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Classificação e Tipos de Pesquisas Científicas

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Classificação e Tipos de Pesquisas
Solange Beatriz Billig Garces
Universidade de Cruz Alta – Unicruz
Abril de 2010
1 CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS
	Existem várias classificações para as pesquisas e esta classificação depende da visão de diferentes autores. Elas podem ser classificadas quanto a finalidade, quanto ao local onde são realizadas, quanto a abordagem e quanto a teoria filosófica que a fundamenta. A classificação das pesquisas e os tipos de pesquisa podem variar dependendo da visão de cada área do conhecimento. 
1.1 Classificação das pesquisas quanto a finalidade:
- 
Pesquisa Básica ou Pura : tem a curiosidade intelectual como motivação. (Visa desenvolver teorias). As principais características são:
- entender ou descobrir novos fenômenos;
- gerar conhecimentos básicos ou fundamentais;
- requer a divulgação dos conhecimentos obtidos;
- produzir artigos científicos.
De acordo com Gil(1999, p. 42) este tipo de pesquisa “procura desenvolver os conhecimentos científicos sem a preocupação direta com suas aplicações e conseqüências práticas.” 
	Ex.: Pesquisas que têm por objetivo o desenvolvimento de novas linguagens de programação e sistemas operacionais.
- Pesquisa Aplicada: objetivo de resolver problemas concretos. Soluções mais imediatas. Diferem pelos objetivos que pretendem atingir (aplicar as teorias às necessidades humanas). Também chamada de tecnológica. Suas características são:
- objetiva a aplicação dos conhecimentos básicos;
- pode ou não ser reservada;
- produz produtos, processos e patentes;
- gera novas tecnologias e conhecimentos resultantes do processo de pesquisa.
	Como seu objetivo principal é a produção de novos produtos e processos, os seus resultados nem sempre são divulgados, pois podem gerar novas patentes internacionais, então, neste caso, se diz que a pesquisa é reservada.
Além de gerar novos produtos e processos, produz conhecimentos que são veiculados diretamente pelos pesquisadores em empresas, ou através de congressos, feiras, seminários, consultorias para assistência técnica, publicação de boletins industriais e manuais técnicos.
De acordo com Gil (1999, p. 43) “a pesquisa aplicada possui muitos pontos de contato com a pesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento.”
Ex.: Elaboração e produção (desenvolvimento) de softwares aplicados a soluções de problemas operacionais e de melhoria da produtividade.
	
1.2 Classificação das pesquisas quanto ao local onde são realizadas:
Estudo Bibliográfico: trata-se de estudo para conhecer as contribuições científicas sobre determinado assunto. Tem como objetivo recolher, selecionar, analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto. Portanto, somente se atém a documentos, livros e materiais escritos.
Estudo de 
Laboratório: realiza-se geralmente em recinto fechado e apresenta pelo menos três exigências: instrumentação, objetivos, manipulação dos instrumentos.
Estudo d
e campo: correspondente à coleta direta de informação no local em que acontecem os fenômenos.
1.3 Classificação das pesquisas quanto a abordagem:
Pesquisas Qualitativas( conforme características da aula anterior)
Pesquisas Quantitativas (conforme características da aula anterior)
1.4 Classificação das pesquisas quanto a Fundamentação Filosófica:
Ainda, as pesquisas podem receber uma classificação pela Fundamentação Filosófica que a embasa. Dessa forma, Santos Filho e Gamboa (2002) classificam as pesquisas da seguinte maneira:
 Empírico-analíticas: As pesquisas empírico-analíticas partem da realidade empírica para sua análise e tem uma característica bastante quantitativa. Ex: a pesquisa experimental, a pesquisa descritiva-quantitativa.
