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01 02 03 04 Os principais conceitos da educação a distância

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Pos fael
01 Os principais conceitos da educação a distância
Ao término deste capítulo, você estará por dentro do significado de alguns termos relacionados à educação a distância. É muito importante que você entenda esses termos, pois vai se deparar com eles a todo o momento a partir de agora. Vamos lá?
Modulo 1
Breve histórico da Educação a Distância no Brasil
Antes de falarmos sobre a história da Educação a Distância (EaD) em nosso país, vamos tratar do conceito de educação e a sua importância. Para você, o que significa educação? Você já se questionou à respeito? Vamos refletir um pouco sobre isso. A educação se constitui um direito fundamental dos seres humanos e há vários documentos que atestam isso ao redor do mundo.
Voltando à definição de educação, Giusta (2003, p. 26) nos diz que a educação é o “processo de formação humana, cujas finalidades podem ser resu¬midas no preparo do aluno para o exercício da cidadania”. Há outras definições sobre educação, mas o nosso objetivo, nesta unidade, é apresentar a educação a distância. Então, é importante que você saiba que, antes de tudo, a Educação a Distância é Educação.
Conforme lembram Sousan e Arafen (2010), a definição tradicional que conhecemos de Educação a Distância apresenta pelo me¬nos quatro componentes: a educação (ensino e aprendizagem), a divergên¬cia geográfica ou temporal, um meio de transmissão (tecnologia) e as infor¬mações ou conteúdos de comunicação. Ou seja, a educação a distância é uma modalidade de ensino mediada por tecnologias.
Saiba que essa é uma modalidade de ensino que não é recente no país. Os fatos históricos indicam que o primeiro marco da EaD no Brasil ocorreu no início do século XX e que a principal tecnologia empregada era o papel, depois veio a rádio e posteriormente a televisão (ALVES, 2009).
Você conhece ou já ouviu falar de alguém que tenha estudado nessa época? Que tal perguntar aos seus parentes se eles tiverem acesso a essa modalidade de ensino e realizar uma comparação com a EaD executada atualmente?
A partir da década de 1970 até o final da década de 1980, houve uma diminuição do ritmo de crescimento da EaD no Brasil.
Não podemos negar que o grande impulso para a expansão da EaD foi a popularização de algumas tecnologias, tais como o rá¬dio, o VHS, o DVD, e o computador e a internet, mais recentemente.
A partir de 1990 e com o aumento das políticas de acesso e inclusão ao ensino superior, houve um aumento bem significativo no que se refere ao acesso a essa modalidade de ensino.
Você já teve a oportunidade de estudar a distância anteriormente? Conhece alguém que já tenha tido essa oportunidade?
Se você nunca teve a oportunidade de estudar a distância, saiba que, agora, faz parte dos milhões de alunos que se matriculam nessa modalidade todo ano. No último Censo da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância, constatou-se que somente em 2018, mais de 4 milhões de alunos se matricularam em cursos totalmente a distância e semipresenciais (ABED, 2019).
Esse número tem aumentado a cada ano, pois essas pessoas estão buscando aprimoramento profissional, ao mesmo tempo em que precisam conciliar o tempo com o trabalho e os compromissos pessoais. Nem todas as pessoas conseguem frequentar cursos presenciais, seja pela carga horária exigida pela profissão que exercem, seja porque não existem instituições de ensino nos locais onde vivem. Os cursos a distância, portanto, tornam-se uma possibilidade de formação para os mais variados perfis de alunos.
Não só nos ambientes acadêmicos, mas também em empresas a educação a distância representa uma nova forma de capacitação, que permite otimizar o tempo e seguir com uma rotina de estudos que melhor se adapte a cada realidade.
Vamos pensar na seguinte situação: pessoas que trabalham num regime de trabalho 12 x 36, isto é, trabalham 12 horas seguidas e folgam 36 horas seguidas, assim sucessivamente. Para esses trabalhadores, seria complicado manter uma rotina de ir até uma faculdade todos os dias. Por outro lado, têm horas de descanso que poderiam ser utilizadas para seu aprimoramento profissional. Pense também em uma mãe que acabou de ter um filho e quer continuar estudando. Ela pode conciliar o cuidado com o bebê e reservar algumas horas de estudo por dia para ler, realizar atividades e interagir com outros alunos, tudo on-line. Agora pense em alguém que mora numa cidade muito pequena, que não possui instituição de ensino superior. Ela teria que mudar de cidade e deixar sua família em busca de formação. Porém, se tiver um computador e acesso à internet, pode fazer sua graduação em casa, dirigindo-se a um polo presencial somente nas ocasiões em que deve realizar as provas. Isso acontece com muitos alunos que vivem nas regiões norte e nordeste, ou em locais afastados das capitais, desprovidos de faculdades. Outro exemplo são as pessoas com dificuldade de locomoção, como idosos ou cadeirantes. Para eles, torna-se mais confortável estudar em casa, onde têm a infraestrutura necessária que muitas vezes não encontram ao se deslocarem pela cidade.
Além dessas realidades apontadas anteriormente, a EaD também tem sido utilizada em ambientes corporativos e públicos como forma de qualificar os seus trabalhadores.
Porém, mesmo sendo uma modalidade de ensino com aspectos bem positivos, é alvo de diversas críticas, tais como o isolamento dos alunos e a falta do relacionamento interpessoal no processo de ensino e aprendizagem, ou ainda a ideia de que é uma modalidade mais fácil e que não requer comprometimento do aluno, já que ele realiza apenas algumas atividades pelo computador.
Não se pode negar que a educação a distância é uma das responsáveis pela democratização do ensino em nosso país, pois chegou aos locais onde a educação presencial ainda não tinha chegado ou chegou mais tardiamente com a interiorização do ensino superior. O crescimento exacerbado da oferta de cursos e do número de matrículas no Brasil fez com que mesmo as instituições de ensino mais tradicionais refizessem seu planejamento para incluir disciplinas a distância e cursos de extensão em seus currículos, a fim de atender à demanda dos alunos. Hoje é possível aprender uma língua estrangeira ou programação, aprofundar-se em assuntos específicos dos mais variados temas, preparar-se para processos seletivos e receber treinamento operacional utilizando-se dessa modalidade de ensino. Percebemos que a EAD virou uma realidade concreta e presente não apenas no ambiente acadêmico, mas também no corporativo, empresarial e de qualificação profissional.
Um aspecto que merece destaque é que as mensalidades dos cursos a distância tendem a ser inferiores às dos cursos presenciais, e o aluno também evita os gastos com deslocamento e alimentação fora de casa. Esse é outro ponto positivo que tem levado as pessoas a se interessarem pela modalidade, além do tempo que se deixa de perder no trânsito, por exemplo.
Mas quando essa ideia teve início no Brasil? Você já parou para pensar sobre isso?
A modalidade de ensino a distância não é nova no nosso país. O primeiro curso por correspondência no país, de Datilografia, data de 1904, ofertado em jornal. Esse tipo de curso contava com um material impresso que era enviado ao aluno pelo correio.
Dependendo da geração da qual você faz parte, talvez nem saiba o que é datilografar. Pois bem, aqui temos mais um exemplo de ponto positivo da EAD: você pode agora mesmo, procurar textos ou vídeos na internet sobre a profissão do datilógrafo, muito comum algumas décadas atrás.
Os cursos por correspondência tinham como objetivo capacitar o aluno para uma profissão, diferentemente do cenário atual, em que há cursos a distância nos mais diversos níveis, desde o ensino fundamental até programas de pós-graduação.
Na década de 1920, era possível estudar escutando a rádio, que ganhava cada vez mais espaço nas casas dos brasileiros. Com a ajuda de um material impresso, os alunos podiam estudar línguas estrangeiras e aprimorar o português. Tal formato de ensino nãodurou muito tempo.
