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É uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia crônica, que em longo prazo promove lesões de órgãos-alvo podendo cursar também com complicações agudas. Os fatores que contribuem para hiperglicemia são (1) Déficit de insulina (absoluto ou relativo) (2) Resistência a insulina. Independente da etiopatogenia, a doença cursa com diminuição da utilização periférica e aumento da produção hepática de glicose. Metabolismo Fisiológico da Insulina A insulina é um peptídeo derivado da clivagem da pró-insulina, que também origina o peptídeo C, que não tem atividade hormonal. O estímulo primário para liberação de insulina é o aumento dos níveis séricos de glicose. Através de canais GLUT 1 e 2 presentes na membrana da célula beta, a glicose adentra o citoplasma e passa por glicólise com formação de ATP, que promove o fechamento dos canais de potássio ATP-sensíveis, resultando na despolarização celular e influxo de cálcio, estímulo para a degranulação e liberação de insulina pelas células beta. . Mediante redução dos níveis séricos de glicose, um hormônio chamado glucagon é liberado pelas células alfa das ilhotas pancreáticas. Para aumentar a secreção de insulina pancreática na presença de glicose também são produzidas incretinas – peptídeos secretados pelo tubo digestivo apenas quando a glicose é absorvida a partir de uma refeição. Existem duas incretinas principais: GLP-1 (Glucagon like peptide-1 ) e G I P (Glucose dependent insulinotropic peptide ), ambas degradadas pela enzima DPP-IV. Alguns medicamentos para tratamento da DM atuam no bloqueio desses canais de potássio ATP- sensiveis, como as sulfaniluréias e as glinidas OBS: Neurônios não são sensíveis à insulina, uma vez que já expressam de forma constitutiva canais de glicose GLUT-1 na sua membrana, sendo estritamente dependentes da glicemia. Sem reservas de glicose, o SNC rapidamente entra em colapso na vigência de neuroglicopenia.. Neurônios também não são capazes de realizar betaoxidação (geração de ATP a partir de ácidos graxos). Diante de um déficit extremo de glicose, o fígado produz corpos cetônicos a partir de ácidos graxos que são usados como alternativa energética pelos neurônios, mas essa é uma estratégia insustentável pois leva à cetoacidose (acidose metabólica com ânion gap aumentado por conta do excesso de corpos cetônicos). Muitos diabéticos, principalmente do tipo 2, apresentam baixa no efeito dessas incretinas, por isso foram desenvolvidos novos medicamentos como os inibidores da DPP-IV (ex: sitagliptina), que aumentam o efeito incretínico. 2019 Classificação e etiopatogenia Diabetes Mellitus tipo 1 Destruição primária das células beta e hipoinsulinismo “absoluto” * Tipo 1A – mecanismo autoimune (>90%) * Tipo IB – idiopático Predomina em pacientes jovens não obesos, mas em 30% dos casos pode aparecer após os 30 anos – conhecida como LADA (Latent autoimune diabetes of adults – diabetes autoimune latente do adulto) que cursa com progressão relativamente lenta do déficit insulínico e quadro clínico mais arrastado, podendo inclusive ser confundida com DM2, mas depois o hipoinsulinismo absoluto se estabelece (se manifestando através de cetoacidose, por exemplo) e diferencia melhor o quadro clínico. Incidência bimodal: primeiro pico dos 4 -6 anos e segundo pico dos 10 – 14 anos. O DM tipo 1A é uma doença autoimune, e frequentemente está acompanhado de outras imunopatias. O modelo etiopatogênico mais aceito na atualidade se baseia na interação entre fatores genéticos e ambientais. Situações como infecções virais poderiam, teoricamente, através de um mimetismo celular desencadear o processo de insulite (inflamação das ilhotas pancreáticas) em indivíduos geneticamente predispostos. Nesses pacientes, a maioria das células beta estarão destruídas depois de um tempo (ausência absoluta de insulina endógena), levando à dependência de insulina exógena para o resto de suas vidas.. Diabetes Mellitus tipo 2 Resistência periférica à insulina que se associa à disfunção progressiva das células beta (“exaustão secretória”) Predomina em adultos obesos (> 45 anos), mas tem se tornado cada vez mais frequente em crianças e adolescentes (por causa da epidemia de obesidade). Existem dois fatores que geram a hiperglicemia nesses pacientes: * Resistência à insulina * Déficit secretório das células beta A teoria mais aceita é que a resistência a insulina surge primeiro, fazendo com que a célula beta trabalhe em excesso até atingir uma “exaustão” secretória. O resultado é um hipoinsulinismo relativo (ou seja, a insulina está em níveis satisfatórios, mas mesmo assim é insuficiente para manter a homeostase da glicose). Indivíduos