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01 Os principais conceitos da educação a distância

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Pos fael
01 Os principais conceitos da educação a distância
Ao término deste capítulo, você estará por dentro do significado de alguns termos relacionados à educação a distância. É muito importante que você entenda esses termos, pois vai se deparar com eles a todo o momento a partir de agora. Vamos lá?
Modulo 1
Breve histórico da Educação a Distância no Brasil
Antes de falarmos sobre a história da Educação a Distância (EaD) em nosso país, vamos tratar do conceito de educação e a sua importância. Para você, o que significa educação? Você já se questionou à respeito? Vamos refletir um pouco sobre isso. A educação se constitui um direito fundamental dos seres humanos e há vários documentos que atestam isso ao redor do mundo.
Voltando à definição de educação, Giusta (2003, p. 26) nos diz que a educação é o “processo de formação humana, cujas finalidades podem ser resu¬midas no preparo do aluno para o exercício da cidadania”. Há outras definições sobre educação, mas o nosso objetivo, nesta unidade, é apresentar a educação a distância. Então, é importante que você saiba que, antes de tudo, a Educação a Distância é Educação.
Conforme lembram Sousan e Arafen (2010), a definição tradicional que conhecemos de Educação a Distância apresenta pelo me¬nos quatro componentes: a educação (ensino e aprendizagem), a divergên¬cia geográfica ou temporal, um meio de transmissão (tecnologia) e as infor¬mações ou conteúdos de comunicação. Ou seja, a educação a distância é uma modalidade de ensino mediada por tecnologias.
Saiba que essa é uma modalidade de ensino que não é recente no país. Os fatos históricos indicam que o primeiro marco da EaD no Brasil ocorreu no início do século XX e que a principal tecnologia empregada era o papel, depois veio a rádio e posteriormente a televisão (ALVES, 2009).
Você conhece ou já ouviu falar de alguém que tenha estudado nessa época? Que tal perguntar aos seus parentes se eles tiverem acesso a essa modalidade de ensino e realizar uma comparação com a EaD executada atualmente?
A partir da década de 1970 até o final da década de 1980, houve uma diminuição do ritmo de crescimento da EaD no Brasil.
Não podemos negar que o grande impulso para a expansão da EaD foi a popularização de algumas tecnologias, tais como o rá¬dio, o VHS, o DVD, e o computador e a internet, mais recentemente.
A partir de 1990 e com o aumento das políticas de acesso e inclusão ao ensino superior, houve um aumento bem significativo no que se refere ao acesso a essa modalidade de ensino.
Você já teve a oportunidade de estudar a distância anteriormente? Conhece alguém que já tenha tido essa oportunidade?
Se você nunca teve a oportunidade de estudar a distância, saiba que, agora, faz parte dos milhões de alunos que se matriculam nessa modalidade todo ano. No último Censo da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância, constatou-se que somente em 2018, mais de 4 milhões de alunos se matricularam em cursos totalmente a distância e semipresenciais (ABED, 2019).
Esse número tem aumentado a cada ano, pois essas pessoas estão buscando aprimoramento profissional, ao mesmo tempo em que precisam conciliar o tempo com o trabalho e os compromissos pessoais. Nem todas as pessoas conseguem frequentar cursos presenciais, seja pela carga horária exigida pela profissão que exercem, seja porque não existem instituições de ensino nos locais onde vivem. Os cursos a distância, portanto, tornam-se uma possibilidade de formação para os mais variados perfis de alunos.
Não só nos ambientes acadêmicos, mas também em empresas a educação a distância representa uma nova forma de capacitação, que permite otimizar o tempo e seguir com uma rotina de estudos que melhor se adapte a cada realidade.