A partir das décadas de 1960 e 1970, era muito comum acompanhar na televisão os telecursos, que traziam temas da educação básica explicados por atores.
Várias dessas aulas foram exibidas até o ano de 2014 e estão disponíveis na internet.
Acesse o link http://www.telecurso.org.br/ para conhecer mais sobre o programa e para assistir às teleaulas.
Um grande marco com relação ao ensino a distância foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, pois trouxe regras para essa modalidade de ensino. Em seu artigo 8 está postulado que:
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. § 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União.
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma relativos a cursos de educação a distância.
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. [...] (BRASIL, 1996).
Na mesma década, com o acesso à internet, os conteúdos começaram a ser ofertados on-line, porém, para uma parcela pequena da população. Hoje, no Brasil, há mais alunos matriculados em cursos a distância do que em presenciais.
Se você tiver interesse de saber mais da legislação sobre Educação a Distância, consulte o portal do MEC, no link: https://bit.ly/2xylRZJ Lá você terá acesso às principais leis e portarias voltadas para a EaD no Brasil.
Perceba que a educação a distância é uma realidade nos ambientes escolares, acadêmicos e corporativos. Faz parte do dia a dia de milhões de brasileiros e possibilita o acesso à educação de uma forma mais dinâmica e compatível com as necessidades dos alunos. Nos capítulos seguintes, você vai entender como funcionam as engrenagens da educação a distância.
Modulo 2
Modalidades
Agora iremos estudar sobre as modalidades de ensino. Ao apresentarmos as modalidades de educação, tradicionalmente, apontamos os traços definidores de cada uma delas. Ao longo de sua trajetória educacional você já teve contato com alguma delas. Vamos conhecê-las ou rememorá-las.
Existem três modalidades de ensino com as quais você pode ter contato ao longo de sua vida: o ensino presencial, a 100% EaD e a semipresencial.
O Ensino presencial
É o ensino com o qual estamos mais acostumados, pois frequentamos a escola desde pequenos. Há espécies diferentes de ensino presencial, algumas mais tradicionais, com fileiras de carteiras onde se sentam os alunos e o quadro negro na frente da sala, que o professor utiliza para passar o conteúdo. Outras que trazem abordagens mais contemporâneas, como uma estrutura com mesas redondas em que os alunos sentam em equipes e não há presença do quadro negro e do professor na frente da sala, mas atuando como mediador na pesquisa desenvolvida pelos alunos.
Tanto um como o outro processo de ensino e aprendizagem explicados anteriormente pressupõe o deslocamento do aluno até a instituição de ensino e a socialização presencial com os demais colegas.
Figura 1 – No ensino presencial, o aluno vai até a instituição de ensino.Fonte: Freepik
Vejamos a seguir os aspectos positivos e negativos com relação a essa modalidade de ensino.
· • Pontos positivos: mais interação entre alunos e professores, possibilidade de sanar dúvidas na hora da aula.
· • Pontos negativos: para os alunos mais tímidos, pode ser difícil realizar essa interação ou mesmo fazer questionamentos ao professor; tempo de deslocamento e gastos com transporte e alimentação; distração (nem sempre o aluno está focado ou disposto).
Porém, é importante que você saiba que, diante do avanço das tecnologias da informação e da comunicação, o ensino presencial pode ser mediado pela tecnologia. Mas, você saberia dizer o que significa mediação e tecnologia? Esses são dois conceitos fundamentais na área da educação a distância. Para que possa ocorrer a aprendizagem nessas modalidade de ensino, terá que ocorrer a mediação, que se dará por meio da tecnologia. Mas esses são assuntos os quais veremos um pouco mais a frente. Vamos seguir no tópico seguinte falando sobre o Ensino 100% EaD.
Ensino 100% EaD
Nesta modalidade, o processo de ensino e aprendizagem se dá por meio de tecnologias, e o aluno não vai até a instituição de ensino, mas apenas para realizar algumas atividades avaliativas. Os professores, alunos e tutores estão separados no que se refere ao espaço e ao tempo. Mas o que significa isso? Você conseguiu compreender? Isso significa que os atores envolvidos nessa modalidade de ensino não estão presentes fisicamente, como na modalidade anterior. Eles estão separados espacialmente e temporalmente, o que é algo bem característico dessa modalidade de ensino. Então, como superar esse desafio e como se adaptar a essa nova realidade? Você já se questionou sobre isso? Esses são pontos sobre os quais iremos conversar nos tópicos seguintes desta unidade.
Figura 2 - No ensino 100% EAD o processo de ensino e aprendizagem é mediado pelas tecnologias.Fonte: Freepik
Na modalidade 100% EAD, o aluno estuda e faz as atividades no computador (também é possível estudar em tablets ou smartphones), que pode estar em sua casa, trabalho ou em um polo de ensino.
Mas o que seria um polo?
O polo é o local onde o aluno fará as avaliações, receberá orientações dos tutores presencialmente, utilizará os laboratórios de informática (laboratórios específicos a depender da disciplina) e biblioteca. Ao ter a oportunidade, não deixe de ir ao polo para interagir com os seus colegas e para usufruir de tudo o que a sua instituição lhe fornece.
Muitos alunos da EAD se dirigem ao polo somente para realizar as avaliações que têm maior peso quantitativo na disciplina, geralmente elaboradas em formato de provas escritas. A instituição de ensino oferece os materiais de estudo (textos escritos, e-books, videoaulas, podcasts, biblioteca virtual) dentro de um ambiente virtual. É por meio desse ambiente que o aluno também interage com os outros estudantes, tutores e professores e realiza as atividades.
• Pontos positivos: acesso à educação de qualquer lugar do país em que haja uma rede disponível de internet (democratização do ensino), inclusive para pessoas com dificuldade de locomoção, inclusão digital, grande oferta de cursos de graduação e pós-graduação, possibilidade de gerenciar o tempo de estudo e trilhar um caminho personalizado de aprendizagem, gastos menores com mensalidade, otimização do tempo e flexibilização de horários, de modo a conciliar os estudos com outros compromissos pessoais e profissionais.
• Pontos negativos: menos interação presencial com professores e alunos, isolamento nos períodos de estudo, dispersão por estar em um ambiente on-line, necessidade de mais responsabilidade e disciplina para com os estudos, impossibilidade de solucionar dúvidas com os professores e alunos na hora, dependência constante de conexão com internet. Como trata-se de um sistema de ensino novo, para muitas pessoas, é necessário acostumar-se com ele.
Diante do que vimos anteriormente, é fundamental que o aluno desta modalidade estabeleça sua rotina de estudos para que o aprendizado seja proveitoso e que diante dos desafios que surgirem ele procure alternativas e meios para superá-los.
Ensino Semipresencial
Também chamado de ensino híbrido, é uma proposta que mistura atividades presenciais e a distância. Geralmente, a parte teórica é disponibilizada em um ambiente virtual, assim como no ensino 100% a distância, mas as atividades práticas e vivências são realizadas presencialmente, na maioria das vezes em grupos, com a presença de todos os inscritos no curso. São comuns, neste formato, os cursos que requerem alguma prática, taiscomo gastronomia, cursos que têm aulas em laboratório, clínicas ou estágio obrigatório.
Figura 3 – No ensino híbrido o aluno alterna momentos de estudo no ambiente virtual com atividades presenciais mediadas pelos professores.Fonte: Freepik
Conforme aponta Tori (2009, p. 121),
Dois ambientes de aprendizagem que historicamente se desenvolveram de maneira separada, a tradicional sala de aula presencial e o moderno ambiente virtual de aprendizagem, vêm se descobrindo mutuamente complementares. O resultado desse encontro são cursos híbridos que procuram aproveitar o que há de vantajoso em cada modalidade, considerando contexto, custo, adequação pedagógica, objetivos educacionais e perfis dos alunos.
