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Oficinas de Redação 300520030809

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Reflexão Crítica ..................................................... 4 
Prática da Língua ­ A Redação.............................. 8 
Narração e Narrativas .......................................... 15 
Transformando Orações ...................................... 22 
O Ato de Descrever ............................................. 25 
Prática da Língua ­ Descrição ............................. 26 
Ordem Direta e Inversa das Palavras .................. 34 
Dissertação e Textos Dissertativos ...................... 41 
Prática da Língua ­ Dissertação .......................... 42 
Coordenação e Subordinação.............................. 48 
Teoria da Língua ­ Vícios de Linguagem .............. 60 
Prática da Língua ­ Relações .............................. 65 
Acentuação .......................................................... 76 
Crase ................................................................... 79 
Ortografia ............................................................ 81 
Pontuação............................................................ 84 
ADILTON GANDARELLA 
Oficinas de Redação 
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3 Redação III 
Tecnologia              ITAPECURSOS 
3 REDAÇÃO 
MENSAGEM 
Meu amigo, 
Sabemos que neste ano as suas expectativas estão voltadas para o vestibular.* 
Nada mais natural do que você desejar ansioso chegar à universidade. Mas, 
calma! Nós temos o ano inteiro de estudos  e, neste Curso de Redação, vamos trabalhar 
juntos com a grande finalidade: a vitória final. 
Aqui vamos dar continuidade a tudo o que você aprendeu  em anos anteriores. 
Você verá como é fácil redigir quando se quer aproveitar o potencial que se tem. Você 
o possui e vai colocá­lo em todos os nossos trabalhos. 
Boa sorte!! 
* Caso você faça outra opção que não seja o vestibular, através destas oficinas, 
você estará se preparando, também, para outros concursos. 
P e s q u i s e ! 
Bus
que
! 
Reflita! 
Crie! 
“ PROFESSOR AJUDA. 
OS ALUNOS DECIDEM.” 
Avali
e! 
REC
RIE! 
Escolha!
4  Redação III 4  REDAÇÃO 
Tecnologia              ITAPECURSOS 
REFLEXÃO CRÍTICA 
A LÍNGUA 
“O caráter social de uma língua já parece ter 
sido  fartamente  demonstrado.  Entendida  como  um 
sistema  de  signos  convencionais  que  faculta  aos 
membros  de  uma  comunidade  a  possibilidade  de 
comunicação, acredita­se,  hoje, que seu  papel  seja 
cada vez mais importante nas relações humanas, razão 
pela qual seu estudo já envolve modernos processos 
científicos  de  pesquisa,  interligados  às mais  novas 
ciências  e  técnicas,  como,  por  exemplo,  a  própria 
Cibernética. 
Entre sociedade e língua, de fato, não há uma 
relação de mera casualidade. Desde que nascemos, 
um mundo  de  signos  lingüísticos  nos  cerca  e  suas 
inúmeras  possibilidades  comunicativas  começam a 
tornar­se  reais  a  partir  do momento  em  que,  pela 
imitação e associação, começamos a formular nossas 
mensagens. E toda a nossa vida em sociedade supõe 
um problema de intercâmbio e comunicação que se 
realiza  fundamentalmente pela  língua,  o meio mais 
comum de que dispomos para tal. 
Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos, 
cercam    a  vida  do  homem moderno,  compondo 
mensagens  de  toda  ordem  (Henri  Lefèbvre  diria 
poeticamente que “niágaras de mensagens caem sobre 
pessoas mais ou menos interessadas e contagiadas”) , 
transmitidas  pelos mais  diferentes  canais,  como  a 
televisão, o cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o 
telégrafo, os cartazes de propaganda, os desenhos, a 
música e tantos outros. Em todos, a língua desempenha 
um papel preponderante, seja em sua forma oral, seja 
através de seu código substitutivo escrito. E, através 
dela,  o  contato  com  o  mundo  que  nos  cerca  é 
permanentemente atualizado. 
Nas grandes civilizações, a língua é o suporte 
de uma dinâmica social, que compreende não só as 
relações  diárias  entre  os membros  da  comunidade, 
como também uma atividade intelectual, que vai desde 
o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa 
até a vida cultural, científica ou literária.” 
(PRETI, DINO. SOCIOLINGÜÍSTICA: OS NÍVEIS DE FALA. 
SÃO PAULO, EDITORA NACIONAL, 1974. P. 7.) 
Em  dupla, discuta com seu colega as seguintes questões e responda: 
1. Em que parágrafo o autor apresenta uma definição de “língua”. Reproduzam­no com suas palavras. 
2.  “Entre  sociedade e  língua,  de  fato, não  há uma  relação de mera  casualidade”. Com base  no  texto, 
comentem a afirmação do autor. 
3. “...niágaras de mensagens caem sobre pessoas mais ou menos interessadas e contagiadas”. 
Qual informação Henri Lefèbvre passa a seus leitores?
5 Redação III 
Tecnologia              ITAPECURSOS 
5 REDAÇÃO 
4. “E, através dela (a língua), o contato com o mundo que nos cerca é permanentemente atualizado”. Como 
se explica a expressão em destaque? 
5. Releiam o texto e retirem a idéia principal de cada parágrafo. 
Produza um pequeno texto sobre “a utilização da língua como recurso básico nas relações humanas”. 
Antes de produzir o texto, procure refletir sobre como você utiliza a língua portuguesa para melhorar sua 
comunicação com os amigos, seus pais, namorada, colegas, etc. Como você usa a língua para defender 
suas idéias, para reivindicar seus direitos? Como você usa a língua portuguesa para conquistar seus objetivos 
de vida? 
1) O que está em destaque pode estar de acordo ou em desacordo com a norma culta. Altere,  portanto, 
o que for necessário, deixando tudo conforme a norma culta: 
a) Não há Lucíferes  nem  Jupíteres,  há somente um Lúcifer e apenas um  Júpiter. 
b) Todos conhecem o problema causado pelo défice das empresas estatais. 
c) Seria muito bom se as empresas estatais apresentassem superávite. 
d) O técnico da seleção brasileira de futebol foi operado de hemorróide.
6  Redação III 6  REDAÇÃO 
Tecnologia              ITAPECURSOS 
e) Assisti na  Europa a dois longa­metragem e a três  curta­metragem . 
f) Nesta rua existem muitas autos­escolas que vendem  autos­rádios. 
g) Havia dois gizes junto ao quadro­negro, mas nem um apagador! 
h) Comi, nas bodas de prata de meus pais, cinco arrozes­doces que me fizeram mal. 
i) Os projetis atingiram a cabeça dos réptis. 
j) Eis aqui dois méis: um nacional, outro importado. 
2) Mude apenas as frases que apresentarem colocação pronominal absolutamente inaceitável, tanto 
no português falado no Brasil quanto no português falado em Portugal: 
a) Me diga uma coisa, garota: você realmente me ama? 
b) Veja se o Sr. Manuel, que tem nos ajudado tanto, quer nos alugar a casa que brevemente vai se vagar 
e a cujo aluguel me referi ontem, dizendo­lhe que está perfeitamente dentro do nosso orçamento. 
c) Por que disseste­me que não estarias à hora marcada? 
d) Vamos nos informar disso direitinho, depois avisá­lo­emos. 
e) Nós não podíamos nos humilhar perante aquela figura tão abjeta. 
f) A criança estava  se contorcendo em dores, mas ninguém socorreu­a . 
g) Nos conte o que viu, rapaz, nos conte! 
h) O rapaz não se queria casar com a moça que por ele se apaixonara. 
i) Eu teria me arrependido profundamente, se fizesse isso com ela. 
j) Você perdeu muito em não ter ido à festa. Foi uma farra, que te vou contar! 
3) Use o acento grave no a, sempre que for necessário: 
a) As alunas não responderam a chamada, as quais se vai impor castigo. 
b) O carro partiu as sacudidelas, aos solavancos, mas foi o primeiro a chegar a cidade. 
c) A título de experiência, vou colocá­lo na turma a que você não pertence. 
d) O pobre homem nãotinha direito a aposentadoria. 
e) A certa altura apareceram várias pessoas autoritárias a cujas ordens ninguém queria obedecer. 
f) Já formulamos o pedido a Sua Excelência, a cuja boa­vontade todos se referem. 
g) Compete a Vossa Excelência e a mais ninguém tomar a decisão final. 
h) O deputado usou desculpa idêntica a que o senador usara. 
i) Essas revistas são iguais as que compramos ontem. 
j) O barco regressou a terra sem um peixe sequer. 
4)  No lugar do ponto de interrogação, use há ou a, conforme convier: 
a)  Estamos ? poucos anos do século XXI e ? muitos anos do século XV. 
b) Não chegaremos ? tempo, porque daqui ? dez minutos começará o espetáculo. 
c) Saímos ? cerca de três minutos; daqui ? pouco eles chegarão. 
d) Não vejo Lurdes ? mais ou menos cinqüenta dias. 
e)  Rute e Judite estão ? dois minutos daqui. 
f) As Olimpíadas terão início ? 18 de setembro.
7 Redação III 
Tecnologia              ITAPECURSOS 
7 REDAÇÃO 
g) A descoberta da cerveja remonta ? séculos. 
h) ? séculos ele bebe cerveja e nunca fica embriagado. 
i) Falei ainda ? pouco a todos os presentes. 
j)  ? dois dias o marido morreu; ? dois dias da morte do marido, ela morreu. 
5)  Só modifique as frases que não estiverem de acordo com a norma culta. 
a)   Tudo no firmamento são ilusões; aquilo, por exemplo, parecem estrelas, mas são planetas. 
b) Isso não são atitudes que se tomem. 
c) O problema aqui são os papagaios, que falam o dia inteiro. 
d) As pessoas parecia que estavam com muito medo. 
e) As crianças parece gostarem daqui, parecem estar felizes. 
f)  É  proibido entrada a menores , mas não é proibida a entrada a mulheres . 
g) Não é permitido permanência de veículos aqui e nem  é permitido a permanência ali. 
h) Deram doze horas há pouco; daqui a pouco dará uma hora. 
i) O pessoal do escritório entraram em greve e foram despedidos 
j) Ouça: está batendo agora três horas. Pensei que ainda fosse duas horas. 