Vamos pensar na seguinte situação: pessoas que trabalham num regime de trabalho 12 x 36, isto é, trabalham 12 horas seguidas e folgam 36 horas seguidas, assim sucessivamente. Para esses trabalhadores, seria complicado manter uma rotina de ir até uma faculdade todos os dias. Por outro lado, têm horas de descanso que poderiam ser utilizadas para seu aprimoramento profissional. Pense também em uma mãe que acabou de ter um filho e quer continuar estudando. Ela pode conciliar o cuidado com o bebê e reservar algumas horas de estudo por dia para ler, realizar atividades e interagir com outros alunos, tudo on-line. Agora pense em alguém que mora numa cidade muito pequena, que não possui instituição de ensino superior. Ela teria que mudar de cidade e deixar sua família em busca de formação. Porém, se tiver um computador e acesso à internet, pode fazer sua graduação em casa, dirigindo-se a um polo presencial somente nas ocasiões em que deve realizar as provas. Isso acontece com muitos alunos que vivem nas regiões norte e nordeste, ou em locais afastados das capitais, desprovidos de faculdades. Outro exemplo são as pessoas com dificuldade de locomoção, como idosos ou cadeirantes. Para eles, torna-se mais confortável estudar em casa, onde têm a infraestrutura necessária que muitas vezes não encontram ao se deslocarem pela cidade.
Além dessas realidades apontadas anteriormente, a EaD também tem sido utilizada em ambientes corporativos e públicos como forma de qualificar os seus trabalhadores.
Porém, mesmo sendo uma modalidade de ensino com aspectos bem positivos, é alvo de diversas críticas, tais como o isolamento dos alunos e a falta do relacionamento interpessoal no processo de ensino e aprendizagem, ou ainda a ideia de que é uma modalidade mais fácil e que não requer comprometimento do aluno, já que ele realiza apenas algumas atividades pelo computador.
Não se pode negar que a educação a distância é uma das responsáveis pela democratização do ensino em nosso país, pois chegou aos locais onde a educação presencial ainda não tinha chegado ou chegou mais tardiamente com a interiorização do ensino superior. O crescimento exacerbado da oferta de cursos e do número de matrículas no Brasil fez com que mesmo as instituições de ensino mais tradicionais refizessem seu planejamento para incluir disciplinas a distância e cursos de extensão em seus currículos, a fim de atender à demanda dos alunos. Hoje é possível aprender uma língua estrangeira ou programação, aprofundar-se em assuntos específicos dos mais variados temas, preparar-se para processos seletivos e receber treinamento operacional utilizando-se dessa modalidade de ensino. Percebemos que a EAD virou uma realidade concreta e presente não apenas no ambiente acadêmico, mas também no corporativo, empresarial e de qualificação profissional.
Um aspecto que merece destaque é que as mensalidades dos cursos a distância tendem a ser inferiores às dos cursos presenciais, e o aluno também evita os gastos com deslocamento e alimentação fora de casa. Esse é outro ponto positivo que tem levado as pessoas a se interessarem pela modalidade, além do tempo que se deixa de perder no trânsito, por exemplo.
Mas quando essa ideia teve início no Brasil? Você já parou para pensar sobre isso?
A modalidade de ensino a distância não é nova no nosso país. O primeiro curso por correspondência no país, de Datilografia, data de 1904, ofertado em jornal. Esse tipo de curso contava com um material impresso que era enviado ao aluno pelo correio.
Dependendo da geração da qual você faz parte, talvez nem saiba o que é datilografar. Pois bem, aqui temos mais um exemplo de ponto positivo da EAD: você pode agora mesmo, procurar textos ou vídeos na internet sobre a profissão do datilógrafo, muito comum algumas décadas atrás.
Os cursos por correspondência tinham como objetivo capacitar o aluno para uma profissão, diferentemente do cenário atual, em que há cursos a distância nos mais diversos níveis, desde o ensino fundamental até programas de pós-graduação.
Na década de 1920, era possível estudar escutando a rádio, que ganhava cada vez mais espaço nas casas dos brasileiros. Com a ajuda de um material impresso, os alunos podiam estudar línguas estrangeiras e aprimorar o português. Tal formato de ensino nãodurou muito tempo.
A partir das décadas de 1960 e 1970, era muito comum acompanhar na televisão os telecursos, que traziam temas da educação básica explicados por atores.
Várias dessas aulas foram exibidas até o ano de 2014 e estão disponíveis na internet.
Acesse o link http://www.telecurso.org.br/ para conhecer mais sobre o programa e para assistir às teleaulas.
Um grande marco com relação ao ensino a distância foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, pois trouxe regras para essa modalidade de ensino. Em seu artigo 8 está postulado que:
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. § 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. [...] (BRASIL, 1996).
Na mesma década, com o acesso à internet, os conteúdos começaram a ser ofertados on-line, porém, para uma parcela pequena da população. Hoje, no Brasil, há mais alunos matriculados em cursos a distância do que em presenciais.