Até mesmo em algumas escolas já existe a tentativa de implementar a sala de aula invertida, metodologia que prevê que os alunos estudem em casa os conteúdos curriculares e compareçam à escola para tirar dúvidas e realizar atividades em grupos.
Assista ao vídeo sobre sala de aula invertida em: https://bit.ly/2vT5cjj
A seguir iremos apresentar os pontos positivos e os negativos da modalidade de ensino semipresencial. É importante que você leia-os e perceba que serão necessárias que você cumpra alguns horários e estabeleça uma nova rotina.
• Pontos positivos: acesso à infraestrutura da instituição ou polo de ensino (laboratórios, bibliotecas), grande oferta de cursos de graduação e pós-graduação, otimização do tempo, inclusão digital, troca de experiência com professores e alunos de maneira presencial, exploração de habilidades e competências como a oralidade e resolução de conflitos por meio de debates, tempo personalizado para se dedicar à leitura da parte teórica e assistir às videoaulas, quando houver.
• Pontos negativos: horários fixos para a realização das atividades presenciais, gastos com deslocamento e alimentação, pessoas mais introspectivas podem não se sentir à vontade para realizar os trabalhos propostos presencialmente.
É muito comum, tanto no ensino 100% EAD como no semipresencial, a disponibilidade de acesso a bibliotecas virtuais com grande acervo de obras sobre os temas estudados. Muitas dessas bibliotecas só podem ser acessadas pelos alunos matriculados nos cursos. A economia que o aluno tem com relação à compra de livros, impressões e fotocópias (muito comuns no ensino presencial) é bastante significativa, pois nessas modalidades, o conteúdo deve estar disponível para o aluno de modo que ele possa acessá-lo integralmente on-line.
A inclusão digital é outro ponto positivo nas modalidades EAD e semipresencial. Ainda que nem todos os brasileiros possuam computadores ou acesso à internet (segunda a pesquisa TIC Domicílios realizada em 2018, 70% têm acesso à internet em computadores ou celulares, e há um aumento significativo desse acesso por parte das classes D e E), o ensino a distância torna-se a melhor possibilidade para um número muito grande de pessoas no país. Dessa maneira, configurase uma oportunidade de incluir digitalmente os cidadãos.
TICs é a sigla para Tecnologias da Informação e Comunicação, isto é, o conjunto de recursos integrados de tecnologia que são utilizados para mediar a comunicação e a informação. As TICs facilitam o acesso à educação por meio da disseminação de informações, permitindo a comunicação nos mais diversos meios.
Segundo Formiga (2009, p. 39),
A EAD está intrinsecamente ligada às TICs por se constituir setor altamente dinâmico e pródigo em inovação, que transforma, moderniza e faz caducar termos técnicos e expressões linguísticas em velocidade alucinante. A sociedade da informação e do conhecimento reflete-se na EAD pela apropriação célere dos conceitos e inovações, que moldam a mídia e se refletem na própria EAD.
Leia o artigo sobre as TICs na educação: SILVA, R. F. da.; CORREA, E. S. Novas tecnologias e educação: a evolução do processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea. Disponível em: https://bit.ly/3azJKi8
Conforme lembra Dias (2011, p. 80-81),
O que há de revolucionário na internet não é ela permitir a comunicação em rede. A comunicação em rede sempre existiu desde que os homens começaram a se relacionar em grupos e em comunidades. Por serem flexíveis e adaptáveis, as redes têm grandes vantagens sobre as estruturas hierarquizadas. E por isso se expandiram na sociedade e na economia. Seus limites, no entanto, eram definidos pela dificuldade de coordenar funções, de concentrar recursos para determinados objetivos e mesmo de realizar tarefas, dependendo do tamanho da rede. As tecnologias de informação e comunicação, sobre as quais se baseia a internet, deram novo impulso ao desenvolvimento das redes, pois puseram por terra os seus limites naturais ao permitirem o gerenciamento de tarefas e a administração da complexidade. (Cf. CASTELLS, 2003, p. 7-8)
A internet, portanto, consegue potencializar essa comunicação em rede, fazendo com que atinja um nível global pelo fato de os computadores estarem interconectados. Continua Dias (2011, p. 81):
[...] E, ao criar esse ambiente de comunicação interconectada, permite que todo cidadão que tenha acesso a ele possa trocar informações, pesquisar conteúdos dos mais diferentes tipos e procedências, participar de redes sociais, baixar e subir arquivos, participar de produções em rede, remixar e recriar conteúdos armazenados na rede, enfim, se relacionar, se divertir e produzir nesse novo ambiente.
A partir desses pressupostos, a inclusão digital torna-se, portanto, uma forma de inclusão social. É importante lembrar, também, que muitos alunos que não teriam acesso ao ensino superior estão conseguindo um diploma de graduação. Talvez seja esse o principal ponto positivo da educação a distância no Brasil, um país com grandes abismos sociais.
Modulo 3
Ambientes virtuais de aprendizagem
Agora vamos estudar sobre os ambientes virtuais de aprendizagem, os mais conhecidos como AVAs. Você já utilizou algum AVA? Qual foi a sua experiência? Você se recorda?
Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) são softwares que hospedam e auxiliam a produção e disponibilização dos materiais didáticos na internet para que você, aluno(a) na modalidade EaD, tenha acesso.
Dentre os mais conhecidos ambientes de aprendizagem estão o Moodle, TelEDuc, E-Proinfo, BlackBoard. Caso você tenha utilizado algum AVA poderá ter se deparado com algum desses mencionados anteriormente. O layout e interface deles são diferentes, mas possuem basicamente as mesmas funcionalidades.
Os AVAS são ferramentas que minimizam a sensação de isolamento e que, se utilizadas de maneira correta, de forma sistemática, contribuem de maneira significativa para a aprendizagem e a interação com os professores e demais colegas.
Ao se matricular num curso a distância – e, quando usamos o termo “a distância”, estamos nos referindo, neste material, às modalidades 100% EAD e semipresencial –, o aluno é direcionado a um ambiente virtual em que encontrará todos os materiais e recursos necessários para realizar os seus estudos.
O AVA também é utilizado como apoio ao ensino presencial. É comum, por exemplo, que os professores do ensino presencial usem o AVA como repositório de material, e que se utilizem dele até mesmo para receber trabalhos e realizar provas. Mas é no ensino 100% EAD e semipresencial que ele ganha maior importância, pois será por meio dele que todo o processo de ensino aprendizagem se dará. Então, é fundamental que você, aluno(a) da EaD, conheça o seu ambiente virtual de aprendizagem e as suas funcionalidades.
Além de ajudar os profissionais envolvidos na produção de conteúdos, os AVAs permitem que professores organizem os materiais de maneira didática e acompanhem o progresso dos seus alunos, oferecendo recursos como relatórios de acesso e tempo utilizado pelos participantes do curso, gráficos comparativos, divisão dos alunos em grupos, sistema de registro de notas, entre outras funções.
É bastante simples fazer a gestão dos estudantes por meio desses recursos, uma vantagem aos professores,que antes precisavam fazer a chamada e registrar as notas à caneta em papel.
Algumas ferramentas facilitam a comunicação dos professores e tutores com os seus alunos. Nos ambientes virtuais, há espaços para chats, videoconferências, mensagens privadas e fóruns de discussão, importantes canais de comunicação nessa modalidade de ensino.
Vale lembrar aqui, que os alunos estarão longe dos professores e tutores, mas devem ter fácil e rápido acesso a esses canais de comunicação para sanar dúvidas.