6) Use a pontuação adequada: 
a) Exigiam de mim o que eu não tinha dinheiro 
b) Passam por aqui todos os dias homens mulheres e crianças 
c) Passaram por aqui homens e mulheres e crianças e velhos e pobres e ricos 
d) O  assunto desta reunião voltou a alertar o presidente é sigiloso 
e) A sua fisionomia estava serena o seu aspecto tranqüilo 
f) Pus veneno no formigueiro mas formiga nenhuma morreu 
g) Brincalhão ele sempre diz alguma frase engraçada 
h) O céu a Terra as estrelas cantam a glória do Criador 
i ) Era uma jovem bonita meiga simpática inteligente 
j ) A cada passo uma poça de sangue a cada gesto uma lágrima caída 
7)  No lugar do ponto de interrogação, use a forma conveniente do verbo haver: 
a) Não trabalhávamos ? muitos meses. 
b) ? deixado o rapaz sozinho, por isso é que os condeno. 
c) Eles não? dado três passos, quando se sentiram mal. 
d) Quantos alunos? na escola o ano passado? 
e) ? dois mil alunos nesta escola o ano passado. 
f ) ? dois anos que Elisabete saíra da escola, por isso  não sabia como escrever chuchu. 
g) Tínhamos feito um lanche ? poucos minutos. 
h) Aos sábados não ? aulas de Português. Tempos bons aqueles! 
i ) Aos sábados não ? aulas de Português.  Tempos bons estes!
8  Redação III 8  REDAÇÃO 
Tecnologia              ITAPECURSOS 
j ) Não? nem mesmo sete meses que deixáramos Salvador e já estávamos com saudade. 
8)  Só mude as frases que não estiverem de acordo com a norma culta: 
b) Seria bom que houvesse menos impostos a pagar. 
c) Quantos anos vão fazer amanhã que casamos, Cláudia? 
d) Vão para dez anos que tudo isso aconteceu. 
e) Fazia séculos que não nos víamos, que não nos encontrávamos. 
f) Há séculos que não nos beijávamos, não nos acariciávamos. 
g) Naquela época não costumava haver eleições presidenciais diretas. 
h) Depois de haverem as crianças chorado bastante é que foram socorrê­las. 
i) Depois de haverem ali várias reuniões é que foram fazer a limpeza do local. 
j) Fazem muitos anos que estão havendo fugas na penitenciária. 
PRÁTICA DA LÍNGUA 
Todos nós sabemos que as provas de Português e de Redação têm por objetivo avaliar a capacidade de 
expressão escrita, de compreensão de texto e conhecimentos de literatura brasileira. 
1.  A REDAÇÃO 
A redação é condição básica para o sucesso nas atividades de qualquer curso universitário. 
Esse domínio não se mede pelo conhecimento  de normas gramaticais  isoladas, mas pela elaboração de 
textos que cumpram uma função comunicativa. 
Um texto não é simplesmente um ajuntamento de frases ou parágrafos avulsos, mas, sim, um objeto verbal 
dotado de unidade significativa e formal, e destinado a um interlocutor real ou virtual. Sendo assim, a redação do 
candidato será avaliada observando­se os seguintes aspectos: 
a) Coerência: o texto deve tratar de um mesmo assunto. O estudante deve cuidar para que as idéias e 
argumentos selecionados sejam relevantes para o eixo temático do seu texto. 
b) Coesão: o texto deve apresentar  boa  seqüência de idéias ­ introdução, desenvolvimento e conclusão 
­ uma distribuição adequada dos conteúdos pelos parágrafos e uma clara articulação entre as partes por 
meio do uso apropriado de  recursos coesivos como a pronominalização, a   elipse,   a sinonímia, as 
conjunções, a repetição. 
2. O FATOR ADEQUAÇÃO NA REDAÇÃO 
a) Adequação discursiva: o texto deve primar pela originalidade de idéias e expressões. O estudante 
deve evitar o emprego de chavões e frases­feitas que revelem simplesmente repetição de fórmulas prontas 
e não um ponto de vista pessoal sobre o assunto da redação. 
b) Adequação de linguagem: o aluno deve revelar bom domínio da variedade lingüística, em especial das 
normas de concordância e regência, além do uso de vocabulário compatível com a variedade da língua. 
c) Adequação  sintática:  o texto deve revelar bom domínio das estruturas sintáticas por meio do emprego 
adequado de coordenação e subordinação, bem como dos sinais de pontuação,  tendo em vista um 
máximo de clareza e precisão expressiva. 
d) Adequação gráfica: o texto deve ser, pelo menos, legível e estar de acordo com as normas ortográficas 
em vigor.
9 Redação III 
Tecnologia              ITAPECURSOS 
9 REDAÇÃO 
TREINANDO PARA O VESTIBULAR 
As questões de 01 a 05 baseiam­se no texto abaixo. Leia atentamente todo o texto antes de resolvê­las. 
O CÉU DA BOCA 
I / A mesa 
“ Uma das sedes da nostalgia da infância, e das 
mais profundas, é o céu da boca. 
A memória do paladar recompõe com precisão 
instantânea,  através  daquilo  que  comemos  quando 
meninos, o menino que  fomos. O cronista, se  fosse 
escrever  um  livro  de memórias,  daria  nele  a maior 
importância à mesa de família, na cidade de interior 
onde nasceu e passou a meninice. A mesa funcionaria 
como personagem ativa, pessoa da casa, dotada do 
poder de reunir todas as outras, e também de separá­ 
las,  pelo  jogo  de  preferências  e  idiossincrasias  do 
paladar ­ que digo? da alma, pois é no fundo da alma 
que devemos pesquisar o mistério de nossas inclinações 
culinárias. 
A mesa mineira  era  grande,  inteiriça  e  de 
madeira clara, só mais tarde, no “tempo do Venceslau”, 
substituída pela novidade da mesa elástica, que divertia 
a gente, mas era uma ruptura com o quadro estático 
da casa imperial. À esquerda e à direita, estiravam­se 
dois bancos compridos, sem espaldar, em que irmãos 
e  parentes  em  v isita  se  sentavam  por  critério 
hierárquico. À cabeceira, na cadeira de  jacarandá e 
palhinha,  o  pai  presidia.  Não  era  hábito  convidar 
ninguém para almoçar ou jantar; quem chegasse à hora 
da refeição, abancava­se e enrolava o guardanapo no 
pescoço.  A  ausência  de  etiqueta  permitia  visitas  a 
qualquer hora; e essa era mesmo preferida por alguns, 
desejosos de variar de  tempero. Comida havia para 
todos, e sobrava sempre, não por ser má, senão porque 
a fartura era condição da família burguesa, fazia parte 
do status, e os donos da casa se envergonhariam com 
a insuficiência de um prato. A mãe praticamente não 
se sentava, ocupadaem servir a todos, de sorte que ia 
comer  no  f im,  ou  “lambiscar”,  como  fazia  de 
preferência. 
Contudo, essa comida era sóbria na variedade, 
para não dizer  rude. Muitos pratos na mesa ­ sempre 
de seis a oito. Todos de composição singela, alguns 
seriam antes elementos de prato, que combinavam ao 
capricho do comensal. Olhando para trás no tempo, o 
suposto memorialista encontra a larga travessa da carne 
assada, a galinha completa, o angu (que merece notícia 
mais desenvolvida). O feijão se convertia em tutu para 
acompanhar a carne de porco dos domingos e dias de 
festa. Domingos em que se oferecia aos garfos a alta 
empada com recheio de galinha e azeitonas pretas ­ o 
recheio, aqui,  figura na absoluta precisão de  termo, 
pois se estufava de tão denso amálgama, ao contrário 
dessas empadinhas modernas, que estalam e furam a 
um leve toque, encerrando mais vento que substância. 
Nobres  empadões  da  Rua Municipal!  Mesmo  os 
“enjoados”,  que  não  vos  distinguiam  com  a  sua 
predileção,  porque  apenas  “bicavam”  os  pratos 
entupitivos, não se eximiam a admirar a majestade 
arquitetônica de vosso porte, no centro da mesa repleta. 
A comida, imune a influências no meio ilhado 
entre montanhas, era simples, simples a lembrança que 
deixou; e quem dela se nutriu quase sempre torce o 
nariz  aos  requintes,  excentricidades  ou  meras 
variedades culinárias de outras terras.” 
ANDRADE, CARLOS DRUMMOND  DE. A BOLSA & A 
VIDA. IN: ­. OBRA COMPLETA. RIO  DE JANEIRO; 
AGUILAR, 1984. P.878­9 
Questão 01 
Fartura e hospitalidade são as características da  mesa da família a que o cronista se refere. 
TRANSCREVA uma passagem do texto que confirme as idéias de: 
A) fartura
1 0  Redação III 10  REDAÇÃO 
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B) hospitalidade 
Questão 02 
REDIJA um pequeno texto descrevendo como a estrutura familiar é caracterizada nas lembranças do cronista. 
Questão 03 
REDIJA um pequeno texto, interpretando cada uma das passagens: 
A) “Uma das sedes da nostalgia da infância, e das mais profundas, é o céu da boca.” 
B) “A  mesa funcionaria como personagem ativa, pessoa da casa, dotada do poder de reunir todas as 
outras, e também de separá­las...” 
C) “(...) é no fundo da alma que devemos pesquisar o mistério de nossas inclinações  culinárias.” 
Questão 04 
REDIJA um pequeno texto demonstrando como Minas e os mineiros estão presentes nessa crônica.
1 1 Redação III 
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11 REDAÇÃO 
Questão 05 
Ao consultar a memória do paladar, que encontros e desencontros você recupera? 
REDIJA um pequeno texto sobre a sua experiência de infância, levando em conta a associação entre comida 
e relações afetivas. 
(EXTRAÍDO DO VESTIBULAR DA UFMG)
1 2  Redação III 12  REDAÇÃO 
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ATIVIDADE COMPLEMENTAR 
­ Em grupo ­ 
BRASIL 
A) Cada grupo escolhe um aspecto que caracterize, claramente, a cidade ou estado onde atualmente  vocês 
vivem. 
B) Escolhido e pesquisado o aspecto, leiam livros, revistas, jornais, etc., que tratem do assunto. 
C) Averiguado como é atualmente, exponham para pessoas acima de 50 anos e comparem as semelhanças, 
diferenças e mudanças profundas. 
D) Cada grupo deverá produzir um texto que traduza: 
­ O tema tratado. 
­ Como é hoje o aspecto escolhido e como era antes. 
­ Concluir, optando por algumas das possibilidades ou sugerir mudanças no comportamento da sociedade, 
do estado ou cidade onde vocês vivem. 
E) Digitem e xerografem o texto e distribuam para toda a escola. (Se não for possível para toda a escola, 
distribuam para a turma de vocês e todos os professores.) 
F) Se a escola tiver um auditório, promovam uma “mesa redonda” em que alguns convidados possam falar 
sobre a cultura do seu estado ou cidade onde vocês vivem. 
TEXTO 
As sem­razões do amor 
Eu te amo porque te amo 
não precisas ser amante, 
e nem sempre sabes sê­lo. 
Eu te amo porque te amo. 
Amor é estado de graça 
e com amor não se paga. 
Amor é dado de graça, 
é semeado no vento, 
na cachoeira, no eclipse. 
Amor foge  a dicionários 
e a regulamentos vários. 
Eu te amo porque não amo 
bastante ou demais a mim. 
Porque o amor não se troca, 
não se conjuga nem se ama. 
Porque amor é amor a nada, 
feliz e forte em si mesmo. 