Se você tiver interesse de saber mais da legislação sobre Educação a Distância, consulte o portal do MEC, no link: https://bit.ly/2xylRZJ Lá você terá acesso às principais leis e portarias voltadas para a EaD no Brasil.
Perceba que a educação a distância é uma realidade nos ambientes escolares, acadêmicos e corporativos. Faz parte do dia a dia de milhões de brasileiros e possibilita o acesso à educação de uma forma mais dinâmica e compatível com as necessidades dos alunos. Nos capítulos seguintes, você vai entender como funcionam as engrenagens da educação a distância.
Modulo 2
Modalidades
Agora iremos estudar sobre as modalidades de ensino. Ao apresentarmos as modalidades de educação, tradicionalmente, apontamos os traços definidores de cada uma delas. Ao longo de sua trajetória educacional você já teve contato com alguma delas. Vamos conhecê-las ou rememorá-las.
Existem três modalidades de ensino com as quais você pode ter contato ao longo de sua vida: o ensino presencial, a 100% EaD e a semipresencial.
O Ensino presencial
É o ensino com o qual estamos mais acostumados, pois frequentamos a escola desde pequenos. Há espécies diferentes de ensino presencial, algumas mais tradicionais, com fileiras de carteiras onde se sentam os alunos e o quadro negro na frente da sala, que o professor utiliza para passar o conteúdo. Outras que trazem abordagens mais contemporâneas, como uma estrutura com mesas redondas em que os alunos sentam em equipes e não há presença do quadro negro e do professor na frente da sala, mas atuando como mediador na pesquisa desenvolvida pelos alunos.
Tanto um como o outro processo de ensino e aprendizagem explicados anteriormente pressupõe o deslocamento do aluno até a instituição de ensino e a socialização presencial com os demais colegas.
Figura 1 – No ensino presencial, o aluno vai até a instituição de ensino.Fonte: Freepik
Vejamos a seguir os aspectos positivos e negativos com relação a essa modalidade de ensino.
· • Pontos positivos: mais interação entre alunos e professores, possibilidade de sanar dúvidas na hora da aula.
· • Pontos negativos: para os alunos mais tímidos, pode ser difícil realizar essa interação ou mesmo fazer questionamentos ao professor; tempo de deslocamento e gastos com transporte e alimentação; distração (nem sempre o aluno está focado ou disposto).
Porém, é importante que você saiba que, diante do avanço das tecnologias da informação e da comunicação, o ensino presencial pode ser mediado pela tecnologia. Mas, você saberia dizer o que significa mediação e tecnologia? Esses são dois conceitos fundamentais na área da educação a distância. Para que possa ocorrer a aprendizagem nessas modalidade de ensino, terá que ocorrer a mediação, que se dará por meio da tecnologia. Mas esses são assuntos os quais veremos um pouco mais a frente. Vamos seguir no tópico seguinte falando sobre o Ensino 100% EaD.
Ensino 100% EaD
Nesta modalidade, o processo de ensino e aprendizagem se dá por meio de tecnologias, e o aluno não vai até a instituição de ensino, mas apenas para realizar algumas atividades avaliativas. Os professores, alunos e tutores estão separados no que se refere ao espaço e ao tempo. Mas o que significa isso? Você conseguiu compreender? Isso significa que os atores envolvidos nessa modalidade de ensino não estão presentes fisicamente, como na modalidade anterior. Eles estão separados espacialmente e temporalmente, o que é algo bem característico dessa modalidade de ensino. Então, como superar esse desafio e como se adaptar a essa nova realidade? Você já se questionou sobre isso? Esses são pontos sobre os quais iremos conversar nos tópicos seguintes desta unidade.
Figura 2 - No ensino 100% EAD o processo de ensino e aprendizagem é mediado pelas tecnologias.Fonte: Freepik
Na modalidade 100% EAD, o aluno estuda e faz as atividades no computador (também é possível estudar em tablets ou smartphones), que pode estar em sua casa, trabalho ou em um polo de ensino.
Mas o que seria um polo?
O polo é o local onde o aluno fará as avaliações, receberá orientações dos tutores presencialmente, utilizará os laboratórios de informática (laboratórios específicos a depender da disciplina) e biblioteca. Ao ter a oportunidade, não deixe de ir ao polo para interagir com os seus colegas e para usufruir de tudo o que a sua instituição lhe fornece.
