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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS JOÃO UCHOA – 2020.01 Caso Concreto – Aula 10 O Estado do Rio de Janeiro decide alterar a sua legislação tributária relativa ao ITCMD para aumentar as alíquotas do imposto e, portanto, aumentar sua arrecadação. Em função disso, aumenta a alíquota progressiva do tributo diante de falta de autorização expressa da Constituição alíquota do imposto para 4,5% (quando se tratar de transferências realizadas em montante de até 400.000 unidades fiscais de referência) e de 5% (quando se tratar de transferências em montante superior a 400.000 unidades fiscais de referência). Contribuinte questiona a neste sentido. Assim tratando, analise como se posiciona o Supremo Tribunal Federal sobre o assunto. Doutrinariamente, tanto o ITCMD, quanto o ITBI são classificados como impostos reais. Está difundida na doutrina a posição de que um imposto, quando "classificado como um imposto real, incide sobre determinado bem e, ipso facto, não admite a progressividade". Com base na tese de que impostos reais não podem ser progressivos e que as hipóteses de adoção de alíquotas progressivas têm que estar expressamente previstas em texto constitucional para serem legítimas, o STF editou a súmula 656, que dispõe: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o ITBI com base no valor venal do imóvel.” Em sentido contrário, o §1º do art. 145 da Constituição Federal dispõe: “ Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” Por esta regra, os impostos obedecerão ao princípio da capacidade contributiva, sempre que possível. No julgamento do RE 562.045/RS, realizado pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal – que mudou o entendimento da Corte -, o Min. Eros Grau, em seu voto-vista, posicionou-se a respeito da regra retro mencionada: (...) todos os impostos podem e devem guardar relação com a capacidade contributiva do sujeito passivo e não ser impossível aferir-se a capacidade e contributiva do sujeito passivo do ITCD. Ao contrário, tratando-se de imposto direto, a sua incidência poderá expressar, em diversas circunstâncias, progressividade ou regressividade direta. Todos os impostos – repito - estão sujeitos ao princípio da capacidade contributiva, especialmente os diretos, independentemente de sua classificação como de caráter real ou pessoal; isso é completamente e irrelevante Portanto, o entendimento atual do STF é de que todos os impostos estão sujeitos ao princípio da capacidade contributiva sempre que possível. Questão objetiva O Decreto nº 3.000/99, conhecido na prática por RIR/99, estabelece, em seu art. 1º, que: “O Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza será cobrado e fiscalizado de conformidade com o disposto neste Decreto.” Ao contemplar a cobrança do Imposto Renda sobre toda e qualquer forma de renda e provento, nos limites da Lei, o artigo está contemplando o critério da A ( ) anterioridade. B ( ) capacidade contributiva. C (X) generalidade. D ( ) legalidade. E ( ) universalidade.
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