoal e Ética Profissional

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PÓS-GRADUAÇÃO LATO 
SENSU 
 
RELACIONAMENTO 
INTERPESSOAL E ÉTICA 
PROFISSIONAL 
 
 
 
SUMÁRIO 
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ÉTICA PROFISSIONAL........ 
COMUNICAÇÃO HUMANA ........................................................................ 
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ..................................................... 
GRUPOS ......................................................................................................... 
FASES DO GRUPO........................................................................................ 
FEEDBACK .................................................................................................... 
COMPREENSÃO EMPÁTICA ...................................................................... 
MOTIVAÇÃO ................................................................................................ 
FRUSTRAÇÃO .............................................................................................. 
CONFLITO ..................................................................................................... 
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO ........................................................................ 
PRINCIPAIS MECANISMO DE DEFESA DO EGO ................................... 
O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL? ................................................. 
IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES ................................................................ 
ÉTICA E CIVILIZAÇÃO ............................................................................... 
RACIONALIDADE E LIBERDADE ............................................................ 
CIVILIZAÇÃO E VALORES ........................................................................ 
ÉTICA E VALORES ...................................................................................... 
ÉTICA E LEI................................................................................................... 
CONCEITO DA ÉTICA ................................................................................. 
CONCEITOS DA ÉTICA PROFISSIONAL ................................................. 
A ÉTICA PROFISSIONAL E A FILOSOFIA DO AGIR HUMANO – O 
SER ÉTICO/AXIOLÓGICO. ..................................................................... 
 
 
ÉTICA E SISTEMA ECONÔMICO .............................................................. 
ÉTICA E MEIO AMBIENTE ......................................................................... 
DEVERES PROFISSIONAIS ........................................................................ 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ........................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E ÉTICA 
PROFISSIONAL 
 
As relações interpessoais tiveram como um de seus primeiros 
pesquisadores o psicólogo Kurt Lewin. MAILHIOT (1976: 66), ao se referir 
a uma das pesquisas realizadas por esse psicólogo, afirma que ele chegou à 
constatação de que ―A produtividade de um grupo e sua eficiência estão 
estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus 
membros, mas, sobretudo com a solidariedade de suas relações 
interpessoais‖. 
Schutz, outro psicólogo, trata de uma teoria das necessidades 
interpessoais: necessidade de ser aceito pelo grupo, necessidade de 
responsabilizar-se pela existência e manutenção do grupo, necessidade de 
ser valorizado pelo grupo. Tais necessidades formam a tríade de que fala 
MAILHIOT (1976: 67), quando este faz referência aos estudos de Schutz: 
necessidades de inclusão, controle e afeição, respectivamente. 
Ao discorrer acerca da humanização no ambiente de trabalho, COSTA 
(2002: 21) aponta as relações interpessoais como um dos elementos que 
contribuem para a formação do relacionamento real na organização: 
É necessário observar a operação real da organização, aqui incluídas, 
as relações interpessoais, que constituem a sua seiva vital. Os elementos 
 
 
formais (estrutura administrativa) e informais (relacionamento humano, 
que emerge das experiências do dia-a-dia) integram-se para produzir o 
padrão real de relacionamento humano na organização: como o trabalho é 
verdadeiramente executado e quais as regras comportamentais implícitas 
que governam os contatos entre as pessoas – esta é a estrutura de contatos e 
comunicações humanas a partir da qual os problemas de política de pessoal 
e de tomada de decisões podem ser compreendidos e tratados pelos 
administradores Os autores são unânimes em reconhecer a grande 
importância do tema ―relações interpessoais‖ tanto para os indivíduos 
quanto para as organizações, relativamente à produtividade, qualidade de 
vida no trabalho e efeito sistêmico. 
Falar sobre Relacionamento não é fácil, entendê-lo também não. 
Principalmente quando levamos em consideração os níveis de 
relacionamento e os prováveis personagens do mesmo. 
Sendo interpessoal, intrapessoal, com o cliente interno ou externo, o 
relacionamento é fator fundamental e, muitas vezes definitivo na vida dos 
indivíduos. É necessário possuir habilidades para manter um bom convívio 
consigo, com os clientes, colegas de trabalho, amigos ou com alguém que, 
simplesmente, só precisa de um minuto de sua atenção para esclarecer uma 
dúvida. 
Todos somos capazes e estamos aptos a desenvolver tais habilidades, 
em muitos casos, uns personagens conseguem superar ou unir a habilidade 
à personalidade, tornando-se parceiros / companheiros desejáveis ao 
convívio. Outros nem sempre conseguem atingir níveis de satisfação tão 
relevantes e perceptíveis, o que não quer dizer que eles sejam incapazes de 
manter um relacionamento com alguém. Na verdade não é nada fácil, 
mesmo. Porém, como tudo na vida, é preciso treino e perseverança. 
 
 
Pessoalmente e profissionalmente, as pessoas que não conseguem ou não 
estão preparadas para conviver com os semelhantes e administrar conflitos 
estão fadadas à solidão e ao fracasso. O que também não quer dizer que 
isso seja o fim. 
Quando nos aproximamos de alguém é porque temos uma necessidade 
para ser satisfeita. O mercado quando dispõe e uma vaga exige como 
competência o relacionamento. Gostamos de falar e ser ouvidos quer 
atenção, ficamos felizes com bons resultados em equipe, sorrimos quando 
somos compreendidos, ficamos polivalentes quando o grupo está 
entrosado. 
 
As habilidades e os "macetes" dos relacionamentos inter e 
intrapessoais perpassam por estas atitudes, que posteriormente geram 
sentimentos como o da fidelidade. A percepção é a primeira destas. Ao 
estarmos atentos ao que acontece em nossa casa, trabalho, reuniões 
fraternas e detectamos que algo está diferente, os indivíduos que mantém 
relações conosco respondem com a "verdade" ao que foi percebido. 
E também acontece quando tratamos da relação EU – COMIGO. 
Trabalhar a percepção pode ser fácil e divertido Inicialmente esteja atento a 
sua realidade e interrogue-se, respondendo sinceramente. A verdade vem 
como a segunda habilidade. Todo e qualquer relacionamento é baseado 
essencialmente na confiança. A criança confia nos pais, logo a ama; o 
 
 
amigo confia na amiga, logo se confidenciam; o cliente confia no produto e 
no vendedor, logo compra e defende. 
Apresentar e oferecer o que somos realmente capazes de realizar para 
nos aproximar, e fidelizar são um dever. Além disso, a flexibilidadee ser 
um negociador não fazem mal algum. Nada está totalmente correto ou 
equivocado. Tudo depende do ponto de vista de cada um. Visão esta, que 
está diretamente ligada as pré-experiências e a bagagem cultural de cada 
indivíduo. Visto que, as relações interpessoais são o resultado de tudo que 
cada pessoa já estabeleceu durante a vida. 
 
Para completar o ciclo do relacionamento, a responsabilidade com que 
devem ser tratadas as expectativas do outro é considerável e irrestrita. 
Como já foi mencionados, todos querem se realizar durante o 
relacionamento. Ora recebendo a atenção desejada, ora obtendo bons 
resultados nos negócios. Para isso, a empatia vem como auxiliador. 
Respeitar o outro e assumir por um instante a posição dele faz do convívio 
uma interação. 
Tornamos a repetir, estar em contato com o semelhante é uma 
atividade que precisa ser mantida, aprimorada e reciclada, sempre. A cada 
dia novos conceitos sobre o bem – estar, mercado e comportamento surgem. 
Não existem seres iguais e é por esta razão que somos chamados de 
indivíduos. Cada qual recebe a informação e a compreende de maneira 
diferente. Não devemos nos apegar apenas as praxes e protocolos, o bem 
 
 
do relacionamento é a conexão entre as pessoas e a possibilidade de 
ficarmos diferentes com isso. 
 
