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Direito Processual do Trabalho

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Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
14 de Fevereiro de 2020 
 
Bibliografia: ​Carlos Henrique Bezerra Leite; Sérgio Pinto Martins; Enoque Ribeiro dos Santos. 
 
Antes da reforma trabalhista, existia a regra que nas ações trabalhistas não haveria 
condenação de honorários sucumbenciais, todavia, com a atual reforma trabalhista, esta acabou 
apresentando uma alteração, onde o vencido pagará ao vencedor o honorário de sucumbência em 
pelo menos 5% do valor da condenação. 
Mesmo aquele que tenha justiça gratuita (art. 791-A, §4, CLT), e tiver combinado de 
pagar o honorário sucubencial, deverá fazer, e isso acabou gerando um grande impasse, aliás, 
uma das ações de inconstitucionalidade tem como objetivo declarar essa norma como 
inconstitucional. Por essa e outras situações que existem sobre assuntos como estes é que 
estamos passando por um momento de insegurança jurídica. 
 
História do Processo do Trabalho 
A França começou a falar do processo do trabalho na sua história em 1806, a Alemanha 
em 1808, a Espanha em 1908 e o Brasil naquela época (1806/8), nada mais era do que um país 
exploratório, onde teve uma mudança significativa quando a família real portuguesa veio aqui, 
ressalta-se ainda que, em 1806 a relação empregatícia no Brasil era escravocrata, e esse período 
durou até 1888 com a abolição da escravatura, desse modo, vemos que enquanto a França falava 
de processo de trabalho, nós falávamos de escravidão, e só depois que o Brasil se tornou 
independente de Portugal com a Proclamação da República e deixou de ser um país escravocrata, 
foi quando começamos a pensar na ideia de institucionalização do processo de trabalho, já em 
meados do século XX, foi quando ocorreu a criação de leis embrionárias no Brasil, ou seja, a 
constitucionalização dessa norma, e em 1943 vem a CLT com um decreto para melhorar a 
situação dos trabalhadores. 
A justiça do trabalho era apenas um órgão administrativo naquele período, como o 
sindicato, e passou a ser verdadeiramente reconhecida, em 1946 com a Constituição Federal da 
época, possuindo até jurisdição para a resolução de conflitos no ambiente trabalhista, aliás, 
devemos saber que as alterações sobre leis trabalhistas aconteceram até os dias atuais. Frisa-se 
que quando falamos da terceira fase do processo do trabalho no Brasil, devemos lembrar da 
importância da Constituição de 1988, que veio para iluminar e reforçar a relevância do direito de 
trabalho na vida da pessoa humana e dos direitos sociais, que não existiam até então, sendo algo 
fundamental para nós. Todavia, desde que a justiça do trabalho foi considerada pertencente ao 
poder judiciário, tínhamos a presença do juiz classista, sendo estes, juízes que não eram 
concursados, mas tinham o poder de julgar a lide trabalhista, o que durou até a Emenda 
Constitucional nº 45 em 2004, atualmente só julga a lide trabalhista, juiz concursado. 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
A recente fase do processo do trabalho como um todo é uma fase de insegurança jurídica, 
tendo a presença da reforma trabalhista atual (2017), que trouxe uma mudança total de 
paradigmas no Brasil, por isso, dizemos que a reforma trabalhista é um marco histórico. 
Houve um menor número de ações em 2018 após a reforma trabalhista, ao se comparar 
com 2017, onde o número de ações foi quase o dobro, havendo assim, um cerceamento ao acesso 
ao judiciário. Tanto é que, foram alterados 117 artigos pela reforma trabalhista, sendo 77 
alterados no plano do direito material e ainda, destes 77 artigos, 70 são pró empregador, havendo 
um distanciamento nos princípios anteriores a CLT, que era o princípio de proteção ao 
empregado, pois observamos que na verdade, estamos mais próximo ao empregador. 
 
21 de Fevereiro de 2020 
 
O direito processual brasileiro possui uma área extensa, sendo dividido em diversas 
disciplinas, para se ter uma didática mais fácil, como por exemplo, processo civil, processo do 
trabalho e processo penal, onde cada um desses ramos do direito, são autônomos. 
Posto isso, devemos analisar a crítica de Carlos Henrique Bezerra Leite, afirmando que 
houve uma flexibilização da CLT frente a constitucionalização do CPC, isto é, Bezerra Leite, 
condena o fato de o mesmo legislador que fez um código de processo civil voltado aos princípios 
constitucionais, fez também uma CLT que prejudica sensivelmente o direito básico dos 
trabalhadores. 
Conceito de processo do trabalho: É o "ramo da ciência jurídica, constituído por um 
sistema de valores, ​princípios ​regras e instituições próprias, que tem por objeto promover a 
concretização dos direitos sociais fundamentais individuais, coletivos e difusos dos 
trabalhadores e a pacificação justa dos conflitos decorrentes direta ou indiretamente d​as relações 
de emprego e de trabalho​, bem como regular o funcionamento e a competência dos órgãos que 
compõem a Justiça do Trabalho". (LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual 
do Trabalho. 16. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p. 129). 
Esse conceito nos apresenta uma série de questões importantes, como as principais, 
possibilidades de concretização de direitos sociais, sendo a coletividade de empresas e até 
mesmo um número indeterminado de trabalhadores que podem ser afetado por determinada 
situações, como o caso de Mariana, Brumadinho, sendo um ponto interessante que o processo do 
trabalho tem. 
Diferença entre relação de trabalho x relação de emprego: devemos saber se o fato 
jurídico é ou não uma relação de emprego para saber como a justiça do trabalho irá atuar. 
Relação de emprego é a relação pela qual, aplica-se como fundamento o art. 3º da CLT 
(onerosidade, pessoalidade, habitualidade, alteridade e subordinação). A relação de trabalho é 
mais ampla, não necessariamente possuirá os requisitos do art. 3º, mas está sob a égide da norma 
processual do trabalho. 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
Conceito Lucas Maciel: ​O processo do trabalho é o conjunto de princípios, normas e 
instituições destinado a regular as atividades dos órgãos jurisdicionais na solução de dissídios 
individuais ou coletivos decorrentes da relação de trabalho em sentido amplo. 
Natureza Jurídica​: de direito público, por ter a finalidade de regular a atividade 
desenvolvida pelo Estado de pacificar os conflitos decorrentes das relações de trabalho. 
A natureza de uma questão processual, diz respeito ao modo pelo qual o Estado vai 
regulamentar a forma que vou acessar o judiciário para solucionar uma lide. Mesmo que a 
relação de direito material entre empregado e empregador seja uma relação privada, ainda assim, 
o processo é público, pois é feito pelas regras impostas pelo Estado, onde o direito serve para que 
não façamos justiça com as próprias mãos. 
 
Possui Autonomia​? Existem duas teorias para dizer se o processo do trabalho é autônomo ou é 
processo civil com algumas peculiaridades. 
Para uma primeira corrente chamada ​“teoria monista” o direito processual é um só, 
sendo o direito processualdo trabalho apenas um capítulo ou ramo do direito processual civil. Já 
para a “​teoria dualista”, corrente majoritária, processo do trabalho é autônomo​, 
desvinculado do processo comum, uma vez que possui autonomia legislativa (CLT), princípios 
próprios que o distingue do processo civil, produção doutrinária abundante e destacada. 
Processo do trabalho possui algumas características próprias do processo civil, mas sua 
base e atuação são diferentes. Aliás, se o processo do trabalho não fosse autônomo, mas apenas 
um ramo do direito civil, a CLT estaria dentro de algum capítulo do mesmo, o que não é o que 
vemos. 
Formas de Solução dos Conflitos 
 
Autodefesa​: as próprias partes procedem à defesa de seus interesses, buscando impor a sua 
vontade à outra. Exemplo: greve e locaute; 
→ A autodefesa é a justiça com as próprias mãos que o próprio sistema não quer que tenha, 
contudo, essa regra de que não se pode fazer justiça com as próprias mãos, não é absoluta, pois 
há exceções, como por exemplo, a legítima defesa. A autodefesa é impor minha vontade para a 
outra parte, como o direito de greve (previsto na CF), pois quando você é trabalhador e não 
recebe o que é seu por direito, você pode se reunir com um grupo e fazer uma greve, onde estará 
praticando sua autodefesa, mas é claro que se a grave for abusiva, o próprio judiciário pode 
afastar a mesma. Locaute é quando a empresa faz greve e não aceita que os empregados 
trabalhem, não sendo uma situação muito comum. 
 