Amor é primo da morte, 
e da morte vencedor, 
por mais que matem (e matam) 
a cada instante de amor. 
(ANDRADE, CARLOS DRUMOND DE. AS SEM RAZÕES  DO AMOR. IN: CORPO. RIO  DE JANEIRO, RECORD, 1984, P. 35­6).
1 3 Redação III 
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13 REDAÇÃO 
I. Dê vários sentidos, também em versos, para as emoções do autor: 
1. “Amor é estado de graça.” 
2. “  Amor é dado de graça.” 
3. “é semeado no vento.” 
na cachoeira, no eclipse.” 
4. “Porque o amor não se troca 
não se conjuga nem se ama.” 
5. “Porque amor é amor a nada, 
feliz e forte em si mesmo.”
1 4  Redação III 14  REDAÇÃO 
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II. Responda as questões a seguir. 
1. Através de uma frase, EXPLIQUE  a idéia central do poema. 
2. O autor encontra uma explicação possível para o amor? Justifique sua resposta. 
3. “Eu te amo porque te amo.” 
Que outro verso do poema mantém equivalência de sentido? 
4. Em que verso se detecta a essência do sentido amoroso? 
5. Tomando como base o poema lido, marque o  que for, possivelmente, verdadeiro: 
(    )  O título do poema lido evidencia um trocadilho entre “Sem­razões” e cem razões de amor. 
(    )  O autor, apesar de tentar provar a inexistência de explicação lógica para o amor, deixa­se levar 
pela eternidade do sentimento. 
(    )  “Amor é primo da morte 
e da morte vencedor.” 
Estes versos constituem uma antítese. 
(    )  “e com amor não se paga.” 
Este verso constitui­se como a negação do provérbio “amor com amor se paga”. 
(    )  A segunda estrofe nos revela que o  amor apresenta pelo menos uma norma: ser “dado de graça”. 
(    )  “Eu te amo porque te amo.” 
Este verso revela a incredulidade do autor no sentimento amoroso. 
6. Produza um pequeno texto a partir da idéia abaixo: 
“Amor foge a dicionários 
e a regulamentos vários.” 
Obs.: Antes de escrever o texto, reflita sobre os vários sentidos do amor.
1 5 Redação III 
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15 REDAÇÃO 
“ Contar e ouvir histórias são atividades das mais 
antigas do homem. Pessoas de  todas as condições 
socioculturais têm prazer de ouvir e de contar  histórias. 
Um romancista e ensaísta inglês, E.M. Foster, chama 
essa atividade de atávica, isto é, transmitida desde a 
idade mais remota da humanidade, ligada aos rituais 
pré­históricos do homem de Neanderthal, força de vida 
e  de morte,  conforme  sua  capacidade  de manter 
acordados ou de adormecer os membros de um grupo, 
nas noites dos primeiros dias... O mesmo autor cita 
ainda a protagonista de As mil e uma noites, Xerazade, 
que se salvou da morte contando histórias, que eram 
interrompidas em momentos de calculado suspense, a 
fim de motivar a  curiosidade do  sultão. A  tal ponto 
chegou a habilidade da narradora, que, depois de mil 
e uma noites, o poderoso rei não só não a mandou 
matar, como também apaixonou­se e com ela se casou. 
Lembra o autor que todos nós somos como  o sultão. 
Interessamo­nos intensamente pelo desenrolar de uma 
história  bem  contada.  (Estão  aí  as  novelas  de TV, 
impondo a milhares de pessoas em todo o País, e até 
no Exterior, um tipo massificante de lazer, num horário 
igualmente imposto.) 
Todas as atividades que o inventar/narrar, ouvir/ 
ler histórias envolvem podem ser associadas também 
à natureza lúdica do homem. O jogo é uma atividade 
muito presente em todas as situações do homem em 
sociedade. Sob as mais diversas formas, o fenômeno 
lúdico mantém um significado essencial. É um recorte 
da vida cotidiana, tem função compensatória, substitui 
os objetos de conflito por objetos de prazer, obedece a 
regras, tem sentido simbólico, de representação. Como 
realização,  supõe  agenciamentos,  manipulações, 
mecanismos, movimentos,estratégias. 
Constituir  um enredo  é  começar  um  jogo. O 
narrador é um jogador, e forma, com o leitor e o próprio 
texto, o que se pode chamar uma comunidade lúdica. 
No ritual de se pegar um l ivro para  ler ou 
de se sentar à volta ou diante de um narrador, uma tela 
de cinema ou de TV, para ler/ver/ouvir contar­se uma 
história, desenrolar­se um enredo, tal como no exercício 
do jogo, há a busca do prazer, há tensão, competição, 
há a máscara, a simulação, pode haver até a vertigem.” 
(MESQUITA, SAMIRA NAHID. O ENREDO. SÃO PAULO, 
ÁTICA ,1986, P.7­8.) 
ATIVIDADE ­ SURPRESA 
­ Toda a turma ­ 
O coração é um “símbolo universal do AMOR.” 
Observando a evolução cultural do homem com relação ao AMOR, montem de diversas formas (cartazes, 
objetos em massa, gesso, jornal, etc.) uma outra parte do corpo e/ou qualquer outro elemento que, atualmente, 
simbolize uma idéia de amor, possivelmente, semelhante à representatividade do coração. 
Distribuam esses “símbolos” na sala de aula e promovam uma discussão sobre os variados sentidos, símbolos 
e situações que representam o amor em seus diversos níveis. 
Elejam um relator que, após a discussão, redija um texto. Digitem e distribuam na escola. 
NARRAÇÃO E NARRATIVAS
1 6  Redação III 16  REDAÇÃO 
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O texto narrativo nos traz uma cadeia de acontecimentos e, por isso, responde às circunstâncias comuns a 
todo fato: 
Nada impede que o texto narrativo contenha uma parcela dissertativa: 
Agora, procure identificar os elementos da narrativa no texto “O Incêndio”. 
O incêndio 
“Ocorreu  um  pequeno  incêndio  na  noite  de 
ontem, em um apartamento do Sr. Marcos da Fonseca. 
No local habitavam o proprietário, sua esposa e 
seus dois  filhos. Todos eles, na hora em que o fogo 
começou, tinham saído de casa e estavam jantando 
em um  restaurante situado em  frente ao edifício. A 
causa  do  incêndio  foi  um  curto­circuito  ocorrido  no 
precário sistema elétrico do velho apartamento. 
O fogo despontou em um dos quartos que, por 
sorte,  f icava  na  frente  do  prédio.  O  porteiro  do 
restaurante,  conhecido  da  famíl ia,  avistou­o  e 
imediatamente foi chamar o Sr. Marcos. Ele mais que 
depressa chamou o Corpo de Bombeiros. 
Embora não tivessem demorado a chegar, os 
bombeiros não conseguiram impedir que o quarto e a 
sala  ao  lado  fossem  inteiramente  destruídos  pelas 
chamas. Não obstante o prejuízo, a família consolou­ 
se  com o  fato  de  aquele  incidente  não  ter  tomado 
maiores  proporções,  atingindo  os  apartamentos 
vizinhos”. 
PRÁTICA DA LÍNGUA 
A NARRAÇÃO 
1. O que foi? 
­ o fato 
3. Onde foi? 
­ o lugar 
4. Quando foi? 
­ o tempo 
5. Como se conta? 
­ Eu... ­ o ponto de vista de 1ª pessoa 
­ Ele... ­ o  ponto de vista de 3ª pessoa 
2. Com quem foi? 
­ a personagem 
2. Em que resultou? 
­ a conseqüência 
1. Por que foi? 
­ a causa
1 7 Redação III 
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17 REDAÇÃO 
TREINANDO PARA O VESTIBULAR 
As questões de 01 a 05 baseiam­se no texto abaixo. 
Leia  atentamente todo o texto antes de resolvê­las. 
LIBERDADE 
“Deve  existir  nos  homens  um  sentimento 
profundo que corresponda a essa palavra liberdade, 
pois sobre ela se têm levantado estátuas e monumentos, 
por ela se tem até morrido com alegria e felicidade. 
Diz­se  que  o  homem  nasceu  livre,  que  a 
liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade 
de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; 
que  a morte  é  preferível  à  falta  de  liberdade;  que 
renunciar à liberdade é renunciar à própria condição 
humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; 
que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão. 
Nossos  bisavós  gritavam:  “Liberdade,  Igualdade  e 
Fraternidade!”; nossos  avós cantaram “Ou ficar a pátria 
livre/  ou morrer  pelo Brasil”;  nossos  pais  pediam: 
“Liberdade! Liberdade  / abre as asas sobre nós!”, e 
nós recordamos todos os dias que “o sol da liberdade 
em raios  fúlgidos  / brilhou no céu da Pátria...”  ­ em 
certo instante. 
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há 
muito  tempo,  com disposições  de  cantá­la,  amá­la, 
combater e certamente morrer por ela. 
Ser livre ­ como diria o famoso conselheiro... ­ 
é  agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, 
mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça 
para encontrar um caminho... Enfim, ser  livre é ser 
responsável, é repudiar a  condição de autômato e de 
teleguiado ­ é proclamar o triunfo luminoso do espírito. 
(Suponho que seja isso.) 
Ser  l iv re  é  mais  além:  é  buscar  outro 
espaço outras dimensões, é ampliar a órbita da 
v ida.   É  não  estar  acorrentado.  É  não  v iver 
obrigatoriamente entre quatro paredes. 
Por  isso, os meninos atiram pedras e soltam 
papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho 
das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma 
coisa, no seu percurso...) 
Os  papagaios  vão  pelos  ares  até  onde  os 
meninos  de  outrora  (muito  de  outrora! ...)  não 
acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, 
com fio de linha e um pouco de vento!.. 
Acontece, porém, que um menino, para empinar 
um  papagaio,  esqueceu­se  da  fatalidade  dos  fios 
elétricos, e perdeu a vida. 
E  os  loucos  que  sonharam  sair  de  seus 
pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem 
à  liberdade, morreram queimados,  com o mapa  da 
liberdade nas mãos!... 
São  essas  coisas  tristes  que  contornam 
sombriamente aquele sentimento luminoso da liberdade. 
Para alcançá­la estamos todos os  dias expostos 
à morte.  E  os  tímidos  preferem  ficar  onde  estão, 
preferem mesmo prender melhor suas correntes e não 
pensar em assunto tão ingrato. 
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando 
seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como 
as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos que 
falam de asas, de raios fúlgidos ­ linguagem de seus 
antepassados,  estranha  linguagem humana,  nestes 
andaimes dos construtores de Babel...” 
MEIRELES, CECÍLIA.  ESCOLHA O SEU SONHO 
(CRÔNICAS). RIO  DE  JANEIRO: DISTRIBUIDORA RECORD, 
1964. P.9­10 
Questão 01 
REDIJA um pequeno texto, EXPLICANDO a função dos parênteses usados no texto. 