COMUNICAÇÃO HUMANA 
 Quem nunca ouviu falar sobre as aventuras de Robson Crusoé, um 
navegante que ficou a termo numa ilha deserta, cercada de água por todos 
os lados e sem ter para onde ir? Ao se deparar com a solidão naquele lugar, 
Crusoé logo sentiu uma grande dificuldade que, talvez, muitos de nós ainda 
não dedicamos um tempo para reflexão: a necessidade de comunicar-se 
com alguém. 
A comunicação, sem dúvida, é o centro de todo relacionamento, seja 
ele pessoal, profissional, etc. Ela é a chave para o desenvolvimento de uma 
relação saudável com o outro, uma vez que pode ser considerada a arte do 
entender e do fazer-se entender Em poucas palavras, a comunicação é o 
processo verbal ou não verbal de transmitir uma informação a outra pessoa 
de maneira que ela entenda o que está sendo expresso. A comunicação, 
portanto, não está limitada à fala, à linguagem oral, mas também é possível 
por meio de gestos, símbolos, expressões, bem como qualquer outra forma 
que contenha em si um significado inteligível, compreensível. 
A comunicação, portanto, ocorre quando, ao emitirmos uma 
mensagem, nos fazemos entender por uma pessoa e modificamos seu 
 
 
comportamento. Isso é possível através da linguagem, que é a representação 
do pensamento por meio de sinais que permitam a comunicação e a 
interação entre as pessoas. 
Podemos encontrar pelo menos quatro níveis de comunicação: 
Nível quatro – é uma comunicação altamente superficial, em que os 
indivíduos apenas se olham ou falam estritamente o necessário, limitando-
se, no máximo, a um bom dia ou a uma pequena informação. 
Nível três – é uma comunicação ainda superficial, mas aqui as pessoas 
tratam-se com um mínimo de cordialidade e sorrisos. Neste nível os 
indivíduos ainda não saíram das suas ―cascas‖ para tornar conhecido aos 
outros o que pensam e sentem, ou seja, a comunicação ainda está limitada. 
Nível dois – aqui os indivíduos começam a relatar suas ideias e 
pensamentos, o que marca o início de uma comunicação real. As pessoas 
estão dispostas a correr o risco de expor suas ideias e soluções próprias, mas 
ainda impõem barreiras para a comunicação plena, talvez como mecanismo 
de defesa e forma de conhecer os outros passo a passo. É o tão conhecido 
―pé atrás‖, mas a comunicação neste nível abre possibilidades para o 
aprofundamento das relações interpessoais e dos laços de confiança, 
imprescindíveis na comunicação de nível um. 
Nível um – é uma comunicação total. As pessoas estão dispostas a 
compartilhar seus sentimentos, ideias e pensamentos. Esta comunicação 
está baseada na honestidade e na abertura completa, ou seja, 
Subentende-se que neste nível de comunicação as pessoas possuem um 
alto grau de conhecimento e confiança umas nas outras, estabelecendo um 
relacionamento interpessoal pleno e baseado no diálogo como forma de 
solução de problemas e conflitos. 
 
 
A forma de comunicação humana mais utilizada é, sem dúvida, a 
comunicação verbal. E todo ato de comunicação envolve sempre seis 
componentes essenciais. São eles: 
O emissor (ou locutor) – é aquele que diz algo a alguém 
O receptor (ou interlocutor) – aquele com quem o emissor se 
comunica 
A mensagem – tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor 
O código – é o conjunto de sinais convencionados socialmente que 
permite ao receptor compreender a mensagem (ex: a língua portuguesa e os 
sinais de trânsito) 
O canal (ou contato) – é o meio físico que conduz a mensagem ao 
receptor (e: o som e o ar) 
O referente (ou contexto) – é o assunto da mensagem 
Todos esses elementos são indispensáveis à comunicação verbal, e 
podem ser assim esquematizados: 
 
O mais importante da atividade comunicativa, como já foi dito, é a 
compreensão do que se está querendo expressar e, através deste ato, 
podemos tornar conhecida a nossa maneira de ser, pensar e agir. Isto quer 
 
Mensagem 
Referente 
Emissor ----------------------------------------------------- Receptor 
Canal 
Código 
 
 
dizer que a forma como nos comunicamos denuncia quem somos na 
realidade. Através da maneira peculiar como cada um se comunica e pelo 
fato de cada indivíduo possuir um jeito próprio de ser, a comunicação tende 
a enfrentar algumas barreiras, as quais surgem da heterogeneidade de 
pensamentos, sentimentos e ideias. Mas, é preciso saber como lidar com 
essas barreiras, de forma que a comunicação não fique comprometida e os 
possíveis conflitos possam ser resolvidos da maneira mais adequada. 
BARREIRAS À COMUNICAÇÃO 
A comunicação se realiza adequadamente e o seu objetivo é atingido, 
quando a mensagem for interpretada da mesma maneira pelo comunicador 
e pelo recebedor da comunicação. Quando se fazem interpretações 
semelhantes, cada um dos participantes transmite ao outro o seu 
pensamento e o seu sentimento sobre o objeto da comunicação. Isto não 
significa que os participantes precisem concordar totalmente com o 
pensamento sobre o objeto da comunicação. Podem discordar, mas, se um 
apreende precisamente os pensamentos do outro, a comunicação foi 
satisfatória. 
Quando a comunicação se estabelece mal ou não se estabelece entre 
pessoas ou entre grupos, resultam alguns fenômenos psíquicos chamados 
BLOQUEIOS, FILTRAGEM E RUÍDOS. 
Ruído é a interrupção da comunicação através de mecanismos 
externos, sons estranhos à comunicação, visualizações que comprometem a 
comunicação, ou mecanismos utilizados pelo locutor, que seja 
incompreendido pelo interlocutor. A partir do momento em que se elimina 
o ruído a comunicação tende a se estabelecer. 
 
 
Bloqueio é a interrupção total ou provisória da comunicação e 
paradoxalmente parecem comprometer menos a evolução da comunicação 
do que a filtragem. 
Filtragem é o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos da 
comunicação que erroneamente interessam aos interlocutores. 
Desde que surge um bloqueio, ele obriga os interlocutores a 
questionar suas comunicações e geralmente lhes permite reatá-las e 
restabelecê-las em clima mais aberto e em uma base mais autêntica. Desde 
que cada interlocutor, tenha tomado consciência de que neles, e entre eles, 
existem obstáculos às suas trocas. 
Em casode filtragem, a comunicação tende a acompanhar-se de 
reticências e de restrições mentais, degradando-se pouco a pouco em 
mensagens cada vez mais ambíguas e equivocadas. 
Alguns aspectos podem ser refletidos com a finalidade de minimizar 
as barreiras na comunicação: 
Comunicação é sempre uma via de mão dupla. Uma das melhores 
maneiras de fortalecer a comunicação é desenvolver a habilidade não 
apenas de falar, mas de ouvir também. Dar a atenção completa, inclusive 
com os olhos e as expressões faciais. Quando concentramos nossa atenção, 
mostrando que não estamos apenas escutando com os ouvidos, poderemos 
nos identificar com o que a outra pessoa está sentindo ou 
experimentando. Consequentemente, a pessoa que nos fala também nos 
dará a atenção que desejamos quando formos nós os locutores. 
É preciso o momento certo para se comunicar. Às vezes passamos 
por cima dos sentimentos das pessoas, sem observarmos se estão 
preparadas para ouvirem determinadas coisas ou se aquele momento é 
 
 
adequado para uma conversa mais séria. É preciso boa vontade e 
discernimento para saber qual a melhor ocasião para que o diálogo seja 
eficaz. 
A precipitação ao responder pode ser prejudicial. Esperar o outro 
terminar de dizer o que pensa, para que então se possa emitir o próprio 
pensamento, pode ser uma grande arma para resolver uma barreira de 
comunicação. Às vezes pensamos que sabemos o que o outro vai dizer e, 
sem vacilar, cortamos o seu momento na conversa. Somente depois 
descobrimos que não era nada daquilo que iria falar, correndo o risco de 
criarmos uma barreira ainda maior. 
É preciso estar aberto à cordialidade. Nunca será demais estarmos 
dispostos a desejar um bom dia, pedir desculpas, dizer obrigado, pedir, por 
favor... E a sorrir. Às vezes, gestos como estes desarmam mecanismos de 
defesa e formas de ser não muito dadas ao contato pessoal, ao diálogo e à 
interação. 
Colocando-se no lugar do outro, poderemos fazer da comunicação um 
importante instrumento de fortalecimento das relações interpessoais. 
 
 
 
 
 
 
 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL 
 
A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca criativa da 
inovação, ao mesmo tempo em que lida com a memória organizacional e a 
reconstrói. Pressupõe, também, motivação para aprender. E motivação só é 
possível se as pessoas se identificam e consideram nobres as missões 
organizacionais e se orgulham de fazer parte e de lutar pelos objetivos. Se 
há uma sensação de que é bom trabalhar com essa empresa, pode-se 
vislumbrar um crescimento conjunto e ilimitado. Se há ética e confiança 
nessa relação, se não há medos e se há valorização à livre troca de 
experiências e saberes. 
Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação organizacional 
pode se constituir numa instância da aprendizagem pois, se praticada com 
ética, pode provocar uma tendência favorável à participação dos 
trabalhadores, dar maior sentido ao trabalho, favorecer a credibilidade da 
direção (desde que seja transparente), fomentar a responsabilidade e 
aumentar as possibilidades de melhoria da organização ao favorecer o 
pensamento criativo entre os empregados para solucionar os problemas da 
empresa (Ricarte, 1996). 
Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas décadas será fazer 
da criatividade o principal foco de gestão de todas as empresas, pois o 
único caminho para tornar-se uma empresa competitiva é a geração de ideias 
 