Autocomposição (mediação)​: aceitação da solução de um conflito pelas próprias partes, de 
forma pacífica e negociada, sem a imposição de uma solução por um terceiro: unilateral 
(renúncia ou reconhecimento da pretensão) e bilateral (transação). Exemplos: acordo coletivo e 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
convenção coletiva de trabalho, artigo 4°, inciso I, da Lei n° 10.101/2000 (Participação nos 
lucros e resultados) e as Comissões de Conciliação Prévia – CCP (art. 625-E, da CLT); 
Na autocomposição, as próprias partes chegam a um consenso, sem a necessidade de 
intervenção de um terceiro (sendo este o poder judiciário ou não), e isso pode ocorrer de diversas 
formas, como em ACT´S e CCT´S. A ACT (Acordo Coletivo do Trabalho), é caracterizada com 
a existência de um grupo composto por uma gama de trabalhadores (sindicato ou não) e o outro é 
a empresa, firmando entre eles uma acordo, que irá vincular apenas ambos os grupos. Já a CCT 
(Convenção Coletiva de Trabalhos) possui outra lógica, pois de uma lado temos um grupo de 
trabalhadores e do outro, um de empresas, podendo ser do sindicato ou não, valendo para todo o 
âmbito da respectiva categoria, frisa-se ainda que, a reforma trabalhista flexibilizou muito o que 
se pode negociar na CCT. Existe ainda, a possibilidade de negociação dentro do ambiente do 
trabalho, que é conhecido como Comissão de Conciliação Prévia, art. 625-E, CLT, onde a 
empresa pode tentar, se quiser, fazer um acordo com o empregado antes de discutir pendências 
trabalhistas no judiciário. 
A questão unilateral é quando uma parte (empregador/empregado) pode renunciar (direito 
que tinha mas não quer ter) ou reconhecer (confessar algo) uma prestação que é devida, mas não 
é uma questão muito praticada. Já a questão bilateral é quando as partes devem estar em comum 
acordo. 
O novo CPC disciplina a conciliação e mediação 
 
Antes da reforma trabalhista, se as partes fizesse um acordo, não havia nenhum tipo de 
chancela(validação) judiciária, e o mesmo era caracterizado como contrato de gaveta, pois a CLT 
não dispunha de uma forma específica, sendo livre, deste modo, não havia segurança jurídica 
alguma que pudesse fazer com que o empregado, caso quisesse pleitear por seus direitos, ainda 
que tivesse feito um acordo com o empregador, fosse ao judiciário. 
 
Obs: A reforma trabalhista criou um tipo de procedimento para a homologação de acordos 
extrajudiciais, conforme artigos 855-B a 855-E da CLT. 
→ Assim, hoje existe todo procedimento estabelecido na lei para a que a empresa e o empregado 
possam realizar um acordo e ter segurança jurídica. 
 
Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, 
sendo ​obrigatória a representação das partes por advogado​. §1º As partes não poderão ser 
representadas por advogado comum. §2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado 
do sindicato de sua categoria. 
O acordo extrajudicial deve ser feito por meio de petição conjunta (feita tanto pelo 
empregador, quanto pelo empregado), não podendo ser de qualquer jeito. Além disso, o acordo 
não deve ter apenas um advogado para as partes, deve ser mais de um, não podendo ser estes 
advogados que trabalham no mesmo grupo (escritório), devendo haver imparcialidade entre eles. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no §6º do art. 477 
desta Consolidação (até 10 dias contados a partir do término do contrato) e não afasta a aplicação 
da multa prevista no §8º art. 477 desta Consolidação (160 BTN, por trabalhador). 
 
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o 
acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença. 
As partes assinam o acordo, uma delas protocola a petição no fórum trabalhista e o juiz 
terá 15 dias para analisar o acordo, principalmente em questões práticas, e na dúvida, será 
marcado uma audiência para ouvir o empregado e o mesmo dizer que está ciente das 
consequências, e por fim, o juiz poderá homologar a sentença do acordo, frisa-se que o ele, caso 
queira, não é obrigado a aceitar o acordo, mesmo que por si só, as partes tenham aceito, pois as 
vezes o juiz pode entender que algum direito do empregado esteja sendo violado, como por 
exemplo, caso o mesmo abra parte de alguma verba que não pode ser renunciada. 
 
Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da 
ação quanto aos direitos nela especificados. Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir 
no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo. 
Cabe recurso ordinário da decisão em que o acordo não é homologado ou não possui 
natureza jurídica de sentença. 
Há um prazo bienal ou decadencial (2 anos), contado a partir da data da demissão, para a 
propositura da ação trabalhista, como por exemplo, se o agente foi demitido em 10.03.18, o 
prazo para a propositura da ação irá se encerrar em 09.03.20, e ainda, a parte poderá pedir seus 
direitos trabalhistas, referentes aos últimos 5 anos corridos. Se eu pedir a homologação de um 
acordo extrajudicial e ele demorar um ano para ser analisado, o prazo de prescrição não estará 
correndo, mas sim, suspenso, como por exemplo, se o acordo é protocolado no dia 01.03.19 e a 
decisão que não homologou o acordo sair no dia 09.03.20, eu posso entrar com uma ação 
trabalhista no dia 10.03.20, sem estar prescrito,haja vista que o processo ficou um ano suspenso. 
 
Heterocomposição (arbitragem e jurisdição)​: a solução do conflito fica por conta de um 
terceiro, independentemente de aceitação das partes inseridas na controvérsia. A decisão é 
obrigatória e vinculante para as partes. 
A heterocomposição é sempre a ideia de que as partes não foram capazes de chegar a um 
acordo, e um terceiro irá resolver por elas, as possibilidade de terceiros são a arbitragem (árbitro) 
ou judiciário (juiz). 
A arbitragem é permitida dentro o ambiente trabalhista? Depende do que a lei diz 
(art. 507-A, CLT), ou seja, a norma diz que é possível, desde que seja o caso do 
hiper-empregado, aquele que ganha mais que duas vezes o teto da previdência, que hoje pode-se 
dizer que é mais que R$ 12.000,00, podendo assinar o documento aceitando a solução de um 
futuro conflito por meio do árbitro. No contrato de trabalho deve ter uma cláusula 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
compromissória, que explica o que vai acontecer, de preferência com letra maiúsculas, bem 
destacado, para que depois a pessoa não diga que tenha sido induzida a fazer o mesmo. 
Obs: Nos dissídios coletivos, a arbitragem se mostra possível em virtude do art. 114, §2º, CF. 
Assim, na prática, se não quiserem resolver por meio da arbitragem, a justiça pode resolver. 
Obs: Portanto, no atual cenário se mostra possível a arbitragem em dissídios individuais 
trabalhistas. Contudo, a argumentação em torno da impossibilidade se mantém atual e relevante. 
 
 
 
 
 
Dissídio Individual 
 
Dissídio Coletivo 
 
 
Mediação 
 
Art. 855-B CLT. 
Homologação de acordo 
extrajudicial 
 
 
Acordo coletivo e convenção 
coletiva 
 
 
 
Arbitragem 
 
Para trabalhadores com 
remuneração de no mínimo 
2X o teto da previdência – 
Art. 507-A CLT 
 
 
 
Possível, art. 114, §2º CF 
 
Espécies de Dissídios Trabalhistas 
 
Os dissídios individuais de trabalho referem-se aos conflitos decorrentes das relações 
individuais de trabalho, envolvendo partes determinadas, tratando de interesses individualizados 
(concretos); → empregado “A” em face da empresa “B”. 
 
Os dissídios coletivos de trabalho referem-se aos conflitos decorrentes das relações coletivas, 
os de natureza sindical e os relativos a direitos metaindividuais. 
O dissídio coletivo tem uma caraterística própria do processo do trabalho, tendo uma 
situação que há um poder a mais da justiça do trabalho, pois ela pode acabar fazendo uma norma 
dentro do dissídio coletivo e aquilo tem força de lei, fazendo de forma coletiva, lei entre as 
partes. 
O dissídio coletivo pode ser tradicional​, que diz que ​as partes envolvidas podem 
negociar direito por meio dos sindicatos que as representam​, não precisando ficar com a 
regra geral da CLT, podendo gerar um ambiente na empresa mais saudável. O dissídio coletivo é 
possível em virtude do poder normativo conferido à Justiça do Trabalho, busca-se obtenção de 
decisão a respeito de novas normas e condições de trabalho para determinadas categorias ou 
sobre a interpretação de certa norma jurídica aplicável à categoria. O ​dissídio coletivo pode ser 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
trabalhista (Lei no 7.347/85 - Lei da Ação Civil Pública), pois enquanto no outro, falamos de 
direitos individuais, aqui falamos de um ​direito coletivo metaindividual​, pertinente aos direitos 
difusos, coletivos e homogêneos, por meio da atuação de entes legitimados, como o Ministério 
Público do Trabalho, por meio de Ação Civil Pública, ainda que não se saiba de forma 
determinada, os trabalhadores afetados, como por exemplo o desastre de Mariana, brumadinho, 
CT do Flamengo, dentre outros. 
 
