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Trabalho sobre a Coragem

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A coragem não consiste na ausência de medo e ansiedade, mas na capacidade de 
prosseguir mesmo quando temeroso. 
(Gary R. Collins) 
 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em termos leigos, a psicologia Positiva é a busca científica da felicidade e ensina como 
atingi-la. Pesquisas recentes demonstraram que a felicidade pode aumentar e propagar-se. 
Em termos de intervenção, a psicologia positiva preconiza que tratar “não é apenas 
arranjar o que está danificado; é também cuidar de algo ou alguém e fomentar o que tem de 
melhor” (Seligman & Csikszentmihalyi, 2000). 
No campo da Psicologia Positiva a nível subjectivo, é sobre a experiência subjectiva 
positiva: o bem-estar e a satisfação (passado), o fluxo, a alegria, os prazeres sensuais, e a 
felicidade (presente), as cognições e construções sobre o futuro, o optimismo, a esperança, e a 
fé. A nível individual, é sobre as características positivas individuais: a capacidade de amar e 
vocação, a coragem, a habilidade interpessoal, a sensibilidade estética, a perseverança, o perdão, 
a originalidade, os futuros de espírito, o grande talento e a sabedoria. A nível de grupos é sobre 
as virtudes cívicas e as instituições que movem os indivíduos para uma melhor cidadania: a 
responsabilidade, a educação, o altruísmo, o civismo, a moderação, a tolerância, a ética e o 
trabalho (Seligman e Csikszentmihalyi, 2000; Gillham e Seligman, 1999). 
A nível individual, onde nos iremos debruçar, Peterson e Seligman (2004) defendem 
que a força de carácter contribui para a realização de uma vida percepcionada como benéfica 
para o próprio e para os que o rodeiam. Apesar de estas forças desempenharem um papel 
importante na forma como as pessoas lidam com as situações adversas, a psicologia positiva 
interessa-se acima de tudo pelo modo como as mesmas desenvolvem a optimização de todo o 
potencial humano. Em conformidade com os resultados de várias investigações efectuadas, as 
forças de carácter, quando usadas, podem contribuir para um sentimento global de felicidade e 
bem-estar nas pessoas. 
 
Palavras-chave: Psicologia positiva, forças de carácter e virtudes, coragem. 
 
AS FORÇAS DE CARACTER 
 
Em conformidade com os resultados de várias investigações efectuadas, as forças de 
carácter quando usadas podem contribuir para um sentimento global de felicidade e bem-estar 
nas pessoas. Uma força contribui para diversos preenchimentos que constituem a boa vida, para 
nós e para os outros. Salienta-se ainda, que o exercício das forças não resulta no 
condicionamento de pessoas próximas; destacando-se também o facto de serem mensuráveis e 
poderem ser avaliadas através de auto-relato de pensamentos e emoções e/ou acções. As 
investigações ditam também que estas forças são estáveis ao longo do tempo e têm um grau 
significativo de generalização nas várias conjunturas, o que as define como traços. 
3 
 
 Dahlsgaard, Peterson & Seligman estudaram as tradições de muitas culturas, a fim de 
identificarem quais as forças de carácter mais valorizadas pelas mesmas, ou pela sua maioria. 
As características individuais positivas foram identificadas em seis classes de força (ou seja, de 
"principais virtudes") que se compõe nos seguintes vinte e quatro fortes caracteres mensuráveis 
e universais: 
Forças de Sabedoria e Conhecimento: Criatividade (Ingenuidade; Originalidade), 
Curiosidade (Interesse; Abertura a Experiências; Procura de Novidades), Abertura de Espírito 
(Apreciação; Pensamento Crítico), Amor à Aprendizagem, Perspectiva (Sabedoria). 
 
Forças de Coragem: Valentia (valor), Persistência (Perseverança; Empreendedorismo), 
Integridade (Autenticidade; Honestidade), Vitalidade (Animação; Entusiasmo; Vigor; Energia). 
 