 
criativas; a única forma de gerar ideias é atrair para a empresa pessoas 
criativas; e a melhor maneira de atrair e manter pessoas criativas é 
proporcionando-lhes um ambiente adequado para trabalhar. Esse ambiente 
adequado pressupõe liberdade e competência para comunicar. Hoje, uma 
das principais exigências para o exercício da função gerencial é certamente 
a habilidade comunicacional. As outras habilidades seriam a predisposição 
para a mudança e para a inovação; a busca do equilíbrio entre a flexibilidade 
e a ética, a desordem e a incerteza; a capacidade permanente de 
aprendizagem; saber fazer e saber ser. 
Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das empresas, 
ainda não faz parte da job description de um executivo. É ainda uma 
reserva do profissional de comunicação, embora devesse ser encarada 
como responsabilidade de todos, em todos os níveis. 
O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes de tudo, saber 
ouvir e lidar com a diferença. É preciso lembrar: sempre apenas metade da 
mensagem pertence a quem a emite, a outra metade é de quem a escuta e a 
processa. Lasswell já dizia que quem decodifica a mensagem é aquele que 
a recebe, por isso a necessidade de se ajustarem os signos e códigos ao 
repertório de quem vai processá-los. 
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção de um 
ambiente propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem estão na 
autoestima, na empatia e na afetividade. Sem esses elementos, não se 
estabelece a comunicação nem o entendimento. Embora durante o texto 
tenhamos exposto inúmeros obstáculos para o advento dessa nova realidade 
e que poderiam nos levar a acreditar, tal qual Luhman (1992), na 
improbabilidade da comunicação, acreditamos que essa é uma utopia pela 
qual vale a pena lutar. 
 
 
Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, que traz 
consigo uma radical mudança no processo de troca de informações nas 
organizações e afeta, também, todo um sistema de comunicação baseado no 
paradigma da transmissão controlada de informações, favorece o 
surgimento e a atuação do que chamo de novos Messias da comunicação, 
que prometem internalizarem nas pessoas os novos objetivos e conceitos, 
estimularem a motivação e o comprometimento à nova ordem de coisas, 
organizarem rituais de passagem em que se dá outro sentido aos valores 
abandonados e introduz-se o novo. 
Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das organizações 
profissionais da mudança cultural, agentes da nova ordem, verdadeiros 
profetas munidos de fórmulas infalíveis, de cartilhas iluministas, capazes 
de minar resistências e viabilizar uma nova cultura e que se 
autodenominam reengenheiros da cultura. 
Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a 
comunicação é, sim, instrumento essencial da mudança, mas se esquecem 
de que o que transforma e qualifica é o diálogo, a experiência vivida e 
praticada, e não a simples transmissão unilateral de conceitos, frases feitas 
e fórmulas acabadas tão próprias da chamada educação bancária descrita 
por Paulo Freire. 
E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser uma política 
de comunicação e de RH. A construção e a viabilização dessa política é, 
desde já, um desafio aos estrategistas de RH e de comunicação, como forma 
de criar o tal ambiente criativo a que Ricarte de referiu e viabilizar, assim, a 
construção da organização qualificante, capaz de enfrentar os desafios 
constantes de um mundo em mutação, incerto e inseguro. 
 
 
 
GRUPOS 
O GRUPO 
(Paulo Cavalcanti de Moura) 
O grupo é assim: Gente que é gente 
E que não sabe que os outros são gente Como a gente, 
Com um lado bom e outro ruim 
No grupo tem de tudo: Botucudo e tupiniquim. Tem falador e tem 
mudo, 
Mas ninguém é igual a mim. 
Tem doutores e tem tímido, Agressivos e dominados Tem mãe e tem 
filhos, 
Tem até mascarados. 
E o grupo vai girando, Mudando a vida da gente O calado sai falando, 
O pessimista contente 
O gruo e como a vida, Mas se entra, já vamos indoQuem ri acaba chorando, 
Quem chora, acaba rindo, 
 
 
Uma coisa a gente aprende: Que o outro é como eu 
Chora, ri, ama e sente 
Mas quase tudo depende da gente: Que grupo danado! Que vivência 
atroz! 
O eu e o tu se atacam Mas depois eles se amam, Em benefício de nós. 
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de 
interações recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido como uma 
coleção de várias pessoas que compartilham certas características, 
interajam uns com os outros, aceitem direitos e obrigações como sócios do 
grupo e compartilhem uma identidade comum — para haver um grupo 
social, é preciso que os indivíduos se percebam de alguma forma afiliados 
ao grupo. 
Segundo Costa (2002), o grupo surgiu pela necessidade de o homem 
viver em contato com os outros homens. 
Nesta relação homem-homem, vários fenômenos estão presente; 
comunicação, percepção, afeição, liderança, integração, normas e outros. À 
medida que nós nos observamos na relação eu- outro surge uma amplitude 
de caminhos para nosso conhecimento e orientação. 
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá retorno ao 
outro, através do feedback. 
Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em aprender 
se faz necessária. Só aprendemos aquilo que queremos e quando queremos. 
Nas relações humanas, nada é mais importante do que nossa 
motivação em estar com outro, participar na coordenação de caminhos ou 
metas a alcançar Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem 
 
 
necessita viver com outros homens, pela sua própria natureza social, mas 
ainda não se harmonizou nessa relação. 
Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual o 
indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satisfação das 
necessidades físicas, econômicas, políticas, sociais, etc. 
FASES DO GRUPO 
INICIAL – é o momento e que o grupo está na expectativa, faz 
perguntas quanto às normas e as regras do jogo. As atitudes são torpes e 
mal coordenadas, também denominada de Infância Grupal. 
INTERMEDIÁRIA - momento de confrontação e conflitos de 
dependência e contra dependência pode ser uma fase dificultadora. Aborda 
o movimento e o momento do grupo, denominada de Adolescência Grupal. 
FINAL – apoia a ideia do outro, pode ser também uma fase 
dificultadora, se os membros do grupos formarem relações duais, 
desfacelando o grupo. Aqui temos a Maturidade Grupal. 
FEEDBACK 
O que é Feedback? 
Feedback é um termo muito utilizado na eletrônica que significa 
realimentação, ou seja uma parcela do sinal da saída de algum circuito 
eletrônico, sendo aplicado novamente na entrada para que seja novamente. 
 
 
Aproveitado. Isso pode gerar uma situação desejável ou não, pois em 
certos casos essa realimentação não é desejada. É o caso do som da 
microfonia. 
O Feedback também é utilizado onde é necessário um controle de 
alguma situação ou objeto, quando poderá ser positivo ou negativo e em 
função disso, um circuito de controle estabilizará a saída. 
Nas relações interpessoais que dependem do comportamento humano, 
o termo Feedback apresenta grande importância por verificar que todo 
comportamento dirigido requer Feedback negativo, pois sinais do objetivo 
são necessários para a orientação do comportamento. 
Na visão de Rosenblueth, Wiener e Bigelow (1943), o comportamento 
pode ser dividido em dois tipos, os "de Feedback" e "não-Feedback". 
O comportamento de Feedback poderá ser dividido em duas partes: 
previsível e não previsível e o comportamento de não feedback ocorre 
quando não há retorno do objeto no decorrer de determinadas atitudes. 
O processo de Feedback poderá ser útil na modificação de 
comportamentos, é comunicação de uma pessoa ou um grupo no sentido de 
fornecer informações de como essa pessoa está sendo afetada, contribuindo 
assim para direcionar seus objetivos. Para ser eficaz e contribuir para essas 
mudanças é necessário que seja: 
Descritivo ao invés de avaliativo: Quando não há envolvimento 
emocional, o sujeito se torna menos defensivo, se sentindo à vontade para 
utilizar as informações de retorno e aplicá-las da melhor forma possível. 
Específico ao invés de Geral: Em determinado momento que você diz 
a alguém que ele é "dominador", isso poderá ter menos importância do que 
demonstrar isso quando ele se comportar assim, em determinada ocasião. 
 
 
Compatível com as necessidades: O Feedback pode ter caráter 
destrutivo quando apenas as necessidades do comunicador forem levadas 
em consideração e as do receptor esquecidas. 
Dirigido: Poderá gerar frustração caso o receptor só reconheça suas 
falhas, naquilo em que não tem o controle para mudar. 
Solicitado ao invés de Imposto: Será mais proveitoso quando o 
receptor indagar algo que os que observam possam responder. 
Oportuno: O Feedback será mais proveitoso logo após um 
determinado comportamento, onde o sujeito estará mais flexível, mas 
dependerá de alguns fatores como emocionais e receptividade. 
Esclarecimento para assegurar comunicação precisa: Um modo de 
comprovar uma ideia é o receptor repetir o Feedback, para que o 
transmissor possa se assegurar de que foi bem entendido. Quando em um 
Grupo de Treinamento, o Feedback poderá ser comparado e compartilhado 
entre os participantes do grupo. 
Na prática, é observada a dificuldade de se dar e receber Feedback, 
que poderá ser comprovado através da observação dos insucessos 
frequentes na comunicação interpessoal. 
 