Fontes do Direito Processual do Trabalho 
 
Fonte materiais: ​consistem no momento pré-jurídico, são os acontecimentos, os fatos 
reais, de ordem social, econômica ou psicológica, os quais inspiram o Legislador a editar a 
norma. Ex: greves dos trabalhadores resultaram na limitação de jornada; assédio moral redundará 
em legislação própria a respeito, desastres como Brumadinho e o próprio direito material, CRISE 
ECONÔMICA etc. O direito ainda têm formação, sob influência dos componentes sociais: 
Economia, religião, moral, costumes, ética, pressão popular. 
Assim, vemos que as fontes materiais são questões preparatórias para a lei, sendo estas, 
mais importante para o poder legislativo. 
Fontes formais: Constituição Federal​; ​Leis (CLT: artigos 643 a 910, que tratam das 
normas de direito processual do trabalho; Posteriormente, as leis que regulam determinados 
assuntos e microsistemas; Lei n° 5.584/70 – procedimento sumário etc.; Lei n° 7.347/85 – Ação 
Civil Pública; Lei n° 8.078/90 (CDC) – coisa julgada, ação coletiva; Lei n° 6.830/80 – execução 
fiscal, aplicação subsidiária em primeiro lugar na execução trabalhista nos termos do artigo 889 
da CLT. No tocante a ordem de bens à penhora, o artigo 882 da CLT determina a aplicação do 
655 do CPC; CPC – aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, nos termos do artigo 769 
da CLT.); ​Regimentos internos dos Tribunais​; ​Instruções Normativas (IN 39 e 41, do TST) 
(regimento interno e instrução normativa, não tem caráter de lei, mas tem valor, segundo o 
posicionamentos do TST); ​Tratados Internacionais​; ​Jurisprudência (interpreta a lei; adequa à 
realidade sócio-temporal, orientando sua aplicação às necessidades sociais existentes em dado 
momento. Ganhou destaque com o NCPC com a valorização do precedente, especialmente 
súmulas e OJ. Há quem diga que o sistema da ​Civil Law se aproxima do ​Common Law 
(pós-positivismo); ​Costumes (exemplos: apresentação de defesa escrita em audiência, protestos 
anti-preclusivos, cisão da audiência;) e ​Princípios (​deixa de servir apenas para complementar 
lacunas, tendo força normativa e diretiva, ocupando papel principal na solução do caso concreto). 
Assim, vemos que as fontes formais, referem-se aos institutos formais propriamente dito, 
sendo mais importante que as fontes materiais para o aplicador do direito. 
 
 
 
 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
28 de Fevereiro de 2020 
 
Lacunas da Lei Processual Trabalhista e Aplicação Subsidiária do NCPC 
 
A instrução normativa nº 39 fala sobre lacunas na lei. 
Apesar da CLT prever regras processuais próprias, elas são repletas de vácuos 
normativos, incompletas e muitas defasadas. Em alguns momentos, a norma processual do 
trabalho possui algumas omissões e superamos as mesmas por meio dos artigos seguintes: 
 
Art. 769 CLT. Nos casos ​omissos​, o direito processual comum será fonte subsidiária do 
direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for ​incompatível com as normas deste 
Título. 
Art. 15 CPC. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, ​trabalhistas ou 
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas ​supletiva e subsidiariamente​. 
Ambos os artigos nos explicam como vamos resolver uma situação em que haja uma 
lacuna aparente ou não. 
O processo do trabalho é um ramo autônomo do direito, contudo, ainda que autônomo, 
não podemos aplicar o código de processo civil a todo ea direito nas normas processuais do 
trabalho, mas apenas quando houver compatibilidade entre ambas, e podemos dizer isso com 
base na instrução normativa nº 39, TST que nos dirá quais normas do Código de Processo Civil 
de 2015 serão aplicáveis e inaplicáveis ao Processo do Trabalho, de forma não exaustiva. 
Exemplo: art. 319, VII, CPC é incompatível com o processo do trabalho, pois neste 
artigo, a audiência é obrigatória, e não uma escolha da parte, tendo em vista que ela sempre irá 
acontecer. 
Art. 8º, §1º, CLT quando se trata do direito material do trabalho, o direito comum será 
sempre subsidiário e não fala em compatibilidade de norma. Contudo, será subsidiário, desde que 
seja compatível. 
Princípios 
Funções 
Informativa​: é destinada ao legislador, inspirando-o na atividade legislativa na criação de leis; 
Interpretativa​: é destinada ao aplicador do direito para compreensão de determinadas normas e 
seu alcance; 
Normativa​: é a eficácia normativa dos princípios equiparando-os à Lei. 
Existem princípios que não estão normatizados (princípio da segurança jurídica e duplo 
grau de jurisdição), mas são aceitos pela doutrina por meio de uma interpretação sistemática, 
cujo princípio se demonstra importante na aplicação do direito. O fato é que princípios são 
importantes, por isso demanda de mais tempo para estudá-lo e entendê-lo. 
 
 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
Princípios Constitucionais: 
 
Contraditório e Ampla Defesa​; → o processo não existe sem a obediência a esses princípios, 
pois tudo deve passar por esse clive. Desobedecer o mesmo é considerado nulidade absoluta do 
processo. 
Igualdade; ​→ princípio que não é apenas utilizado no processo, mas também para o direito 
material e dentro deste princípio, devemos entender que em regra o ônus da prova é de quem 
promoveu a ação, mas há situações em que há inversão do ônus da prova, como fato do 
trabalhador ser hipossuficiente em relação ao empregador, devendo ser tratado de maneira 
diferente a este. 
Motivação das Decisões Judiciais; → ​Art. 93, IX, CF, princípio fundamental dentro do 
processo, pois não basta que o juiz resolva a lide, ele precisa fazer isso por meio de 
fundamentação. 
Juiz Natural; → ​aplicável ao processo do trabalho, sendo uma forma criada pela Constituição 
Federal, para que a pessoa não possa escolher o juiz que ela quer que julgue seu caso, pois isso 
deve ocorrer de forma natural pela organização do judiciário, sendo uma autodefesa a própria 
imparcialidade do poder judiciário. 
Devido Processo Legal​; → ninguém pode ser condenado, senão, dentro do devido processo 
legal. Assim, devido processo legal é ter o rito necessário dentro do que é determinado pela 
norma constitucional 
Publicidade​; → a regra geral é a publicidade do processo, tendo como exceção, o sigilo e para 
que isso ocorra, deve haver uma justificação plausível, como o caso de direito de família. Os atos 
judiciais devem ser publicados no diário oficial, mesmo aquele processo que seja sigiloso será 
publicado, porém, aparecerá o nome das partes envolvidas, sem seu conteúdo. 
Celeridade e Efetividade Processual; → ​celeridade processual é uma burrice muito grande, 
pois nem tudo que é rápido é eficiente, tendo em vista que, ainda que o processo deva ser célere, 
não deve ultrapassar as barreiras do devido processo legal, devendo este ser também, um 
processo efetivo. 
Inafastabilidade da Jurisdição; → ​Art. 5º, XXXV, CF, nos diz que quando somos lesado, 
temos o judiciário a nossa disposição para solucionar uma lide. 
Assistência Jurídica integral; → ​previsto na Constituição, diz que o acesso ao judiciário deve 
ser gratuito e deve ser entregue ao cidadão, desde que se comprove insuficiência de recursos, um 
representante que o defenda. Dentro da prática do processo do trabalho, é necessário a 
participação de um advogado particular. Dentro do sindicato em que estamos, há assistentes 
jurídicos que possam nos socorrer, tendo em vista que nada adianta ter garantia jurídica e não 
poder usá-la, por falta de condição financeira. 
Imparcialidade do Juiz; Promotor Natural; Duplo grau de jurisdição ​(não há explicitamente 
esse princípio na Constituição Federal, pois decorre do próprio sistema, onde a parte tem direito 
a segunda opinião, que é caracteriza como recurso)​; Razoável duração do processo (​o processo 
 
 
 
Toledo Prudente Centro Universitário 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
deve ser célere, ter um tempo razoável e não passar por cima do tempo natural do processo)​; 
Ativismo Judicial (​um dos princípios que mais causam problemas no dia-a-dia, pois se 
questiona até onde pode chegar o limite do poder judiciário)​; Segurança Jurídica (​nada mais é 
do que a observância de todo parâmetro apresentado, não estando presente na Constituição 
Federal, mas sim presente por meio de uma interpretação sistemática)​, entre outros. 
 