Figura 4 – Os ambientes virtuais contêm muitos recursos que auxiliam o aluno em seu processo de aprendizagem.Fonte: Freepik
O estudante também pode fazer uso desses recursos, os quais o auxiliam na gestão de seus estudos. Configurar o software para que o avise sobre o prazo de entrega de uma atividade é uma das muitas possibilidades que um AVA oferece.
Os AVAs integram as Tecnologias de Informação e Comunicação em um só ambiente, contribuindo assim, para a disseminação de informação e facilidade de comunicação entre os seus usuários, e ainda para a construção coletiva do conhecimento, já que permitem o compartilhamento de ideias. Dentro desses ambientes, os estudantes têm acesso aos materiais selecionados por professores especialistas na área, realizam as atividades propostas sobre os conteúdos trabalhados, participam de debates, tendo a possibilidade ainda, de acompanhar o seu progresso e a sua performance por meio de relatórios de atividades. Tudo isso é feito no computador ou mesmo no celular. Alguns ambientes virtuais possuem aplicativos que permitem a sua utilização em smartphones.
Modulo 4
Mediação
Você sabe o que é mediação?
Este é outro conceito importante para quem está envolvido com educação a distância. De acordo com a definição do Dicionário Michaelis, mediação é o ato de servir como intermediário entre pessoas, grupos, com o objetivo de sanar dúvidas ou resolver conflitos. No que se refere à educação, essa mediação se configura uma atividade interposta entre o aluno e o conhecimento.
Quem exerce esse papel de mediador na EAD é o tutor, por meio das TICs. É ele que faz a ponte entre o aluno e o professor, ou o aluno e a coordenação de curso, caso haja alguma dúvida ou problema cuja solução não esteja ao seu alcance. Para isso, são utilizados os recursos do próprio ambiente virtual, tais como e-mail, fóruns, chats e web conferências.
É essencial que haja uma mediação efetiva para que o aluno consiga com sucesso realizar tudo aquilo que é esperado no curso, desenvolvendo as competências e habilidades necessárias à sua formação.
Como afirma Longo (2009, p. 219):
A qualidade dos cursos à distância depende, em grande parte, da qualidade da tutoria. Assim, a seleção, a capacitação, o acompanhamento e a avaliação dos professores-tutores são considerados atividades estratégicas. Na prática, essa tradas, na capacidade de organizar e orientar didaticamente o processo de ensinoaprendizagem a distância e na utilização das ferramentas tecnológicas que servirão de instrumento ao professor.
Mas qual seria, então, o papel de cada uma das pessoas envolvidas na EAD? Qual a diferença entre tutor e professor? E o aluno, é responsável pelo quê? Vamos conferir a seguir.
Aluno
Vamos iniciar este tópico com um questionamento. Segundo Palloff e Pratt, (2004) os cursos e programas on-line não foram feitos para todo mundo. Por quê? Vamos refletir sobre isso.
Estudar sem a presença do professor e dos colegas desafia o aluno a superar as suas limitações pessoais e a desenvolver sua capacidade de aprender autonomamente, de aprender a aprender. Você já pensou sobre isso? Você já se questionou sobre o quanto é desafiador ser um estudante da EaD e quanto a ideia de ela ser uma modalidade de ensino fácil não é correta?
Perceba que você tem um papel fundamental com relação à sua aprendizagem e que, por isso, você é o protagonista nessa modalidade de ensino.
Figura 5 – O aluno na educação a distância é o protagonista no processo de ensino e aprendizagem.Fonte: Freepik
Na educação a distância, o aluno é o personagem principal no processo de aprendizagem, pois toma a iniciativa e elabora um caminho a ser seguido para apreender o que está previsto no currículo e no cronograma da disciplina e desenvolver competências e habilidades necessárias à sua formação.
Além das motivações já apresentadas que levam uma pessoa a escolher a modalidade de ensino a distância, podemos apontar algumas características do aluno da EAD:
· • Está sozinho e, portanto, é responsável por gerir os seus estudos;
· • Precisa de organização, dedicação, compromisso e disciplina para dar conta de todas as tarefas propostas;
· • Lê o conteúdo, assiste aos vídeos, participa dos fóruns e realiza as atividades no seu ritmo (ao contrário do que acontece no ensino presencial, em que o professor dá o ritmo a partir do coletivo) e, portanto, pode voltar para reler o que não ficou claro, refazer os exercícios, planejar suas interações;
· • Interage com alunos e professores nos ambientes virtuais e, portanto, deve saber de que maneira fazê-lo;
· • Vai além do proposto pelo autor do material disponibilizado, pois a partir do momento em que começa a estudar o conteúdo, tem dúvidas e curiosidades e estar on-line lhe permite uma busca mais rápida por respostas;
· • Faz uma auto avaliação de como está sua compreensão do conteúdo a partir da leitura e dos exercícios indicados e busca ajuda dos tutores e professores quando acha necessário.
Perceba que o aluno assume para si a responsabilidade da sua formação profissional de forma autônoma. Logo, o aluno se coloca como sujeito do seu processo formativo, de apropriação e de construção do seu conhecimento.
Professor
O professor conteudista é convidado a escrever o material didático, bem como elaborar atividades para que o aluno consiga assimilar o conteúdo referente à disciplina. O material didático é disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, seguindo um cronograma previamente agendado.
Ao elaborar o material didático, o professor conteudista pensa também em estratégias de aprendizagem voltadas para a área da Educação a distância e em quais recursos são pertinentes para cada temática trabalhada.
O ideal é que o professor, nessa metodologia, tenha experiência e conhecimento sobre EAD, pois a modalidade tem aspectos diferentes e bem distintos de uma aula presencial e, portanto, o material didático deverá obrigatoriamente seguir algumas diretrizes e referenciais.
As discussões, por exemplo, não são feitas pessoalmente entre os alunos, portanto, o docente precisa pensar em como instigá-los, no ambiente virtual e até mesmo no material didático, a pensar e debater os assuntos mais importantes.
Algumas responsabilidades do professor do EAD podem ser citadas:
· • Planejar o seu conteúdo pensando sempre no perfil do aluno que estudará a distância;
· • Organizar o material de forma didática, estabelecendo uma divisão hierárquica para apresentá-los;
· • Junto com uma equipe multidisciplinar, transformar o conteúdo em um material agradável para o aluno estudar, utilizando, além do texto, recursos visuais ou sonoros que ilustrem e enriqueçam o conteúdo;
· • Escrever o material de modo dialógico, linguagem utilizada na EAD para que o aluno não se sinta isolado – ao mesmo tempo em que o aluno está estudando sozinho, sabe que pode contar com o auxílio do professor;
· • Corrigir trabalhos e avaliações;
· • Participar de fóruns, colaborando com as discussões;
· • Estar atento à participação e progresso dos alunos no ambiente virtual;
· • Revisar e atualizar os materiais didáticos e atividades.
Perceba como, na educação a distância, o papel do aluno é tão importante quanto o do professor.
Tutor
O tutor é peça fundamental no acompanhamento do processo de aprendizado dos alunos que estudam a distância. É ele que mantém contato direto com os alunos, estimulando-os a realizar as leituras e atividades e a participar dos fóruns, mediando as discussões propostas pelo professor.
O trabalhodo tutor, assim como o do professor, pode variar de acordo com a instituição de ensino, mas é possível elencar algumas de suas tarefas:
· • Estabelecer contato direto com os alunos inscritos no curso;
· • Lembrar os alunos das datas importantes no cronograma das disciplinas do curso;
· • Responder a dúvidas dos alunos referentes à utilização do AVA;
· • Encaminhar dúvidas de alunos referentes a conteúdos para o professor da área;
· • Mediar as discussões nos fóruns;
· • Incentivar os alunos que não estão acessando o AVA.