As dificuldades de dar e receber feedback: 
O Homem sofre grande dificuldade em aceitar as suas limitações, 
principalmente ter que as admitir diante de pessoas que ele não confia ou 
em caso de ambiente de trabalho podem até afetar a sua imagem (status). O 
receio do que as pessoas podem pensar, o sentimento de invasão de 
privacidade e/ou medo de não obter o apoio que esperam para suas 
 
 
limitações e necessidades, faz com que elas se fechem, dificultando assim a 
abertura para a interação e troca de Feedback, tão necessário em uma 
relação. 
Quando nos percebemos que estamos contribuindo para o problema e 
que precisaremos mudar algo em nós mesmos para melhorarmos a 
validação do Feedback, poderemos agravar o problema, nos fechando 
(negação) e passando ao outro toda culpa, apontando seus erros e até 
mesmo agredindo-o A resolução de alguns problemas pode se dá através do 
reconhecimento de alguns traços da nossa personalidade que até então 
tentamos disfarçar. Procurando pensar no assunto, poderemos melhorar 
nossa conduta, contribuindo assim para uma melhor relação e troca de 
Feedback. 
Muitas vezes as pessoas não estão preparadas, psicologicamente para 
receber feedback, sendo assim elas os interpretam mal e se sentem 
magoadas com a intervenção, pois feedback em nossa cultura, ainda é 
percebido como uma crítica e implicará em reações emocionais 
imprevisíveis. Mesmo com toda a dificuldade é muito importante para nós 
darmos e recebermos feedback, seja ele positivo ou negativo para que 
possamos avaliar e corrigir os nossos erros e com isso melhorarmos como 
pessoas. 
Para superar as dificuldades de dar e receber Feedback, é necessário 
uma relação de confiança recíproca e o reconhecimento de que Feedback é 
um processo conjunto, diminuindo assim as barreiras entre o comunicador 
e o receptor. Devemos aprender a ouvir e expressar nossas opiniões sem 
reações emocionais defensivas e/ou ofensivas intensas. 
Todos nós gostamos de dar conselhos, pois de certa forma,isso nos 
faz sentirmos importantes, porém poderá vir daí o perigo de pensar no 
 
 
Feedback como uma forma de mostrar nossa inteligência e habilidade, não 
contribuindo assim para a verdadeira utilidade do Feedback para o receptor. 
Feedback de Grupo: 
O grupo também tem necessidade de receber informações sobre o seu 
desempenho. Ele pode precisar saber se há muita rigidez nos 
procedimentos, se está havendo utilização de pessoas e de recursos, qual o 
grau de confiança no líder e outras informações sobre o seu nível de 
maturidade como grupo. 
Os mesmos problemas envolvidos no feedback individual estão 
presentes no grupo em maior ou menor grau. Assim, o grupo pode receber 
feedback de: 
Membros atuando como participantes observadores. 
Membros selecionados para desempenhar uma função específica de 
observador para o grupo. 
Consultores externos ou especialistas que vêm para fazer observações, 
valendo-se de perspectivas mais objetivas. 
Formulários, questionários, folhas de reação, entrevistas. 
À medida que os membros amadurecem e desenvolvem suas 
habilidades em dar e receber feedback individual, tornam-se, também, 
hábeis em dar feedback ao grupo como um todo, sempre que necessário e 
oportuno. 
Os resultados individuais também servem de feedback individual: 
cada membro do grupo recebe um quadro com auto percepção e 
heteropercepção de seu superior imediato e de três subordinados seus 
 
 
A sessão de feedback é uma das mais ricas do laboratório de 
treinamento, tanto a nível individual quanto a nível grupal, permitindo aos 
membros processarem as informações individuais e grupais, sem 
defensividade, num clima aberto, de apoio mútuo e com abordagem de 
resolução de problemas. 
Alguns aspectos importantes que devem ser considerados dentro de 
uma organização para facilitar a interação interpessoal, satisfazendo o 
próprio funcionário, o chefe e a empresa. 
Fatores que contribuem para que a organização tenha equipes 
consolidadas ou em formação em que seus participantes tenham tais 
capacidades: 
 Propor mudanças nas quais acreditam; 
 Discutir as mudanças propostas, procurando compreender suas causas e 
avaliando as consequências; 
 Encorajar uns aos outros a expressarem suas ideias e seu potencial; 
 Buscar e repassar os conhecimentos; 
 Assumir a responsabilidade pelos resultados que a equipe produz; 
 Identificar e administrar conflitos na equipe, entre equipes, com 
fornecedores e clientes; 
 Negociar e otimizar recursos; 
 Dar e solicitar feedback; 
 Dar e solicitar apoio; 
 Desenvolver nas pessoas essa difícil habilidade de dar e buscar feedback; 
 Otimizar os resultados da empresa; 
 Ajudar a evitar erros e potencializar acertos; 
 Apoiar a linha de frente a deixar no cliente um gostinho de "quero mais"; 
Implantar acompanhamento e feedback do desempenho: 
 
 
 Definição de resultados a serem atingidos; 
 Sistemática de mensuração de resultados; 
 Definição de planos de auto desenvolvimento; 
 Sistemática de feedback; 
 Acompanhar evolução das pessoas: 
 Definir resultados a serem atingidos; 
 Pesquisar periodicamente a satisfação do cliente; 
 Acompanhar planos de autodesenvolvimento; 
 Dar periodicamente feedback aos fornecedores; 
 Rever continuamente os procedimentos para garantir resultados; 
 
COMPREENSÃO EMPÁTICA 
 
A compreensão dos outros, um dos aspectos mais importantes nas 
relações humanas, é a aptidão de se colocar no lugar do outro, ou seja, ver e 
perceber com os olhos do outro. A essa aptidão denominamos sensibilidade 
social ou empatia. 
Entende-se que empatia é diferente de simpatia, de antipatia ou apatia. 
Simpatia você sente em relação ao outro, quando esse outro lhe remonta 
lembranças, atitudes, ideias que lhe são agradáveis, que lhe atraem. 
 
 
Tem-se simpatia por Maria, sinto-me alegre se ela está alegre, triste se 
está triste e vibro com seus sucessos. 
Na atitude empática compreendo como Maria se sente (alegre ou triste) 
e sua maneira de agir em função desses sentimentos, mas não me envolvo 
neles. Sou capaz de compreendê-la, mas não de sentir o que ela sente 
(simpatia). A atitude empática independe da simpatia, não precisamos 
gostar nem simpatizar com a pessoa, precisamos ter sensibilidade para 
compreender como a pessoa se sente frente a uma determinada situação ou 
sentimento. 
Se você for lidar com pessoas, você deverá: 
Compreender as pessoas (sensibilidade social, empatia); 
Ter flexibilidade de ação (comportamento) em função das atitudes e 
sentimentos que você conseguiu empatizar. 
Flexibilidade de comportamento significa que você deve conduzir-se 
apropriadamente numa situação dada, com determinada pessoa. Veja os 
casos que seguem: 
Se Maria – criança de 05 anos me agride; 
Se Paulo – um adolescente de 13 anos me agride; Se meu pai – um 
adulto me agride; 
Se meu chefe – também adulto me agride; 
Se minha namorada – a quem amo, me agride... 
...não posso ter uma reação uniforme para com todos os casos. Se 
assim agir, não terei flexibilidade de comportamento, me faltou empatia 
(compreender o comportamento de cada um, com as suas peculiaridades). 
 
 
Isso significa que devo ter um repertório de condutas que varia 
conforme a situação e a pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este tipo de comportamento você poderá desenvolver submetendo-se 
a um treinamento em sensibilidade social e flexibilidade de 
comportamento. 
Você poderá começar a desenvolver sensibilidade social e flexibilidade 
de comportamento através- de: 
Melhor conhecimento de si próprio; 
Melhor compreensão dos outros; 
Melhor convivência em grupo; 
 
Desenvolvimento de aptidões para um relacionamento mais eficiente 
com os outros. 
RELAÇÕES 
HUMANAS 
 
REPERTÓRIO 
DE 
CONDUTA 
RELAÇÕES 
HUMANAS 
EMPATIA 
 FLEXIBILIDADE 
DE COMPORTAMENTO 
 
REPERTÓRIO 
DE 
CONDUTA 
 
 
 
MOTIVAÇÃO 
 
 
Conceito de Motivação 
Conjunto de forças internas que mobilizarão o indivíduo para atingir 
um dado objetivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou 
desequilíbrio. 
A palavra motivação vem do latim movere, que significa "mover". A 
motivação é, então, aquilo que é susceptível de mover o indivíduo, de levá-
lo a agir para atingir algo (o objetivo), e de lhe produzir um comportamento 
orientado. 
Ciclo motivacional: 
Necessidade. É o motivo, a razão de ser da ação. É provocada por um 
estado de desequilíbrio devido a uma carência ou privação (ex.falta de 
alimento no organismo). 
Impulso ou pulsão. É a atividade desenvolvida pela necessidade ou 
motivo, isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado 
sentido. (Ex.força que move o indivíduo para obter comida). 
Resposta. É a atividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para 
atingir algo. (ex.procurar comida). 
Incentivo. É o objetivo para o qual se orienta a ação. (Ex. ingerir o 
alimento). 
Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objetivo 
pretendido (depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece). 
 