Obs.: Não consulte nenhuma gramática. Basta observar o texto.
1 8  Redação III 18  REDAÇÃO 
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Questão 02 
Leia a passagem: 
A pedra  inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja  ir.  (Às vezes, é certo, quebra alguma 
coisa, no seu percurso...) 
A) RETIRE do texto outros dois exemplos de ações humanas paralelas às que aparecem nessa passagem. 
B) EXPLIQUE a função desses exemplos no texto. 
Questão 03 
Leia as passagens: 
...o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria NESSE INSTANTE... 
(HINO NACIONAL BRASILEIRO) 
... ‘sol da liberdade em raios fúlgidos/brilhou no céu da Pátria...’­ EM CERTO INSTANTE. 
(CECÍLIA  MEIRELES) 
REDIJA um pequeno texto, JUSTIFICANDO  a substituição do final do Hino Nacional Brasileiro, feita por 
Cecília Meireles: 
NESSE INSTANTE por EM CERTO INSTANTE 
Questão 04 
Leia a passagem: 
...a liberdade de cada uma acaba onde começa a liberdade de outrem... 
REDIJA e um pequeno texto, COMENTANDO essa passagem.
1 9 Redação III 
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19 REDAÇÃO 
Questão 05 
Bisavós, avós e pais têm seus discursos sobre liberdade reproduzidos no texto como discursos do passado. 
REDIJA um pequeno texto, apresentando as idéias que você tem, hoje, sobre liberdade. 
1) Substitua, em todas as frases, o verbo haver por existir, conforme convier: 
a) No Brasil não há desertos, não há terremotos, não há políticos competentes nem honestos. 
b) Caso haja descontentes, notifique­nos! 
c) Há muitos desempregados no Brasil. 
d) Já houve na América muitos desses animais. 
e) Todos sabem por que há tantos analfabetos no Brasil.
2 0  Redação III 20  REDAÇÃO 
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f) Havia muitas crianças no avião acidentado. 
g) Espero quehaja muitos sobreviventes a bordo. 
h) Mesmo que houvesse chances de recuperação, ele ficaria paralítico. 
i) Quando houver políticos decentes neste país, progrediremos. 
j) Enquanto não houver políticos honestos, capazes, não sairemos do atoleiro em que nos metemos. 
2) Deixe todas as frases de acordo com a norma culta: 
a) Quantos dias de trabalho você já faltou este mês, Cassilda? 
b) Faltei apenas dois dias de trabalho, posto que estava doente. 
c) Os jogadores paulistas se houverem muito bem frente aos gaúchos. 
d) Rosa não queria vim na festa; então, dei um pulo na casa dela e a trouxe, mau grado a sua má vontade. 
e) Sob meu ponto de vista, são boas atualmente as relações brasileiro­canadenses. 
f) Você não sabe o quão importante será para nós, brasileiros, a hidrelétrica que ora se constrói. 
g) Já foram assinados os tratados dinamarco­espanhóis, mas não os pactos alemão­brasileiros. 
h) Não deve ser condenado aquele que legifera e labora em erro; afinal, todos somos humanos, portanto 
sujeitos a equívocos. 
i) As garotas estavam meias zangadas; a mulher meia aborrecida; os rapazes meios amuados. Pudera, 
aonde já se viu visita ficar três horas no telefone, falando com namorado? 
j) A peãozada estava toda reunida: tomaram dois garrafão de pinga em uma hora! 
3) Complete as frases com o plural do que está em destaque: 
a) Não ganhei apenas um guarda­chuva; ganhei dois? 
b) Você contratou um guarda­noturno ou dois? 
c) Foi instalado no palanque um alto­falante ou dois? 
d) Fiz não só um abaixo­assinado, fiz vários? 
e) Uma fruta­do­conde custa caro; imagine, então, dez? 
f) Se não existem? , como se explica a aparição de umamula­sem­cabeça ontem à noite? 
g) Na escola não havia apenas um mapa­múndi; havia dez? 
h) Os caçadores trouxeram um joão­de­barro ou dois? 
i) Se um pai­nosso não bastar, reze vinte? 
j) A um surdo­mudo ninguém engana, muitos menos a dois? 
4) Deixe todas as frases de acordo com a norma culta: 
a) Comprei um pacote de castanha e um molho de cenoura. 
b) No meu prédio não havia pára­raio, nem no meu automóvel há conta­giro. 
c) Não sinto nenhuma cócega na planta do pé, mas na costa sinto uma cócega incrível! 
d) Esqueci meu óculos em casa. Você não emprestaria o seu? 
e) Essa menina sente um ciúmes do pai! Nunca vi tanto ciúmes numa pessoa só! 
f) Sua namorada está com uma olheira profunda hoje! 
g) Teresa me convidou para tomar um chopes e comer um pastéis lá no bastidor do teatro. Em troca, eu 
lhe dei um clipes, um chicletes e um dropes de hortelã. 
h) Não beije na boca de crianças, que ela fica com sapinho. 
i) Só come cachorro­quente e dá ar de rico! 
j) Durante a viagem, todos sentiram náusea, mas as crianças continuáram fazendo arte.
2 1 Redação III 
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21 REDAÇÃO 
5) Ao encontrar concordância em desacordo com a norma culta, proceda às alterações necessárias: 
a) Saíram duas edições extra do jornal naquele dia. 
b) Estou completamente quites com o serviço militar. Você está quites? 
c) Aquela revista foi considerada uma publicação de lesa­língua, de leso­idioma. 
d) Remeti anexo a nota fiscal; em anexo remeti ainda as xérox. 
e) Já está incluso na despesa a comissão do garçom. 
f) As crianças chegaram junto, mas os adultos chegaram junto com o major. 
g) A mãe e o pai chegaram de viagem junto; junto chegaram os filhos. 
h) Elas chegaram só, ficaram só o tempo todo. Deixe­as só. Só elas apreciam ficar assim tão só. 
i) As folhas caem por si só. Mas só as folhas caem; os galhos não. 
j) Não há nenhumas condições de viajar com essa cerração. 
6) Use o sinal grave no a, quando necessário: 
a) Tão logo desceram a terra, os aviadores foram calmamente assistir a sessão; logo após  voltaram as 
pressas; deixando os repórteres a meio quarteirão de distância. 
b) A certa altura do debate, comentou­se a decisão presidencial, que a  tantos  prejudicou. 
c) Não pagues aqueles que a ninguém pagam. 
d) Os preços dos automóveis continuam a subir. 
e) A cena a que assistimos ontem a tarde, a saída da escola, deixou­nos muito tristes. 
f) Isto está cheirando a água­de­colônia. 
g) Essa lavadeira só lava a mão, nunca usou máquina de lavar. 
h) Esses atos do governo estão cheirando a falcatrua. 
i) Foi a casa a cem por hora quando soube que o pai estava a Momo para sair num dos blocos de 
carnaval. 
j) Quanto a mini­saia, que um dicionário registra minissaia, a que você faz referência a toda a hora, tenho 
a dizer­lhe que é uma roupa específica a jovens altas, levemente magras, e de muito charme no andar. 
7) No  lugar do ponto de  interrogação em destaque, use os elementos necessários à  integridade 
frasal, tendo em vista a norma culta 
a) Nenhuma festa ? fui convidado esteve tão animada quanto esta. 
b) O jogo ? presenciamos , foi muito bom. 
c) O jogo ? assistimos, foi muito bom. 
d) Então, esse é o cargo ? você sempre aspirou? 
e)Essa é a imagem ? me ajoelhei e fiz minhas preces. 
f) São conhecidos os motivos ? Hersílio se demitiu. 
g) Aquele é o deputado ? casa estivemos ontem à noite. 
h) Já recebi todo o dinheiro ? eu tinha direito. 
i) As pessoas ? causa me interessei, venceram a questão judicial. 
j) Esta é a lagoa ? águas nadamos quando éramos crianças.
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TRANSFORMANDO ORAÇÕES 
Em geral, é possível desenvolver orações reduzidas : para isso, substitui­se a forma nominal do verbo por 
tempo do indicativo ou do subjuntivo e inicia­se a oração com um conectivo adequado, de tal modo que se mude 
a forma da frase  sem lhe alterar o sentido. 
Observe: 
Penso estar bem  =  Penso que estou bem. 
Dizem ter estado lá  =  Dizem que estiveram lá. 
Fazendo assim, conseguirás  =  Se fizeres assim, conseguirás. 
É bom ficarmos atentos  =  É bom que fiquemos atentos. 
Continue você, agora, as transformações: 
1. Ao saber isso, entristeceu­se. 
2. Foi à festa sem ser convidado. 
3.Não falei por não ter certeza. 
4.Viam­se folhas girando no ar. 
5.Terminada a prova, fui para casa. 
6. Espero poder chegar lá hoje. 
7. Tenho a impressão de estar vendo. 
8. Não convém procederes assim. 
9. É possível terem tão pouco interesse? 
10. Vale a pena estudar tantas matérias? 
11. O essencial é salvarmos a nossa alma?
2 3 Redação III 
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23 REDAÇÃO 
12. Tinha ânsia de chegar lá. 
13. Nada me impede de ir agora. 
14. O índio não aceita viver sem liberdade. 
15. Ao despedirem­se, choravam. 
OBS.: Antes de o professor corrigir este exercício, confira suas respostas com um colega. 
TEXTO 
A Fábula do Lobo Traficante 
“A  sociedade dos cordeiros condenou aquele 
lobo  a 20  anos de  prisão. Era  terrível  o seu  crime: 
tráfico de  entorpecentes. Por causa disso, milhares 
de cordeirinhos destruíram suas vidas. O lobo era o 
inimigo público nº 1. 
Vinte anos depois, apesar desse e de outros 
lobos­traficantes terem sido presos, a sociedade dos 
cordeiros estava mergulhada no vício. Era um problema 
de segurança nacional. Talvez por isso, um repórter 
resolveu  entrev istar  aquele  lobo,  à  saída  da 
penitenciária.  Estaria  ele  arrependido?  Teria 
consciência do que provocara? Sentia­se injustiçado? 
Afinal,  a  sociedade  dos  cordeiros  cumpria, 
rigorosamente,  a  Lei.  Só  que  alguma  coisa  estava 
errada. Lobos­traficantes eram presos todos os dias, 
enquanto  aumentava  o  consumo  de  tóxico.  Qual  a 
opinião de um  lobo que pagou 20 anos por um dos 
piores crimes contra a humanidade? 
­ Você quer mesmo saber? ­ foi logo falando o 
lobo. ­ O problema não se restringe a mim, nem aos 
que me seguiram nessa profissão. Eu cometi parte do 
crime,  reconheço,  comercializando  um  produto 
proibido... 
­ E quem cometeu a outra parte? ­ indagou o 
repórter, ele próprio irritado com a desfaçatez do lobo. 
­ Ora, a sociedade dos cordeiros! ­ afirmou o 
lobo. ­ Acaso fui eu que provoquei a corrida ao tóxico? 