Princípios NCPC - Normas Fundamentais – artigos 1º a 12: 
 
Artigo 2º​: dispositivo ou ​inércia da jurisdição​; → esse princípio pode fazer uma ligação com o 
princípio da inafastabilidade da jurisdição que nos diz que a jurisdição está inerte e se provocada, 
deve atuar por meio do impulso oficial. 
Artigo 3°: direito de ação - ligado ao princípio da inafastabilidade, tanto na autocomposição, 
como na heterocomposição (artigo 5°, inciso XXXV, da CF), permitida a conciliação, a 
mediação e a arbitragem para a solução consensual dos conflitos (modelo multiportas de 
solução de litígios); 
Artigo 4°: celeridade e adequada resolução dos conflitos (artigo 5°, inciso LXXVIII, da CF); 
→ novamente a celeridade não vem sozinha, mas sim acompanhada de uma expressão além. 
Artigo 5°:​ princípio da ​boa-fé; → ​agir de boa-fé é atuar dentro das normas éticas. 
Artigo 6°:​ princípio da ​cooperação para atingir decisão de mérito justa e efetiva​; 
Artigo 7° e 9°: contraditório efetivo e substancial; → ​o juiz não pode se contentar em apenas 
dar vista a outra parte, mas fazer isso e saber que a parte teve acesso a prova, que houve 
possibilidade de se pronunciar e não só tentar dizer que deu ou não a possibilidade da parte 
fornecer o contraditório. 
Artigo 8°: caráter sociológico e teleológico da decisão judicial, com promoção da ​dignidade 
humana – proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, publicidade e eficiência; → esse 
princípio tem tudo a ver com processo, pois a decisão judicial não é apenas a dissolução da lide, 
onda a mesma deve ter impacto direto na vida da pessoa, devendo ser algo muito bem embasado. 
Artigo 10​: desdobramento do contraditório efetivo, vedado ao juiz decidir com base em 
fundamento não cogitado no processo; → o juiz não pode decidir algo que não esteja presente no 
processo. 
Artigo 11:​ ​publicidade​ (artigo 93, inciso IX, da CF); 
Artigo 12​: decisões deverão ser proferidas conforme a ordem cronológica de conclusão. → não 
pode passar um processo na frente do outro, haja vista que deve-se seguir uma ordem 
cronológica. 
 
Outros princípios: 
Impulso oficial;​ → assim que o processo é acionado, se movimenta por meio do impulso oficial. 
Instrumentalidade; → eu tenho sempre que tentar aproveitaraquilo que foi feito no processo, 
com base na serenidade, eficiência e efetividade. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
Impugnação especificada; → eu tenho que me defender daquilo que foi alegado, não pode se 
defender por negativa geral (“não devo nada do que esteja falando”), mas sim impugnar item por 
item que tenha sido alegado pela outra parte. 
Estabilidade da lide; → decorre do processo, uma vez que acionada a jurisdição que é inerte, o 
juiz deve ouvir a outra parte, assim estabilizou a lide, não pode mais pedir estabilidade, inovar os 
pedidos 
Eventualidade; → mesma coisa que impugnação específica, devendo impugnar os pontos 
pedidos. 
Preclusão;​ → princípio que fala que você perdeu o direito de fazer algo. 
Economia processual; → decorre da instrumentalidade, fazendo que o processo ande na lógica 
da economia processual. 
“Perpetuatio jurisdictionis”; → a mesma coisa que estabilidade da lide, pois uma vez que 
apresento (protocolo) a petição inicial, haverá uma perpetuação da jurisdição. 
Ônus da prova; 
Primazia da decisão de mérito​. → o juiz deve arrumar a questão formal, depois julgar o mérito, 
pois este deve ser priorizado. 
06 de Março de 2020 
 
Princípios Processuais Trabalhistas 
 
Só vamos aplicar o Código de Processo Civil se houver lacuna na CLT e se o mesmo for 
compatível. 
 
Jus postulandi​: nada mais é do que a capacidade postulatória que a parte tem para entrar sozinha 
no poder judiciário sem a necessidade do advogado, situação essa que em regra geral não é 
permitida, pois normalmente é necessário a presença dos advogados. 
O código de processo civil fala que neste processo deve haver sempre intervenção do 
advogado, contudo há exceções, como o Juizado Especial Cível, fora isso, deve ter a intervenção 
do advogado. 
No processo do trabalho, reclamante e reclamado, empregado e empregador, não 
importando qual seja a parte, se for a atuação em primeiro e segundo grau, não há a necessidade 
de um advogado, pois temos neste processo o princípio da simplicidade, tendo em vista que, se o 
processo tem que ser mais simples possível, não devemos criar obstáculos para o acesso ao 
judiciário. Na Justiça Trabalhista, empregado e empregador podem atuar sem necessidade de 
advogado (artigo 791 da CLT), no dissídio individual e no coletivo, perante a Vara do Trabalho e 
TRT; Na prática as partes não se sentem à vontade de ir ao judiciário sem advogado, mesmo que 
seja possível na teoria. Se essa ação for feita tanto pelo empregado quanto o empregador, você 
deve dizer/narrar de forma oral o fato ocorrido e o que você pretende nela para a pessoa que for 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
te atender, onde esta irá redigir um termo para dar entrada no processo. Contudo, não vemos isso 
na prática, por isso devemos saber essa regra somente a fim de ter conhecimento. 
Essa regra comporta exceções - ​Súmula 425 do TST: Ações Cautelares (qualquer que 
seja a ação, se tiver natureza cautelar, precisa de advogado); Mandados de segurança; Ação 
rescisória; Recursos de competência do TST; que diz quais hipóteses será necessário a presença 
do advogado. 
OBS: com o PJE fica cada vez mais raro, mas é assegurado procurar o diretor da Vara 
Trabalhista redigir o termo para dar entrada no processo sem advogado. 
 
Súmula 425 do TST: JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. 
Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação 
cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do 
Trabalho. 
 
Simplicidade: verbas alimentares, artigo 840 da CLT versus artigo 319 do CPC. → Por dois 
motivos temos o princípio da simplicidade no processo do trabalho, primeiro porque envolve 
verba alimentar e segundo, porque lida com o princípio da proteção ao trabalhador, então 
pensando em assegurar o direito a este (trabalhador), afasta as formalidade para que chegue até o 
fim e tenha resultado o processo. O art. 840 é menos rigoroso que o art. 319, mas este último é 
mais aplicável, sendo o princípio da simplicidade um pouco mais relativo, lembre-se, 
simplicidade não é bagunça, não abandona totalmente a formalidade, ela apenas fica mais fácil 
de ser feito. 
 
Oralidade​: audiência, reclamação verbal, defesa oral em 20 minutos (artigo 847 da CLT - tempo 
para a manifestação do reclamado), razões finais orais em 10 minutos (artigo 850 da CLT). → A 
justiça do trabalho se preocupa com a oralidade, pois a maior parte das coisas acontecem durante 
a audiência. 
 
Princípio da Proteção​: visa colocar as partes em patamar de igualdade (porque a gente sabe 
que empregado e empregador em regra, não estão em um pé de igualdade), ao dar tratamento 
mais protetivo ao empregado, devido a disparidade entre as partes. Ex. Inversão do ônus​, 
isenção de custas e depósito recursal (ambos os princípios foram flexibilizado com a reforma 
trabalhista), AJG, ​execução de ofício (até a reforma trabalhista; hoje há controvérsias) → 
hoje a regra é que o juiz do trabalho não pode tomar nenhuma decisão na execução do processo, 
ainda que seja uma regra relativizada. 
 
Conciliação​: artigos 846 e 850 da CLT (vide artigo 334 do NCPC). 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
Essa conciliação possui previsão legal, com analogia subsidiário no CPC. No processo do 
trabalho a conciliação é sempre bem vinda, em qualquer momento, seja durante o processo de 
conhecimento, seja durante a execução. 
 
Dentro do processo do trabalho existe dois momento em que a tentativa de conciliação é 
obrigatória: 
- na abertura da audiência (art. 846 CLT), → onde o juiz vai ver se tem a possibilidade de acordo 
entre as partes, caso não dê acordo, ele terá que fazer em outra parte, qual seja... 
- após o término da instrução e razões finais pelas partes (art. 850 CLT). → para não deixar o 
juiz fazer a sentença, sabendo que talvez a parte perca o processo, se faz uma nova tentativa de 
conciliação. 
Obs: A ausência da primeira tentativa (na abertura), não gera nulidade se suprida pela 
segunda (no término da instrução). → não gera a nulidade por ser mera irregularidade, não 
prejudicando as partes, pois a conciliação pode ser feita a qualquer momento. 
O juiz não é obrigado a aceitar o acordo entabulado entre as partes. O que é mais 
importante do acordo é o fato do juiz saber que a parte estará abrindo mão de alguma coisa e se 
essa coisa realmente pode ser “deixada de lado”. 
 
Irrecorribilidade das decisões interlocutórias​: artigo 893, parágrafo 1°, da CLT, artigo 203, 
par. 2°, do NCPC, e Súmula 214 do TST. → o princípio mais difícil de se entender. 
 