 
Este comportamento sequencial volta a repetir-se sempre que se repete 
a necessidade que o provoca. 
Tipos de Motivação 
Não existe uma classificação para as motivações, mas várias.As 
motivações podem classificar-se em dois grandes grupos: 
Motivações fisiológicas (primárias, básicas, biológicas, orgânicas): 
as que estão ligadas à sobrevivência do organismo e não resultam de uma 
aprendizagem. Elas provocam no organismo certos impulsos para o 
restabelecimento do seu equilíbrio. Estas motivações encontram-se 
estreitamente ligadas com determinado estado interno do organismo. 
Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor, sono, etc. A 
homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio interno do 
organismo. 
Motivações sociais (secundárias, culturais): as que dependem 
essencialmente de aprendizagens, isto é, foram adquiridas no processo de 
socialização. Exemplos: Necessidade de convivência (afiliação), de 
reconhecimento, de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser 
subdividido, por exemplo, entre motivações sociais centradas no indivíduo 
e ou centradas na sociedade. 
Centradas no indivíduo (autoafirmação): desejo de segurança, 
de ser aceito, de pertencer a um grupo, de alcançar um estatuto social 
elevado, de enriquecer, etc. 
Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses 
particulares): respeito pelo próximo, de solidariedade, de amizade, de 
amor, etc. 
 
 
 
Há que questione esta divisão das motivações, afirmando que todas 
elas têm um fundo comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro motivo 
de todas as ações humanas. 
FRUSTRAÇÃO 
Quando o indivíduo está motivado para atingir um dado objetivo, e por 
um obstáculo qualquer não o consegue atingir, vive um estado de 
frustração. Este sentimento depende de muitos fatores: personalidade do 
sujeito, idade, natureza da motivação, tipo de obstáculo, etc. 
Reações à frustração. Não existe uma reação tipo para determinada 
frustração, as respostas às frustrações dependem de muitos fatores como 
acima aludimos. 
Comportamentos resultantes da frustração: 
Agressão (direta ou deslocada). Esta agressão denomina-se direta 
quando é dirigida contra a fonte que provocou a frustração, e deslocada se 
dirige para outras pessoas ou objetos. Ex. A criança agride o pai que a 
impede de brincar (agressão direta); A criança proibida de brincar, destrói 
os brinquedos com que o pai a impede de brincar (agressão deslocada); 
Ao longo do processo de socialização, o indivíduo aprende a lidar com 
as frustrações, inibindo, deslocando, dissimulando, ou compensando as 
suas manifestações de agressividade. Em situações extremas, o indivíduo 
pode dirigir as suas manifestações de agressividade deslocada para ele 
próprio (auto agressão). 
Apatia (indiferença ou inatividade). Face a contínuas frustrações o 
indivíduo pode cair na reação apática (indiferença perante a fonte da 
frustração). A pulsão motivadora do comportamento é reduzida ou 
eliminada. 
 
 
CONFLITO 
Estado de tensão que resulta de uma tensão interior vivida pelo sujeito 
quando se debate com motivações inconciliáveis. 
Kurt Lewin classificou os conflitos em três grupos: 
Conflito aproximação/ aproximação. Decisão sobre duas coisas 
desejáveis, mas incompatíveis. Ex.: Escolher entre uma festa e uma 
viagem; 
Conflito afastamento/ aproximação. Decisão sobre algo que 
comporta aspectos positivos, mas também negativos. Ex. Fazer uma 
viagem, mas ficar sem dinheiro. 
Conflito afastamento/ afastamento. Decisão sobre duas coisas 
igualmente desagradáveis, mas inevitáveis. Ex.: Para uma criança - comer a 
sopa ou ir para a cama. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO 
Principais teorias 
 
Teoria de Abraham Maslow. Este psicólogo, fundador da psicologia 
humanista, descreve o processo como o indivíduo passa das necessidades 
básicas, como se alimentar, a necessidades superiores como as cognitivas 
ou estéticas. Maslow estabelece uma estrutura hierarquia das necessidades 
partindo da ideia que se não se satisfaz uma necessidade básica, torna-se 
impossível satisfazer outras de ordem superior. Se tivermos fome 
(necessidade fisiológica), por exemplo, somos incapazes de nos 
concentrarmos em atividades estéticas. Esta ideia aplica-se a todas as 
atividades da vida humana, afirmando também que todos os homens 
aspiram à auto realização plena das suas potencialidades. 
1.Hierarquia das motivações (por ordem crescente): 
Necessidades fisiológicas (água, luz solar, alimento, oxigênio, sexo, 
alojamento); 
 
 
Necessidades de segurança (estar livre do medo e das ameaças, de não 
depender de ninguém, de autonomia, de não estar abandonado, de proteção, 
de confidencialidade, de intimidade, de viver num ambiente equilibrado); 
Necessidades de afeto ou de pertença (afiliação, afeto, 
companheirismo, relações interpessoais, conforto, comunicação, dar e 
receber amor); 
Necessidades de prestígio e estima social (respeito pela própria 
dignidade pessoal, elogio merecido, auto estima, individualidade, 
identidade sexual, identidade sexual, reconhecimento); 
Necessidades de auto realização e criatividade (auto expressão, 
utilidade, criatividade, produção, diversão e ócio); 
Cognitivas e de curiosidade, de conhecer o mundo (saber, inteligência, 
estudo, compreensão, estimulação, valia pessoal); 
Estéticas (realização de possibilidades, autonomia pessoal, ordem, 
beleza, intimidade, verdade, objetivos espirituais). 
 
2. Teoria Psicanalítica. O comportamento do indivíduo é motivado 
por uma energia libidinal, que se manifesta sob a forma de pulsões. As 
satisfações destas pulsões diminuem a tensão no indivíduo, mas também 
produzem prazer. Nem sempre está satisfação se revela aceitável, o que 
 
 
origina frustrações e conflitos. A fim de evitar as frustrações e os conflitos, 
e tendo em vista diminuir a tensão interna, os mecanismos de controlo 
do ego (Eu), recorrem a várias estratégias para a controlarem estas 
tensões e obterem alguma satisfação das pulsões Na maior parte tratam-se 
de respostas elaboradas pelo inconsciente, sem que o indivíduo se dê conta 
disso. 
PRINCIPAIS MECANISMOS DE DEFESA DO EGO: 
Recalcamento: Processo de esquecimento inconsciente de lembranças 
desagradáveis. Os desejos e sentimentos inaceitáveis são mantidos no 
inconsciente. 
Repressão: Processo voluntário e consciente pelo qual o indivíduo 
esquece ou repele da consciência lembranças desagradáveis. 
- Regressão: Retorno do indivíduo a formas de comportamento 
próprias de uma idade inferior à sua, nomeadamente a aquelas em que se 
sentia seguro e confiante. 
Projeção: Os desejos próprios são atribuídos a outras pessoas. O 
indivíduo atribui a outros desejos que são seus. 
Identificação. Adoção de comportamentos daqueles que nos 
impressionam e se nos impõe como modelos de comportamento. 
Sublimação: Substituição do objetivo da pulsão por outro socialmente 
aceite e estimável. Deste modo o desejo é satisfeito de modo indireto. 
Racionalização: Justificação, a posteriori, com o intuito de evitar 
sentimentos de inferioridade que ponham em risco a auto estima. 
 
 
Compensação: Realização de atividades inferiores para compensar 
outras tidas como superiores, mas face às mesmas o indivíduo manifesta 
medos ou assume certas incapacidades para a sua realização. 
Transferência: Mudança de um objeto proibido das pulsões para 
outro, relacionado com aquele, mas socialmente aceitável e socialmente 
aceitável. 
O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL? 
 
A Inteligência Emocional estárelacionada a habilidades tais como 
motivar a si mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, 
canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificação 
prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores 
talentos, e conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns. 
(Gilberto Vitor) 
Daniel Goleman, em seu livro, mapeia a Inteligência Emocional em 
cinco áreas de habilidades: 
Auto - Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento 
enquanto ele ocorre. 
Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios 
sentimentos, adequando-os para a situação. 
Auto - Motivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial 
para manter-se caminhando sempre em busca. 
Reconhecimento de emoções em outras pessoas. 
Habilidade em relacionamentos interpessoais. 
 
 
As três primeiras acima se referem à Inteligência Intrapessoal. As 
duas últimas, a Inteligência Interpessoal. 
 
IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES 
 
Sobrevivência: Nossas emoções foram desenvolvidas naturalmente 
através de milhões de anos de evolução. Como resultado, nossas emoções 
possuem o potencial de nos servir como um sofisticado e delicado sistema 
interno de orientação. Nossas emoções nos alertam quando as necessidades 
humanas naturais não são encontradas. Por exemplo, quando nos sentimos 
sós, nossa necessidade é encontrar outras pessoas. Quando nos sentimos 
receosos, nossa necessidade é por segurança. Quando nos sentimos 
rejeitados, nossa necessidade é por aceitação. 
Tomadas de Decisão: Nossas emoções são uma fonte valiosa da 
informação. Nossas emoções nos ajudam a tomar decisões. Os estudos 
mostram que quando as conexões emocionais de uma pessoa estão 
danificadas no cérebro, ela não pode tomar nem mesmo as decisões 
simples. Por quê? Porque não sentirá nada sobre suas escolhas. 
Ajuste de limites: Quando nos sentimos incomodados com o 
comportamento de uma pessoa, nossas emoções nos alertam. Se nós 
aprendermos a confiar em nossas emoções e sensações isto nos ajudará a 
ajustar nossos limites que são necessários para proteger nossa saúde física e 
mental. 
Comunicação: Nossas emoções ajudam-nos a comunicar com os 
outros. Nossas expressões faciais, por exemplo, podem demonstrar uma 
grande quantidade de emoções. Com o olhar, podemos sinalizar que 
precisamos de ajuda. Se formos também verbalmente hábeis, juntamente 
 
 
com nossas expressões teremos uma possibilidade maior de melhor 
expressar nossas emoções. 
Também é necessário que nós sejamos eficazes para escutar e 
entender os problemas dos outros. 
União: Nossas emoções são talvez a maior fonte potencial capaz de 
unir todos os membros da espécie humana. Claramente, as diferenças 
religiosas, cultural e política não permitem isto, apesar dar emoções serem 
"universais". 
 
 ÉTICA E CIVILIZAÇÃO 
 
Os seres humanos agem conscientemente, e cada um de nós é senhor 
de sua própria vida. Mas como resolvemos o que fazer? Você em algum 
lugar já pensou em como você toma as decisões sobre o que fazer em 
determinada situação? Você age impulsivamente, fazendo ―o que der na 
 
 
telha‖ ou analisa cuidadosamente as possibilidades e as consequências, 
para depois resolver o que fazer? 
A filosofia pode nos ajudar a pensar sobre a nossa vida. Chama-se 
ética a parte da filosofia que se dedica a pensar as ações humanas e os seus 
fundamentos. Um dos primeiros filósofos a pensar a ética foi Aristóteles, 
que viveu na Grécia no século IV aC . Esse filósofo ensinava numa escola à 
qual deu o nome de Liceu, e muitas de suas obras são resultado das 
anotações que os alunos faziam de suas aulas. As explicações sobre a ética 
foram anotadas pelo filho de Aristóteles chamado Nicômaco, e por isso esse 
livro é conhecido por nós com o título de Ética a Nicômaco. 
Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que 
marcou decisivamente o modo de pensar ocidental. O filósofo ensinava que 
todo o conhecimento e todo trabalho visa a algum bem. O bem é a 
finalidade de toda ação. A busca do bem é o diferente é o que difere a ação 
humana da de todos os outros animais. 
Ele perguntou: Qual é o mais alto de todos os bens que se podem 
alcançar pela ação? E como resposta encontrou: a felicidade. Essa resposta 
formulada pelo filósofo encontra eco até nossos dias. Tanto o homem do 
cotidiano como todos os grandes pensadores estão de acordo que a 
finalidade da vida é ser feliz. Identifica-se o bem viver e o bem agir com o 
ser feliz. 
No entanto, disse Aristóteles, a pergunta sobre o que é felicidade não é 
respondida igualmente por todos. Cada um de nós responde de uma forma 
singular. Essa singularidade na resposta é partilhada por outros indivíduos 
com os quais convivemos. Portanto, no processo de nossa educação 
familiar, religiosa e escolar aprendemos a identificar o ser feliz com os 
valores que sustentam nossas ações. 
 
 
Toda a produção humana consiste em criar condições para que o 
homem seja feliz. Todas as religiões, as filosofias de todos os tempos, as 
conquistas tecnológicas, as teorias científicas e toda a arte são criações 
humanas que procuram apresentar condições para a conquista da felicidade. 
O processo civilizatório iniciou-se com a promessa da felicidade. 
 
RACIONALIDADE E LIBERDADE 
O mesmo Aristóteles caracterizou os humanos como seres racionais 
que falam. A dimensão anímica ou psíquica (psique=alma) dos seres 
humanos foi concebida pelo filósofo como um conjunto de duas partes: uma 
racional e a outra privada de razão. A primeira se expressa pela atividade 
filosófica e matemática. A Segunda, por seus elementos vegetativos e 
apetitivos. Isso permitiu a hierarquização dos seres humanos. 
Pela Segunda parte da alma, somos iguais a todos os outros animais. 
Movidos pelos instintos primários (fome, sede, sono, reprodução), somos 
guiados pela necessidade de sobrevivência. Todos os seres humanos tem 
em comum um problema único a resolver: como sobreviver. Necessitamos 
de alimentos para aplacar nossa fome; de água para saciar a sede: dormir 
para perpetuar a espécie. Mas o que nos diferencia dos outros animais? 
Segundo Aristóteles, é a racionalidade. Nós somos capazes de planejar 
nossas ações, de realizar escolhas e julgá-las, determinando seu valor. 
Agimos acreditando que estamos fazendo o bem e, mesmo quando julgamos 
mal nossas ações, é sempre o bem que estabelece o critério de tal 
julgamento. 
Assim, os seres humanos identificam-se como tais pelas distinções 
que são capazes de estabelecer com os outros animais e, por conseguinte, 
com todo o reino da natureza. Os seres humanos definem-se pela 
 
 
capacidade de pensar, falar, trabalhar e amar. Ainda com Aristóteles, 
podemos identificar três coisas que controlam a ação: sensação, razão e 
desejo. A primeira não é princípio para julgar ação, pois também os outros 
animais possuem sensação, mas não participam da ação. 
 
A ação é um movimento deliberativo, isto é, a origem da ação é a 
escolha. Os homens diferem dos demais animais porque são capazes de 
realizar escolhas. O desejo está na raiz dessas escolhas: a razão é o seu 
guia. Para Aristóteles, o desejo é a força motriz, o impulso gerador de todas 
as nossas ações. Mas esta força motriz deve seguir o curso traçado pela 
razão. A razão guia, conduz o desejo ao encontro de seu objetivo. 
Realizar escolhas é eleger objetos para o desejo. O critério das 
escolhas é sempre racional. O motivo é sempre emocional,ou seja, 
impulsionados pelo desejo movemo-nos em direção aos objetos. Nesse 
sentido, a capacidade racional de realizar escolhas permite-nos afirmar 
nossa condição de liberdade. O exercício da liberdade é a capacidade de 
escolher. Nisso os seres humanos podem se desviar do determinismo pelo 
padrão genético de suas espécies. Quando olhamos um filhote de cachorro, 
por exemplo, somos capazes de dizer seu comportamento futuro. Ao olhar 
 
 
para um bebê é impossível prever seu comportamento, suas ações e suas 
intenções. 
É a escolha que define o caráter de um ser humano. Suas virtudes se 
manifestam nas escolhas que realiza no curso de sua condição mortal. Aqui 
se apresentam algumas questões éticas de grande relevância. Quais os 
critérios que norteiam as escolham que um homem faz em sua vida? Quais 
são os valores que pautam suas ações? Quais objetivos pretende atingir com 
quais meios efetivará sua realização? Afirma-se que toda ação deve ser 
justa e boa. Mas, o que determina a justiça e a bondade? O que é ser justo? 
O que é ser bom? 
 
No exercício da liberdade, cada um de nos se relaciona com outros 
indivíduos e dessas relações emerge a realidade social. Chamamos sociais 
nossas relações com os outros no mundo. A sociedade é uma construção 
histórica pautada numa lei fundamental: é proibido matar o semelhante. No 
entanto, numa rápida olhada em qualquer jornal, por exemplo, descobrimos 
que o assassinato é praticado das mais diferentes formas: guerras, fome, 
assaltos, atentados, terroristas...Vez ou outra, ouvimos dizer que essas 
ações são desumanas. Mas como, se foram praticadas por seres da mesma 
espécie, animais racionais? 
 