Como seria possível eu me tornar um traficante, se não 
houvesse procura domeu produto? 
“Isso faz sentido”, pensou o repórter. E arriscou 
uma outra pergunta: ­ Como a sociedade dos cordeiros 
poderia ter evitado tudo isso? 
­ Ora, pergunte a ela, respondeu o lobo. ­ Mas 
dificilmente a sociedade dos cordeiros concordará que 
tem parte dessa culpa. Para isso, seria necessário que 
cada  cordeiro,  em particular, meditasse  sobre  sua 
própria  vida  e  o  que  considera melhor  para  o  seu 
rebanho. Mas você sabe que meditar, refletir, ponderar 
e se auto­analisar é muito difícil, quando há tantos lo­ 
bos à disposição pra assumir todas as culpas. 
Quando a entrevista com o lobo­traficante foi 
publicada, a sociedade dos cordeiros reagiu: os lobos 
são criminosos  irrecuperáveis,  cínicos, arrogantes e 
diversionistas. 
Para eles, só mesmo a Pena de Morte.” 
(PORTELA, Fernando. Gazeta do Povo. Curitiba).
2 4  Redação III 24  REDAÇÃO 
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I. Reescreva as frases, substituindo as palavras ou expressões grifadas por equivalentes: 
1. “Era terrível o seu crime: tráfico de drogas.” 
2. “...indagou o repórter, ele próprio irritado com a desfaçatez do lobo.” 
3. “­ Ora, a sociedade dos cordeiros ­ afirmou o lobo.” 
4. “...Mas, você sabe que meditar, refletir, ponderar, e se auto­analisar é muito difícil...” 
5. “...os lobos são criminosos irrecuperáveis, cínicos, arrogantes e diversionistas.” 
II. Responda as questões a seguir: 
1. Através de uma frase, EXPLIQUE a idéia central  do texto e escolha mais duas que sejam, também, 
fundamentais para a compreensão do mesmo. 
2. Caracterize: 
2.1 os cordeiros: 
2.2 os lobos:
2 5 Redação III 
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25 REDAÇÃO 
3. Linguagem figurada!! Os lobos correspondem a homens. Os lobos correspondem aos________________; 
os cordeiros, aos________________; os cordeirinhos, aos________________. 
4. Ao longo do texto, qual o sentimento do lobo­traficante? 
5.  Marque o que for, possivelmente, verdadeiro: 
(    )  Tanto os cordeiros quanto os lobos­traficantes são responsáveis pelo consumo de entorpecentes. 
(    )  O texto retrata a realidade da nossa sociedade, onde os homens disputam o poder. 
(    )  O autor, no texto, traduz a sua inquietação no que tange ao trinômio: tráfico de drogas/o vício/os 
responsáveis. 
(    )  Tanto os lobos quanto os cordeiros são considerados cínicos, poderosos, opressivos e arrogantes. 
(  )  Tomando como base a entrevista dada pelo lobo que passou vinte anos na prisão, pressupõe­se 
que ele se encontra totalmente recuperado. 
(   )  A sociedade dos cordeiros, constituída por indivíduos justos, não reage à acusação do lobo, 
considerando­o recuperado. 
6. Escolha, no texto, a idéia com a qual você discorda e explique. Procure argumentos convincentes para o 
seu texto. 
“Utilizar a linguagem verbal para construir imagens 
que representam seres, objetos ou cenas é assumir a 
atitude lingüística da descrição. Nesses casos, você 
estará empenhado em transformar em linguagem aquilo 
que seus sentidos captam a partir da observação de um 
objeto, de um recorte da realidade que se quer fixar. Um 
texto  elaborado  com  essa  finalidade  é  um  texto 
descritivo. 
Elaborar um texto descritivo é apresentar um 
ser, um objeto, um recorte da realidade a partir de um 
determinado ponto de vista, ou seja, o objeto da descrição 
deve ser observado a partir de umadeterminada posição 
física.  O  ponto  de  vista  é  fundamental  para    a 
organização do texto descritivo, já que as diversas partes 
do objeto devem ser expostas e relacionadas a fim de 
formar um conjunto que  o leitor seja capaz de entender. 
Dessa  forma,  é  recomendável  que, antes  de 
redigir,  você  faça  um  plano  de  trabalho.  Como 
apresentar  ao  leitor  os  detalhes  do  que  se  está 
descrevendo? Qual a melhor ordem a ser seguida? Que 
tipo de  impressão geral deve ser  transmitido? Além 
disso, você deve estar consciente de que, ao produzir 
seu texto, haverá intromissão da sua atitude em relação 
ao objeto descrito na imagem que está sendo produzida. 
Seu estado de espírito faz parte de seu ponto de vista, 
influenciando na seleção e organização dos dados que 
formam o texto. Os limites da intromissão dessas suas 
marcas pessoais vão depender principalmente dos seus 
O ATO DE DESCREVER
2 6  Redação III 26  REDAÇÃO 
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objetivos ao produzir o texto. 
Fica evidente, pois, que um texto descritivo acaba 
transmitindo uma imagem que pode estar mais ou menos 
impregnada da postura pessoal do produtor do texto. 
Isso não é nenhum problema, pois um texto desse tipo 
pretende transmitir um impressão geral, uma sensação 
dominante  despertada pelo que se descreve, muito 
mais do que um retrato fiel. Apenas a descrição técnica 
busca uma objetividade absoluta ­ e, mesmo nesse caso 
é  praticamente  impossível  anular  totalmente  a 
interferência do produtor do texto. 
Descrever é, portanto, um processo no qual se 
empregam os sentidos para captar uma  realidade e 
reprocessá­la num texto. Para a elaboração do texto 
final, concorrem a sua habilidade lingüística (no caso 
do  texto  escrito  acrescenta­se  seu  domínio  da 
modalidade escrita da língua), e as finalidades a que 
ele se propõe: informar o leitor, convencê­lo, transmitir­ 
lhe impressões ou comunicar­lhe emoções. 
Não  é  muito  comum  produzirmos  textos 
descritivos puros. Normalmente, o processo descritivo 
é incorporado ao narrativo (caracterizando personagens 
e ambientes a partir do ponto de vista do narrador) ou 
ao processo argumentativo (fornecendo dados para o 
desenvolvimento da argumentação).” 
(INFANTE, ULISSES  ­ DO TEXTO  AO  TEXTO). 
PRÁTICA DA LÍNGUA 
DESCRIÇÃO 
A Descrição de Ribas (de O Ateneu) 
“Durante  este  período  de  depressão 
contemplativa uma coisa apenas magoava­me: não 
tinha o ar angélico do Ribas, não cantava tão bem 
como ele. Que  faria se morresse, entre os anjos, 
sem saber cantar? 
Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. 
Boca sem  lábios, de  velha carpideira, desenhada 
em angústia ­ a súplica feita boca, a prece perene 
rasgada em beiços sobre dentes: o queixo fugia­lhe 
pelo  rosto,  infinitamente,  como uma  gota de cera 
pelo fuste de um círio... 
Mas,  quando,  na  capela,  mãos  postas  ao 
peito, de joelhos, voltava os olhos para o medalhão 
azul do teto, que sentimento! que doloroso encanto! 
que  piedade!  um  olhar  penetrante,  adorador,  de 
enlevo, que subia, que furava o céu como a extrema 
agulha de um templo gótico. E depois cantava as 
orações com a doçura feminina de uma virgem aos 
pés  de Maria,  alto,  trêmulo,  aéreo,  como  aquele 
prestígio celeste de garganteio da freira Virgínia em 
um romance de Conselheiro Bastos. 
Oh!   Não  ser  eu  angélico  como  o  Ribas! 
Lembro­me  bem  de  o  ver  ao  banho:  tinha  as 
omoplatas magras para fora, como duas asas!” 
Você sabe que a descrição mostra as características que compõem determinado objeto, pessoa, personagem 
ou ambiente. Em linguagem simples, trata­se de uma fotografia. É importantíssimo ser fiel à cena descrita. 
Agora, volte ao texto “A descrição de Ribas” e retire os elementos que o descrevem.
2 7 Redação III 
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27 REDAÇÃO 
“A língua é um hábito para o qual o homem está naturalmente predisposto. O resultado disso é que a 
cabeça de cada falante tem um conjunto de regras que lhe dizem como construir um enunciado ou interpretar o 
enunciado ouvido: é uma gramática interna que a criança vai criando à medida que descobre e aprende o uso 
da língua. 
Essa gramática interna facilita a vida do falante. Sem ela seria necessário estudar as várias formas de 
cada nova palavra aprendida: a conjugação do verbo, o gênero, o número e os graus do substantivo e do 
adjetivo. 
Ouve­se uma pessoa dizer o seguinte: 
­ A bomba está cavitando; eu tenho de ver o que é. 
É quase certo que a maioria vai logo perguntar: 
­ O que é cavitar? 
O ouvinte, mesmo sendo inculto, ao desconhecer uma palavra,vai perguntar por ela usando a forma 
verbal do infinitivo. É a gramática interna funcionando com o auxílio da intuição lingüística do falante. 
Existe também uma gramática externa, que é aquela que aparece em livros e tem por finalidade explicar 
os procedimentos da gramática interna. 
Já foi dito que se pode errar contra a língua, conta o contexto e contra a gramática. 
Contra a  língua ou contra a gramática  interna erra­se por descuido e, nesse caso, quase sempre a 
emenda vem logo em seguida ao erro: 
“Eu tinha escrevido... desculpe!... escrito a carta.” 
Peca­se contra o contexto quando se escolhem palavras e formas impróprias para as circunstâncias da fala.” 
( MATTOS,G. & MEGALE, L. PORTUGUÊS 2º GRAU) 
“Mãe, ‘tou com fome.”  
1) Quando você falou esta frase, você sabia que “mãe” é vocativo? 
2) Você sabia, na época, que “ ‘tou ” é a forma simplificada de “estou”? 
3) Você sabia que, no momento em que você disse a frase, o sujeito estava subentendido (oculto ­ Eu)? 
Que parágrafo do texto comprova as suas respostas? 
ATIVIDADE EM GRUPO 
REFLETINDO A LÍNGUA 
desde quando você começou a falar.
2 8  Redação III 28  REDAÇÃO 
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Busquem uma explicação para esta afirmação. 
“Continuou a contibiquidicionar o assunto.” 
Que perguntas você faria sobre esta frase? 
Você pode consultar um dicionário? 
E se não achar a resposta nele, o que fará? 
Como você usa a sua intuição para descobrir significados para palavras, frases, etc.? 
Na escola, você aprende a gramática externa, “aquela que aparece em livros e que tem por finalidade explicar 
os procedimentos da gramática interna”. 
­ O que antecede a gramática externa? 
­ A gramática externa pode mudar? Justifique. 
Vocês já observaram que há pessoas que vivem nos “consertando” quando a gente fala, por exemplo: 
“ ­ Isto é para mim ler.” 