São abordagens que apresentam em comum a utilização de técnicas de coleta, tratamento e análise de dados marcadamente quantitativas. Privilegiam estudos práticos. Suas propostas têm caráter técnico, restaurador e incrementalista. Têm forte preocupação com a relação causal entre variáveis. A validação da prova científica é buscada através de testes dos instrumentos, graus de significância e sistematização das definições operacionais.( MARTINS, 1994, p. 26) 
 Delimitam o objeto de estudo constituindo-o como um todo e caminhando em direção das partes que o integram(método analítico); os contextos são isolados ou controlados (variáveis intervenientes ou contexto). O conhecimento produz-se identificando as partes(variáveis) e relacionando-as entre si, segundo os princípios da causalidade que permitem explicar o objeto. ( SANTOS FILHO; GAMBOA, 2002, p. 94/95)
- 2 - 
Fenomenológico-Hermenêuticas: Ao contrário da classificação anterior este tipo de pesquisa se preocupa com o significado dos fenômenos, portanto em uma abordagem qualitativa. Têm como pano de fundo a Teoria Filosófica da Fenomenologia(Edmund Hurrsel) e a Hermenêutica ( interpretação do que há nas entrelinhas, análise de discurso). A Hermenêutica possibilita a “busca do conhecimento através do círculo: compreensão – interpretação – nova compreensão.”(MARTINS, 1994, p. 27)
São abordagens que utilizam técnicas não quantitativas. Privilegiam estudos teóricos e análise de documentos e textos. Suas propostas são críticas e geralmente têm marcado interesse de ‘conscientização’ dos indivíduos envolvidos na pesquisa e manifestam interesse por práticas alternativas. Buscam relação entre o fenômeno e a essência, o todo e as partes, o objeto e o contexto. A validação da prova científica é buscada no processo lógico da interpretação e na capacidade de reflexão do pesquisador sobre o fenômeno objeto de seu estudo. .( MARTINS, 1994, p.26/ 27) 
“O conhecimento acontece quando captamos o significado dos fenômenos e desvendamos seu verdadeiro sentido, recuperando os contextos, as estruturas básicas e as essências, com base nas manifestações empíricas.” ( SANTOS FILHO; GAMBOA, 2002, p. 95)
 Ex.: pesquisa fenomenológica ( pesquisa fenomenológica sobre o significado da evasão escolar para as famílias carentes do Bairro X).
- 
Crítico-Dialéticas: 
Têm como referencial teórico o materialismo histórico, apoiando-se na concepção dinâmica da realidade e das relações dialéticas entre sujeito e objeto, entre conhecimento e ação, entre teoria e prática. Além das técnicas utilizadas pelas pesquisas empírico-analíticas e fenomenológico-hermenêuticas, utilizam a ‘pesquisa-ação’ e a ‘pesquisa participante’.[...] Suas propostas são marcadamente críticas e pretendem desvendar mais que o ‘conflito das interpretações”, o conflito dos interesses. Manifestam interesses transformadores.Buscam inter-relação do todo com as partes e vice-versa, da tese com a antítese [...] A validade da prova científica é fundamentada na lógica interna do processo e nos métodos que explicitam a dinâmica e as contradições internas dos fenômenos e explicam as relações entre homem-natureza, entre reflexão-ação e entre teoria-prática. Ex.: pesquisa-ação; participante; etnográfica; socioantropológica
2 TIPOS DE PESQUISA
Como vimos, então, a pesquisa recebe diferentes classificações de acordo com a finalidade (básica/pura ou aplicada), o local onde é realizada (bibliográfica, de campo de laboratório), a abordagem(qualitativa ou quantitativa) e com a tendência filosófica que utiliza(empírico-analítica, fenomenológica, crítico-dialética). Entretanto, para elaborarmos nosso projeto de pesquisa e podermos escolher a pesquisa que gostaríamos de realizar é preciso conhecer alguns tipos de pesquisa. Cada pesquisa vai ter suas características a partir da abordagem que adota e dos instrumentos e técnicas metodológicas que se utiliza e, também da área de conhecimento em que se utiliza.