 
 CIVILIZAÇÃO E VALORES 
A civilização parece não respeitar a lei fundamental que criou para 
que pudesse existir. É proibido matar! Se existem práticas homicidas, os 
critérios de bondade e justiça não são cumpridos. Os assassinatos revelam o 
conflito irremediável entre a liberdade e a lei. A lei foi constituída para 
garantir o exercício da liberdade. No entanto, acaso deveríamos julgar 
livres os indivíduos que praticam crimes? Seriam eles livres em suas ações 
ou não? O critério de justiça determina a prisão (perda da liberdade) para 
quem cometer homicídio. Mas por que os pobres são condenados à prisão? 
Por que os chamados ―crimes de colarinho-branco‖ não são punidos com a 
prisão? Observe que essas questões remetem ao chamado da reflexão ética. 
Em 1930, um médico vienense chamado Sigmund Freud – o criador 
da psicanálise – publicou um livro com o sugestivo título O mal-estar na 
civilização. Nessa obra, Freud fez um diagnóstico do processo civilizatório 
e constatou que os seres humanos estão condenados a viver nesse conflito 
irremediável entre as exigências pulsionais (a liberdade) e as restrições (as 
leis). 
Freud Retoma a clássica questão aristotélica que atravessa toda a 
história ocidental: O que os homens pedem da vida e o que desejam nela 
realizar? A resposta é categórica: a felicidade. Os homens querem ser 
felizes e assim permanecer. Toda ação tem em vista a conquista da 
felicidade. 
Par analisar por que nos afastamos desse propósito, Freud apresenta 
uma reflexão decisiva para pensarmos a Ética civilizatória como processa 
de felicidade: ―Grande parte das lutas humanas centraliza-se em torno da 
tarefa única de encontrar uma acomodação conveniente – isto é, uma 
acomodação que traga felicidade – entre essa reinvindicação do indivíduo 
 
 
(liberdade) e as reivindicações culturais do grupo (leis), e um dos 
problemas que incide sobre o destino da humanidade é o saber se tal 
acomodação pode ser alcançada por meio de alguma específica de 
civilização (religião, ciência, filosofia, arte) ou se esse conflito é 
irreconciliável‖ (p.116). A posição de Freud é clara: o conflito é 
irremediável. 
A tarefa da civilização é humanizar esse animal racional chamado 
homem. Acompanhando os argumentos de Freud na obra citada, podemos 
encontrar elementos para caracterizar o processo civilizatório construído 
pelos seres humanos. A civilização é concebida como tudo aquilo por meio 
do que a vida humana se elevou acima de sua condição animal. Os 
humanos são seres da cultura. A cultura é a morada do homem. O acesso 
aos bens culturais produzidos em toda a história é o que define nossa 
condição humana. O homem é um animal cujo maior desejo é tornar-se 
humano. 
A elevação apontada por Freud é o que diferencia dos outros animais. 
A vida humana difere da vida dos animais em dois aspectos: os 
conhecimentos e as capacidades adquiridas para controlar as forças da 
natureza; e os regulamentos (leis, normas, regras) para ajustar as relações 
dos homens uns com os outros. 
Na luta pela sobrevivência em um mundo sombrio e assustador, o 
animal racional teve de enfrentar três grandes desafios: o poder superior da 
natureza, que nos ameaça com forças de destruição, a fragilidade de seu 
próprio corpo, condenado à dissolução; e as leis que regulam suas ações 
sociais. Os conhecimentos científicos e tecnológicos procuram responder a 
esses desafios. As práticas religiosas, os sistemas de crenças também. As 
 
 
teorias filosóficas e as produções artísticas inserem-se nessa tarefa de 
encontrar caminhos para esses desafios humanos. 
A conclusão derradeira de Freud é que a civilização tem que ser 
defendida contra o indivíduo e que seus regulamentos, suas instituições e 
suas ordens dirigem-se a essa tarefa (...) fica-se com a impressão de que a 
civilização é algo que foi imposto a uma maioria resistente por uma 
minoria que compreendeu como obter a posse dos meios de poder e 
coerção, somos submetidos ao processo civilizatório. Desde o nascimento 
até a morte, somos atravessados pelos critérios que sustentam a civilização: 
o bem e a justiça. 
Finalmente, como relacionar à ética (instância individual) e 
civilização (instância coletiva)? A ética, pensada no campo da lei, leva-nos 
às mesmas conclusões que Freud. Ao obter a posse dos meios de poder e 
coerção, uma minoria impõe seus valores à grande maioria que resiste. Mas 
a conclusão de Freud nos permite pensar o poder também como resistência 
por parte da maioria. Nesse caso, o Estado aparece como o grande 
gerenciador desse conflito, por meio de seu sistema de leis e práticas de 
coerção (prisão, por exemplo). 
 
Há outra forma também de pensarmos a ética: como exercício 
estético. Em meio a esse conflito irreconciliável entre as exigências 
individuais por liberdade e as restrições impostas pelo regulamento social, 
podemos criar condições para instaurar uma ética da beleza: fazer da vida 
 
 
uma obra de arte, criar condições para que cada um produza sua própria 
vida como quem esculpe o mármore ou pinta uma tela. O mármore ou a tela 
seriam as imposições/restrições impostas pela civilização e das quais 
podemos escapar, mas, como sujeito de nossa vida pode esculpir/pintar 
com o formão e o pincel de nossa liberdade. 
 ÉTICA E VALORES 
 
 
S 
(A família à qual pertence; a classe econômica da qual faz parte 
aquela família; a raça da qual faz parte; a religião; o país onde nasceu ...). 
Conjunto de informações a respeito da vida – entre tantas informações 
questões ligadas a ―Justiça Social‖. Ocorrência: Valores diferenciados para 
fatos e coisas. 
 
 
 
Exemplo: 
Na escalade valores de uma família de baixa renda, o valor atribuído 
às necessidades básicas, certamente, encontra-se em patamar superior ao do 
valor atribuído às necessidades menos imediatas, como o lazer. Esse 
quadro é diferente quando a escala de valores é de uma família de alta 
renda, cujas necessidades básicas já estão, a priori, totalmente atendidas. 
Portanto, quanto maior o distanciamento verificado entre as condições 
de vida das pessoas, certamente maior será a diferença no que se refere ao 
conjunto de informações recebido de forma individual, da mesma forma 
que diferentes serão as necessidades a que cada um a busca atender de 
maneira mais imediata, vale dizer, maior será o distanciamento entre seus 
valores. 
 
Objetivos diferentes valores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA E LEI 
 
O conceito ou preceito ético é uma regra aplicável à conduta humana. 
O preceito possui duas características essenciais: 
Destina-se a adequar a ação humana ao conceito do bem e da moral. 
Pode ser aplicado pela simples determinação do
 ser humano, independentemente de qualquer coação externa. 
Como os preceitos éticos são regras, muitos estudiosos aplicam-lhes o 
princípio – típico das normas jurídicas – da possibilidade de não 
atendimento sem violação dos princípios. 
Essa corrente de pensamento aceita a ideia de que um comportamento 
pode não ser exatamente de conformidade com a regra ética, mas mesmo 
assim pode não contrariar esse preceito. Para qualificar esse 
comportamento, tais pensadores utilizam a palavra aética, que é um 
comportamento que não é ético, mas que também não contraria a regra 
ética. 
 
 
Não concordamos com tal corrente de pensamento. Por essa razão, para 
nós os comportamentos valorados à luz das regras ética só podem ser éticos 
ou antiéticos. 
A lei é uma norma aprovada pelo povo de um país, que possui as 
seguintes características fundamentais: 
Resulta de um processo formal de elaboração, do qual a sociedade 
participa diretamente ou através de seus representantes. 
É dotada de sanção, ou seja, a sua desobediência gera uma penalidade. 
É sempre atribuída, o que significa que cada direito outorgado a 
alguém impõe um dever, para a mesma ou para outra pessoa. 
 
CONCEITO DA ÉTICA 
 
Pode-se, de forma simplificada, definir o termo ética como sendo um 
ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou 
errado. 
Uso popular do termo ética: Ética diz respeito aos princípios de 
conduta que norteiam um indivíduo ou grupo de indivíduos. 
 
 
A expressão ética pessoal é normalmente aplicada em referência aos 
princípios de conduta das pessoas em geral. 
A expressão ética profissional serve como indicativo de conjunto de 
normas que baliza a conduta dos integrantes de determinada profissão. 
Os filósofos referem-se à ética para denotar o estudo teórico dos 
padrões de julgamentos morais, inerentes às decisões de cunho moral. 
A reflexão ética não pode pretender converter os agentes sociais em 
indivíduos éticos, mas pode instrumentalizá-los para que decidam 
consequentemente, de acordo com o que a coletividade espera deles. 
A ética representa, pois, uma tomada de posição ideológica- filosófica 
que remete aos interesses sociais envolvidos. 
A moral, como sinônimo de ética, pode ser conceituada como o 
conjunto de normas que, em determinado meio, granjeiam a aprovação para 
o comportamento dos homens. 
 
A ética, como expressão única do pensamento correto, conduz à ideia 
da universalidade moral, ou ainda, à forma ideal universal do 
 
 
comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo o 
pensamento normal e sadio. 
 