As decisões interlocutórias (ato pelo qual o juiz decide questões incidentais sem colocar 
fim ao processo) não são recorríveis de imediato, sendo somente permitida sua apreciação no 
recurso da decisão definitiva. → na decisão interlocutória,o juiz dirá se é favorável ou não 
naquilo em que está sendo pedido no processo, não colocando fim na lide, apenas decidindo 
questões incidentais. Decisão interlocutória não entra no mérito do processo. O artigo 1.015 do 
CPC é incompatível com o processo do trabalho, assim, não cabe recurso em uma decisão 
interlocutória no processo do trabalho e isso está previsto no art. 893, §1º, CLT. Quando chegar 
na sentença, o juiz vai julgar o caso, se julgar improcedente, como advogada da parte que perdeu, 
posso entrar com recurso ordinário e dentro deste recurso vou abrir uma preliminar e dizer que 
tal decisão interlocutória, que pedi no processo e não foi concedida, foi errada e o tribunal poderá 
acolher ou não o meu pedido. Não posso recorrer de forma imediata da decisão interlocutória. 
Como não cabe recurso na decisão interlocutória, caberá mandado de segurança (serve sempre 
que tiver direito líquido e certo, contra autoridade coatora) e quem vai analisar tal mandado de 
segurança é o TRT. O mandado de segurança fará que meu pedido seja analisado imediatamente, 
pois dentro dele, haverá uma preliminar. Mandado de segurança é ação típica de advogado. 
 
Existem algumas situações que podem acontecer de decisões serem proferidas durante a 
audiência, que podem lesionar o interesse da parte e podemos tomar alguma medida 
 
 
 
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imediatamente mediante o chamado protesto antipreclusivo, que é uma forma de protestar uma 
decisão do juiz, antes que ocorra a preclusão e pedirá que isto conste na ata de audiência. Se o 
advogado não fizer isso, a decisão do juiz será definitiva. Isso ocorre pois a partir do momento 
que você protestou tal decisão e coloca ela na ata, ela fará parte do processo, significando que 
poderei impetrar um mandado de segurança ou ao fim do processo, entrar com um recurso 
ordinário. → Desse princípio decorreu o uso do “protesto antipreclusivo” em audiência que é um 
costume na Justiça do Trabalho, uma vez que não é possível recorrer imediatamente. 
Esse princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias possuem exceções: 
 
Súmula nº 214 do TST 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, 
DJ 14, 15 e 16.03.2005 
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não 
ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho 
contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) 
suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de 
incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que 
se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. 
 
Há exceções: O TST, através da Súmula n° 214, excepciona tal princípio ao autorizar 
recurso imediato contra decisão interlocutória nas seguintes hipóteses: 
 
a) De decisão interlocutória do TRT contra súmula ou OJ do TST; → juiz deu uma decisão 
violando uma súmula do TST, mas neste caso, não estamos falando de uma petição inicial, mas 
sim de um processo que já esteja em grau de recurso. Esse recurso será imediato. 
b) De decisão interlocutória suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal 
e; → exemplo típico disso é o embargos de declaração, que é um recurso interposto no mesmo 
tribunal, para esclarecer alguma dúvida, erro material, etc. 
c) De decisão interlocutória que acolhe a exceção de incompetência territorial com a remessa dos 
autos para TRT diverso ao qual o juiz excepcionado está vinculado. → nesta hipótese eu poderei 
entrar com um recurso extraordinário imediatamente, para que meu caso seja julgado no TRT 
diverso ao qual foi imposta a petição inicial. 
Em decorrência de tal princípio não cabe agravo de instrumento como ocorre na Justiça 
Comum. 
 
Quando a gente for fazer uma petição inicial, devemos colocar tudo o que queremos no 
processo. Se você não colocar tudo o que quer na petição inicial, será utilizado a regra que se não 
pediu, o juiz não pode dar, só que aqui há exceções, onde mesmo que a parte não peça, o juiz 
pode dar de ofício, ainda que tal situação não aconteça muito na prática. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
Extrapetição: deferimento de pedidos não postulados expressamente (pedidos 
implícitos). Exemplos: férias + 1/3, artigo 496 da CLT (reintegração em indenização), anotação 
de CTPS, juros e correção monetária, etc. 
Busca da verdade real: artigo 765 da CLT. Dispõe que o Juiz tem ampla liberdade na 
direção do processo para andamento célere da ação, podendo determinar qualquer diligência 
necessária para o esclarecimento da lide, independentemente de requerimento das partes. É 
importante para que tenhamos uma decisão justa. 
 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS MAIS ABALADOS PELA REFORMA 
 
● Informalidade (observação da Profa. Vólia) e simplicidade → foi abalado pela reforma 
trabalhista, pois hoje o processo do trabalho se tornou mais formal. 
Processo do Trabalho era o carioca de chinelo e o Processo Civil de smoking. Agora 
ambos estão de terno, mas o Processo do Trabalho de terno sem marca e o Processo Civil de 
Armani; 
● Gratuidade​; → abalado pela reforma trabalhista. 
● Impulso oficial​. → o juiz não pode mais impulsionar de ofício a execução 
 
13 de Março de 2020 
 
Eficácia da lei processual no tempo e no espaço 
 
Dentro da lógica processual, temos um expressão em latim “​tempus regit actum​”, onde o 
tempo rege a lei. Não exige a lógica do direito material para interpretar o ato jurídico perfeito, 
assim, aqui, se a lei muda durante o processo, tal lei adentra no ordenamento jurídico, ela irá 
fazer que tais atos mudem conforme sua vontade, tendo aplicação imediata na sua entrada em 
vigor no ordenamento. 
O prazo processual é contado em dias úteis, e antes dessa nova lei era em dias corridos, 
quando houve essa mudança para que a lei fosse em dias úteis, automaticamente acabou 
mudando a contagem do prazo processual, ainda que o processo tenha começado com lei antiga. 
Os honorários são direito material ou processual? Não é nada pacífico na doutrina, 
pois cada doutrinador diz uma coisa diferente. O art. 791-A da CLT, permite a condenação de 
honorário sucumbencial, a partir do dia 11/11/17. O consenso é que honorário é direito material, 
portanto ele não pode retroagir, se a demanda foi realizada dia 10/11/17, não pode ter 
condenação a honorário sucubencial, pois na época da propositura da ação, tal situação não 
existia, então, não pode pegar a parte de surpresa, havendo assim, segurança jurídica. 
● A lei processual tem eficácia imediata, aplicando-se aos atos processuais ainda não 
praticados ou não consumados sob a vigência da lei antiga. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
● Prevalece também a irretroatividade da lei. → a lei só olha para o futuro. No direito 
material já é diferente, pois há situações em que a lei pode retroagir, como no direito 
penal, na situação que eu possobeneficiar o réu. ​A lei processual não retroage​. 
● Tem previsão legal nos artigos 912 e 915 da CLT e artigo 1.046 do NCPC. 
● Aplica-se a lei processual brasileira em todo território nacional, independentemente de 
ser a pessoa nacional ou estrangeira. No tocante à lei processual o princípio que prevalece 
é o da territorialidade. → se nós estamos utilizando do judiciário brasileiro, é claro que 
deve ser aplicada a lei processual brasileira vigente. 
 
Organização da Justiça do Trabalho 
 
Temos uma organização especial na justiça do trabalho, que torna o mesmo, um assunto 
importante que temos que estudar. 
Justiça do trabalho pertence a justiça federal, sendo uma justiça formada por regiões e 
não por comarcas, aliás, não necessariamente no estado temos um TRT que o representa. Eu 
posso ter um TRT ou até dois TRT`s por regiões. 
● Os órgãos da Justiça do Trabalho se espalham por todo o território nacional, com a 
existência de 24 Tribunais Regionais do Trabalho e diversas Varas do Trabalho. 
● No 1° grau de jurisdição (primeira instância) da JT ​não existem órgãos ou Varas 
especializadas​, como ocorre na Justiça Comum (Família, Sucessões, Criminal, Cível, 
Fazenda Pública etc.). Todas as Varas do Trabalho julgam as mesmas matérias. ​Isso 
porque a JT já é uma Justiça Especializada​. 
A justiça estadual é dividida em varas especializadas, já nas justiça do trabalho 
não há essa subdivisão, porque a mesma já é uma justiça especializada. O juiz é 
denominado como juiz federal do trabalho 
 
Os Tribunais têm sido criados por regiões e não por Estados, como ocorre na Justiça 
Comum Estadual. São 24 Regiões, na maioria coincidentes com o espaço geográfico atinente à 
unidade federada em questão, uma para cada Estado, salvo exceções de alguns. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
 
Existem hoje 24 TRTs. 
 
TRTs que não se limitam à divisão territorial de Estado: 
 
8ª Região (Pará e Amapá), 
10ª Região (Distrito Federal e Tocantins), 
11ª Região (Amazonas e Roraima), 
14ª Região (Rondônia e Acre). 
O Estado de São Paulo é dividido em duas regiões, o TRT da 2ª Região (São Paulo, 
Grande São Paulo e grande parte do litoral da Baixada Santista) e o TRT da 15ª Região, sede em 
Campinas, com competência para atuação no restante do Estado. 
 