geneticamente propensos têm maior chance de desenvolver DM2 quando expostos a ganho de peso e inatividade física, eventos que acarretam a resistência à insulina. A hiperglicemia crônica, juntamente com a hiperlipemia, agrava a resistência insulínica e o deficit secretório (efeitos “glicotóxico” e “lipotóxico”), gerando um ciclo vicioso que evolui com descompensação metabólica progressiva. Resistência à insulina: Esse termo foi criado pra descrever pacientes que precisavam de doses progressivamente maiores de insulina a fim de manter o controle glicêmico. Hoje faz referência à situação na qual dada concentração de insulina (exógena ou endógena) se mostra incapaz de produzir os efeitos esperados. Determinado nível de insulinemia promove menor captação de glicose e utilização por tecidos periféricos como: * Músculo esquelético * Tecido adiposo – menor inibição da lipólise * Fígado – menor inibição da gliconeogênese, ocasionando maior produção hepática de glicose. Obesidade e resistência insulínica Uma das explicações para o desenvolvimento de resistência insulínica é a toxicidade dos ácidos graxos livres. Depósitos de gordura centrípeta (abdome e tórax) se comportam diferente da gordura mais periférica (quadril e membros). A gordura central é mais lipolítica e libera maior quantidade de ácidos graxos livres na circulação, que se acumulam e tecidos como fígado e músculos. O excesso de ácidos graxos livres altera o funcionamento de enzimas relacionadas à transdução do sinal da insulina, diminuindo a eficácia do processo. Nas fases iniciais ocorre uma hiposensibilidade da célula beta à glicose, devido a menor expressão de canais de glicose GLUT-2 na membrana., dessa forma ocorre menor produção de insulina pós-prandial causando hiperglicemia nesse período. Também ocorre a deficiência das incretinas, diminuindo mais ainda a quantidade de insulina a ser produzida. Nas fases mais avançadas ocorre algum grau de destruição das células beta, e a insulinoterapia é frequentemente necessária. Essa destruição celular ocorre devido à sobrecarga causada pela maior produção compensatória de insulina nas fases iniciais, isso gera um acúmulo intracelular de amilina, que se precipita e forma compostos amilóides patogênicos. Diabetes Mellitus gestacional Intolerância à glicose diagnosticada na gestação que não configura um quadro franco de diabetes mellitus O Diabetes Mellitus (DM) é a complicação clínica mais comum do período gestacional. A afecção inclui um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia resultante de defeito na secreção e/ou na ação de insulina.. Caracterizada por intolerância aos carboidratos, em variados graus de intensidade, iniciada durante a gestação, e que pode ou não persistir após o parto. A paciente que engravida já com o diagnóstico firmado de diabetes, seja ele tipo I ou tipo II, não é chamada de gestacional e, sim, de diabetes prévio ou pré-gestacional. Outros tipos de DM Entre estes estão* Insuficiência pancreática: Para causar DM, 80 – 90% da massa pancreática está destruída, pode-se observar em pancreatite alcoólica crônica ou fibrose cística, por exemplo. * Outras endocrinopatias: Causam desequilíbrio entre insulina e seus contrarreguladores. Ex.: hipercortisolismo (Cushing), excesso de GH (acromegalia e gigantismo) e excesso de catecolaminas (feocromocitoma). * Uso de drogas: Medicamentos como corticoides agem como “contrarreguladores” da insulina. Outros mecanismos também fazem com que outros medicamentos causem intolerância à glicose como levotiroxina, fenitoína, tiazídicos, beta-bloqueadores entre outros. * MODY (defeitos monogênicos): Forma hereditária de DM na qual crianças e adolescentes desenvolvem quadro Além dos ácidos graxos, o tecido adiposo também libera citocinas inflamatórias na circulação. O TNF- α, por exemplo, é capaz de exercer efeito semelhante aos ácidos graxos livres dentro da célula. semelhante a DM2 precocemente, mas não está acompanhado de obesidade. Quadro clínico Diabetes Mellitus tipo 1 Quadro clássico: Criança ou adolescente que desenvolve – ao longo de dias ou semanas – poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso (os 4 P’s) Em crianças pequenas as primeiras manifestações podem ser enurese noturna e candidíase vaginal. LADA – manifestação tardia (após anos) e com quadro clínico mais arrastado, porém eventualmente o hipoinsulinismo absoluto se manifesta, responsável pelo diagnóstico diferencial com DM2. Diabetes Mellitus tipo 2 Pacientes passam anos ou até décadas assintomáticos. É comum que o diagnóstico seja feito quando lesões em órgãos-alvo já estão estabelecidas. Quadro clássico: Paciente adulto, obeso, sedentário que possui outros fatores de risco