CONCEITOS DA ÉTICA PROFISSIONAL 
 
As lideranças sociais têm um poder e uma responsabilidade decisivos 
em relação à ética. Nenhuma nação, povo, ou grupo social pode realizar seu 
projeto histórico sem lideranças. A liderança social é o elemento de ligação 
entre os interesses do grupo social e as oportunidades históricas disponíveis 
para realizá-los. A responsabilidade ética da liderança, portanto, se pudesse 
ser medida, teria o tamanho e o peso dos direitos reunidos de todos aqueles 
que ela representa e lidera. 
A liderança social tem uma tripla responsabilidade ética: institucional, 
pessoal e educacional. Institucional, porque devem cumprir fiel e 
estritamente os deveres que lhe são atribuídos. 
Liderança pessoal porque devem ser cada uma delas, um exemplo de 
cidadania: justas e eticamente íntegras. Liderança educacional porque, além 
 
 
de ser um exemplo, deve dialogar com os que ela lidera, de modo a ampliar 
a sua consciência política e a fazê-los crescer na cidadania. 
A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo. 
Tratam dos costumes, deveres e modo de proceder dos homens com os 
outros homens, segundo a justiça e a equidade natural, ou seja, os princípios 
éticos e morais são na verdade os pilares da construção de uma identidade 
profissional e sua moral mais do que sua representação social contribui com 
a formação da consciência profissional. 
Os princípios éticos e morais são, na verdade, os pilares da construção 
de um profissional que representa o Direito Justo, distinguindo-se por seu 
talento e principalmente por sua moral e não pela aparência. 
 
A ÉTICA PROFISSIONAL E A FILOSOFIA DO AGIR HUMANO 
– O SER ÉTICO/AXIOLÓGICO. 
É a vida do bem em organizações humanas. A vida plenamente 
humana, ―programa pedagógico esse que visa formar o jovem Técnico em 
Metalurgia, que participa da cidadania, assumindo com plena consciência a 
recíproca relação entre direitos e deveres‖, consiste essa mesma existência 
da esfera profissional. Esse mundo humano – ser ético/axiológico não é 
uma dádiva da natureza. 
É uma conquista cultural. Destino das sociedades institucionalizadas, 
em sua dimensão ético-profissional, a de enveredarem pelos obscuros 
caminhos da cidade sem lei. 
A ética é aplicada no campo das atividades profissionais. Assim, a 
ética profissional do estudante de Técnico de Metalurgia e demais outras 
profissões. A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação 
 
 
humana ―o fazer‖ e ―o agir‖ estão interligados. O fazer diz respeito à 
competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer 
bem a sua profissão. 
O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que 
deve assumir no desempenho de sua profissão. 
O estudo e o conhecimento da Deontologia (do grego deontos = dever 
e logos = tratado) se voltam para a ciência dos deveres, no âmbito de cada 
profissão. 
É o estudo dos direitos, emissão de juízos de valores, compreendendo 
a ética como condição essencial para o exercício de qualquer profissão. 
A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana ―o 
fazer‖ e ―o agir‖ estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à 
eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua 
profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes 
que deve assumir no desempenho de sua profissão. 
Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que visam 
estabelecer certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se 
diferenciam. 
 
 
 
A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma 
formade garantir o seu bem-viver. Independe das fronteiras geográficas e 
garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas 
utilizam este mesmo referencial moral comum. 
O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada 
pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, que valem 
apenas para a área geográfica onde uma determinada população ou seus 
delegados vivem. 
A ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, 
justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos seus objetivos é a busca 
de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é 
diferente de ambos – Moral e Direito – pois não estabelece regras. 
 
ÉTICA PROFISSIONAL: QUANDO SE INICIA ESTA 
REFLEXÃO? 
Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão 
deve iniciar bem antes da prática profissional. A fase da escolha 
profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser 
permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao 
escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. 
Geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer 
o conjunto de deveres que está prestes a assumir, tornando-se parte daquela 
categoria. 
Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências 
e habilidades, referentes à prática específica numa determinada área, devem 
incluir a reflexão, antes do início dos estágios. Ao completar a formação em 
 
 
nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e 
comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa. 
Isso caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, a adesão 
voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais 
adequadas para o seu exercício. 
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que 
não estão descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a 
todas as atividades que uma pessoa pode exercer. 
Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo 
quando exercidas solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto 
maior de atividades que dependem do bom desempenho desta. 
Uma postura proativa, por exemplo, é não ficar restrito às tarefas 
solicitadas, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que 
temporário. 
Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer e juntar o 
lixo, mas você pode também tirar o lixo que vê que está prestes a cair na 
rua, podendo futuramente entupir uma saída de escoamento e causando 
uma acumulação de água quando chover. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA PROFISSIONAL E RELAÇÕES SOCIAIS 
 
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento 
de água da chuva; o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há 
umidade no local destinado para colocar caixas de alimentos; o médico 
cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de completar a 
cirurgia; a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma 
senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou 
desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro que 
utiliza o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos 
estão agindo de forma eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o 
que não é visto, ou aquilo que, alguém vendo, não saberá quem fez. 
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os 
profissionais, as pessoas que dependem deles. Há, porém muitos aspectos 
não previstos especificamente e que fazem parte do compromisso do 
profissional com a ética, aquele que, independentemente de receber 
elogios, faz a coisa certa. 
QUAIS OS LIMITES DE UM CÓDIGO DE ÉTICA? 
Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém 
deveria ter força simbólica para tal. Embora um código de ética possa 
 
 
prever sanções para os descumprimentos de seus dispositivos, estas 
dependerão sempre da existência de uma legislação, que lhe é juridicamente 
superior, e por ela limitado. Por essa limitação, o código de ética é um 
instrumento frágil de regulação dos comportamentos de seus membros. 
Essa regulação só será ética quando o código de ética for uma 
convicção que venha do íntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade 
do processo de elaboração do código de ética, para que ele tenha a força da 
legitimidade. 
Quanto mais democrático e participativo esse processo, maiores as 
chances de identificação dos membros do grupo com seu código de ética e, 
em consequência, maiores as chances de sua eficácia. 
O princípio fundamental que constitui a ética é este: o outro é um 
sujeito de direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. 
O fundamento dos direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a 
sua liberdade (possibilidade) de viver plenamente. 
As obrigações éticas da convivência humana devem pautar-se não 
apenas por aquilo que já temos, realizamos, somos, mas também por tudo 
aquilo que poderemos vir a ter, a realizar, a ser. As nossas possibilidades de 
ser são parte de nossos direitos e de nossos deveres. É parte da ética da 
convivência. 
A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade. A moral 
tradicional do liberalismo econômico e político acostumaram-nos a pensar 
que o campo da ética é o campo exclusivo das vontades e do livre arbítrio 
de cada indivíduo. Nessa tradição, também, a organização do sistema 
econômico, político, jurídico seria uma coisa ―neutra‖, ―natural‖, e não 
uma construção consciente e deliberada dos homens na sociedade. 
 
 
ÉTICA E SISTEMA ECONÔMICO 
 
O sistema econômico é o fator mais determinante de toda a ordem (e 
desordem) social. É o principal gerador dos problemas, assim como das 
soluções éticas. O fato de o sistema econômico parecer ter vida própria, 
independente da vontade dos homens, contribui para ofuscar a 
responsabilidade ética dos que estão em seu comando. 
O sistema econômico mundial, do ponto de vista dos que o 
comandam, é uma vasta e complexa rede de hábitos consentidos e de 
compromissos reciprocamente assumidos, o que faz parecer que sua 
responsabilidade ética individual não existe. 
A moral dominante do sistema econômico diz que pelo trabalho 
qualquer indivíduo pode ter acesso à riqueza. A crítica econômica diz que a 
reprodução da miséria econômica é estrutural. Sendo assim, dentro de uma 
visão ética, pode se dizer que se exigem transformações radicais e globais na 
estrutura do sistema econômico. 
 
 
ÉTICA E MEIO AMBIENTE 
 
A voracidade predatória do sistema econômico vigente o faz enxergar 
a natureza tão somente como fonte de matérias-primas para a produção de 
mercadorias. Com isso, a natureza torna-se ela própria uma mercadoria. 
O trabalho é a ação humana que transforma a natureza para o homem. 
Mas, para que cumpra essa finalidade de sustentar e humanizar o homem 
deve realizar-se de modo auto sustentável para a natureza e para o homem. 
A voracidade predatória de nosso sistema econômico está rompendo 
perigosamente o equilíbrio de auto-sustentabilidades entre a natureza e 
o homem. Preservar e cuidar da natureza são o mesmo que preservar e 
cuidar da humanidade, das gerações atuais e futuras. Preservar e cuidar do 
meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da natureza humana. 
O pensamento pós-moderno rejeita o conceito defendido pela 
modernidade de que existem verdades

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