“ ­ Não. O certo é: “ ­ Isto é para eu ler.” 
Gramática  interna
2 9 Redação III 
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29 REDAÇÃO 
Pergunta­se: 
a) Será que essas pessoas sabem a diferença entre a língua falada e a escrita? 
b) Será que essas pessoas ficam o tempo todo se policiando para aplicar apenas a gramática externa? 
c) Dê outras prováveis explicações. 
Quando você fala ou escreve: “­ Eu tinha trago... desculpe!... trazido o  livro.”, que fenômeno linguístico 
aconteceu? 
Na hora de falar e/ou escrever, você opta pelo: 
Justifique! 
Errado Certo 
Passível de discussão
3 0  Redação III 30  REDAÇÃO 
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Após ler as informações, tentem resolver os exercícios que se seguem: 
EM DUPLA 
Observe: 
“O deputado Paulo Maluf preferiria ser abordado sobre questões administrativas e técnicas do que políticas, 
como costuma acontecer a  cada oportunidade que tem de conversar com jornalistas”. 
Onde esse pequeno texto de jornal foge à norma culta? 
Na regência do verbo PREFERIR. Prefere­se A 
Logo,
O deputado preferiria ser abordado sobre questões administrativas e técnicas a políticas. 
Outros pequenos textos se seguirão e vocês vão detectar casos que fogem à NORMA CULTA: 
Obs.: Faça as devidas correções: 
“Bem perto do barraco onde mora o carpinteiro, existe uma área transformada em lixeira pelos moradores da 
favela e, acerca de 400m, um lodaçal que vai até o mar, propiciando a proliferação de ratos”. 
“­ Deveremos sair daqui na segunda­feira (amanhã) pela manhã. Chegando em Atenas, manterei novos 
contatos com o Itamaraty para receber outras orientações ­ disse.” 
“Ocorre que as leis não reconhecem  sua profissão, portanto, não há aposentadoria. E a qualidade do balé do 
Rio está cada vez pior, em que pese os esforços. A orquestra do Teatro só toca se os seus maestros titulares 
receberem...” 
“Uma noite, aliás hollywoodiana, à qual não faltou nem mesmo rodadas generosas o tempo inteiro do bom e 
apreciado...” 
“  ­ Mas o número  final pode ser bem maior. Cada diretor  (de hospital) envolvido acusa outros médicos 
conviventes. É um verdadeiro  ciclo vicioso ­ comentou Tuma”.
3 1 Redação III 
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31 REDAÇÃO 
“Em comemoração à semana de fundação do Instituto de Economistas do Rio de Janeiro (IERJ),  continuam 
hoje no auditório da ABI, às 18h30m,os debates sobre o tema Estado...” 
“Cerca de Cr$10 mil em espécie, mil  francos, um óculos de grau  com lentes escuras, um cartão de crédito 
de Diner’s Internacional e um passaporte de nº 751425597 foram perdidos à noite...” 
“Áustria, adversária do Brasil, perde da Holanda. Tunísia perde da Ponte e mostra sua fraqueza”. 
VIVENDO O VESTIBULAR 
Para responder às questões de 1 a 4, leia a seqüência de trechos abaixo, selecionada do texto “ A 
crise de governabilidade”  
A Crise de Governabilidade 
Com  o  desenvolvimento  do  capitalismo,  o 
mercado  expandiu­se  a  ponto  de  submeter  tanto  a 
esfera  do  político  como  a  da  comunidade.  As 
empresas multinacionais  conseguiram  vencer  as 
barreiras  internas  da  sociedade,  desgastando  a 
capacidade  de  regulação  dos  Estados  Nacionais. 
Mesmo  quando  os  governos  se  empenham  na 
elaboração de planejamentos sociais , o mercado se 
impõe.  (...) 
O  sonho  do  desenvolvimento  nacional 
autônomo é  hoje  fantasia, em  vista  da  nova  ordem 
econômica mundial. A  pressão externa exercida  por 
agências  de  financiamento  impõe  restrições  aos 
governos, com cortes de políticas públicas, contenção 
de despesas  e aviltamento salarial dos funcionários, 
gerando desemprego, alta do custo de vida e recessão. 
Essas “exigências” quando cumpridas, geram 
um custo social e político muito grande: aumento do 
índice  de  criminalidade,  desagregação  familiar,  alta 
taxa  de  consumo  de  drogas  e  todas  as  demais 
mazelas que se podem ver nesses países. Uma delas 
­ e que a todos assusta, ameaçando mesmo o gênero 
humano  ­  são  os  índices  de mortalidade  infantil.  É 
real  a  possibilidade  de  uma  anarquia  econômica  e 
política. Para contê­la, os  governos  lançam mão de 
artifícios,  como  pequenas  reformas  sociais,  planos 
de  assistência  aos  carentes  e  alianças  com países 
em situação  semelhante. Sem grande êxito,  tentam 
reescalonar as dividas interna e externa. (...) 
A  transnacionalização  da  economia mostra 
com mais  intensidade  o  aspecto  político  do  capital, 
na medida em que estreita a autonomia dos Estados 
Nacionais.  Torna­se  difícil  ao  Estado  responder  às 
demandas  sociais  e  fazer  valer  seu  legítimo  poder 
regulador. Sua imagem face à população fica fragilizada, 
a  lealdade  do  povo  se  enfraquece.  Corrupção, 
sonegação  de  impostos,  contrabando  e  tráfico  de 
influências  tornam­se atividades  “normais” quando o 
governo perde sua credibilidade. (...) 
A fraqueza externa do Estado face às empresas 
multinacionais  e  aos monopólios  internacionais  é 
compensada internamente pelo autoritarismo. Diante
3 2  Redação III 32  REDAÇÃO 
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da  impossibilidade  de  satisfazer  às  necessidades 
permanentes da população, resta ao governo impor­ 
se, para poder manter o poder. Essa imposição pode 
ser feita de diferentes formas: pela clássica ditadura, 
ficando  evidente  o  poder  coercitivo  do  Estado;  ou 
veladamente, de  forma não militarizada, através dos 
aparelhos burocráticos. Na malha fina da burocracia, 
esgotam­se as energias humanas; é, talvez, um dos 
recursos mais eficazes para camuflar a violência do 
Estado. O aumento do autoritarismo se faz então pela 
combinação  de microdespotismos  burocráticos  e 
ineficácia do Estado. (...) 
O discurso da  necessidade de modernização 
esconde que ela implica novos processos de inclusão 
e exclusão que afetam contigentes cada vez maiores, 
tanto na  esfera da produção  como na  do consumo. 
Isso  tende a um limite, a partir do qual o Estado, ou 
seja, a  instância política da sociedade, é obrigado a 
intervir, procurando,  formas de estabilização.A crise 
de  governabilidade,  nesse  caso,  não  diz  respeito 
apenas à forma pela qual o governante chegou ao poder, 
mas pelo que ele faz ­  e não faz ­ para  continuar no 
poder. A integração de segmentos  sociais no processo 
produtivo passa a ser  questão de segurança nacional. 
Integrar  esses segmentos  significa corrigir patologias 
sociais  que  o  próprio  sistema  criou.  É  essa,  como 
dissemos,  a  dimensão  política  do  capital:  a  sua 
capacidade de colocar o Estado na posição de ter de 
resolver problemas que o capital produziu. 
(FERREIRA, NILDA TEVES. CIDADANIA: UMA 
QUESTÃO PARA A EDUCAÇÃO. RIO  DE JANEIRO: NOVA 
FRONTEIRA, 1993, P. 156­159) 
Questão 01 
REDIJA um pequeno texto explicando a relação entre burocracia e autoritarismo. 
Obs.: Se tiver dificuldade, pesquise a temática em questão. 
Questão 02 
REDIJAum  texto argumentando FAVORAVELMENTE à seguinte afirmativa: 
A crise de governabilidade não diz respeito apenas à forma pela qual o governante chegou ao poder, 
mas ao que ele faz – ou não faz – para continuar no poder.
3 3 Redação III 
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33 REDAÇÃO 
Questão 03 
REDIJA um pequeno texto, associando a seqüência de trechos que você leu à seguinte manchete da revista 
VEJA: 
CHOQUE NA FRONTEIRA 
Ao  limitar a  importação de carros, Brasil  quer brecar a saída de dólares do País, 
mas arma uma encrenca com a Argentina. 
Questão  04 
Observe a seguinte frase: 
É essa, como dissemos, a dimensão política do capital: sua capacidade de colocar o Estado  na posição 
de ter de resolver problemas que O CAPITAL produziu. 
O  termo destacado poderia  ter  sido substituído pela palavra ELE...  ter de resolver problemas que ELE 
produziu. 
REDIJA um pequeno texto, explicando o efeito dessa substituição e justificando a opção da autora pela 
repetição da palavra CAPITAL. 
(EXTRAÍDO DO VESTIBULAR DA UFMG)
3 4  Redação III 34  REDAÇÃO 
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ATIVIDADE ­ OPCIONAL 
(A turma deve decidir se quer ou não participar do trabalho proposto). 
­ Em grupo ­ 
­ Cada grupo deve procurar um programa de governo (diversos partidos políticos). 
­ Ler, analisar e selecionar as propostas mais interessantes para a sociedade. 
­ Apresentar para a turma e discutir. 
­ Montar coletivamente a proposta “IDEAL” para o país. 
­ Discutir os entraves da proposta “IDEAL”. 
­ Criar uma proposta mais próxima da realidade brasileira. 
­ Produzir um texto a ser divulgado na escola. 
Outras sugestões podem ser dadas e realizadas. 
ORDEM DIRETA E INVERSA  DAS PALAVRAS 
A ordem das palavras, tanto na fala quanto na escrita, pode ter um valor sintático, modificando o significado 
da frase, ou estilístico, dando ao texto ênfase ou elegância. As regras são poucas e você as conhece na prática: 
1. O termo que se quer destacar aparece sempre na frente: 
­ As jangadas ficavam ali (ordem direta). 
­ Ali ficavam as jangadas (ordem inversa). 
2. Os termos mais longos vão para o fim: 
­ Foi rápida a transformação daquela moça em excelente enfermeira deste hospital. 
Seria deselegante a ordem direta: 
­ A transformação daquela moça em excelente enfermeira deste hospital foi rápida. 
3. A posição do pronome átono é sempre estilística. 
Existem alguns casos curiosos de mudanças de significado conforme a ordem das palavras: 
a) Os qualificativos à esquerda do substantivo perdem o valor restritivo: 
­ Ele fez gloriosas campanhas (Todas). 
­ Ele fez campanhas gloriosas (Talvez nem todas). 
b) Algumas palavras mudam totalmente de significado: 
­ Algum aluno chegou? (Um ou mais) 
­ Aluno algum chegou. (Nenhum)
3 5 Redação III 
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35 REDAÇÃO 
c) Outras mudam de classe e de significado: 
­ Comprei diversos livros. 