Forças de Benevolência: Amor, Bondade (Generosidade; Educação; Atenção; 
Compaixão; Amor Altruísta; Gentileza), Inteligência Social (Inteligência Emocional; 
Inteligência Pessoal). 
 
Forças de Justiça: Cidadania (Responsabilidade Social; Lealdade; Trabalho em 
Equipe), Equidade (Justiça), Liderança. 
 
Forças de Temperança (Moderação): Perdão e Misericórdia, Humildade e Modéstia, 
Prudência, Auto-Regulação (Autodomínio). 
 
Forças de Transcendência: apreciação de Beleza e Excelência (Reverência; Admiração; 
Dignidade), Gratidão, Esperança (Optimismo; Espírito de Futuro; Orientação para o Futuro), 
Humor (Lúdico), Espiritualidade (Devoção; Fé; Propósito). 
 
AS FORÇAS DE CORAGEM 
 
O Filósofo francês Comte-Sponville (2001) recordou que os temores e os actos para os 
derrotar variam de sociedade para sociedade, sendo a capacidade de superar o medo " sempre 
mais valorizados do que a cobardia ou a falta de coragem”. 
O professor e cientista político, D. Putnam (1997) deu uma definição de coragem 
fundamentada em três tipos: a coragem física que é aquela que envolve superar o receio de dano 
físico ou de morte, a fim de salvar os outros ou a nós mesmos, a coragem moral ética que 
implica manter a integridade ou a autenticidade mesmo correndo o risco de perder os amigos, o 
emprego, a vida privada, ou o prestígio e a coragem psicológica que inclui o tipo de valentia 
4 
 
necessária ou para enfrentar uma doença debilitante ou terminal, ou um hábito ou situação 
destrutiva - é intrínseca à coragem de enfrentar os demónios interiores de cada um. 
Não se define somente a coragem em actos únicos e assombrosos, esta abrange também 
os actos corajosos perseverantes; citando Finfgeld (1999) “A coragem é como um processo de 
impulsão para além da luta”. Isto requer, uma, talvez óbvia e necessária, observação sobre a 
coragem: a pessoa tem uma vida interior, bem como uma vida exterior. A coragem não é 
somente composta de actos observáveis, pois também inclui as cognições, as emoções, as 
motivações e as decisões que fazem sobre eles. 
Assim, a coragem é assente tanto na medida física ou do “soldado em batalha”, ou 
abstractamente incluindo também a integridade, a perseverança e qualquer acto premeditado de 
superar nas atitudes fáceis de “cair”: na segurança, no conforto e na complacência. Voltando a 
Comte-Spoville (2001) e citando-o "Sem coragem, não nos podemos deter contra o pior em nós 
mesmos ou aos outros". 
Os filósofos já consideravam as virtudes como reparadores, ou porque contrariam alguma 
dificuldade inerente à condição humana, ou alguma tentação que é necessário resistir, ou 
alguma motivação que precisa de ser verificada ou reorientada. É discutível, que todas as forças 
de carácter sejam correctivas num ou mais desses sentidos, mas as seguintes quatro forças da 
nossa classificação claramente que o são, e nós discutimo-los aqui em termos de como elas 
preenchem os nossos critérios para uma força de carácter. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS DE CORAGEM 
 