A interação dos alunos com os tutores e professores pode se dar de maneira síncrona ou assíncrona, dependendo de cada ferramenta utilizada para esse fim.
Os fóruns são ótimos canais de comunicação coletivos e, geralmente, dentro deles, são destinados tópicos para as dúvidas dos alunos. Assim, se um aluno posta no fórum uma dúvida que pode ser também a de outro aluno, este não precisa perguntar novamente ao tutor e professor, otimizando o tempo destinado aos estudos. Trata-se de um recurso utilizado de maneira assíncrona porque a resposta não é imediata – vai depender dos horários de trabalho de professores e tutores. A vantagem é que, como todos os integrantes têm acesso a ele, alguém que souber a resposta para a dúvida pode postá-la. O fórum garante a construção coletiva do conhecimento, pois é um espaço aberto para discussões e troca de ideias entre os participantes – além de ser um importante instrumento de registro para o professor que, a partir das dúvidas e comentários postados, poderá revisar e atualizar seu material didático.
Outra ferramenta de comunicação assíncrona é o e-mail, que permite contato individual do aluno com o tutor, professor ou até mesmo a coordenação. A desvantagem é que a dúvida pode demorar a ser respondida.
Quantos às ferramentas síncronas existem dois exemplos que são bastante utilizados na EAD, os chats e as web conferências. Para a realização dos chats, combina-se um horário para que os participantes do curso acessem o espaço de discussão a fim de tirar dúvidas ou comentar sobre algum assunto que faz parte do conteúdo programático. Muitas instituições contam com atendimento on-line via chat em vários horários, possibilitando que os alunos sanem suas dúvidas de maneira mais rápida. Esse tipo de atendimento se dá de forma individual – entre tutor e aluno –, porém, os chats em grupo são mais interessantes por ficarem disponíveis após seu encerramento; assim, quem não teve condição de participar pode acessá-lo posteriormente.
Figura 6 – Chats e web conferências são importantes momentos para tirar dúvidas e trocar experiências na EAD.Fonte: Freepik
Já a web conferência é uma oportunidade de o professor apresentar-se aos alunos por meio de vídeo, o que contribui para a sua aproximação, e pode ser o único momento em que se veem. Normalmente, por conta do grande número de alunos, somente o professor se mostra em vídeo. Porém, os alunos podem participar por áudio ou texto (chat disponibilizado no momento da web conferência). Trata-se de um encontro virtual realizado por meio de ferramentas que permitem compartilhar textos, arquivos, áudios e vídeos. Ela pode ser utilizada para se debater uma questão, para retomar conteúdos importantes das aulas, como um momento de sanar dúvidas dos alunos, ou ainda para revisar conteúdos antes de uma avaliação. Outra vantagem da web conferência é que ela pode ser gravada para posterior consulta pelos participantes de um curso.
Neste capítulo você pôde adentrar um pouco no mundo da educação a distância, conhecendo as modalidades de ensino, descobrindo como funciona um ambiente virtual e quais são seus principais recursos e quem são os componentes humanos da EAD – professor, tutor e aluno –, entendendo o papel de cada um. Vimos também que a mediação é fundamental para o sucesso dos estudos nessa modalidade.
02 Gerenciamento dos estudos na modalidade de ensino a distância
Ao término deste capítulo você conhecerá os requisitos técnicos e pessoais para estudar a distância. Isso é importante para que você não tenha dificuldades durante o curso. Muitos alunos acabam desistindo porque falta(m) alguns desses recursos. Por isso, é essencial que você se prepare nesse sentido!
Modulo 1
O que é necessário para estudar a distância?
Uma vez que estamos acostumados desde crianças a estudar de um modo bastante tradicional, pode parecer até assustador ter de mudar algumas práticas relacionadas aos estudos. Por exemplo: como manter o foco na leitura do material didático quando se está em um ambiente on-line? Essa é uma das principais justificativas para a falta de comprometimento com os estudos na metodologia da EAD. “Não consigo fazer as leituras ou assistir às videoaulas no computador nem no celular porque a todo o momento aparecem notificações de mensagens e eu não posso simplesmente ignorá-las”, dizem alguns dos estudantes.
Para dar conta de tudo isso, é fundamental que o aluno saiba gerenciar os seus estudos. Muitos alunos não estão acostumados a isso, pois passaram toda a vida escolar na dinâmica do ensino tradicional, em que a escola ou o professor é que estabeleciam o que estudar, quando estudar, de que forma estudar...
Mudar comportamentos é realmente difícil. Porém, se pararmos para pensar em todos os pontos positivos da EAD que já citamos aqui, poderemos encarar essa mudança como um desafio, algo que vai realmente modificar até mesmo o modo como pensamos a educação.
Longe de querer competir com os livros de autoajuda, tentaremos, ao menos, apresentar os requisitos mínimos para que você, aluno (a), tenha sucesso nesta jornada que se inicia.
Requisitos técnicos
Parece óbvio dizer que, para estudar a distância, o aluno precisa de um aparelho que se conecte à internet: um computador, tablet ou smartphone. Porém, nem todas as pessoas têm acesso a eles. Segundo pesquisa do IBGE, a internet chega a três em cada quatro domicílios no país.
Pesquisa do IBGE: https://bit.ly/39iOur3
Figura 7 – Os alunos do EAD podem estudar pelo celular.Fonte: Freepik
O celular é hoje, o aparelho mais utilizado para acessar a internet. Contudo, nem todos os alunos gostam de estudar no celular, seja pelo tamanho da tela ou pela falta de recursos de que alguns não dispõem, como leitores e editores de texto. Por isso, preferem utilizar tablets ou computadores.
Ainda que o aluno não tenha acesso a esses aparelhos, é provável que em sua cidade ou perto dela haja os polos de ensino da instituição em que está matriculado. Todo polo presencial de ensino precisa disponibilizar aos alunos um laboratório de informática para garantir o acesso aos materiais. Além disso, várias cidades possuem bibliotecas públicas com computadores disponíveis.
Resumindo, para estudar a distância são necessários três componentes: um dispositivo eletrônico com acesso à internet; um navegador (Internet Explorer, Chrome, Firefox); e uma conexão com internet (dependendo da velocidade de conexão, pode ser mais difícil assistir a videoaulas). Munido desses três componentes, é só acessar o AVA e iniciar os estudos!
Os ambientes virtuais de aprendizagem costumam ser bastante intuitivos. Isso significa que a maioria dos alunos não apresenta dificuldades para lidar com eles e, em caso de dúvidas, têm suporte da equipe de Tecnologia da Informação e dos tutores para auxiliá-los no que diz respeito a dúvidas sobre o software.
É desejado, também, que o aluno saiba utilizar algum navegador e realizar pesquisas na internet. Para assistir às videoaulas e participar de web conferências, talvez seja necessário um fone de ouvido ou um microfone. As instituições de ensino podem indicar o que você precisa ter como requisitos mínimos para conseguir acompanhar o curso a distância no qual está matriculado.
Requisitos pessoais
É sabido que as pessoas aprendem de maneiras diferentes. Uns absorvem melhor o conteúdo quando leem ou escrevem, alguns quando assistem a vídeos, outros quando escutam áudios e há aqueles que conseguem assimilar os conteúdossomente quando fazem atividades práticas sobre o tema. São os chamados Estilos de Aprendizagem. Uma das principais teorias acerca do tema divide os estilos em quatro: leitura/ escrita, visual, auditivo e cinestésico. Trata-se da Teoria VARK (sigla em inglês para os nomes dos estilos: visual, auditive, reading, kinesthetic).