cardiovasculares. Sintomas de franca hiperglicemia como poliúria e polidipsia são menos frequentes em comparação com o DM 1. O surgimento de cetoacidose é bem raro, no caso do DM2, a complicação aguda mais frequente é o estado de hiperosmolar não cetótico. Um sinal clínico importante que pode surgir é a acantose nigricans. Na presença desse sinal no exame clínico, pensar em resistência à insulina ou neoplasia maligna (pulmão e TGI) caso houver acometimento mais extenso. Critérios diagnósticos O diagnóstico de DM é feito pela confirmação laboratorial de hiperglicemia, sendo atualmente aceitos: 1) Hemoglobina glicada (A1c) 6,5% 2) Glicemia em jejum 126 mg/dl 3) Glicemia 2h após TOTG-75* 200 mg/dl 4) Glicemia aleatória 200 mg/dl + sintomas de hiperglicemia (polis) *teste de tolerância à glicose: 75 g de glicose anidra ministrados pela via oral e dosagem da glicemia 2h depois Com exceção ao último critério, todos os outros precisam ser confirmados em uma segunda dosagem, na ausência de hiperglicemia inequívoca. Caso dois testes diferentes tenham sido solicitados ao mesmo tempo, e ambos sejam concordantes para o diagnóstico de diabetes, nenhum exame adicional é necessário (ex.: glicemia de jejum + hemoglobina glicada). Por outro lado, se os testes forem discordantes, aquele que estiver alterado deverá ser repetido para confirmação ou não do diagnóstico. Estados pré-diabéticos Alguns pacientes têm glicemia alterada, mas não preenchem critérios para o diagnóstico de DM, por esse motivo são chamados de pré-diabéticos. São pessoas com alta probabilidade de desenvolver DM tipo 2 em curto prazo. Nesse estágio, a doença pode ser evitada, mas o paciente deve seguir as medidas preventivas à risca. 1) Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl 2) Glicemia 2h após TOTG-75 entre 140 e 199 md/dl 3) Hemoglobina glicada (A1c) entre 5,7 a 6,4% O paciente pré-diabético também apresenta risco cardiovascular aumentado, e isso só ressalta a importância da adoção de medidas preventivas adequadas. Para esses pacientes, as medidas preventivas consistem em modificações terapêuticas no estilo de vida (MEV) ou seja, orientação nutricional e atividades físicas regulares visando perda de peso e reversão do estado de resistência à insulina. Além disso, os pacientes devem ser instruídos a cessar o tabagismo visto que o cigarro é um fator que agrava a resistência insulínica. Com relação a prevenção com medicamentos foi visto que as MEV são bem mais eficazes na prevenção da instalação da doença visto que os custos da medicação são maiores que os benefícios ofertados. Foi visto que a metformina pode ser prescrita mas apenas em pacientes de muito alto risco de evolução para DM2, seguindo esses critérios: (1) presença de múltiplos fatores de risco para DM tipo 2 (2) piora progressiva do controle glicêmico a despeito das MEV, mesmo que ainda não se tenha atingido a faixa francamente “diabética”. Entre as MEV estão: * Redução de pelo menos 7% do peso corporal. * Praticar, no mínimo, 150min/semana de atividade aeróbica moderada (ex.: caminhada). * Consultas frequentes para reforçar o alcance das metas. * Metformina nos pacientes de muito alto risco. * Exames anuais para rastreio do DM. Rastreio populacional Com relação a DM2, deve ser feito em pacientes dos seguintes grupos: (1) “Sobrepeso” (IMC 25 kg/m2 em todas as raças, exceto asiáticos, onde o critério passa a ser IMC 23 kg/m2) + pelo menos um dos fatores de risco de DM tipo 2. É preciso algum exame adicional no indivíduo que apresenta glicemia de jejum alterada? Sim!.. Antes de taxar o paciente como “pré-diabético”, devemos descartar a existência de DM lançando mão de um exame mais sensível. Este exame é o TOTG 75, tal método pode “desvendar” a existência de DM previamente não detectado (glicemia 200 mg/dl) numa fração significativa dos casos. (2) Na ausência do critério nº1, qualquer adulto 45 anos de idade. (3) Crianças e adolescentes com sobrepeso + pelo menos DOIS fatores de risco de DM tipo 2.. Todos os métodos utilizados no diagnóstico (glicemia de jejum, TOTG 75 ou A1C) podem ser empregados no screening. Se este for negativo, os exames devem ser repetidos a cada três anos, mas a periodicidade pode ser ajustada (ex.: valores limítrofes para a confirmação de DM podem ser monitorizados a cada seis meses ou anualmente). Aceita-se a realização de rastreio do DM 1 somente em pacientes de alto risco (parentes de 1º grau de um indivíduo acometido). O método é a pesquisa dos autoanticorpos característicos no soro! Caso esse screening seja positivo, até o momento a única recomendação é orientar o paciente quanto à possibilidade de surgimento da doença e o que fazer para levar um estilo de vida