Muitos alunos da EAD se dirigem ao polo somente para realizar as avaliações que têm maior peso quantitativo na disciplina, geralmente elaboradas em formato de provas escritas. A instituição de ensino oferece os materiais de estudo (textos escritos, e-books, videoaulas, podcasts, biblioteca virtual) dentro de um ambiente virtual. É por meio desse ambiente que o aluno também interage com os outros estudantes, tutores e professores e realiza as atividades.
• Pontos positivos: acesso à educação de qualquer lugar do país em que haja uma rede disponível de internet (democratização do ensino), inclusive para pessoas com dificuldade de locomoção, inclusão digital, grande oferta de cursos de graduação e pós-graduação, possibilidade de gerenciar o tempo de estudo e trilhar um caminho personalizado de aprendizagem, gastos menores com mensalidade, otimização do tempo e flexibilização de horários, de modo a conciliar os estudos com outros compromissos pessoais e profissionais.
• Pontos negativos: menos interação presencial com professores e alunos, isolamento nos períodos de estudo, dispersão por estar em um ambiente on-line, necessidade de mais responsabilidade e disciplina para com os estudos, impossibilidade de solucionar dúvidas com os professores e alunos na hora, dependência constante de conexão com internet. Como trata-se de um sistema de ensino novo, para muitas pessoas, é necessário acostumar-se com ele.
Diante do que vimos anteriormente, é fundamental que o aluno desta modalidade estabeleça sua rotina de estudos para que o aprendizado seja proveitoso e que diante dos desafios que surgirem ele procure alternativas e meios para superá-los.
Ensino Semipresencial
Também chamado de ensino híbrido, é uma proposta que mistura atividades presenciais e a distância. Geralmente, a parte teórica é disponibilizada em um ambiente virtual, assim como no ensino 100% a distância, mas as atividades práticas e vivências são realizadas presencialmente, na maioria das vezes em grupos, com a presença de todos os inscritos no curso. São comuns, neste formato, os cursos que requerem alguma prática, taiscomo gastronomia, cursos que têm aulas em laboratório, clínicas ou estágio obrigatório.
Figura 3 – No ensino híbrido o aluno alterna momentos de estudo no ambiente virtual com atividades presenciais mediadas pelos professores.Fonte: Freepik
Conforme aponta Tori (2009, p. 121),
Dois ambientes de aprendizagem que historicamente se desenvolveram de maneira separada, a tradicional sala de aula presencial e o moderno ambiente virtual de aprendizagem, vêm se descobrindo mutuamente complementares. O resultado desse encontro são cursos híbridos que procuram aproveitar o que há de vantajoso em cada modalidade, considerando contexto, custo, adequação pedagógica, objetivos educacionais e perfis dos alunos.
Até mesmo em algumas escolas já existe a tentativa de implementar a sala de aula invertida, metodologia que prevê que os alunos estudem em casa os conteúdos curriculares e compareçam à escola para tirar dúvidas e realizar atividades em grupos.
Assista ao vídeo sobre sala de aula invertida em: https://bit.ly/2vT5cjj
A seguir iremos apresentar os pontos positivos e os negativos da modalidade de ensino semipresencial. É importante que você leia-os e perceba que serão necessárias que você cumpra alguns horários e estabeleça uma nova rotina.
• Pontos positivos: acesso à infraestrutura da instituição ou polo de ensino (laboratórios, bibliotecas), grande oferta de cursos de graduação e pós-graduação, otimização do tempo, inclusão digital, troca de experiência com professores e alunos de maneira presencial, exploração de habilidades e competências como a oralidade e resolução de conflitos por meio de debates, tempo personalizado para se dedicar à leitura da parte teórica e assistir às videoaulas, quando houver.
• Pontos negativos: horários fixos para a realização das atividades presenciais, gastos com deslocamento e alimentação, pessoas mais introspectivas podem não se sentir à vontade para realizar os trabalhos propostos presencialmente.