Os estilos de aprendizagem são conceituados como a preferência na forma como as pessoas recebem e processam as informações sendo, portanto, habilidades passíveis de serem desenvolvidas. Enquanto alguns aprendizes tendem a focalizar mais os dados e programas, outros conseguem aprender mais a partir de informações verbais que tanto podem ser explicações orais ou escritas. Há também quem prefira aprender por informações visuais como figuras e esquemas, enquanto outras pessoas se sentem mais confortáveis com teorias e modelos matemáticos. Existem ainda os que preferem aprender as informações de forma interativa, já outros indivíduos têm uma abordagem mais introspectiva e individual na sua forma de adquirir conhecimentos (SANTOS; MOGNON, 2010, p. 230)
De maneira resumida, podemos definir os quatro estilos de aprendizagem a partir das características dos alunos que compõem cada grupo:
Quadro 1– Estilos de aprendizagem Fonte: Adaptado de Santos e Mognon (2010)
Para descobrir qual é seu estilo de aprendizagem, busque pelos testes VARK disponíveis na internet.
Gerenciando a autoaprendizagem
Outro ponto importante na gestão dos seus estudos é o planejamento. Hoje existem diversas formas de organizar as tarefas diárias. Utilizando a conhecida agenda de papel ou uma agenda digital, o importante é que você não se esqueça de inserir datas importantes e elabore um cronograma de estudos.
Figura 8 – Gerenciar o tempo é fundamental para o aluno da EAD.Fonte: Freepik
Muitos ambientes virtuais possuem aplicativos que enviam lembretes de início e fim de prazo das unidades ou tarefas, o que auxilia muito os estudantes que costumam esquecer-se de acessar o AVA. Por mais incrível que pareça, essa é uma das justificativas para a não realização das atividades on-line e evasão dos cursos a distância: “eu esqueci”. Portanto, se você acha que isso pode acontecer, antecipese, encontrando uma maneira de lembrá-lo, seja utilizando post-its ou, programando sua agenda no celular.
Se você não tem essa disciplina para os estudos, pode ter certeza de que é uma das habilidades que vai adquirir realizando as tarefas propostas na EAD. E ela não auxiliará somente nos estudos, mas também no planejamento de outros contextos de sua vida, pois acaba por se tornar um hábito.
O prazo é algo extremante sério nos cursos ofertados a distância. Assim como temos prazos para entregar documentos, realizar solicitações, horários definidos para comparecer aos compromissos, também na EAD existem regras. Quando é solicitada ao aluno a produção de um texto, já está estabelecida a sua data de entrega. É muito comum os alunos deixarem para realizar a atividade no último dia – ou pior, na última hora –, o que pode comprometer seriamente a qualidade do trabalho.
Dessa forma, é imprescindível que haja, por parte do aluno, autoorganização e disciplina. Existem muitos recursos que ajudam nesse sentido. Eis algumas dicas:
· • Construa um cronograma e divida-os dias em: dias para estudo e dias para realização das atividades.
· • Nos dias de estudo, faça a leitura do material e assista às videoaulas com calma, voltando sempre que necessário. Pesquise na internet sobre pontos específicos que não entendeu ou em que deseja se aprofundar.
· • Nos dias de atividades, tente realizá-las, em um primeiro momento, sem consultar os materiais, para verificar o que realmente foi assimilado. Depois, faça as consultas e realize as atividades com empenho.
· • Evite distrações que possam atrapalhar seus estudos. Pesquise técnicas para isso, como estudar durante um período e fazer pequenas pausas (existem plug-ins que bloqueiam as redes sociais por determinado tempo, por exemplo).
· • Elabore um resumo em forma de texto, vídeo, áudio, infográfico ou apresentação em slides ao finalizar o estudo de cada unidade.
· • Aproveite os espaços colaborativos do ambiente virtual para trocar ideias e solicitar auxílio, bem como auxiliar aqueles que precisam.
Você conhece a técnica Pomodoro? Pesquisas apontam que estudar/trabalhar por muitas horas ininterruptamente é menos produtivo que combinar momentos curtos de concentração com pequenas pausas. Leia a notícia que trata do tema: https://bit.ly/3dyegLs
Neste capítulo você aprendeu que é fundamental planejar seus estudos para obter sucesso nos cursos ofertados a distância. Existem alguns requisitos básicos técnicos aos quais você deve estar atento antes de iniciar esse caminho e outros requisitos pessoais, tais como organização, disciplina e gestão do tempo. Se você ainda não possui essas habilidades, agora é a hora de trabalhar para alcançálas!
03 Ambiente virtual de aprendizagem
Ao final deste capítulo, você conhecerá diversas funcionalidades do ambiente virtual de aprendizagem que auxiliam tanto o professor, na disponibilização dos conteúdos e atividades, como os alunos, em seus estudos e compreensão. É fundamental que você conheça e utilize essas funcionalidades para ter aproveitamento total no curso.
Modulo 1
Acesso ao material
Você já sabe o que é um ambiente virtual de aprendizagem. Agora vai conhecer alguns recursos disponibilizados dentro dele. Vamos lá?
Ao entrar pela primeira vez em um ambiente virtual de aprendizagem, o estudante vai se deparar com uma organização prevista dos conteúdos a serem estudados. Se estiver matriculado em uma graduação, por exemplo, haverá um módulo contendo determinadas disciplinas, que vai cursar em um período estabelecido pela instituição de ensino. Algumas instituições disponibilizam o módulo completo, com todas as disciplinas, de uma só vez, para que o aluno faça sua própria gestão do tempo. Porém, o mais comum é que as disciplinas sejam disponibilizadas ao longo dos meses, com um período estabelecido para o aluno cursar cada uma delas, o que auxilia os discentes nesse planejamento.
Dentro de cada disciplina, o aluno poderá encontrar os conteúdos divididos em unidades ou capítulos. É extremamente importante que ele esteja atento às datas de realização de atividades e entrega de trabalhos, para que não estude de forma “atropelada” na véspera do encerramento de uma unidade, por exemplo.
O acesso ao conteúdo geralmente se dá por meio de textos escritos e disponibilizados em pdf, e-books ou diretamente dentro dos módulos, sem haver necessidade de realizar o download do material.
No ensino a distância é muito comum que os conteúdos não fiquem somente na linguagem verbal, mas que existam outras linguagens utilizadas para facilitar a compreensão dos alunos, tais como videoaulas, podcasts, infográficos, mapas conceituais, objetos interativos de aprendizagem, jogos educativos, entre outros. Isso é essencial para atender aos mais variados perfis de alunos que procuram a EAD.
Modulo 2
Fóruns de discussão
Os fóruns são espaços ideais para a promoção de discussões acerca dos temas estudados. Esse espaço, mediado pelo professor ou tutor, é destinado à troca de informações e opiniões entre os estudantes. É uma oportunidade de conhecer as pessoas que estão no mesmo curso e que, muitas vezes, apresentam expectativas comuns. Permitem iniciar um diálogo que pode ir além do fórum, dependendo dos objetivos de cada um. Para os alunos que se sentem sozinhos ao estudar a distância, são excelentes momentos de troca.
Conforme explicita Valenza (2017, p. 6), os fóruns:
[...] são importantes canais de comunicação e discussão entre professores e alunos no ensino a distância e permitem trabalhar diversas habilidades esperadas em um estudante da EAD. Uma atividade proposta nessa ferramenta pode buscar um ponto possível de debate nos conteúdos para que inscritos discutam questões relevantes, proponham soluções para os problemasapresentados e, juntos, aprimorem suas práticas. Além disso, sabe-se que trabalhar em equipe é sempre uma experiência construtiva. Em ambientes virtuais, esses momentos também têm como função aproximar os alunos que estão fisicamente separados.