mais saudável. Não existem estratégias terapêuticas ou preventivas comprovadas. Tratamento da DM tipo 1 O tratamento com reposição exógena de insulina reduz a morbimortalidade dos pacientes com DM tipo 1. Além disso previne a instalação de complicações microvasculares, nefropatias, neuropatias e retinopatias também sendo capaz de amenizar quadros em situação inicial. Além da insulinoterapia, esses pacientes requerem assistência individualizada para construção de um estilo de vida saudável, como dieta equilibrada e realização de exercícios físicos adequados (deve- se enfatizar esse ponto devido ao risco de hipoglicemia nesses pacientes) Mecanismo de ação da insulina Quando a insulina se liga ao seu receptor, ocorre a dimerização desse receptor, e a molécula dimérica resultante possui atividade enzimática de “tirosina-quinase”. Diversas proteínas intracelulares são assim fosforiladas, como os Substratos do Receptor de Insulina (IRS), tornando-se funcionalmente ativas e exercendo importantes funções intracelulares como a ativação da transcrição genética, ativação de outros sistemas enzimáticos do citoplasma etc. Dentre esses últimos efeitos,por exemplo, está o estímulo à translocação dos transportadores de glicose GLUT 4 do citoplasma para a membrana celular, evento necessário para a captação de glicose pelo músculo e tecido adiposo. Controle de tratamento – Alvos glicêmicos Para que a terapia seja mais segura e eficaz, o paciente deve adquirir um dispositivo capaz de medir a glicemia capilar (glucosímetro), a fim de acompanhar o efeito do tratamento e detectar o surgimento de hipoglicemia. Idealmente, esta medida deveria ser feita no mínimo quatro vezes ao dia: pré-prandial (antes do café da manhã, almoço e jantar) e antes de dormir. A frequência das medidas pode ser maior caso o paciente relate níveis glicêmicos normais no período pré-prandial, mas A1c elevada. Existe uma tolerância para níveis glicêmicos um pouco mais altos em crianças e adolescentes (maioria da população no diagnóstico de DM1) por que o risco de hipoglicemia é maior nesse subgrupo. Metas de glicemia capilar e A1c para pacientes DM1 na faixa pediátrica Antes de deitar Antes das refeições A1c 90 – 130 mg/dl 90 – 150mg/dl < 7,5% A modificação terapêutica é obrigatória quando as metas não estiverem sendo alcançadas ou na presença de glicemias muito baixas. Níveis de HbA1C > 7% estão proporcionalmente associados a risco aumentado de complicações crônicas, em particular as complicações microvasculares (retinopatia, nefropatia e neuropatia). Portanto, valores acima de 7% exigem reavaliação do tratamento do DM. Como a HbA1C reflete as médias das glicemias em um período, pode haver situações em que o paciente apresente episódios de hiperglicemia e hipoglicemia, permanecendo a hemoglobina glicada na faixa normal, daí a importância das monitorizações da glicemia capilar Insulinoterapia É a base da terapia no DM tipo 1... Não há outro medicamento capaz de controlar a glicemia desses indivíduos, uma vez que o problema fisiopatológico básico é a carência absoluta de insulina A insulina exógena utilizada deve ser a insulina humana recombinante, disponível em todo o Brasil. Os análogos de insulina são: lispro, aspart, glulisina, glargina, determir e degludec Hemoglobina glicosilada (glico-hemoglobina): também denominada hemoglobina A1c, corresponde a uma pequena fração da hemoglobina total que sofreu uma reação de “glicosilação não enzimática” irreversível (consequência da hiperglicemia sustentada). Seu valor normal é de até 6%, dependendo do kit utilizado. Como a meia-vida da hemoglobina é igual à meia-vida da hemácia, que dura em média 120 dias, a dosagem da hemoglobina glicosilada é um elemento valioso para o controle crônico da glicemia. Seus níveis refletem o controle glicêmico dos últimos 2-3 meses. O início do tratamento deve ser feito com 0,3 – 0,5 U/kg/dia, por via subcutânea (SC). A dose média adequada a um diabético tipo 1 adulto em geral oscila entre 0,5 – 1,0 U/kg/dia “Período de lua de mel” Por um curto período após o diagnóstico do DM 1 costuma precisar de doses menores de insulina (ou mesmo nenhuma insulina) quando o pâncreas ainda possui alguma reserva de insulina endógena. No entanto, depois de pouco tempo, esses pacientes precisam retornar às doses plenas devido a destruição completa das ilhotas pancreáticas. Tipos de insulina - Ação ultrarrápida: Lispro, Aspart, Glulisina - Ação rápida: Regular - Ação intermediária: NPH, Lenta - Ação prolongada: Glargina, Ultralenta, Insulina Detemir, Deglugec - Combinada (mista): NPH/regular (70%/30%), NPH/regular (50%/50%). Esquemas de insulinoterapia Esquema 1: Duas aplicações Neste esquema, recomenda-se