Quando você elabora um projeto de pesquisa, o que precisa ficar claro neste é o tipo de pesquisa que utilizará, pois a abordagem e a tendência filosófica utilizadas estarãoimplícitas em seu trabalho, em função dos métodos e técnicas utilizados para a realização da pesquisa e dos autores escolhidos para dar fundamentação teórica à pesquisa. Portanto, na metodologia do seu Projeto de Pesquisa de TCC ou monografia, na graduação o que tem que ficar claro é o TIPO DE PESQUISA que utilizará para realizar a coleta de dados.
Existem vários tipos de pesquisa. O que fizemos aqui é demonstrar os mais utilizados na graduação.
2.1 Pesquisa Bibliográfica: a pesquisa irá ser realizada apenas em materiais escritos como textos, livros(de leitura corrente ou de referência, tais como dicionários, enciclopédias, anuários,etc.), publicações periódicas, como artigos de jornal, de revistas, panfletos, manuscritos, fitas gravadas de áudio e de vídeo, páginas da web, relatórios de seminários ou anais de congressos científicos, ou seja, o pesquisador não sai a campo para fazer sua pesquisa, pois ela é feita em materiais que já foram pesquisados e elaborados por outros autores. É considerada o primeiro passo de qualquer pesquisa científica. Aparece nas demais pesquisas (de campo ou de laboratório) na parte em que chamamos de Revisão de Literatura. 
A pesquisa bibliográfica deve ser feita, segundo os seguintes procedimentos:
a) escolha de um tema de pesquisa, problematização e elaboração de seus objetivos;
b) elaboração de um plano de estudo;
c) identificação e localização das fontes de pesquisa;
d) leitura crítica desses materiais;
e) elaboração dos fichamentos de leitura;
f) redação do relatório de pesquisa ( elaboração de um texto próprio, organizado em capítulos, priorizando os assuntos que foram levantados no plano de estudo e que agora constituirão os capítulos de seu TCC ou Monografia). 
	O texto elaborado pelo autor é organizado a partir das leituras prévias, nas quais “recortaram-se” as idéias principais e as transcreveram em fichas. Após o pesquisador deverá triangular o que dizem diferentes autores sobre o assunto, juntamente com as interpretações, análises e críticas pessoais ao comparar e refletir sobre o “exaustivo” levantamento bibliográfico que fez sobre o assunto. 
Exemplo: - Aprofundar o conhecimento teórico sobre o sistema operacional Linux.
 - Analisar a vida e obra do arquiteto Oscar Niemayer.
 - Investigar Teorias do Desenvolvimento Humano.
 -Aprofundar o conhecimento teórico sobre Dislexia.
 - Aprofundar o conhecimento teórico sobre Burocracia a partir de Max Weber.
 
2.2 Pesquisa Experimental: Descreve e explica fenômenos que ocorrem em situações controladas e pressupõe a interferência do pesquisador na realidade, por meio da manipulação de variáveis, ou seja, são pesquisas em que se manipulam variáveis, oferecendo um tratamento específico para verificar seus efeitos. Pode-se dizer que a pesquisa experimental é uma relação de causa e efeito (causa = tratamento e efeito= conseqüência). Trabalha-se tentando comprovar hipóteses. Pode apresentar um Grupo Experimental (o grupo que recebe o tratamento) e um Grupo Controle ou Testemunha (o grupo que serve para comparar os resultados). Normalmente se utiliza uma testagem antes e uma depois da aplicação do tratamento, mas também pode ser feita a testagem somente depois, quando se tem grupo controle para comparar. Apresentam variáveis independentes(x) e variáveis dependentes(y) e, quando necessário, variáveis de controle. São chamadas de pesquisas quase-experimentais quando a investigação ocorre em condições que não possibilitam completo controle. Resumindo pode-se dizer que os passos da pesquisa experimental são:
- determinar um objeto de estudo, formular o problema e construir as hipóteses;
- selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo;
- definir o desenho experimental e/ou plano experimental;
- determinação dos sujeitos ( Grupo controle, experimental);
- determinação do ambiente para a manipulação das variáveis, definindo as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
- coleta de dados, através das observações e registro em formulários próprios do comportamento dos grupos;
- análise e interpretação dos dados ( análise estatística);
- apresentação das conclusões através da confirmação ou rejeição de hipóteses.