VARAS DO TRABALHO 
 
● Cada TRT (no Brasil, há 24), conforme a necessidade, promoverá, por conta própria, o 
concurso para ingresso na magistratura do trabalho. 
● Criação das varas do trabalho: A Constituição Federal em seu artigo 116 prescreve que 
nas Varas do Trabalho a jurisdição será exercida por um juiz singular (é o Juízo 
monocrático). Por sua vez, o artigo 112 do mesmo diploma legal estabelece que as Varas 
do Trabalho serão criadas por lei ordinária federal. → a vara do trabalho não significa 
que representa apenas uma cidade, pois o número de demanda pode ser tão grande, que 
tal vara represente inúmeras outras cidades. 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
CRIAÇÃO DE VARAS DO TRABALHO 
 
Em 1981 foi promulgada a Lei 6.947 que determina os 2 critérios para a criação de novas 
Varas: 
I – na região haver, no mínimo, 24.000 trabalhadores e ao menos 240 reclamações 
trabalhistas por ano (art. 1°); → essa lei foi recepcionada pelo sistema constitucional, qual seja, 
CF-88. Se você provar a existência desses números, pode fazer um projeto de lei, para que ele 
seja aprovado e haja uma vara nesta cidade. 
II – Para criação de uma nova Vara, deve haver, anualmente, a distribuição de, no 
mínimo, 1.500 novos processos (parágrafo único). 
 
E se não existir Vara de Trabalho na localidade? 
 
Quando não houver a justiça do trabalho no local, é possível que o individuo escolha 
aonde quer entrar com uma ação, se é na justiça estadual ou na justiça do trabalho, pois a justiça 
do trabalho diz que cada individuo pode entrar na vara que ele quiser, é uma escolha dele. 
Contudo, se houver a justiça especializada em sua cidade, você só pode entrar por meio desta. 
Na justiça de trabalho você não pede a citação do réu, mas sim a notificação dele. 
As reclamações serão propostas perante a Justiça Estadual. Em sede de 2° grau de 
jurisdição a apreciação competirá ao TRT da região abrangida; 
Art. 654, CLT: Ingresso de juízes 
As Varas possuem uma Secretaria e não cartório. Outrossim, o responsável pela 
Secretaria é o Diretor de Secretaria e não escrivão. 
 
Juízes de Direito investidos na competência trabalhista 
 
● Na ausência de Vara do Trabalho, a competência será exercida pelo Juiz de Direito local 
(Juiz Estadual). → na ausência do juiz do trabalho, eu posso entra com ação no juiz 
estadual. Se eu entrei com uma ação trabalhista na justiça estadual, tendo em vista que 
não tinha vara do trabalho na minha cidade, e no decorrer do processo acaba se criando 
uma justiça do trabalho nesta cidade, o juiz estadual deve encaminhar o processo para a 
justiça especializada, em decorrência do princípio de especialidade, onde o juiz tem que 
remeter os autos para a justiça do trabalho, e se ele não remeter, será considerado juiz 
incompetente, sendo a decisão nula de pleno direito, e quem diz isso é a súmula 10 do 
STJ. 
Mesmo que o juiz do trabalho tenha proferido a sentença trabalhista e eu recorro 
da decisão, devo entrar com o recurso no TRT. Não importa o momento em que foi 
criado a vara especializada, os autos do processo deve ser remetido para o mesmo (TRT) 
para que a ação não seja nula de pleno direito. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
● O STJ na Súmula 10 entende que instalada a Vara do Trabalho, cessa a competência do 
Juiz de Direito em matéria trabalhista, ​inclusive para a execução das sentenças por estes 
proferidas​. A CLT dispõe sobre o tema nos artigos 668 e 669. 
● A competência do Juiz de Direito é a mesma da vara, sendo que se houver mais de um 
Juiz de Direito, a competência será determinada por distribuição ou pela divisão 
judiciária local, conforme a lei da organização respectiva. 
Eventual recurso tem que ser obrigatoriamente para o TRT. 
 
27 de Abril de 2020 
 
Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) 
 
A nossa justiça do trabalho funciona de forma regionalizada, como por exemplo podemos 
ter um tribunal por estado, ou até dois tribunais por estado, como o Estado de São Paulo. 
● Os ​Tribunais Regionais do Trabalho​, criados por Regiões, nos termos do artigo 115 da 
CF, ​compõem-se de, no mínimo, sete juízes​, recrutados, quando possível, na respectiva 
região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros, com mais de trinta e 
menos de sessenta e cinco anos. A ampliação varia de acordo com a necessidade. 
A CF regulamenta toda organização dos TRTs, sendo composto de no mínimo 7 juízes no 
TRT respectivo. Não existe limite máximo, apenas o mínimo. O nosso TRT da 15ª região é 
composto por 55 juízes desembargadores. Nós podemos ser induzidos a entender que se é 
tribunal de carácter regional, quem deveria nomear o juízes seria o governador, mas como é o 
tribunal de justiça federal, quem nomeia é o Presidente, tendo que ser brasileiro e ter mais de 30e menos de 65 anos na data de sua nomeação. 
● O art. 115, I, da respectiva norma prevê que 1/5 (um quinto) dos componentes do TRT 
devem ser advogados e membros do Ministério Público do Trabalho. Assim, todo TRT 
será composto por 20% de advogados e membros do MP. 
Os tribunais superiores, exceto o STF, devem ter uma composição mista, onde a maior 
parte são de juízes e outra parte deve ser preenchida obrigatoriamente por advogados e 
procuradores. Pois cada qual de sua forma, vai agregar opiniões distintas para decidirem sobre 
algo. Quando vaga uma cadeira, temos que observar de quem era essa cadeira naturalmente e de 
acordo com a resposta, devemos pegar membros respectivo desse local, para sempre manter esse 
⅕ de cadeira de advogados e membro do MP do trabalho. 
 
● Apesar de na Constituição Federal constar que os TRTs serão compostos por juízes, os 
TRTs através de normatização interna, têm adotado ​a denominação de Desembargador 
Federal do Trabalho para o cargo de juiz de segundo grau, ou seja, dos Tribunais 
Regionais do Trabalho. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
Todos esses membros do segunda grau são considerados desembargadores e no nosso 
caso, por ser juiz de segundo grau no ramo dos TRTs, vamos denominá-los também como, 
Desembargador Federal do Trabalho. 
 
● Em relação à fixação do número de juízes no TRT, a EC 45/04 fixou no inciso XIII do 
art. 93 CF que o número de juízes na Unidade Jurisdicional será proporcional à efetiva 
demanda judicial e a respectiva população. 
Quanto mais demanda tivermos e houver um maior número da população, maior é a 
possibilidade de existência de uma maior número de desembargadores por TRT, dependendo 
muito da política administrativa. 
 
Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
 
● Sede na Capital Federal e jurisdição em todo território nacional, composto por ​27 
Ministros (Artigo 111-A da CF). A nomeação dos ministros é feita pelo Presidente da 
República após aprovação pelo Senado Federal. O inciso I deste artigo impõe que ​1/5 
(um quinto) dos Ministros do TST deverão ser advogados e membros do Ministério 
Público do Trabalho​. Os demais membros serão Juízes (ou Desembargadores) dos 
Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da Magistratura da carreira, indicados pelo 
próprio TST. Assim, em suma, possui 27 membros, compostos ​por: 03 advogados, 03 
membros do ministério público do trabalho e 21 desembargadores dos TRTs​. 
Por ser o tribunal superior, está sediado ao lado de todos os tribunais superiores em 
Brasília, tendo jurisdição em todo território nacional. 
A composição do nosso TST é de 27 ministros. É necessário que o ministro passe por 
uma aprovação pelo Senado Federal e a mesma coisa acontece com aquele ⅕ dos Ministros, 
sendo advogados e promotores. 
 
● Lei 7.701/88​: É legislação de suma importância, uma vez que define o funcionamento do 
TST. 
Legislação próprio para o funcionamento do TST e sempre que for atuar em tribunal é 
necessário saber o regimento interno, para saber o que os ministros e desembargadores pensam 
sobre alguns pontos importantes. 
 
● A Lei 7.701/88 dividiu o TST em Pleno, Sessão de Dissídios Coletivos (SDC), Sessões 
de Dissídios Individuais (SDI) e 08 Turmas (compostas por 03 ministros cada, com 
exceção do presidente, vice-presidente e corregedor da corte, que não pertencem a 
nenhuma turma). 
● A SDI foi subdividida em SDI-I e SDI-II. Outrossim, os mesmos ministros integrantes 
das turmas, compõem as SDIs. 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO I - 2020 
 
O TST tem a seguinte formação: 
● PLENO – composto por 27 Ministros; 
● ÓRGÃO ESPECIAL – composta por 14 Ministros; 
● SDC – composta por 09 Ministros; 
● SBDI-I – composta por 14 Ministros; 
● SBDI-II – composta por 10 Ministros; 
● 08 (oito) TURMAS compostas por 03 Ministros cada uma. 
 