fazer-se 2/3 da dose diária na primeira tomada (manhã) e 1/3 na segunda tomada (noite). A proporção NPH/regular deve ser de 70/30% na primeira tomada e de 50/50%, na segunda tomada.. Ex: Necessidade diária total de 30U de insulina = 20 U pela manhã (2/3 da necessidade diária) e 10U à noite (1/3). - 14 U de NPH e 6U de regular (70 e 30% de 20U) - 5 U de NPH e 5U de regular (50 – 50% de 10U) A insulina regular deve ser aplicada cerca de 30-45min antes da refeição A troca da insulina regular pelos análogos da insulina de ação ultrarrápida – insulina lispro, glulisina ou aspart – permite a aplicação 15 minutos antes ou até na hora da refeição, com maior comodidade ao paciente. Desvantagens com o esquema de duas aplicações: * Risco de hiperglicemia matinal * Risco de a insulina da manhã não ser suficiente para controlar o pico glicêmico pós-almoço * O paciente deve ter uma rotina alimentar bem estabelecida com relação a horários e quantidade alimentar ingerida. Esquema 2: Múltiplas doses de insulina (esquema basal-bolus) É um tratamento com insulina exógena que tenta reproduzir a resposta fisiológica no qual uma insulina de ação intermediária ou prolongada substitui a liberação basal de insulina pelo pâncreas, enquanto uma insulina de ação rápida ou ultrarrápida simula o pico pós-prandial.. A escolha do esquema de tratamento varia de acordo com o estilo de vida do paciente, resposta individual ao tratamento e custo das medicações. Ajuste da insulinoterapia de acordo com glicemias capilares: 1- Glicemia matinal – depende da NPH do jantar da véspera; 2- Glicemia pré-almoço – depende da regular da manhã; 3- Glicemia pré-jantar – depende da NPH da manhã; 4- Glicemia antes de dormir – depende da regular da noite. Entre as combinações que podem ser prescritas estão: * NPH antes do café da manhã e antes do jantar/ceia + insulina regular* antes do café da manhã, almoço e jantar (bolus) * NPH antes do café da manhã., almoço e jantar (insulina basal) + insulina regular* antes do café da manhã, almoço e jantar (bolus) * Glargina/Degludec antes do café da manhã (insulina basal) + insulina regular* antes do café da manhã, almoço e jantar (bolus) * Glargina (ou detemir) antes do café da manhã e antes do jantar (insulina basal) + insulina regular* antes do café da manhã, almoço e jantar (bolus) *: Insulina regular pode ser substituída por lispro, aspart ou glulisina Esquema 3: Infusão subcutânea contínua ou bombas de insulina Uma bomba de infusão injeta de maneira constante a insulina através de um cateter colocado pelo próprio paciente no tecido subcutâneo, sendo substituído a cada três dias. Esse dispositivo funciona com insulina ultrarrápida, podendo ser programado para liberar uma dose basal de insulina e, através de um toque antes das refeições, libera bolus para cobrir o período pós-prandial As vantagens são: elimina a necessidade de múltiplas aplicações de insulina; frequentemente melhora os níveis de A1C; obtêm-se menores variações da glicemia; reduz os episódios de hipoglicemia grave; elimina os efeitos imprevisíveis das insulinas de ação intermediária ou longa; e permite a prática de exercícios físicos sem ingerir grandes quantidades de carboidratos. As desvantagens são: elevado custo do aparelho e sua manutenção; risco de infecção no local de inserção do cateter; e risco de obstrução do cateter, levando à cetoacidose. Hipoglicemia A hipoglicemia é um evento adverso comum relacionado ao tratamento do DM principalmente quando o paciente faz uso de insulina logo, é mais comum que apareça em pacientes com DM1. Entre as principais causas de hipoglicemia no paciente diabético, podemos citar (1) irregularidade dietética (omissão de refeição), (2) erro na dose de insulina (3) exercício físico não programado - é importante que a aplicação da insulina antes do exercício seja em locais que não serão trabalhados pelos grupos musculares durante o exercício, ou o aumento do fluxo sanguíneo local irá levar à absorção mais rápida da insulina, aumentando o risco de hipoglicemia e (4) Ingestão excessiva de álcool,já que o mesmo inibe a gliconeogênese hepática.. O diagnóstico de hipoglicemia é feito pela Tríade de Whipple: 1. Sinais e sintomas de hipoglicemia - Fase hiperadrenérgica: tremores finos de extremidades, sudorese fria, taquicardia, palpitações e hipertensão. - Fase neuroglicopênica: dificuldade de concentração, incoordenação, ataxia, pensamento lento, letargia, sonolência, coma e convulsões 2. Glicemia capilar reduzida (<70mg/dl) 3. Melhora clínica evidente após a administração da glicose Os quadros leves podem ser tratados com 15g de carboidrato, preferencialmente glicose, por isso é recomendado que todos os pacientes diabéticos andem