Exemplo: Avaliar a melhor freqüência cardíaca máxima de treinamento (65%, 55% ou 50%) para mulheres sedentárias e donas de casa, de 50 a 60 anos, da cidade de Cruz Alta.
Avaliar o desempenho de operários em situações diferentes de luminosidade.
Avaliar o desempenho de alunos em situações metodológicas diferentes de aprendizagem.
Pesquisa Descritiva: É o método de pesquisa que observa, registra, analisa, descreve e correlaciona fatos e fenômenos sem manipulá-los. Geralmente procura descobrir a freqüência com que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores. Também se pode dizer que descreve as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Para Martins (1994,p. 28) pesquisa descritiva “tem como objetivo a descrição das características de determinada população ou fenômeno , bem como o estabelecimento de relações entre variáveis e fatos.” Na área da Administração este tipo de pesquisa é conhecido como survey e apresenta características de pesquisa quantitativa. Neste caso são classificadas em survey exploratória, survey explanatória, survey descritiva, survey longitudinal e survey de corte-transversal.
Exemplo: Analisar o perfil dos operários da construção civil de Cruz Alta.
-Analisar o perfil dos funcionários do setor de Recursos Humanos da empresa X.
- Pesquisa exploratória na área do marketing.
A pesquisa descritiva pode ser classificada como:
a) Descritiva exploratória: De acordo com Marconi e Lakatos(2003, p. 188) são estudos que tem por objetivo descrever completamente determinado fenômeno, como, por exemplo, o estudo de um caso para o qual são realizadas análises empíricas e teóricas.Podem ser encontradas tanto descrições quantitativas e/ou qualitativas quanto acumulação de informações detalhadas obtidas por intermédio de observação participante.
 Exemplo: - Pesquisa exploratória na área do marketing.
b) Descritiva Diagnóstica ou Levantamento: consiste num levantamento de dados e informações. Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
 Trata-se de levantamento junto às fontes primárias, geralmente através de aplicação de questionários para grande quantidade de pessoas. Utilizam-se questionários, formulários ou entrevistam-se diretamente os sujeitos da pesquisa.
Exemplo: 
-Diagnóstico do índice de analfabetos na construção civil da cidade de Cruz Alta;
- Levantamento de sintomas depressivos em crianças e adolescentes com hemofilia.
c) Descritiva 
Comparativa: procedimento científico controlado que examina os vários casos, fenômenos ou coisas semelhantes, para descobrir o que é comum, isto é, as regularidades, princípios, ou leis que são válidas e significativas.
Exemplo: Comparar o desenvolvimento cognitivo de duas turmas de alunos.
- Comparar processos de gestão pública em duas Prefeituras da região.
d) Descritiva de Opinião: investigação, geralmente através de questionário, das atitudes coletivas. Procura saber as preferências das pessoas com relação a algum produto/assunto.
Exemplo: Opinião sobre a violência nas ruas das grandes cidades; ou sobre eleições.
e) Descritiva 
Documental: tem por finalidade reunir, classificar e distribuir documentos de todo gênero dos diferentes domínios da atividade humana. São chamados de documentos fontes de informação que ainda não receberam organização e nem foram publicados. Conforme Santos (2000,p. 29) são considerados fontes documentais “tabelas estatísticas, relatórios de empresas, documentos informativos arquivados em repartições públicas,associações, igrejas, hospitais, sindicatos, fotografias, epitáfios,obras originais de qualquer natureza ou correspondência pessoal ou comercial” . Também podem ser citadas como fontes: certidões, registros, plantas, desenhos, estatísticas e leis.