É muito comum, tanto no ensino 100% EAD como no semipresencial, a disponibilidade de acesso a bibliotecas virtuais com grande acervo de obras sobre os temas estudados. Muitas dessas bibliotecas só podem ser acessadas pelos alunos matriculados nos cursos. A economia que o aluno tem com relação à compra de livros, impressões e fotocópias (muito comuns no ensino presencial) é bastante significativa, pois nessas modalidades, o conteúdo deve estar disponível para o aluno de modo que ele possa acessá-lo integralmente on-line.
A inclusão digital é outro ponto positivo nas modalidades EAD e semipresencial. Ainda que nem todos os brasileiros possuam computadores ou acesso à internet (segunda a pesquisa TIC Domicílios realizada em 2018, 70% têm acesso à internet em computadores ou celulares, e há um aumento significativo desse acesso por parte das classes D e E), o ensino a distância torna-se a melhor possibilidade para um número muito grande de pessoas no país. Dessa maneira, configurase uma oportunidade de incluir digitalmente os cidadãos.
TICs é a sigla para Tecnologias da Informação e Comunicação, isto é, o conjunto de recursos integrados de tecnologia que são utilizados para mediar a comunicação e a informação. As TICs facilitam o acesso à educação por meio da disseminação de informações, permitindo a comunicação nos mais diversos meios.
Segundo Formiga (2009, p. 39),
A EAD está intrinsecamente ligada às TICs por se constituir setor altamente dinâmico e pródigo em inovação, que transforma, moderniza e faz caducar termos técnicos e expressões linguísticas em velocidade alucinante. A sociedade da informação e do conhecimento reflete-se na EAD pela apropriação célere dos conceitos e inovações, que moldam a mídia e se refletem na própria EAD.
Leia o artigo sobre as TICs na educação: SILVA, R. F. da.; CORREA, E. S. Novas tecnologias e educação: a evolução do processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea. Disponível em: https://bit.ly/3azJKi8
Conforme lembra Dias (2011, p. 80-81),
O que há de revolucionário na internet não é ela permitir a comunicação em rede. A comunicação em rede sempre existiu desde que os homens começaram a se relacionar em grupos e em comunidades. Por serem flexíveis e adaptáveis, as redes têm grandes vantagens sobre as estruturas hierarquizadas. E por isso se expandiram na sociedade e na economia. Seus limites, no entanto, eram definidos pela dificuldade de coordenar funções, de concentrar recursos para determinados objetivos e mesmo de realizar tarefas, dependendo do tamanho da rede. As tecnologias de informação e comunicação, sobre as quais se baseia a internet, deram novo impulso ao desenvolvimento das redes, pois puseram por terra os seus limites naturais ao permitirem o gerenciamento de tarefas e a administração da complexidade. (Cf. CASTELLS, 2003, p. 7-8)
A internet, portanto, consegue potencializar essa comunicação em rede, fazendo com que atinja um nível global pelo fato de os computadores estarem interconectados. Continua Dias (2011, p. 81):
[...] E, ao criar esse ambiente de comunicação interconectada, permite que todo cidadão que tenha acesso a ele possa trocar informações, pesquisar conteúdos dos mais diferentes tipos e procedências, participar de redes sociais, baixar e subir arquivos, participar de produções em rede, remixar e recriar conteúdos armazenados na rede, enfim, se relacionar, se divertir e produzir nesse novo ambiente.
A partir desses pressupostos, a inclusão digital torna-se, portanto, uma forma de inclusão social. É importante lembrar, também, que muitos alunos que não teriam acesso ao ensino superior estão conseguindo um diploma de graduação. Talvez seja esse o principal ponto positivo da educação a distância no Brasil, um país com grandes abismos sociais.
Modulo 3
Ambientes virtuais de aprendizagem
Agora vamos estudar sobre os ambientes virtuais de aprendizagem, os mais conhecidos como AVAs. Você já utilizou algum AVA? Qual foi a sua experiência? Você se recorda?
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são softwares que hospedam e auxiliam a produção e disponibilização dos materiais didáticos na internet para que você, aluno(a) na modalidade EaD, tenha acesso.
Dentre os mais conhecidos ambientes de aprendizagem estão o Moodle, TelEDuc, E-Proinfo, BlackBoard. Caso você tenha utilizado algum AVA poderá ter se deparado com algum desses mencionados anteriormente. O layout e interface deles são diferentes, mas possuem basicamente as mesmas funcionalidades.