com algum doce que possa ser ingerido caso experiencie sintomas. Hipoglicemia grave: Quando o paciente necessita da ajuda de terceiros devido a sintomas neurológicos incapacitantes. O tratamento é uma injeção subcutânea de glucagon (0,5mg em crianças menores de 5 anos e 1mg em maiores de 5 anos). Em ambiente hospitalar pode-se aplicar glicose hipertônica intravenosa pelo menos quatro ampolas a 50% ou oito ampolas a 25% ou 0,3-0,5 mg/kg, seguido por glicose IV de manutenção. Tratamento da DM tipo 2 Objetivos de tratamento e alvos glicêmicos O paciente com DM tipo 2 frequentemente apresenta múltiplos fatores de risco cardiovascular associados, como hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, configurando a síndrome metabólica. O DM2, assim como tipo 1, também cursa com complicações microvasculares a longo prazo, mas está muito relacionado a doença macrovascular aterosclerótica: IAM, AVE e arteriopatia de MM I I. Por esse motivo, a estratégia terapêutica desses pacientes tem como base o controle dos fatores de risco para aterosclerose. Visto a disfunção progressiva da célula beta, o tratamento do DM2 também inclui controle glicêmico rígido, de acordo com os seguintes parâmentros: Metas glicêmicas da DM tipo 2 A1c (Hemoglobina glicada) < 7% Glicemia capilar pré prandial 80 – 130mg/dl Glicemia capilar pós prandial < 180 mg/dl A dieta no DM tipo 2 tem como principal objetivo corrigir de forma paulatina e permanente a obesidade, trazendo o IMC para 20-25 kg/m2.. A melhora da obesidade está relacionada com menor resistência periférica à insulina, bem como à maior capacidade das ilhotas de secretar insulina em resposta à glicose. A meta é uma perda de pelo menos 5% do peso inicial. O ideal, se possível, é que o paciente perca > 7% do peso. O exercício físico regular é fundamental para os diabéticos tipo 2, por auxiliar na correção da hiperglicemia (o músculo condicionado capta melhor a glicose), da obesidade e da hipertensão arterial, além de reduzir diretamente o risco cardiovascular. Terapia farmacológica Antidiabéticos orais (ou hipoglicemiantes orais) formam a base da terapêutica medicamentosa do DM tipo 2. Esses medicamentos possuem mecanismos de ação bastante diversificados, uma vez que podem - Estimular a secreção de insulina pelas células beta (sulfanilureias e glinidas) - Aumentar o efeito periférico da insulina (metformina e glitazonas) - Retardar a absorção de carboidratos (acarbose) - Agir tanto nas células beta como nas alfas (inibidores da DPP-4) . . ..E várias outros novas ações Muitos pacientes evoluem após cerca de 15 anos para grave disfunção das células beta, tornando- se refratários ao tratamento oral e necessitando de insulinoterapia.. 1. Biguanidas Metformina Sua ação acontece com base em 3 mecanismos básicos: 1. Inibição da gliconeogênese hepática 2. Melhora da sensibilidade de tecidos periféricos à insulina 3. Redução do turnover de glicose no leito esplâncnico A metformina estimula a translocação do GLUT-4 (aumentando a captação periférica de insulina). Também aumenta níveis séricos do GLP-1. Também aumenta o metabolismo não oxidativo da glicose nas células intestinais. Como não estimula a secreção de insulina, a metformina está associada a um pequeno efeito anorexígeno logo, não está relacionada a aumento de peso e pode inclusive contribuir para redução. A metformina foi a única medicação no UKPDS que determinou uma diminuição significativa da incidência de complicações macrovasculares (AVE, IAM, morte cardíaca) em pacientes obesos). A metformina deve ser iniciada, juntamente com as modificações do estilo de vida (dieta + exercício físico) para todos os pacientes DM tipo 2 que não apresentem contraindicações (droga de primeira escolha) Devido ao risco de acidose lática grave (rara), é contraindicada em (1) insuficiência renal (creatinina sérica > 1,5 mg/dl em homens e > 1,4 mg/dl em mulheres), (2) hepatopatia com transaminases acima de 3x do valor de referência, (3) durante estresse agudo (cirurgia) e (4) deve ser feita com muito cuidado em indivíduos > 80 anos. A metformina reduz a absorção da vitamina B12 no íleo distal, por esse motivo recomenda-se monitorar periodicamente os níveis séricos de B12 em usuários crônicos da droga. 