Exemplo: Analisar e comparar os conteúdos da educação infantil da década de 1950, registrados em planos de aula de professores e os conteúdos sugeridos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais.
f) Ex post facto: tipo de investigação empírica na qual o pesquisador não tem controle direto sobre a(s) variável (eis) independe(s), porque suas manifestações já ocorreram, ou porque ele(s) é(são), por sua natureza, não manipulável(eis).Diz-se que é a pesquisa realizada após os fatos.
Exemplo: Possíveis causas de acidentes.
g) Estudos de Mercado: é o estudo dos problemas relativos à transferência e à venda de bens e serviços do produtor ao consumidor, e compreende as conexões e relações, entre a produção e o consumo, a fabricação de produtos, sua distribuição e venda, juntamente com seus aspectos financeiros.
Exemplo: Pesquisas sobre consumo de eletrodomésticos.
 Pesquisa sobre o cenário atual da pecuária bovina de corte orgânica.
h) Estudos de tempo e movimento: são necessários para execução de determinada tarefa, visando maior rendimento. Se relaciona com a observação e medida dos movimentos corporais necessários para a realização de uma determinada tarefa. Os resultados podem ser úteis no desenho de máquinas, equipamentos, móveis, etc. e reduzir, assim movimentos inúteis e de fadiga. Observa e mede o movimento corporal para realizar determinadas tarefas.
Exemplo: pesquisas relacionadas com ergonomia e trabalho
i) Desenvolvimentista: é a investigação que estuda formas e seqüências de crescimento ou mudanças pelo tempo. Estudos longitudinais: estudo do mesmo grupo em seus vários estágios de desenvolvimento ou pesquisa na qual os mesmos sujeitos são estudados ao longo de vários anos. Estudos transversais – estudam diferentes grupos em estágios de desenvolvimento também diferentes. Estabelece formas de mudanças do passado e prediz condições ou formas futuras. Método de pesquisa na qual as amostras de sujeitos de diferentes grupos etários, são selecionadas para avaliar os efeitos da maturação.
Exemplo:Uma pesquisa que focalize como unidade de análise o estudo de trajetórias individuais de mulheres a partir de suas dimensões tanto longitudinais (ao longo de uma história de vida) quanto transversais (em momentos dados da vida).
j) 
Estudo de Casos: dedica-se a estudos intensivos do passado, presente e de interações ambientais de uma (ou algumas) unidade social: indivíduo, grupo, instituição, comunidade. São validados pelo rigor do protocolo estabelecido e pelo aprofundamento, como, por exemplo, analisar com profundidade um aspecto ou um ciclo de vida de um indivíduo. Nessa pesquisa é possível distinguir quatro fases: delimitação da unidade – caso; coleta de dados; análise e interpretação dos dados e relatório. 
	Os estudos de caso são o tipo de pesquisa que pode ser utilizado como abordagem qualitativa ou quantitativa. Por exemplo, se eu estudar a mecânica dos passos de uma pessoa ao realizar step trainning, estarei realizando uma pesquisa do tipo estudo de caso com um método experimental e que tem uma abordagem quantitativa.
	Quando se trata da área de ciências sociais voltadas aos cursos de administração e ciências contábeis, por exemplo, o método estudo de caso, corresponde, conforme Lima(2004) a uma das formas de realizar um pesquisa empírica de caráter qualitativo sobre um fenômeno em curso em seu contexto real. “ Parte da premissa de que é possível explicar um determinado fenômeno com a exploração intensa/exaustiva de uma única unidade de estudo(estudo de caso holístico) ou de várias unidades de estudo(estudo de casos múltiplos, segmentado ou comparative case method), para possibilitar a elaboração de exercícios de análise comparativa.”(Lima, 2004, p. 31). Pode-se dizer então conforme a autora acima que o estudo de caso nesta área “ viabiliza uma imersão integral, profunda e minuciosa do pesquisador sobre a realidade social investigada”(p. 31)
Exemplo: Estudar com profundidade uma criança que apresenta dislexia.