As turmas é a organização mais simples do TST. Aqui temos um escalonamento de 
organização do TST. Como temos um número maior de subseção de dissídio individual, temos 
um maior número de ministros, se comparado ao dissídio coletivo. 
Os dissídio individuais julgam direitos e o dissídio coletivo é quando há técnicos 
julgando assuntos de dissídios. 
Normalmente pode ser que o ministro acompanhe mais de uma seção, assim, se o 
ministro é do SDC, fica só lá, mas há possibilidade de ter o ministros do SBDI I e II que também 
participam do SDC. depende da organização e do tipo de ação que está sendo demandada no 
caso em concreto para saber onde vou entrar com meu recurso. 
 
CUIDADO! 
 
● Art. 690 e ss. da CLT: Dispõe sobre o TST. Parte dos artigos encontra-se ora expressa ou 
implicitamente revogados. Em razão disso, a real disciplina e competência do TST resta 
prevista em outras legislações, a exemplo do ​regimento interno do TST​, que possui regras 
importantes sobre o funcionamento da corte. 
A maior parte desse artigos estão inadequados se comparado com a atualidade do no 
TST. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fluxograma de Organização do Judiciário 
 
 
 
Mesmo que se utilize do juiz estadual, o mesmo só vai atuar em primeira instância, e se 
houver recurso, o mesmo será direcionado ao tribunal regional do trabalho e não para o tribunal 
de justiça estadual. 
O nosso TST não atua como terceira instância, ele não tem competência para reanalizar 
questões envolvendo provas e fatos do processo. O papel do TST é tentar fazer com que 
tenhamos segurança jurídica, tentando uniformizar entendimento jurisprudencial, para que 
tenhamos uma segurança jurídica maior. É o tribunal mais importante da questão trabalhista, 
tendo o papel de verificar se a decisão da primeira e segunda instância, não estão realizando atos 
infraconstitucionais. 
No TST você irá pegar a jurisprudência de um outro TRT, fazer o cotejo das duas 
decisões e pedir para o tribunal analisar se houve alguma decisão equivocada pelos 
desembargadores de segundo grau. 
Independente do assunto que é objeto de tal demanda judicial, pode ser que o STF venha 
desempenhar sua função em defender a CF, tendo em vista que o mesmo é o guardião da 
Constituição. 
 
 
O TST dá a palavra final da Justiça do Trabalho? 
É a última instância da justiça do trabalho com competência recursal para apreciação de 
matéria infraconstitucional relacionada ao direito do trabalho. 
Poderá o TST, em certos casos, apreciar, inclusive, matéria constitucional. Outrossim, é 
possível uma ação trabalhista chegar ao STF, uma vez que há previsão expressa na CF/88, 
mediante recurso extraordinário – isso se dá, pois, em se tratando de matéria constitucional 
 
 
 
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(ainda que de direito de trabalho), o STF dá a palavra final acerca da interpretação da 
Constituição da República. 
Se a questão for de matéria de índole infraconstitucional, sim, dará a última palavra, pois 
a justiça do trabalho é a última que fala de matéria infraconstitucional. contudo é possível que 
em algumas situações, que haja matéria que dizem respeitoa constituição, pode ser que o STF 
venha resolver essa questão de forma definitiva. 
Recurso ordinario é para o segundo grau 
Recurso de revista é para o TST 
Recurso extraordinário é o que leva para o STF 
 
Juízes do Trabalho 
 
● Conforme art. 116 CF e sua redação dada pela EC 24/99, as varas serão compostas de 
juízes singulares (extinguiu a figura dos juízes classistas – representantes dos empregados 
e empregadores – não concursados, indicados pelos sindicatos), cujo ingresso na carreira 
será como juiz substituto mediante concurso público de provas e títulos ​com a 
participação da OAB em todas as fases​, exigindo do bacharel em direito no mínimo três 
anos da atividade jurídica, devendo ser obedecida na nomeação a ordem de classificação. 
Juiz de primeiro grau todos eles devem ser concursados, no TRT e TST temos a ideia do 
⅕ constitucional. 
Garantias dos Magistrados (art. 95, CF) 
 
Vitaliciedade: ​que no ​1° grau só será adquirida ​após 02 anos de exercício (diferente dos 03 anos 
do servidor público para a questão de estabilidade), dependendo a perda do cargo no período 
anterior ao prazo mencionado (dentro dos dois anos), de mera deliberação do Tribunal ao qual o 
Juiz estiver vinculado. E após este período (02 anos) depende de sentença judicial transitada em 
julgado. 
Inamovibilidade: ​SALVO​ por motivo de interesse público. 
Irredutibilidade de subsídio: ​Ressalvado o previsto no art. 37, X e XI da CF. 
 
A Lei Maior também dispõe que é vedado ao Magistrado: 
 
a) Exercer outro cargo ou função, SALVO uma, de magistério; 
b) Receber custas ou participação no processo a qualquer título; 
c) Dedicar-se a atividade político-partidária; 
d) Receber a qualquer título ou pretexto auxílio ou contribuição de pessoas físicas, entidades 
públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
 
 
 
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e) Exercer a advocacia no juízo ou tribunal ao qual se afastou por aposentadoria ou 
exoneração, antes de decorridos ​03 anos de tais atos​. Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a 
jurisdição será exercida por um juiz singular. 
 
Matéria Para a Prova de 7,0 
 
03 de Abril de 2020 
 
Competência da Justiça do Trabalho 
 
Jurisdição e Competência: 
● A jurisdição é o poder do Estado de decidir imperativamente e impor as decisões. 
Quando as partes não resolvem a lide por meios fora da jurisdição, o Estado com seu 
poder, resolverá a situação agradando ou desagradando as partes, por isso algumas características 
são importante, como: 
● Inevitabilidade​: exercida independentemente da anuência do demandado, resultados do 
processo são impostos de forma imperativa; 
Quando a gente pensa na ideia da jurisdição, ela vai ter que atuar de ofício uma vez que 
provocada, independente da vontade do demandado. 
● Definitividade​; uma vez definida a lide pela jurisdição, ela se torna definitiva. 
● Substitutiva​ das atividades dos sujeitos envolvidos no conflito; 
Quando a gente aciona a jurisdição, automaticamente a vontade das partes é substituída 
pelo estado-juiz. 
● Heterocomposição​: o Juiz soluciona o conflito, objetiva a pacificação social com justiça e 
a atuação do Direito; 
Competência 
 
É a quantidade de jurisdição distribuída entre os agentes públicos responsáveis pelo 
exercício do referido poder​. Limitação do exercício legítimo da jurisdição. 
Competência é uma divisão da jurisdição pelos agente públicos, e é dessa forma que 
conseguimos fazer com que todos possam ter acesso ao judiciário, pois para cada situação haverá 
um tipo de jurisdição, ainda que nem todas sejam específicas àquele caso em concreto. 
 
Competência Absoluta e Relativa 
 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA 
● Fundada em fatores cogentes, de ordem pública, deve ser objeto de verificação até 
mesmo de ofício pelo juiz (artigo 64, par. 1°, do NCPC, e artigo 795, par. 1°, da CLT). 
 
 
 
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● A competência em razão da matéria, em razão da pessoa e funcional são de ordem 
absoluta (artigo 62 do NCPC). 
Como o próprio nome diz, ela tem que ser aplicada independentemente de qualquer coisa, 
pois ela é absoluta, sendo fundada em fatores cogentes, regras de ordem pública, que pode ser 
arguida de ofício pelo juiz, como por exemplo, o próprio cabimento da ação da justiça do 
trabalho em saber se a demanda estará sendo levada para o órgão competente para julgar. Ordem 
de norma pública, que decorrem de lei e se não seguida corretamente, podem ser nulas. 
 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
A competência relativa não pode ser arguida de ofício pelo juiz. Se baseia em aspectos de 
interesse exclusivo ou preponderante das partes, sendo relativa, pois depende da intervenção da 
parte. Assim, se houver um questão que prepondera o interesse da parte, estaremos diante de uma 
competência relativa, o juiz só poderá se manifestar se for arguido pela parte “prejudicada”, e 
caso tal parte não faça isso dentro de determinado prazo, o direito dela irá precluir, tornando a 
nulidade convalidada. 
 