2. Sulfonilureias Glibenclamida, Glicazida, Glipizida, Glimepirida Esses medicamentos agem estimulando diretamente a secreção basal de insulina pelas células beta através do bloqueio de canais de potássio dependentes de ATP promovendo despolarização das células beta e influxo de cálcio (que é o estímulo para a degranulação e liberação de insulina). São as drogas preferidas em pacientes com DM tipo 2 não obesos com glicemia de jejum entre 160-270 mg/dl (aqueles em que predomina a disfunção das células beta em relação à resistência periférica à insulina). É importante ressaltar que para essas drogas darem resultado, precisam agir sobre células beta funcionantes. Sob o uso dessas drogas, o efeito adverso mais temido é a hipoglicemia, especialmente em idosos, alcoólatras, desnutridos, nefropatas e hepatopatas. Esses medicamentos também teoricamente prejudicam pacientes com doença coronariana e isquemia miocárdica através da sua ação de bloqueio de canais de potássio do músculo cardíaco inibindo o pré-condicionamento do miocárdio à isquemia. Porém a glicazida (diamicron) não oferece esse perigo a pacientes cardiopatas, portanto esses pacientes devem dar preferência ao diamicron MR 30mg em uma única tomada matinal na dose de 30- 120mg/dia Todas as sulfonilureias são metabolizadas pelo fígado, devendo portanto, ser utilizadas com muito cuidado em hepatopatas. A metformina pode levar a sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, anorexia, gosto “metálico”). Para se evitar esses efeitos a droga deve ser iniciada em doses baixas (500mg à noite) com aumento progressivo em 7 dias. Não se observa efeito benéfico com doses superiores a 2g/dia A droga deve ser sempre administrada junto com a alimentação que retarda a absorção da droga, reduzindo os efeitos gastrointestinais. Metformina (Glifage®) de 500mg, 850mg ou 1g 1.000-2.000 mg VO/dia, em duas tomadas Glicazida (Diamicron MR®) cp 30mg 30-120 mg (1 a 4 cp) VO 1x/dia 3. Glitazonas(tiazolidinedionas) Pioglitazona São sensibilizadores periféricos de insulina. Sua ação é análoga a da metformina, mas as glitazonas agem mais no estímulo à captação de glicose pelo músculo esquelético do que no bloqueio da gliconeogênese hepática Seu mecanismo de ação é o aumento da expressão dos receptores periféricos de insulina, secundário ao estímulo de fatores de transcrição. Desse grupo, apenas a pioglitazona é atualmente utilizada A pioglitazona pode ser benéfica no controle glicêmico em monoterapia ou quando associada à metformina, às sulfonilureias ou à insulinoterapia. O efeito adverso mais frequente é o aumento de peso em 2-3kg, além de edema em 5% dos casos, por vezes descompensando a ICC. Logo, deve ser evitadaem pacientes com ICC classe funcional I I I ou IV. Recentemente foi visto que o uso de glitazona em mulheres pré e pós menopausadas implicou em aumento do risco de fraturas, principalmente em extremidades distais. 4. Inibidores da alfa-glicosidase Acarbose A acarbose inibe a ação das enzimas do tipo alfa-glicosidase presente nos enterócitos, responsáveis pela clivagem de polissacarídeos complexos em monossacarídeos. Também inibe a alfa-amilase pancreática, responsável pela hidrólise de amidos complexos na luz intestinal. Logo, seu mecanismo de ação é a lentificação da absorção intestinal de glicose, fazendo reduzir a glicemia pós-prandial nos diabéticos tipo 2. São drogas indicadas para diabéticos com glicemia de jejum normal (entre 1 1 0 – 140 mg/dl), porém com hiperglicemia pós-prandial mais elevada. O principal efeito colateral dessa droga é o aumento da flatulência devido à passagem de carboidratos não digeridos ao cólon, que são metabolizados por bactérias locais produzindo metano. Além da flatulência, também pode surgir desconforto abdominal, meteorismo e diarreia, por esse motivo sendo um medicamento com altas taxas de abandono de tratamento. A acarbose é contraindicada em pacientes com doença inflamatória intestinal. 5. Glinidas Repaglinida, nateglinida Mecanismo de ação semelhante ao das sulfonilureias, porém em receptores de membrana Pioglitazona (Actos®) cp de 15, 30 ou 45mg 15-45 mg VO/dia, em uma tomada Acarbose (Glucobay®): 150-300 mg VO/dia, em três tomadas (com as refeições) diferentes. Assim, aumentam a secreção de insulina pancreática.. Apresentam uma meia-vida bastante curta, por isso são utilizadas antes das refeições para o controle da glicemia pós-prandial. 6. Inibidores da DPP-4 Sitagliptina, vildagliptina, Saxagliptina, Alogliptina, Linagliptina Atuam através da inibição seletiva da DPP- 4, uma enzima que inativa o GLP-1 (Glucagon-like Peptide 1 ) e o G I P (Glucose-Dependent Insulinotropic Polypeptide), logo esse medicamento permite que essa incretina atue por mais tempo. Também reduz a secreção do glucagon. São medicações que não causam aumento de peso ou hipoglicemia já que estimulam a secreção de insulina dependente de glicose. Os principais efeitos adversos são: nasofaringite, cefaleia, tontura e diarreia. 