Estudar os processos de gestão do setor de recursos humanos de diferentes empresas (casos múltiplos)
 
k) Pesquisa de Motivação: descobrir as razões que levam alguém a usar certos produtos.
Exemplo: Investigar junto aos consumidores a motivação pelo uso de determinado produto. 
l) Pesquisa de análise ocupacional: identifica características do mercado de trabalho a fim de elaborar programas de capacitação e distribuição de tarefas
Exemplo: Pesquisa sobre mercado de trabalho.
m) Pesquisa de Tendência: pesquisa tendências de determinadas épocas a fim de predizer fatos para o futuro. 
Exemplo: Pesquisas sobre moda, sobre comportamentos. 
Marconi e Lakatos (2003, p.187) citando Tripodi et al.(1975, p. 42-71) evidenciam que as pesquisas descritivas são chamadas também de estudos Quantitativo-Descritivos pois:
Consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave. Qualquer um desses estudos pode utilizar métodos formais, que se aproximam dos projetos experimentais, caracterizados pela precisão e controle estatísticos, com a finalidade de fornecer dados para a verificação de hipóteses. Todos eles empregam artifícios quantitativos tendo por objetivo a coleta sistemática de dados sobre populações, programas, ou amostras de populações e programas. Utilizam várias técnicas como entrevistas, questionários, formulários, etc. e empregam procedimentos de amostragem.
	
f) Estudos descritivos Interpretativos: Nas áreas de ciências humanas e sociais é comum o uso da pesquisa em uma abordagem qualitativa, utilizando-se muitas vezes de observação participante, embora não haja maior interação entre pesquisador e pesquisado. Assim esta pesquisa é comumente chamada de pesquisa descritiva interpretativa.
	
2.4 Pesquisa Exploratória: trata-se de abordagem adotada para familiarizar-se com o fenômeno, obter uma nova percepção a seu respeito, ou a busca de maiores informações sobre este. Possui um planejamento flexível, e é indicada quando se tem pouco conhecimento do assunto. Tem a finalidade de formular problemas e hipóteses para estudos posteriores. Vem preencher lacunas existentes na área do conhecimento que é objeto de pesquisa. Pode ser utilizada combinada com a pesquisa descritiva, experimental ou em pesquisas qualitativas como a participante e a ação ( aí este tipo de pesquisa é realizado anteriormente ao tipo de pesquisa propriamente dito, visando obter informações exploratórias iniciais importantes para planejar a pesquisa).
Pesquisa para investigar a trajetória de crianças de diferentes etnias no ensino básico.
2.4 Pesquisa Participante (PP): trata-se de um enfoque de investigação social por meio do qual se busca a plena participação da comunidade na análise de sua própria realidade, com o objetivo de promover a participação social para o benefício dos participantes da investigação. Trata-se, portanto, de uma atividade educativa, de investigação e ação social. O principal instrumento de pesquisa é a observação participante. É útil para estudar-se a organização social em situações de pequenos grupos até grandes instituições. Um pesquisador pode usar a observação participante para estudar um grupo de uma vila ou a burocracia de uma cidade. É útil para aprender como os grupos se formam e funcionam e como as pessoas aprendem a desempenhar papéis. A palavra-chave nesta pesquisa é PARTICIPAÇÃO. Esta pesquisa envolve os seguintes procedimentos: a montagem institucional e metodológica da proposta de pesquisa; estudo preliminar da região eda população a ser pesquisada; análise crítica dos problemas e elaboração de um plano de ação.