Os AVAS são ferramentas que minimizam a sensação de isolamento e que, se utilizadas de maneira correta, de forma sistemática, contribuem de maneira significativa para a aprendizagem e a interação com os professores e demais colegas.
Ao se matricular num curso a distância – e, quando usamos o termo “a distância”, estamos nos referindo, neste material, às modalidades 100% EAD e semipresencial –, o aluno é direcionado a um ambiente virtual em que encontrará todos os materiais e recursos necessários para realizar os seus estudos.
O AVA também é utilizado como apoio ao ensino presencial. É comum, por exemplo, que os professores do ensino presencial usem o AVA como repositório de material, e que se utilizem dele até mesmo para receber trabalhos e realizar provas. Mas é no ensino 100% EAD e semipresencial que ele ganha maior importância, pois será por meio dele que todo o processo de ensino aprendizagem se dará. Então, é fundamental que você, aluno(a) da EaD, conheça o seu ambiente virtual de aprendizagem e as suas funcionalidades.
Além de ajudar os profissionais envolvidos na produção de conteúdos, os AVAs permitem que professores organizem os materiais de maneira didática e acompanhem o progresso dos seus alunos, oferecendo recursos como relatórios de acesso e tempo utilizado pelos participantes do curso, gráficos comparativos, divisão dos alunos em grupos, sistema de registro de notas, entre outras funções.
É bastante simples fazer a gestão dos estudantes por meio desses recursos, uma vantagem aos professores,que antes precisavam fazer a chamada e registrar as notas à caneta em papel.
Algumas ferramentas facilitam a comunicação dos professores e tutores com os seus alunos. Nos ambientes virtuais, há espaços para chats, videoconferências, mensagens privadas e fóruns de discussão, importantes canais de comunicação nessa modalidade de ensino.
Vale lembrar aqui, que os alunos estarão longe dos professores e tutores, mas devem ter fácil e rápido acesso a esses canais de comunicação para sanar dúvidas.
Figura 4 – Os ambientes virtuais contêm muitos recursos que auxiliam o aluno em seu processo de aprendizagem.Fonte: Freepik
O estudante também pode fazer uso desses recursos, os quais o auxiliam na gestão de seus estudos. Configurar o software para que o avise sobre o prazo de entrega de uma atividade é uma das muitas possibilidades que um AVA oferece.
Os AVAs integram as Tecnologias de Informação e Comunicação em um só ambiente, contribuindo assim, para a disseminação de informação e facilidade de comunicação entre os seus usuários, e ainda para a construção coletiva do conhecimento, já que permitem o compartilhamento de ideias. Dentro desses ambientes, os estudantes têm acesso aos materiais selecionados por professores especialistas na área, realizam as atividades propostas sobre os conteúdos trabalhados, participam de debates, tendo a possibilidade ainda, de acompanhar o seu progresso e a sua performance por meio de relatórios de atividades. Tudo isso é feito no computador ou mesmo no celular. Alguns ambientes virtuais possuem aplicativos que permitem a sua utilização em smartphones.
Modulo 4
Mediação
Você sabe o que é mediação?
Este é outro conceito importante para quem está envolvido com educação a distância. De acordo com a definição do Dicionário Michaelis, mediação é o ato de servir como intermediário entre pessoas, grupos, com o objetivo de sanar dúvidas ou resolver conflitos. No que se refere à educação, essa mediação se configura uma atividade interposta entre o aluno e o conhecimento.
Quem exerce esse papel de mediador na EAD é o tutor, por meio das TICs. É ele que faz a ponte entre o aluno e o professor, ou o aluno e a coordenação de curso, caso haja alguma dúvida ou problema cuja solução não esteja ao seu alcance. Para isso, são utilizados os recursos do próprio ambiente virtual, tais como e-mail, fóruns, chats e web conferências.
É essencial que haja uma mediação efetiva para que o aluno consiga com sucesso realizar tudo aquilo que é esperado no curso, desenvolvendo as competências e habilidades necessárias à sua formação.
Como afirma Longo (2009, p. 219):
A qualidade dos cursos à distância depende, em grande parte, da qualidade da tutoria. Assim, a seleção, a capacitação, o acompanhamento e a avaliação dos professores-tutores são considerados atividades estratégicas. Na prática, essa tradas, na capacidade de organizar e orientar didaticamente o processo de ensinoaprendizagem a distância e na utilização das ferramentas tecnológicas que servirão de instrumento ao professor.