7. Análogos do GLP-1 Liraglutida, exenatide O GLP-1 é um hormônio liberado pelas células enteroendócrinas localizadas no íleo e no cólon, que estimula a secreção de insulina de maneira glicose-dependente, inibe a secreção de glucagon e o débito hepático de glicose, retarda o esvaziamento gástrico, induz saciedade, reduz o apetite e propicia perda ponderal; ou seja, é uma droga muito benéfica no tratamento do DM tipo 2. A liraglutida em doses elevadas (3mg 1x/dia SC) pode ser usado como tratamento da obesidade, pois nessa posologia inibe a liberação do neuropeptídeo Y no hipotálamo. O principal efeito adverso desses medicamentos é a náusea. Diarreia e vômitos também podem aparecer. 8. Pranlintida A pranlintida é um análogo sintético da amilina, um hormônio cossecretado com a insulina pelas células beta pancreáticas em resposta à alimentação. Seus efeitos são: redução da ingestão alimentar (possivelmente por mecanismo central), retardo do esvaziamento gástrico e supressão da secreção pós-prandial de glucagon. Repaglinida (Prandin®): 1-4 mg VO/dia, em três tomadas (refeições). Nateglinida (Starlix®): 120 mg VO/dia, em três tomadas (refeições). Vildagliptina (Galvus®): 100 mg VO/dia, em tomada única. Sitagliptina (Januvia®): 100 mg VO/dia, em tomada única. Saxagliptina (Onglyza®): 5 mg VO/dia Exenatide (Byetta®): 5 μg duas vezes ao dia SC, com aumento posterior para 10 μg duas vezes ao dia SC. Liraglutide (Victoza®): 1,2 a 1,8 mg SC uma vez ao dia. A pranlintida está indicada como tratamento adjunto de pacientes DM tipo 1 ou 2 que utilizam insulina nas refeições (com ou sem metformina/sulfonilureia) e não conseguem alcançar o controle glicêmico. 9. Inibidores do SGLT-2 Dapaglifozina, canaglifozina, empaglifozina O SGLT-2 é um canal cotransportador de sódio e glicose presente na membrana apical das células do túbulo proximal do néfron responsável pela reabsorção de cerca de 90% da glicose filtrada. Os medicamentos inibidores da SGLT-2 então bloqueiam esse canal aumentando a perda urinária de glicose, gerando efeito hipoglicemiante além de promover perda de peso em cerca de 2 – 3 kg. Através de seu mecanismo de ação também promove redução da PA por efeito natriurético associado o que permite que essas drogas reduzam a morbimortalidade cardiovascular, em especial a empaglifozina. Os principais efeitos colaterais são aumento na incidência de infecção urinária e candidíase vulvovaginal pela glicosúria acentuada. Insulinoterapia no DM2 Indicações 1. Falência terapêutica aos antibióticos orais, mesmo quando em terapia combinada 2. Hiperglicemia > 300mg/dl na primeira consulta, especialmente naqueles com história de perda ponderal, cetonúrua ou cetonemia (pelo menos na fase inicial) 3. Emagrecimento progressivo 4. Durante a gestação, quando antidiabéticos orais são contraindicados orais são contraindicados. 5. Situações de estresse agudo (cirurgias, infecções graves, AVE, IAM) Em casos de falência na terapia oral e HbA1c > 7% deve-se adicionar uma dose de insulina NPH ou uma insulina de ação prolongada (glargina ou detemir) à terapia oral prévia. NPH: aplicação antes de dormir começando com 10U SC (0,1 – 0,2 U/kg) para inibir produção hepática de glicose na madrugada (BID – Bed time insulin, day time oral drugs ). Glargina ou detemir: podem ser administradas pela manhã, pelo seu efeito que dura o dia inteiro sem pico plasmático. Pacientes em fase avançada do DM2 precisam de múltiplas aplicações durante o dia, Pranlintida (Symlin®): 60 a 120 mcg SC antes da principal refeição. Dapagliflozina (Farxiga®) cp de 5 ou 10mg: 10 mg VO/dia, em tomada única. Canagliflozina (Invokana®): 100-300 mg VO/dia, em tomada única. Empagliflozina (Jardiance®): 10-25 mg VO/dia, em tomada única. semelhantemente aos diagnosticados com DM1. E na maioria dos casos, a dose total se estabelece próximo a 0,8 – 1 U/kg/dia. Conduta inicial recomendada Glicemia < 200 mg/dl + sintomas leves ou ausentes + ausência de outras doenças agudas Metformina 500 mg/dia, intensificando até 2.000 mg/dia + modificações do estilo de vida. Qualquer glicemia entre 200 e 300 mg/dl + ausência de critérios para manifestação grave. Metformina 500 mg/dia, intensificando até 2000 mg/dia + modificações de estilo de vida + outros antidiabéticos orais. Sulfonilureia., Inibidores da DPP-4, Glitazona., Glinidas (se predomínio da hiperglicemia pós-prandial), Acarbose (se predomínio da hiperglicemia pós- prandial), Exenatide (se sobrepeso ou obesidade). Qualquer glicemia > 300 mg/dl OU perda de peso significante OU sintomas graves significantes (“polis”) OU cetonúria. Iniciar insulinoterapia (com ou sem metformina, sulfonilureia ou inibidores da DPP-4). A insulinização não significa suspensão do uso de sensibilizadores da insulina, como a metformina., já que a insulina isoladamente não reverte a resistência celular à sua ação.
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