­ Comprei livros diversos. 
Agora, responda: 
1. Onde existe ordem deselegante dentre os períodos abaixo? 
a) Vieram ontem de uma viagem de vários meses pelos países da Europa meus pais. 
b) Foi agradável a palestra havida ontem no auditório daquela universidade. 
c) O dono da fazenda deu a cada um dos filhos dos amigos que moravam nas redondezas um livro. 
d) Chegou­me ontem um telegrama. 
2. Reconstrua as orações de ordem deselegante do exercício  anterior. 
3. Envie para um(a) colega uma frase considerada “deselegante” e peça­lhe que responda em forma “elegante”.
3 6  Redação III 36  REDAÇÃO 
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O Operário em Construção 
(...) 
Era ele que erguia casas 
Onde antes só havia chão 
Como um pássaro sem asas 
Ele subia com as casas 
Que lhe brotavam da mão. 
Mas tudo desconhecia 
De sua grande missão: 
Não sabia, por exemplo 
Que a casa de um homem é um templo 
Um templo sem religião 
Como tampouco sabia 
Que a casa que ele fazia 
Sendo a sua liberdade 
Era a sua escravidão. 
De fato, como podia 
Um operário em construção 
Compreender por que um tijolo 
Valia mais do que um pão? 
Tijolos ele empilhava 
Com pá, cimento e esquadria 
Quanto ao pão, ele o comia... 
Mas fosse comer tijolo! 
E assim o operário ia 
Com suor e com cimento 
Erguendo uma casa aqui 
Adiante um apartamento 
Além uma igreja, à frente 
Um quartel e uma prisão: 
Prisão de que sofreria 
Não fosse, eventualmente 
Um operário em construção. 
Mas ele desconhecia 
Esse fato extraordinário: 
Que o operário faz a coisa 
E a coisa faz o operário. 
De forma que, certo dia 
à mesa, ao cortar o pão 
O operário foi tomado 
De uma emoção 
Ao constatar assombrado 
Que tudo naquela mesa 
­ Garrafa, prato, facão ­ 
Era ele quem os fazia 
Ele, um humilde operário, 
Um operário em construção. 
Olhou em torno: gamela 
Banco, enxerga, caldeirão 
Vidro, parede, janela 
Casa, cidade, nação! 
Tudo, tudo o que existia 
Era ele quem o fazia 
Ele, um humilde operário 
Um operário que sabia 
Exercer a profissão. 
Ah, homens de pensamento 
Não sabereis nunca o quanto 
Aquele humilde operário 
Soube naquele momento! 
Naquela casa vazia 
Que ele levantara 
Um mundo novo nascia 
De que sequer suspeitava 
O operário emocionado 
Olhou sua própria mão 
Sua rude mão de operário 
De operário em construção 
E olhando bem para ela 
Teve um segundo a impressão 
De que não havia no mundo 
Coisa que fosse mais bela
3 7 Redação III 
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37 REDAÇÃO 
(...) 
E um fato novo se viu 
que a todos admirava: 
O que o operário dizia 
Outro operário escutava 
E foi assim que o operário 
Do edifício em construção 
Que sempre dizia sim 
Começou a dizer não. 
E aprendeu a notar coisas 
A que não dava atenção: 
Notou que sua marmita 
Era o prato do patrão 
Que sua cerveja preta 
Era o uísque do patrão 
Que seu macacão de zuarte 
Era o terno do patrão 
Que o casebre onde morava 
Era a mansão do patrão 
Que seus dois pés andarilhos 
Eram as rodas do patrão 
Que a dureza do seu dia 
Era a noite do patrão 
Que sua imensa fadiga 
Era amiga do patrão. 
E o operário disse: Não! 
E o operário fez­se forte 
Na sua resolução. 
Como era de se esperar 
As bocas da delação 
Começaram a dizer coisas 
Aos ouvidos do patrão. 
Mas o patrão não queria 
Nenhuma preocupação. 
­ “Convençam­no” do contrário ­ 
Disse ele sobre o operário 
E ao dizer  isso sorria. 
Dia seguinte, o operário 
Ao sair da construção 
Viu­se súbito cercado 
Dos homens da delação 
E sofreu, por destinado 
Sua primeira agressão. 
Teve seu rosto cuspido 
Teve seu braço quebrado 
Mas quando foi perguntado 
O operário disse: Não! 
Em vão sofreu o operário 
Sua primeira agressão 
Muitas outras se seguiram 
Muitas outras seguirão. 
Porém, por imprescindível 
Ao edifício em construção 
Seu trabalho prosseguia 
E todo o seu sofrimento 
Misturava­se ao cimento 
Da construção que crescia. 
Sentindo que a violência 
Não dobraria o operário 
Um dia tentou o patrão 
Dobrá­lo de modo vário. 
De sorte que o foi levando 
Ao alto da construção 
E num momento de tempo 
Mostrou­lhe toda a região 
E apontando­a ao operárioFez­lhe esta declaração: 
­ Dar­te­ei todo esse poder 
E a sua satisfação 
Porque a mim me foi entregue 
E dou­o a quem bem quiser. 
Dou­te tempo de lazer 
Dou­te tempo de mulher. 
Portanto, tudo o que vês 
Será teu se me adorares 
E, ainda mais, se abandonares
3 8  Redação III 38  REDAÇÃO 
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Um silêncio de martírios 
Um silêncio de prisão 
Um silêncio apavorado 
Como o medo em solidão 
Um silêncio de torturas 
E gritos de maldição 
Um silêncio de fraturas 
A se arrastarem no chão. 
E o operário ouviu a voz 
De todos os seus irmãos 
Os seus irmãos que morreram 
Por outros que viverão 
Uma esperança sincera 
Cresceu no seu coração 
E dentro da tarde mansa 
Agigantou­se a razão 
De um homem pobre e esquecido 
Razão porém que fizera 
Em operário construído 
O operário em construção. 
I. Reescreva os versos, dando­lhes novo sentido social. 
1. “Ele subia com as casas 
Que lhe brotavam na mão.” 
2. “Ah, homens de pensamento 
Não sabereis nunca o quanto 
Aquele humilde operário 
Soube naquele momento!” 
O que te faz dizer não. 
Disse, e fitou o operário 
Que olhava e que refletia 
Mas o que via o operário 
O patrão nunca veria. 
O operário via as casas 
E dentro das estruturas 
Via coisas, objetos 
Produtos, manufaturas 
Via tudo o que fazia 
O lucro do seu patrão 
E em cada coisa que via 
Misteriosamente havia 
A marca de sua mão. 
E o operário disse: Não! 
­ Loucura! ­ gritou o patrão 
Não vês o que te dou eu? 
­ Mentira! ­ disse o operário 
Não podes dar­me o que é meu. 
E um grande silêncio fez­se 
Dentro do seu coração 
(MORAES, VINÍCIUS DE. ANTOLOGIA POÉTICA, P. 205­210.)
3 9 Redação III 
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39 REDAÇÃO 
3. “Que sua imensa fadiga 
Era amiga do patrão.” 
4. “Disse, e fitou o operário 
Que olhava e que refletia.” 
5. “Agigantou­se a razão 
De um homem pobre e esquecido.” 
II. Observe as questões abaixo: 
1. Através de uma frase, EXPLIQUE a idéia central do poema. Em seguida, escolha mais algumas que 
complementem essa idéia. 
2. Inicialmente, o autor mostra que o operário desconhecia a sua “grande missão”. No decorrer do poema, 
essa missão é explicitada? Qual? 
3. Em que parte do poema percebe­se, claramente, que tudo que o operário constrói volta­se contra ele 
mesmo?
4 0  Redação III 40  REDAÇÃO 
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4. Quais as conseqüências do “Não”, ou seja, do Basta­de­exploração dado pelo operário ao patrão? 
5. De acordo com o texto, marque o que for, possivelmente, VERDADEIRO: 
(    )  A conscientização do operário dá­se de uma forma brusca. De repente, ele percebe que tudo 
ao seu redor é fruto de seu trabalho. 
(    )  O poema se restringe à história de um operário que um dia, movido pela emoção, resolve 
combater o seu patrão. 
(    )  Pressupõe­se, ao longo do poema, que a descoberta feita pelo operário passou de ato individual 
a coletivo. 
(    )  O operário sofreu várias agressões, levando­o a desistir da sua luta. 
(    )  Operário/Patrão. Este binômio, no texto, representa a constante luta entre as classes: dominada 
e dominante. 
(    )  A violência utilizada pelo patrão convenceu o operário a desistir da sua grande missão 
conscientizadora, fazendo­o aceitar as propostas de um suposto bem­estar econômico. 
6. A partir da idéia abaixo, produza um pequeno texto: 
“­ Mentira! ­ disse o operário 
Não podes dar­me o que é meu”. 
ATIVIDADE ­ PESQUISA 
­ Em grupo ­ 
­ Escolham uma canção que tenha como temática a “vida do operário”. 
­ Cada grupo apresenta a canção escolhida para a turma. 
­ Divide­se a turma em dois grupos. (Simulação) 
Grupo 1: operários 
Grupo 2: patrões 
­ Cada grupo defende seus pontos de vista/conflito. 
­ Sugestão: convidar grêmios escolares para discutir a participação do aluno enquanto cidadão.
4 1 Redação III 
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41 REDAÇÃO 
­ OBJETIVOS ­ 
Quais os direitos do cidadão? 
Quais os direitos do aluno enquanto cidadão? 
­ CONCLUSÃO ­ 
Texto coletivo: o grupo deve produzir um texto sobre os direitos do aluno e distribuir na escola. 
Outras sugestões devem ser apresentadas. 
“O fato de o ato de escrever ser um momento 
em que aquele que escreve se vê sozinho frente ao 
papel, tendo em mente apenas uma imagem de um 
possível interlocutor, faz com que haja necessidade de 
uma maior  preocupação  em  relação  à  coesão. Em 
geral, o aluno não sabe até que ponto deve explicitar o 
que  tenta  dizer  para  que  se  faça  compreender. 
Entretanto, o “fazer­se compreender” é um ponto cen­ 
tral em qualquer texto escrito; a coesão deve colaborar 
nesse sentido, facilitando o estabelecimento de uma 
relação entre os interlocutores do texto. O que se busca 
não é um texto fechado em si mesmo, impenetrável a 
qualquer leitura e sim algo que possa servir como veículo 
de interação entre os interlocutores. 
Há ainda mais uma questão em que se deve 
pensar  na  consideração  das  especificidades  da 
modalidade escrita ­ a argumentação. É através dela 
que  o  locutor  defende  seu  ponto  de  v ista.  A 
argumentação contribui na criação de um jogo entre 
quem escreve o texto e um possível leitor, já que aquele 
discute com este, procurando mostrar­lhe que tipo de 
idéias o levaram a determinado posicionamento. Dito 
de  outra maneira,  ao  escrever  um  texto  o  locutor 
estabelece relações a partir do tema que se propôs a 
discutir e tira conclusões, procurando convencer o re­ 
ceptor ou conseguir sua adesão ao texto. 