Mas qual seria, então, o papel de cada uma das pessoas envolvidas na EAD? Qual a diferença entre tutor e professor? E o aluno, é responsável pelo quê? Vamos conferir a seguir.
Aluno
Vamos iniciar este tópico com um questionamento. Segundo Palloff e Pratt, (2004) os cursos e programas on-line não foram feitos para todo mundo. Por quê? Vamos refletir sobre isso.
Estudar sem a presença do professor e dos colegas desafia o aluno a superar as suas limitações pessoais e a desenvolver sua capacidade de aprender autonomamente, de aprender a aprender. Você já pensou sobre isso? Você já se questionou sobre o quanto é desafiador ser um estudante da EaD e quanto a ideia de ela ser uma modalidade de ensino fácil não é correta?
Perceba que você tem um papel fundamental com relação à sua aprendizagem e que, por isso, você é o protagonista nessa modalidade de ensino.
Figura 5 – O aluno na educação a distância é o protagonista no processo de ensino e aprendizagem.Fonte: Freepik
Na educação a distância, o aluno é o personagem principal no processo de aprendizagem, pois toma a iniciativa e elabora um caminho a ser seguido para apreender o que está previsto no currículo e no cronograma da disciplina e desenvolver competências e habilidades necessárias à sua formação.
Além das motivações já apresentadas que levam uma pessoa a escolher a modalidade de ensino a distância, podemos apontar algumas características do aluno da EAD:
· • Está sozinho e, portanto, é responsável por gerir os seus estudos;
· • Precisa de organização, dedicação, compromisso e disciplina para dar conta de todas as tarefas propostas;
· • Lê o conteúdo, assiste aos vídeos, participa dos fóruns e realiza as atividades no seu ritmo (ao contrário do que acontece no ensino presencial, em que o professor dá o ritmo a partir do coletivo) e, portanto, pode voltar para reler o que não ficou claro, refazer os exercícios, planejar suas interações;
· • Interage com alunos e professores nos ambientes virtuais e, portanto, deve saber de que maneira fazê-lo;
· • Vai além do proposto pelo autor do material disponibilizado, pois a partir do momento em que começa a estudar o conteúdo, tem dúvidas e curiosidades e estar on-line lhe permite uma busca mais rápida por respostas;
· • Faz uma auto avaliação de como está sua compreensão do conteúdo a partir da leitura e dos exercícios indicados e busca ajuda dos tutores e professores quando acha necessário.
Perceba que o aluno assume para si a responsabilidade da sua formação profissional de forma autônoma. Logo, o aluno se coloca como sujeito do seu processo formativo, de apropriação e de construção do seu conhecimento.
Professor
O professor conteudista é convidado a escrever o material didático, bem como elaborar atividades para que o aluno consiga assimilar o conteúdo referente à disciplina. O material didático é disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, seguindo um cronograma previamente agendado.
Ao elaborar o material didático, o professor conteudista pensa também em estratégias de aprendizagem voltadas para a área da Educação a distância e em quais recursos são pertinentes para cada temática trabalhada.
O ideal é que o professor, nessa metodologia, tenha experiência e conhecimento sobre EAD, pois a modalidade tem aspectos diferentes e bem distintos de uma aula presencial e, portanto, o material didático deverá obrigatoriamente seguir algumas diretrizes e referenciais.
As discussões, por exemplo, não são feitas pessoalmente entre os alunos, portanto, o docente precisa pensar em como instigá-los, no ambiente virtual e até mesmo no material didático, a pensar e debater os assuntos mais importantes.
Algumas responsabilidades do professor do EAD podem ser citadas:
· • Planejar o seu conteúdo pensando sempre no perfil do aluno que estudará a distância;
· • Organizar o material de forma didática, estabelecendo uma divisão hierárquica para apresentá-los;
· • Junto com uma equipe multidisciplinar, transformar o conteúdo em um material agradável para o aluno estudar, utilizando, além do texto, recursos visuais ou sonoros que ilustrem e enriqueçam o conteúdo;
· • Escrever o material de modo dialógico, linguagem utilizada na EAD para que o aluno não se sinta isolado – ao mesmo tempo em que o aluno está estudando sozinho, sabe que pode contar com o auxílio do professor;
· • Corrigir trabalhos e avaliações;
· • Participar de fóruns, colaborando com as discussões;
· • Estar atento à participação e progresso dos alunos no ambiente virtual;
· • Revisar e atualizar os materiais didáticos e atividades.