Geralmente, os fóruns são utilizados para a discussão, sem que o professor avalie a participação dos alunos. Contudo, é possível realizar produções textuais e atribuir a elas nota, dependendo das características e objetivos da disciplina, desde que os critérios de avaliação estejam bem explícitos.
Para Faria e Souza (2013, p. 1.185) apud Valenza (2017, p. 6):
O fórum é uma poderosa interface para se proceder à prática avaliativa por promover o diálogo, o que, por sua vez, possibilita uma avaliação na dimensão dialógica. Nesse sentido, a avaliação “não é um momento nem uma atividade pontual dos processos de ensino e de aprendizagem, mas um processo entrelaçado e intrinsecamente ligado aos demais” (KRATOCHWILL, 2010 p. 4). Primo (2006) defende que uma educação dialógica e problematizadora deve se organizar considerando o contexto de desenvolvimento dos alunos.
A principal atividade em grupo disponível no ambiente virtual é o fórum de discussão. Contudo, existem outras ferramentas que possibilitam a construção coletiva de texto, a depender de cada ambiente virtual. As atividades em grupo, conforme lembra Palange (2009, p. 382), [...] permitem ao aluno a interação com companheiros e com o professor na discussão das atividades e nas alternativas originais de solução. Nas atividades em grupo é possível incorporar diferenças, assumir histórias, abrindo a possibilidade da pluralidade e permitindo que as diferenças possam adquirir novos significados. É muito comum que nas atividades em grupo surjam novas situações-problemas que são discutidas por todos daquele grupo do qual o professor se torna mais um participante.
Modulo 3
Atividades de fixação do conteúdo
Um recurso extremamente importante no processo de aprendizagem do aluno são as questões objetivas, pois auxiliam na fixação do conteúdo trabalhado na aula. Nesse modelo de questão, o professor cadastra a pergunta e as alternativas, bem como a resposta correta e um comentário que a explica. Dessa forma, o aluno pode verificar o quanto compreendeu daquilo que leu e estudou, fazendo também uma auto avaliação de sua prática de estudo.
As questões de múltipla escolha são as mais utilizadas, contudo, há outros modelos, como associação, verdadeiro ou falso, preenchimento de lacunas etc. São disponibilizadas em grupos, aos quais se dá o nome de questionário ou quiz. O sistema pode ser programado para sortear questões, de modo que os questionários sejam diferentes para os alunos, apresentando as respostas corretas e o texto de comentário logo após o encerramento do questionário, dentre outras possibilidades. Isso vai depender do planejamento do professor. Por exemplo: ele pode fazer uma avaliação com questões objetivas e não disponibilizar as respostas até que todos encerrem o questionário. Ele também pode separar as questões por níveis de dificuldade e programar o questionário de modo que sorteie um número x de questões fáceis, de nível intermediário ou difíceis, para que a avaliação seja justa entre todos os participantes.
Além das questões objetivas, os alunos podem responder a questões discursivas. Nesse modelo, há uma pergunta ou um direcionamento elaborado pelo professor e uma caixa de texto em que o aluno redigirá sua resposta. Esse tipo de questão exige correção manual por parte do professor ou tutor. O professor geralmente deixa orientações à tutoria do que espera como resposta, ou estabelece critérios de avaliação.
Nos ambientes virtuais, o professor tem acesso, por meio de relatórios e gráficos, a informações como: quanto tempo cada aluno levou para responder às questões; quais foram as questões que os alunos mais acertaram ou erraram – importante dado para verificar problemas na elaboração das atividades ou revisar o material didático; quais turmas (no caso de haver mais de uma) apresentaram desempenho melhor; qual foi a nota de cada aluno e a média geral; entre outras.
Modulo 4
Produções textuais
É muito comum na EAD que sejam solicitadas atividades em formato de texto, geralmente avaliativas. Podem ser produções textuais simples ou mais elaboradas, como artigos acadêmicos. Existem, basicamente, duas formas de entregar um texto: redigi-lo dentro de uma caixa de texto, o que, em alguns ambientes virtuais, é chamado de texto on-line – já que é necessário estar on-line para escrever –, ou fazer upload do texto em formato Word ou pdf – nesse caso, o aluno pode redigir o texto independentemente de estar conectado à internet, necessitando dela somente para fazer o upload.
Figura 9 – Conhecer cada recurso do AVA é fundamental para ter um bom aproveitamento dos conteúdos ofertados.Fonte: Freepik
A avaliação desses textos, assim como nas questões discursivas, depende de critérios preestabelecidos pelo professor. O processo avaliativo na educação a distância costuma ser bastante diferente daquilo com que o professor está acostumado no ensino presencial.
Como lembra Ferreira (2013, p. 1.197),
[...] os professores devem ter uma postura de constante reflexão e diálogo diante da avaliação, transformando-a um processo de investigação, no qual o erro e as diferenças sejam compreendidas como alguns passos na construção do conhecimento. Assim, nesta modalidade, o erro pode ser muito mais revelador do que quando comparado ao ensino presencial. Através dele o professor pode chegar a possíveis problemas no material didático, a inconsistências nas ferramentas de avaliação e até mesmo em problemas organizacionais da instituição de ensino.
Perceba que é essencial que você se aproprie dos recursos do AVA e das suas funcionalidades. Como também adquira o hábito da leitura e da escrita para que obtenha êxito na produção dos trabalhos acadêmicos que lhe serão solicitados. Saiba que, os recursos tecnológicos e as facilidades que temos ocasionadas por eles facilitam e muito o nosso aprendizado, mas é importante que os alunos desta modalidade estejam cientes que a produção textual será um dos aspectos fundamentais para que alcance o proveito no seu aprendizado.
Neste capítulo você conheceu um pouco mais das funcionalidades de um ambiente virtual: como acessar os materiais, quais são os tipos de atividade possíveis, como se dá a avaliação no EAD. A partir de agora, você está pronto para lidar com tudo de melhor que um ambiente virtual oferece!
04 Recursos variados que auxiliam nos estudos
Ao final deste capítulo, você conhecerá recursos que, dentro ou fora dos ambientes virtuais, auxiliam os alunos no entendimento e fixação dos conteúdos trabalhados. Muitos alunos não aproveitam a oportunidade de conhecer várias maneiras de estudar. Não seja um deles! Certamente você vai se surpreender e gostar de estudar utilizando os recursos que vamos mostrar aqui.
Modulo 1
Muitas informações e diversas maneiras de acessá-las
O acesso à informação que temos hoje é algo que não era possível imaginar há alguns anos atrás. Enquanto, há poucas décadas, procurávamos por verbetes em enciclopédias – as quais eram atualizadas e reimpressas todo ano – hoje basta digitar o início de uma palavra em um buscador no navegador e temos como resposta um mundo de resultados.
Faça o teste: digite “educação” e conte quantas sugestões de busca são indicadas imediatamente. Temos até dificuldade de lidar com tanta informação, não é mesmo? Qual é o melhor resultado para a minha busca? Qual é a melhor resposta para a pergunta que digitei, dentre as centenas, os milhares de resultados? Fica até difícil de decidir! E esse é um ponto que devemos levar em conta quando estamos estudando a distância. Pois em algum momento vamos nos deparar com um grande número de artigos, livros, notícias, e saber escolher a melhor fonte é algo extremamente importante.
Agora, vamos conhecer alguns dos recursos que podem auxiliaros estudos e como escolher os mais pertinentes?
