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Delegado de Polícia CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Penal Especial Professor: Victor Rios Gonçalves Aula: 14 | Data: 28/02/2018 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO ROUBO 2. Roubo Majorado ou Circunstanciado 3. Roubo Qualificado pelo Resultado ROUBO “Art. 157, CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90” ROUBO MAJORADO OU CIRCUNSTANCIADO, Código Penal, artigo 157, parágrafo 2º: Este dispositivo prevê o aumento de ⅓ até metade da pena em 5 situações, tendo, por isso, natureza jurídica de causa de aumento de pena. Tecnicamente é errado falar “roubo qualificado” pelo emprego de arma. I. Se o crime for cometido com emprego de arma: Arma é todo instrumento que tem potencialidade lesiva, poder vulnerante, capacidade para matar ou ferir. Como o texto legal não faz restrição, a majorante abrange o emprego de arma própria ou imprópria. Armas próprias são aquelas fabricadas para servir mesmo como arma, tais como as armas de fogo e punhais. Armas impróprias são objetos que tem outra finalidade, mas que também possuem poder vulnerante, tais como faca de cozinha, estilete, navalha, tesoura, espeto de churrasco e barra de ferro. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9426.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8072.htm#art9 Página 2 de 3 Quando alguém simula estar armado, não emprega efetivamente uma arma, por isso, não se aplica a majorante. Em relação ao emprego de arma de brinquedo ou outros simulacros, houve muita controvérsia no passado, mas a questão encontra-se pacificada no STJ e no STF no sentido de que não se aplica o aumento, pois este só se justifica quando a vítima é efetivamente exposta a uma maior situação de risco, que só existe quando a arma é verdadeira. As Côrtes Superiores também tem entendido que não incide o aumento quando se trata de arma inapta a efetuar disparos (quebrada) ou desmuniciada, exceto se forem usadas como instrumento contundente para agredir a vítima, quando serão consideradas armas impróprias. O Código de Processo Penal, artigo 175, exige que seja feita perícia no instrumento do crime para constatar a sua natureza e eficácia. De acordo com o resultado dessa perícia, o juiz aplicará o não a majorante. O Plenário do STF firmou entendimento de que a impossibilidade de realizar a perícia pela não apreensão da arma não impede a aplicação da majorante se a prova testemunhal demonstrar que o réu estava armado, nos termos do Código de Processo Penal, artigo 167. II. Se o crime for praticado mediante concurso de 2 ou mais pessoas. Como o texto legal não faz restrição, o aumento se aplica tanto em caso de coautoria quanto de participação. É muito comum que o roubo seja praticado por um maior de idade e por um menor. Em tais casos, deve responder pelo roubo majorado e pelo crime de corrupção de menores (ECA, 244-B). Prevalece o entendimento de que se trata de concurso material, mas existem muitos julgados reconhecendo o concurso formal. De acordo com a Súmula 442 do STJ, é inaplicável ao furto qualificado pelo concurso de agentes, a majorante do roubo. Está pacificado no STJ e no STF entendimento de que não há bis in idem na condenação pelos crimes de associação armada em concurso material com roubo majorado. Súmula 442, STJ. “É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo. (Súmula 442, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010)” III. Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. Só se aplica quando a vítima está trabalhando com transporte de valores. Como é necessário que a gente saiba disso, a majorante só é compatível com dolo direto (não confundir com dolo eventual, não há que se falar em dolo eventual para o roubo). IV. Se o roubo é de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou País. Vide comentários ao Código Penal, 155, § 5o. V. Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. Ocorre restrição de liberdade e, por isso, a vítima fica pouco tempo em poder dos roubadores, como por alguns minutos. Quando a vítima é obrigada a ficar com os agentes por um período maior, como por algumas horas, a hipótese é de privação da liberdade e, em tal caso, haverá concurso material entre roubo e o crime de sequestro (CP, 148). Observação: de acordo com a súmula 443 do STJ, o aumento na 3a fase da aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para sua exasperação a mera indicação do número de majorantes. http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27442%27).sub.#TIT1TEMA0 http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27442%27).sub.#TIT1TEMA0 http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27442%27).sub.#TIT1TEMA0 http://www.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27442%27).sub.#TIT1TEMA0 Página 3 de 3 O juiz, para aplicar acima do mínimo, tem que fundamentar e não somente usar o número de majorantes que aconteceram. Exemplo: roubou utilizando fuzil com numeração raspada – 1 só majorante – pode aplicar acima do mínimo. ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO, Código Penal, artigo 157, parágrafo 3º: 1a parte: se do fato resulta lesão grave, a pena é de 7 a 15 anos de reclusão e multa. Esta figura não consta do rol dos crimes hediondos. Esta forma qualificada pressupõe que o agente provoque a lesão grave sem a intenção de matar, pois se quisesse tal resultado, responderia por tentativa de latrocínio, que é mais grave. 2a parte: se da violência resulta morte, a pena é de 20 a 30 anos de reclusão e multa. É considerado crime hediondo, tanto na modalidade consumada quanto na tentada. O texto legal restringe o crime de latrocínio aos casos em que a morte decorre da violência empregada durante e em razão do roubo. Por isso, se a vítima morre em uma hipótese em que só foi empregada grave ameaça, o agente responde por roubo em concurso formal com homicídio culposo. Exemplo: roubador ameaça e a vítima sofre um ataque cardíaco e morre.
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