Exemplo: Análise participante dos principais problemas enfrentados pelos moradores do Bairro Tamoio, da cidade de Cruz Alta - RS
2.5 
Pesquisa-Ação(PA): trata-se de um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. A pesquisa-ação apresenta duas correntes: uma defendida por Thiollent e outra por Carr e Kemis, cuja visão é considerada emancipatória, pois trabalha com a idéia de uma espiral auto-reflexiva, assim como define Lewin (1946, p. 22)."A administração social racional avança, portanto, numa espiral de fases, cada uma das quais compõem um ciclo de planejamento, ação e averiguação de fatos referentes ao resultado da ação" .Assim planejada e praticada, a investigação-ação, como concepção de investigação, pode auxiliar os seres humanos a interpretar a realidade a partir de suas próprias práticas, concepções e valores. Aí está um potencial transformador bastante grande.
A palavra-chave na pesquisa –ação é INTERVENÇÃO/AÇÃO, ou seja, envolve a ação dos pesquisadores e dos grupos interessados, o que ocorre nos mais diversos momentos da pesquisa.
De acordo com Lima (2004, p. 33) a pesquisa ação tem “o propósito de explicar alguns aspectos da realidade para, assim, ser possível agir/intervir sobre ela, identificando problemas, formulando, experimentando, avaliando e aperfeiçoando alternativas de solução, em situação real, com a intenção de contribuir para o aperfeiçoamento contínuo dessa realidade, objeto de investigação.” 
Sobre esta pesquisa pode-se afirmar que quando adotada no estudo das organizações, é possível reconhecer como singularidade deste método o fato de contribuir para a aprendizagem organizacional para o crescimento dos colaboradores já que este método pressupõe a participação ativa deles no processo investigatório.Além de figurar como valioso instrumento de apoio no processo decisório.(THIOLLENT,1997).
Exemplo: Investigar a prática dos professores de Cursos de Graduação, a partir de sua ação (re)significando metodologias de trabalho.
2.6 Pesquisa Etnográfica: estudo do cotidiano, como por exemplo a descrição dos povos, sua língua, raça, religião,ou a descrição do cotidiano de uma escola e as manifestações de suas atividades. Também se pode dizer que a pesquisa etnográfica é a descrição de um sistema de significados culturais de um determinado grupo. A pesquisa etnográfica é utilizada na educação, na psicologia social e na administração de empresas. O trabalho de campo é o “coração” da pesquisa etnográfica. Também se utiliza da observação participante e seu principal instrumento de coleta de dados é o diário de campo. Baseia suas conclusões nas descrições do real (cotidiano) que lhe interessa, para tirar delas os significados que têm para as pessoas que pertencem a essa realidade. 
Exemplo: Estudo do cotidiano de uma creche; estudo do cotidiano de um asilo; Estudo do cotidiano do setor de recursos humanos da empresa X.
2.7 Pesquisa Socioantropológica: Pode-se dizer que a pesquisa socioantropológica reúne as características das pesquisas participante, ação e etnográfica, pois os pesquisadores precisam estar em estreita associação com os investigados, descobrir os problemas na realidade cotidiana dos investigados e propor ações que possam modificar essa realidade. Por isso se diz que se trata de uma proposta pedagógica interdisciplinar, onde estabelece uma associação entre conhecimento escolar e cidadania, diálogo entre saberes popular e científico e a apreensão do conhecimento científico é construída coletivamente (construção partilhada do conhecimento). A pesquisa socioantropológica pode trabalhar as seguintes áreas: educação, saúde, transporte, religião, ecologia, trabalho, cultura, relações sociais, visões de vida e cidadania, crianças, adolescentes, jovens, idosos. É utilizada para estudar a realidade de vida social da comunidade de acolhida da escola e seus entornos socioculturais. 
	Sua origem está nas investigações de realidade social e de levantamento de palavras, temas e problemas geradores das experiências de educação popular dos anos sessenta. Serve a um esforço de elaboração partilhada de um planejamento de atividades, como um currículo participativo e crítico, conteúdos didáticos, práticas pedagógicas ( é um partir da realidade) e, vem da idéia de planejamento participativo.