Perceba como, na educação a distância, o papel do aluno é tão importante quanto o do professor.
Tutor
O tutor é peça fundamental no acompanhamento do processo de aprendizado dos alunos que estudam a distância. É ele que mantém contato direto com os alunos, estimulando-os a realizar as leituras e atividades e a participar dos fóruns, mediando as discussões propostas pelo professor.
O trabalhodo tutor, assim como o do professor, pode variar de acordo com a instituição de ensino, mas é possível elencar algumas de suas tarefas:
· • Estabelecer contato direto com os alunos inscritos no curso;
· • Lembrar os alunos das datas importantes no cronograma das disciplinas do curso;
· • Responder a dúvidas dos alunos referentes à utilização do AVA;
· • Encaminhar dúvidas de alunos referentes a conteúdos para o professor da área;
· • Mediar as discussões nos fóruns;
· • Incentivar os alunos que não estão acessando o AVA.
A interação dos alunos com os tutores e professores pode se dar de maneira síncrona ou assíncrona, dependendo de cada ferramenta utilizada para esse fim.
Os fóruns são ótimos canais de comunicação coletivos e, geralmente, dentro deles, são destinados tópicos para as dúvidas dos alunos. Assim, se um aluno posta no fórum uma dúvida que pode ser também a de outro aluno, este não precisa perguntar novamente ao tutor e professor, otimizando o tempo destinado aos estudos. Trata-se de um recurso utilizado de maneira assíncrona porque a resposta não é imediata – vai depender dos horários de trabalho de professores e tutores. A vantagem é que, como todos os integrantes têm acesso a ele, alguém que souber a resposta para a dúvida pode postá-la. O fórum garante a construção coletiva do conhecimento, pois é um espaço aberto para discussões e troca de ideias entre os participantes – além de ser um importante instrumento de registro para o professor que, a partir das dúvidas e comentários postados, poderá revisar e atualizar seu material didático.
Outra ferramenta de comunicação assíncrona é o e-mail, que permite contato individual do aluno com o tutor, professor ou até mesmo a coordenação. A desvantagem é que a dúvida pode demorar a ser respondida.
Quantos às ferramentas síncronas existem dois exemplos que são bastante utilizados na EAD, os chats e as web conferências. Para a realização dos chats, combina-se um horário para que os participantes do curso acessem o espaço de discussão a fim de tirar dúvidas ou comentar sobre algum assunto que faz parte do conteúdo programático. Muitas instituições contam com atendimento on-line via chat em vários horários, possibilitando que os alunos sanem suas dúvidas de maneira mais rápida. Esse tipo de atendimento se dá de forma individual – entre tutor e aluno –, porém, os chats em grupo são mais interessantes por ficarem disponíveis após seu encerramento; assim, quem não teve condição de participar pode acessá-lo posteriormente.
Figura 6 – Chats e web conferências são importantes momentos para tirar dúvidas e trocar experiências na EAD.Fonte: Freepik
Já a web conferência é uma oportunidade de o professor apresentar-se aos alunos por meio de vídeo, o que contribui para a sua aproximação, e pode ser o único momento em que se veem. Normalmente, por conta do grande número de alunos, somente o professor se mostra em vídeo. Porém, os alunos podem participar por áudio ou texto (chat disponibilizado no momento da web conferência). Trata-se de um encontro virtual realizado por meio de ferramentas que permitem compartilhar textos, arquivos, áudios e vídeos. Ela pode ser utilizada para se debater uma questão, para retomar conteúdos importantes das aulas, como um momento de sanar dúvidas dos alunos, ou ainda para revisar conteúdos antes de uma avaliação. Outra vantagem da web conferência é que ela pode ser gravada para posterior consulta pelos participantes de um curso.
Neste capítulo você pôde adentrar um pouco no mundo da educação a distância, conhecendo as modalidades de ensino, descobrindo como funciona um ambiente virtual e quais são seus principais recursos e quem são os componentes humanos da EAD – professor, tutor e aluno –, entendendo o papel de cada um. Vimos também que a mediação é fundamental para o sucesso dos estudos nessa modalidade.

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