Não se pode traçar uma distinção absoluta en­ 
tre  coesão  e  argumentação:  a  coesão  garante  a 
existência de uma relação entre as partes do texto que 
tomadas como um  todo devem construir um ato de 
argumentação. As  duas  noções  contribuem para  a 
constituição  de  um  conjunto  significativo  capaz  de 
estabelecer uma relação entre o sujeito que escreve e 
seu virtual interlocutor. 
É  próprio  da  l inguagem  seu  caráter  de 
interlocução. A escrita não foge a esse princípio, ela 
também busca estabelecer uma relação entre sujeitos. 
O  texto  deve  ser  suficiente  para  caracterizar  seu 
produtor  enquanto  um  agente,  um  sujeito  daquela 
produção, ao mesmo tempo em que confere identidade 
ao seu interlocutor. O texto, enquanto uma totalidade 
revestida de significados, acaba sendo um jogo entre 
sujeitos, entre locutor e interlocutor.” 
DURIGAN, REGINA H. DE ALMEIDA ET  ALII. “A DISSER­ 
TAÇÃO NO VESTIBULAR”. IN: A MAGIA DA  MUDANÇA  ­ 
VESTIBULAR UNICAMP: LÍNGUA  E  LITERATURA. 
CAMPINAS, EDITORA DA UNICAMP, 1987. P. 14­5. 
DISSERTAÇÃO E TEXTOS DISSERTATIVOS
4 2  Redação III 42  REDAÇÃO 
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PRÁTICA DA LÍNGUA 
DISSERTAÇÃO 
Um Possível Exemplo de Produção de Texto!! 
Televiolência 
“Há três tipos principais de explicação para os 
resultados obtidos nas pesquisas que demonstraram a 
existência de uma relação causal entre a televiolência 
e  a  cinev iolência,  de  um  lado,  e,  de  outro,  o 
comportamento agressivo: são a aprendizagem social, 
a desinibição da agressão e o despertar emocional. 
A primeira, bem corroborada pelos experimentos 
feitos por Bandura e outros, considera como básica a 
aprendizagem  social  por  meio  da  imitação. 
Reconhecida há muito tempo como uma forma funda­ 
mental de aprendizagem humana, a imitação, por meio 
da observação do comportamento de outrem, passou 
por  testes  rigorosos  de  laboratório  e  surgiu  como 
mecanismo  fundamental  posto  em ação  durante  a 
exposição da pessoa aos programas de televisão. A 
televisão  transmite, assim,  formas  tanto específicas 
como até então desconhecidas do sujeito agir de modo 
agressivo. Funciona, também, como forma de ensino e 
aprendizagem  de  atitudes,  normas  e  valores  que 
conduzem ao comportamento agressivo mais intenso 
e/ou mais freqüente. 
O segundo tipo de hipótese explicativa para as 
relações encontradas entre a agressão e televiolência 
refere­se  à  desinibição  daagressão.  Em  termos 
simplificados,  pode­se  dizer  que  ao  longo  da  vida 
humana a família e outros agentes educativos atuam 
no processo de socialização da criança, fazendo com 
que ela aprenda a inibir ou controlar seu comportamento 
agressivo. A exposição à televiolência e à cineviolência 
funcionaria  no  sentido  oposto,  isto  é,  reduzindo  ou 
enfraquecendo  essas  inibições  contrárias  às 
manifestações  agressivas.  Isso  faz  com  que  o 
comportamento agressivo se torne mais freqüente e 
mais intenso. 
De acordo com o terceiro tipo de explicação, a 
hipótese  do  despertar  emocional  ou  da  ativação,  a 
televiolência exerce um efeito de “despertar emocional” 
do telespectador, e esse efeito, por sua vez, estimula 
respostas  de  alta magnitude.  Vários  estudos  têm 
provado que as crianças ficam de fato despertas ou 
excitadas quando expostas a material do tipo agressivo. 
Existem também pesquisas que indicam aumento de 
agressão, sob certas circunstâncias, em decorrência 
de exposição a material do tipo erótico e humorístico.” 
(“TELEVISÃO  E CRIANÇA”. CADERNOS  DE COMUNICAÇÃO 
PROAL Nº 3, 1978). 
O texto que você acabou de ler tem natureza dissertativa e é um bom exemplo de redação bem estruturada, 
pois tem um desenvolvimento lógico e apresenta unidade de assunto e coerência na exposição das idéias. 
Você pode observar que o texto apresenta uma introdução e um desenvolvimento perfeitamente relacionados 
e delimitados em parágrafos. Falta talvez, a conclusão, que é outro elemento básico de uma redação de 
caráter dissertativo. 
Delimite, no texto lido, as partes apresentadas: 
01) Introdução vai de: 
até:
4 3 Redação III 
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43 REDAÇÃO 
02) Desenvolvimento vai de: 
até: 
INTRODUÇÃO bem estruturada, sempre apresenta o assunto delimitado (= a escolha da idéia central da 
redação) e um objetivo bem definido (= aquilo que se pretende fazer na redação). 
01) Qual o assunto delimitado na introdução? 
02) Qual é o objetivo do autor em relação a esse assunto? 
DESENVOLVIMENTO. Nele é feita a argumentação e discussão do que foi definido no objetivo expresso na 
introdução. Observe que os parágrafos do desenvolvimento desdobram cada uma das três idéias expressas 
no objetivo. 
01) Qual é a idéia básica de cada um dos parágrafos do desenvolvimento? 
1º) _______________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
2º) _______________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
3º) _______________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
02) Quais as palavras da introdução que se relacionam com essas idéias desenvolvidas? 
1º) _______________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
2º) _______________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
3º) _______________________________________________________________________________ 
_________________________________________________________________________________ 
03) Em que se fundamenta o autor para fazer o desenvolvimento?
4 4  Redação III 44  REDAÇÃO 
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CONCLUSÃO é o fecho da redação, em que se retoma o objetivo proposto na introdução, acrescentando­lhe 
dados novos, decorrentes do que se expressou no desenvolvimento. 
Tente fazer uma conclusão coerente para o texto apresentado, seguindo a orientação acima. 
É dissertativo o texto em que as idéias trazem provas do que desejamos confirmar ou combater, 
assegurar ou refutar. 
A dissertação trabalha com provas ou argumentos. 
Pode ter este esquema: 
1. De que se trata? 
­ Assunto 
2. O que é que eu penso? 
­ Ponto de vista. 
3. Por que é que eu estou  certo? 
­ Argumentação. 
4. O que é que o outro pensa? 
­ Crítica. 
5. Por que é que ele está errado? 
­ Refutação. 
6. O que é que eu posso dizer depois de tudo? 
­ Conclusão. 
O texto dissertativo depende da análise de algum acontecimento, de alguma atitude, de algum ponto 
de vista: 
1. O que acontece? 
2. Por que acontece assim? 
3. Como deveria ser? 
4. O que se deveria fazer para isso? 
5. Por que não se faz? 
Na dissertação, há quatro tópicos que nunca se podem omitir: 
a) Assunto. 
b) Ponto de vista. 
ATIVIDADE ­ COMPLEMENTAR 
­ Em grupo ­ 
­ Cada grupo deve escolher um filme (locadora de vídeo ou gravar), ou programa de TV (gravar), até mesmo 
cenas de novela (gravar). 
c) Argumentação. 
d) Conclusão.
4 5 Redação III 
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45 REDAÇÃO 
­ Anotar as cenas mais violentas, sejam elas físicas ou de outra natureza (moral, ética, etc.). 
­ Exibir para os colegas somente as cenas escolhidas e solicitar que cada um anote as reações internas/ 
externas provocadas nele. 
­ Debatidas as emoções, cada grupo deverá relacioná­las ou não com o texto “Televiolência”. 
­ Escolhido um relator, distribuir o  texto em toda a escola, denunciando ou não os efeitos perversos da 
televiolência e/ou cineviolência. 
REDAÇÃO 
INSTRUÇÕES GERAIS: Há três temas propostos para redação. Escolha um deles e desenvolva um texto 
dissertativo. Dê um título a sua redação. 
TEMA I: Leia com atenção o seguinte trecho retirado da revista Veja. A seguir, elabore um texto no qual você 
discuta a posição do jornalista. 
CRIME 
Aplauso errado 
Cinegrafista filma policial matando um criminoso. O policial ganha elogios 
e quem tem de se esconder é o cinegrafista. 
Na manhã de sábado, 4, Cristiano Moura Mesquita de Mello, um bandido de 20 anos, foi executado 
com três  tiros pelo cabo Flávio Ferreira Carneiro, da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A cena da execução 
apareceu na televisão ­ e foi um sucesso. Filmadas por um cinegrafista da TV Globo, que conseguiu captá­las 
sem que o PM percebesse, as imagens foram ao ar no Jornal Hoje e no Jornal Nacional. Dois dias depois, 
uma enquete da TV Educativa do Rio mostrou que 86% dos 106 telespectadores de um programa da emissora 
disseram que o PM agira corretamente. Em outra pesquisa, apenas 9% dos ouvintes da Rádio Globo acharam 
a cena chocante demais, e o restante aplaudiu o policial. Mais da metade das cartas enviadas às redações 
dos jornais do Rio, na semana passada, também elogiava o gesto do policial. Ninguém defende a execução do 
bandido pelo gosto mórbido de ver sangue nas ruas, e sim devido a um legítimo desejo de segurança e paz. 
Mas estão todos errados. A ação do cabo Flávio é um crime, não gera segurança nem paz, e coloca­o na 
mesma condição de Cristiano de Mello ­ a de bandido. 
TEMA II: Observe a imagem construída pelo chargista Or­ 
lando, que saiu no jornal Folha de S. Paulo. 
A seguir, produza um texto sobre a idéia que ela sugere.
4 6  Redação III 46  REDAÇÃO 
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TEMA III:
“Causou polêmica a reedição da medida provisória que extingue o antigo Conselho Federal de 
Educação e cria em seu lugar o novo Conselho Nacional para a área. As questões levantadas expressam 
basicamente a opinião de alguns reitores e setores da intelectualidade em relação à proposta do governo 
de aplicar exames aos alunos dos últimos anos dos cursos de graduação nas faculdades e universidades 
brasileiras.” 
(FOLHA  DE S. PAULO) 
O tema “proposta do governo de aplicar exames aos alunos dos últimos anos dos cursos de graduação” tem 
sido amplamente discutido. 
Apresente aqui, em texto dissertativo, suas idéias a respeito desse assunto. 
REDAÇÃO 
Instruções Gerais: Há três temas propostos para redação. Escolhaum deles e desenvolva um texto dissertativo. 
Dê um título à sua redação 
TEMA I: 
Leia com atenção

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