Segundo Brandão(2003) a pesquisa socioantropológica está baseada em quatro princípios:
- Ético: a razão de ser do aprender não é saber coisas úteis, mas compreender gestos de valor humano;
- Ecológico: aprender algo é integrar sentimentos e saberes orientados aos cuidados com os diferentes espaços onde compartimos a vida e a espécie humana;
- Político: no sentido mais original do termo, de participação cidadã, reconhecendo-se como sujeito de direitos na e através da comunidade de vida que se comparte;
- Pedagógico: a vivência pedagógica principal é o diálogo – dialogicidade. Tem a ver com a idéia de que toda atividade por meio do qual professores e alunos se lançam a fazer perguntas e buscam, juntos, as respostas, saindo da transferência de conhecimentos conhecidos para uma procura ativa e recíproca de conhecimentos a conhecer, representa uma vivência de criação . 
Exemplo: Realizar uma pesquisa socioantropológica na comunidade X para a partir desta se organizar uma proposta de trabalho curricular para o ano letivo da escola, de onde saem os temas geradores dessa pesquisa.
2.8 
Pesquisa Histórica: investigação crítica de fatos, desenvolvimento e experiências do passado, com cuidadosa consideração sobre as validades interna e externa das fontes de informação, e interpretação das evidências obtidas.
Exemplo: Pesquisa sobre a história da dança no município de Cruz Alta.
Pesquisa sobre a evolução histórica de uma empresa de grande porte da região X.
2.9 Pesquisa de desenvolvimento ou tecnológica :objetivo de resolver problemas concretos. Soluções mais imediatas. Aplicação das teorias às necessidades humanas. Também chamada de tecnológica. Produz produtos, processos e patentes, gera novas tecnologias e conhecimentos resultantes do processo de pesquisa. É utilizada pelos Cursos de Engenharia da Produção e Ciência da Computação.
	Como seu objetivo principal é a produção de novos produtos e processos, os seus resultados nem sempre são divulgados, pois podem gerar novas patentes internacionais, então, neste caso, se diz que a pesquisa é reservada.
Além de gerar novos produtos e processos, produz conhecimentos que são veiculados diretamente pelos pesquisadores em empresas, ou através de congressos, feiras, seminários, consultorias para assistência técnica, publicação de boletins industriais e manuais técnicos. A pesquisa de desenvolvimento pode utilizar métodos de estudos descritivos ou experimentais..
Exemplo: Elaboração e produção (desenvolvimento) de softwares aplicados a soluções de problemas operacionais e de melhoria da produtividade.(Desenvolver ferramenta para informatização do processo de licitação (pregão eletrônico)).
Atenção: A bibliografia sobre metodologia científica apresenta grande número de estudos ou pesquisas. Em determinadas situações um tipo de pesquisa pode ser o método utilizado. Por exemplo, tenho a pesquisa do tipo experimental, porém quando faço um estudo de caso experimental, o experimento passa a ser o meu método de pesquisa e não o tipo de pesquisa. Outro exemplo: posso fazer pesquisa documental, mas em uma pesquisa Histórica, por exemplo, análise documental passa a ser um método utilizado e não o tipo de pesquisa.
Algumas áreas do conhecimento realizam pesquisas específicas, tais como a área da saúde que realiza pesquisas Epidemiológicas, estudos clínicose a área da Administração que realiza pesquisas de Marketing, estudos de caso em empresas, survey. 
Referências
BARROS, Aidil J.da S. ; LEHFELD, Neide Aparecida de S. Fundamentos de Metodologia Científica: um guia para a iniciação científica. 2.ed. ampl. São Paulo: Makron Books, 2000.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A pergunta a várias mãos: a experiência da pesquisa no trabalho do educador. São Paulo: Cortez, 2003. 
CARR, W ; KEMMIS, S. Becoming Critical: Education, knowledge and action research. Brighton, UK: Falmer Press, 1986.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5.ed. São Paulo: Atlas,1999.
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar.: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997.
JUNG, C. F. Metodologia para pesquisa & desenvolvimento: aplicada a novas tecnologias, produtos e processos. Rio de Janeiro:Axcel Books, 2004. 
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