● Baseia-se em aspectos de interesse exclusivo ou preponderante das partes, devendo ser 
objeto de arguição, na forma prevista na lei processual, para ser conhecida (o NCPC diz 
que tanto a ​incompetência absoluta como a relativa devem ser arguidas preliminarmente 
na contestação​ - artigo 64, caput). 
● Observação: a CLT prevê a exceção de incompetência relativa e dá a entender que 
deverá ser arguida em peça processual diversa da contestação – artigos 799 e 800 da 
CLT), contudo, admite-se que seja arguida como preliminar da contestação 
(princípio da simplicidade). Com a reforma trabalhista de 2017, essa situação caiu 
por terra, pois hoje só se pode falar em exceção de incompetência, na petição em 
apartado. 
Dentro da organização do judiciário temos regras que vão dizer em qual lugar posso 
propor minha ação, sendo definido por normas processuais. 
● Possível a prorrogação da competência perante o juízo relativamente incompetente 
(artigo 65, caput, do CPC) se o réu (reclamado) não opuser exceção declinatória de 
incompetência relativa (artigo 64, caput, do NCPC, e artigos 799 e 800 da CLT), ocorre a 
prorrogação de forma tácita; 
● O ​“foro de eleição” não é admitido no contrato de trabalho​, haja vista a hipossuficiência 
jurídica do empregado. Cabe ao Juiz do Trabalho declarar a sua nulidade, ​ex officio​, ou 
cabe ao trabalhador opor a exceção de incompetência. Não aplicação do artigo 63 do 
NCPC. 
● A competência em razão do lugar é relativa. Súmula 33 do STJ: a incompetência relativa 
não pode ser declarada de ofício. 
 
 
 
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Uma vez não arguida a incompetência relativa, haverá a prorrogação da competência, ou 
seja, se a parte ajuizou uma ação em local diferente da qual deveria, se eu como reclamado não 
opuser a exceção de incompetência no momento oportuno, ocorrerá a prorrogação de forma 
tácita de competência, onde a cidade que a ação está proposta, ainda que originalmente não tenha 
sido o lugar correto, será o local que se desenvolverá a ação, tendo em vista que a parte não se 
manifestou em tempo hábil em relação a isso quandofora necessário. É importante que se 
entenda que competência relativa em razão da localidade não pode ser declarada de ofício pelo 
juiz, dependendo assim, da provocação da parte prejudicada. 
Exceção: foro de eleição, quando você coloca no contrato de quando houver qualquer 
discussão envolvendo o mesmo, será julgado em determinado lugar. Quando se trata do foro de 
eleição do contrato de trabalho, a maior parte da doutrina e jurisprudência entende que não é 
cabível, por colocar em risco a hipossuficiência do empregado, podendo ser prejudicado. 
Pensando nessa lógica, haverá a possibilidade do juiz declarar de ofício a incompetência 
territorial​. 
Espécies de competência (Absoluta) 
 
● A competência em razão da matéria é aquela que se funda na natureza das causas ou 
conflitos, como, por exemplo, a competência para matérias criminais, de família, de 
relações de trabalho. 
competência que vai dizer qual a justiça competente para ser ajuizado a ação em um caso 
concreto. 
● A competência em razão da pessoa é estabelecida em decorrência da presença de certos 
entes na demanda ou no processo, como, por exemplo, a União, nas ações de 
competência da Justiça Federal. 
Estabelecida em decorrência de estar na relação processual alguma pessoa específica, que 
puxa a competência a um lugar específico. 
● A competência funcional decorre das funções exercidas pelo juiz em determinado 
processo, de acordo com as suas fases, no decorrer do procedimento, inclusive quanto ao 
grau de jurisdição. A competência hierárquica é uma espécie de competência funcional 
por se referir à competência originária para conhecer e decidir a causa. 
Decorre do princípio de duplo grau de jurisdição, onde temos que focar na lógica da 
hierarquia, assim, temos as funções do juiz no processo, de acordo com suas fases. São de ordens 
absolutas e importantes, pois decorrem de lei. 
 
Espécies de Competência (Relativa) 
 
● A competência em razão do lugar (competência territorial ou de foro) leva em conta 
aspectos relacionados à localização, como o local em que o fato ou o dano ocorreu, o 
domicílio do réu, o local da prestação de serviços. 
 
 
 
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Aqui estamos vinculados ao local físico que poderemos propor a ação, dentro da 
organização do judiciário. 
● A competência em razão do valor da causa refere-se, como o próprio nome indica, ao 
ajuizamento e processamento das ações perante distintos juízos levando em conta o valor 
do pedido, como, por exemplo, nos Juizados Especiais Federais Cíveis, com competência 
para demandas cujo valor da causa seja de até 60 salários-mínimos (Lei 10.259/2001, art. 
3°). 
O valor da causa é um aspecto importante no processo, pois a partir desse valor, 
saberemos o procedimento adotado no processo. 
 
Competência Material da Justiça do Trabalho (artigo 114 CF) - ABSOLUTA 
 
Vamos fazer uma análise completa do art. 114, CF e o art. 651 e ss da CLT 
 
● A competência em razão da matéria ​é fixada levando-se em conta o tipo da questão ou da 
matéria que pode ser suscitada aos órgãos da Justiça do Trabalho. É estabelecida pela 
natureza da lide. 
Competência da matéria é fixada com base na matéria a ser levada perante o juiz 
 
● Inciso I do artigo 114 da CF 
● Inciso I: As ações oriundas da relação de trabalho​, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração pública direta e indireta, da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
Nós temos que entender que o art. 114, CF passou por uma grande reforma em 2004, que 
foi a emenda constitucional nº 45 
 
● ARTIGO 114 DA CF ANTES DA EC N° 45/2004: 
● Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre 
trabalhadores e empregadores​, abrangidos os entes de direito público externo e da 
administração pública .... 
Significa dizer que originalmente na Constituição Federal, a justiça do trabalho só podia 
ser acionada, se houvesse uma relação com vínculo empregatício. Hoje em dia, a justiça do 
trabalho é competente para julgar ações oriundas da relação do trabalho, ou seja, houve uma 
significativa ampliação da justiça do trabalho, pois antes a competência era só entre empregado e 
empregador e hoje em dia é sobre qualquer lide em relação trabalhista, até porque dentro da 
relação de trabalho está a relação de emprego, sendo aquela primeira, mais ampla. A Justiça do 
Trabalho foi ampliada em seu ramo de atuação​. 
 
 
 
 
 
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Relação de trabalho x Relação de emprego (Art. 114 CF) 
 
● Houve a ampliação da competência da Justiça do Trabalho, pois passou a julgar não 
apenas litígios decorrentes da relação de emprego (a competência antes era fixada em 
razão da pessoa: empregado e empregador) para englobar todas as ​lides decorrentes da 
relação de trabalho (a competência passou a ser fixada em razão da matéria). 
 
● Relação de Trabalho: 
● a) Emprego 
● b) Prestação de serviços: Ex: profissionais liberais, trabalhador portuário, 
representante comercial, domésticos, empreitadas 
 
Correntes Doutrinárias 
 
● Corrente Restritiva (minoritária) não ocorreu qualquer alteração, sendo ​relação de 
trabalho, sinônimo de relação de emprego​, tanto é que sempre se utilizou o termo 
contrato de trabalho e não contrato de emprego, dentro de uma relação típica entre 
trabalhador e empregador; 
Para essa corrente, mesmo que tenha tido essa suposta mudança em relação a emenda, 
continua sendo a mesma coisa. 
● Corrente Ampliativa​, ​a JT é competente para toda e qualquer prestação de serviço por 
pessoa física a um tomador. Ainda que estatutário ou tratando-se de prestação de serviço 
em que o destinatário final seja um consumidor; 
Essa corrente aumentou demais, em que qualquer coisa que tenha no meio o trabalho é do 
âmbito da justiça trabalhista 
● Corrente Moderada (majoritária)​: não compete à JT toda prestação de serviço, sendo 
incompetente para dirimir relações de trabalho que envolvam o regime jurídico 
administrativo/estatutário​, bem como quando o destinatário final do serviço for um 
consumidor. 
Estatutário é aquele que tem vínculo com o serviço público por meio de concurso, não 
sendo vinculado a CLT, mas sim ao estatuto. Prestação de serviço para o consumidor final deve 
ser aplicado as regras do código civil, tendo como competência, a justiça estadual. 
 
ADI 3.395 (STF) – Servidores Públicos Estatutários 
 
● A ​redação prévia do artigo 114 do texto original da EC 45 subtraia da competência da JT 
as ações dos servidores públicos estatutários, porém na redação final publicada silenciou, 
sendo, a princípio, entendido que era competência da JT apreciar a lide dos estatutários. 
 
 
 
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● O STF, através de decisão na ADI n° 3.395 (Ministro Nelson Jobim), ajuizada pela 
AJUFE (Associação dos Juízes Federais) ​afastou qualquer interpretação que inclua no 
âmbito material da Justiça do Trabalho a apreciação das causas que sejam instauradas 
entre Poder Público e seus servidores a ele vinculados por ​típica relação de ordem

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