Livros
Os materiais didáticos disponibilizados no AVA são escritos a partir de pesquisas feitas pelos professores conteudistas. Esta é a primeira dica quando se deseja procurar fontes confiáveis para aprofundar os estudos: consulte a bibliografia da disciplina ou as referências utilizadas pelo professor ao escrever o material (a lista geralmente vem ao final de cada unidade). Certamente lá estarão as mais importantes e atualizadas obras sobre o assunto. Existem livros clássicos sobre os conteúdos abordados em cada disciplina, os quais o professor conteudista tem o dever de apresentar aos alunos.
Observe ao final desta unidade que utilizamos, sobretudo, obras cujo tema principal é a educação a distância. Não poderia ser diferente, já que estamos tratando dessa modalidade de ensino e apresentando suas características.
Antes de comprar algum livro em seu formato físico, verifique se não está disponível na biblioteca virtual ou na biblioteca física da instituição ou polo de ensino ao qual você está vinculado.
É possível, também, que esteja disponível para download na internet, como é o caso da obra mais importante que temos no Brasil a respeito da EAD, “Educação a distância: o estado da arte”, organizada por LITTO e FORMIGA (2009/2012).
Os dois volumes da obra estão disponíveis para consulta e download em: https://bit.ly/2UlyRec É costume da comunidade científica que produz material sobre EAD o compartilhamento de informações. Portanto, torna-se fácil encontrar textos sobre o tema na rede.
Artigos
Os artigos publicados em revistas científicas constituem uma excelente e confiável fonte de consulta e possibilitam o acesso aos estudos mais recentes sobre o assunto em que se deseja aprofundar.
Mesmo as revistas impressas possuem versão on-line para consulta e ainda existem as revistas publicadas exclusivamente em formato digital.
Ao contrário dos livros, que tratam de assuntos mais abrangentes, os artigos se debruçam sobre temas mais específicos. Trata-se de um afunilamento dentro de uma determinada área do estudo para quem deseja se aprofundar em um ponto específico. Observe na lista de referências ao final desta unidade, que foram utilizados diversos artigos como fontes de consulta. Os que estão disponíveis on-line foram indicados junto com um link de acesso – por exemplo, o artigo “Novas tecnologias e educação: a evolução do processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea”, de SILVA e CORREA, publicado na revista Educação e Linguagem (disponível em: ).
Vídeos
Os vídeos são recursos que combinam texto oral e/ou escrito com linguagem audiovisual e existem em variados formatos de produção, podem ser muito curtos até muito longos, conter muitos cortes ou nenhum corte, podem ser produzidos por pessoas especializadas ou de modo amador, até mesmo utilizando-se o celular.
As videoaulas são bastante utilizadas para atender principalmente às expectativas daqueles alunos que não abrem mão do formato tradicional do professor em frente da sala explicando os conteúdos, de preferência utilizando o quadro negro ou apresentação em slides para apresentar conceitos-chave ou deixar claro o seu roteiro de aula. A diferença é que esta aula é gravada em estúdio, previamente roteirizada para que tenha uma duração específica e dê conta de todo o conteúdo previsto, que é apresentado de maneira exclusivamente expositiva. Nesse formato de aula não há interação com o aluno, portanto, não é exatamente uma reprodução do que acontece numa aula presencial.
Muitos alunos só conseguem assimilar o conteúdo assistindo a videoaulas ou vídeos explicativos sobre o tema; já outros não aguentam ver nem um minuto de vídeo. Isso é muito pessoal e depende também do estilo de aprendizagem de cada um, como já falamos anteriormente. Mas não se pode negar que hoje é muito fácil encontrar vídeos dos mais variados temas e que eles resolvem muitas dúvidas de maneira bastante didática. Para confirmar, basta fazer uma simples busca no YouTube, iniciando a frase com as palavras “como consertar um...”. Você vai se surpreender com os resultados!
Para exemplificar, assista ao vídeo “Como aprender melhor e mais fácil”, do Canal Nerdologia: https://bit.ly/39kePoJ
Podcasts
Podcast é um arquivo de áudio, de tamanho menor que o do vídeo, o que facilita seu acesso e download. Muitas pessoas preferem ouvir podcasts a assistir a vídeos, pois não precisam estar em frente à tela para ter acesso a todo o conteúdo. Podem ouvir o arquivo enquanto realizam outras tarefas, como quando estão no trânsito, seja dirigindo ou no transporte público.
Existem podcasts sobre os mais variados temas e, se você é falante de outra(s) língua(s), a lista aumenta consideravelmente. Você pode baixar um arquivo individual sobre um tema que lhe interesse ou assinar um podcast e ser avisado toda vez que um novo episódio é disponibilizado na rede.
Existem muitos podcasts e uma busca na internet por temas de seu interesse pode ajudar. Mas antes, confira essas duas dicas de podcasts, um sobre temas relacionados a ciência e pesquisa e outro sobre política: http://www.ufrgs.br/frontdaciencia/. https://xadrezverbal.com/tag/podcast/.
Quando é prevista a produção de um podcast para ser disponibilizado aos alunos em um AVA, geralmente ele traz temas relevantes sobre o conteúdo trabalhado ou um resumo da aula. Pode ser gravado pelo professor conteudista, pelo tutor ou ter o formato de entrevista com algum especialista da área.
Imagens e infográficos
As imagens servem para ilustrar conteúdos trabalhados na aula. Também podem servir como ponto de partida para uma problematização.
Os infográficos apresentam informações relevantes sobre determinado conteúdo, utilizando linguagem verbal (textos concisos) e não verbal (imagens ou símbolos). Trata-se de uma síntese ilustrativa de um tema que não pretende esgotar o assunto, mas apresentar pontos específicos, como conceitos, números relevantes, entre outros.
São bastante utilizados em revistas e jornais e facilmente encontrados na internet.
Mapas conceituais
Um mapa conceitual é uma apresentação gráfica que auxilia na organização das ideias a respeito de determinado assunto. Assim como o infográfico, traz as informações de maneira esquematizada.
Nesta e em outras unidades você terá a oportunidade de conhecer – se já não conhece – um mapa conceitual
Figura 10 – Exemplo de um Mapa ConceitualFonte: Material didático da disciplina Educação Infantil (2020)
Objetos de aprendizagem
São conteúdos interativos a respeito de determinado assunto que utilizam imagens, textos, vídeos, áudios, animações para explicá-lo. São usados, geralmente, para complementar e propiciar aprofundamento de assuntos tratados na aula.
Jogos educativos
Existem diversos jogos digitais elaborados para ensinar ou reforçar um determinado tema. No ambiente da educação, são bastante utilizados os jogos cooperativos, em que o grupo tem um objetivo em comum.
A depender do conteúdo que está sendo trabalhado em uma unidade de estudo, você poderá utilizar esses recursos para auxiliá-lo a entender algo que não ficou muito claro ou aprofundar algum ponto que despertou seu interesse. Se você parar para pensar, já fazemos isso diariamente: quando estamos em dúvida sobre uma palavra, um conceito, uma declaração dada por alguém conhecido do público, um assunto que está sendo comentado pelas pessoas... Para isso, basta uma simples busca em um site de pesquisa e você tem acesso a uma gama de resultados que trazem a resposta nos mais variados formatos: uma notícia de jornal, um vídeo explicativo, uma imagem. Agora é hora de trazer essa prática também para o contexto dos estudos. Não deixe de buscar, pesquisar, se aprofundar. Lembre-se: você, aluno (a), é o protagonista nessa modalidade pela qual decidiu se aventurar: a educação a distância.
Neste capítulo você conheceu alguns recursos que podem auxiliar nos estudos na modalidade a distância: livros, artigos, vídeos etc. É muito comum quevários deles já estejam previstos no próprio material didático de uma disciplina ofertada em EAD, mas você também pode contar com uma busca na internet para ter acesso a eles. Só não se esqueça de sempre optar por fontes confiáveis! Bons estudos!

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