Valentia (valor) - O protótipo histórico da força de carácter de valentia, e, de facto, de 
toda esta classe de forças, é o valor físico demonstrado por guerreiros no campo de batalha. A 
valentia na presença de uma morte iminente, não é equivalente à total ausência de medo porque 
o medo é certamente experienciado. Mais, a valentia é a habilidade de fazer o que for preciso 
fazer não obstante o medo. Esta perspectiva de valentia, permite esta força de ser aplicada para 
além do domínio de batalha, isto é, de dizer ou fazer uma coisa impopular mas correcta, 
enfrentar uma doença terminal com tranquilidade, e resistir à pressão dos pares respeitante a 
“atalhos” moralmente questionáveis. 
Persistência (Perseverança; Empreendedores) - Terminar o que alguém começou, 
manter-se apesar dos obstáculos, tratar de negócios, chegar ao fecho, o permanecer na tarefa 
motivado e tranquilo - todos se referem à força de carácter que identificamos como persistência, 
perseverança e empreendedorismo. A persistência não é tão chamativa como a valentia, no 
entanto, partilha da chamada de vontade para agir, não obstante,os impulsos contrários. Aqui 
não é o medo que ameaça a acção, por um lado é o tédio, a frustração e a dificuldade, pelo 
outro, é a tentação de fazer algo mais simples e provavelmente mais prazeroso. 
5 
 
Integridade (Autenticidade; Honestidade) - de acordo com o dicionário, é "a qualidade 
ou condição de ser um todo ou indivisível". Uma pessoa é íntegra quando não existe uma 
discordância ou fragmentação entre o que diz e aquilo que faz, quando há coerência entre as 
suas palavras e as suas acções. 
 Esta força de carácter inclui a veracidade, mas também o assumir responsabilidades 
como cada um sente e o que cada um faz. Inclui a apresentação do verdadeiro EU para as outras 
pessoas (o que poderíamos chamar de autenticidade ou sinceridade), bem como o sentimento 
interno de ser moralmente coerente (aquilo que poderíamos chamar a integridade ou unidade). 
A maioria concorda que a integridade, a autenticidade e a honestidade são forças de 
carácter fundamentais, mas a base psicológica é desigual, em grande parte porque elas têm 
características muito complexas. A metodologia mais simples para um pesquisador seria definir 
esta força em termos objectivos (i.e. dizer coisas que são inequivocamente exactas) e ir medindo 
gradualmente. Isto funciona apenas enquanto houver uma resposta certa que se defronte com o 
que uma pessoa diz ou faz. 
O foco desta força de carácter é sobre a faceta de autenticidade, mas esta apresenta-nos 
uma dificuldade devido aos papéis sociais. Por exemplo, se cumprimentarmos um garçon 
educadamente com um "Como está?" e em resposta formos regalados com uma história sobre 
suas queixas gastrointestinais, o que é que temos? Ele é tecnicamente honesto e, provavelmente 
verdadeiro no seu sofrimento. Mas autêntico como garçon? Provavelmente não, porque ele está 
a violar as normas previstas do seu papel. Queremos conhecer a verdadeira pessoa por detrás do 
seu papel, mas reconhecemos que a promulgação do papel faz parte da natureza humana e, na 
maioria (se não em todas) das culturas é altamente louvado, quando bem desempenhado. 
Não há decepção quando as partes envolvidas têm as mesmas expectativas sobre como 
se deve comportar um garçon; avaliamos a autenticidade dentro do contexto destas 
expectativas. Classificando esta força como uma força de coragem – por isso uma virtude 
inequivocamente correctiva – que destaca a necessidade de olhar para a integridade em 
situações e circunstâncias em que a coisa fácil de fazer não é a coisa certa a fazer. 
Tal Ben Shahar refere no seu artigo “Integridade, palavras e o EU” que a integridade é 
tanto um fenómeno intrapessoal como interpessoal; os compromissos e as resoluções proferidas 
a si próprio não são menos importantes do que os feitos para os outros. Além disso, como 
observou Shakespeare, se formos verdadeiros para nós próprios, seremos mais susceptíveis de 
ser fiéis aos outros: “Isto acima de tudo – que sigas a tua própria verdade, como a noite segue o 
dia, então, não poderás ser falso para qualquer homem. " 
As pessoas mentem nalgum lugar entre a continuidade de serem totalmente íntegras e 
completamente corruptas. Num extremo da continuidade, temos aqueles que fazem o seu melhor 
para serem fiéis à sua palavra e que estão preparados para ter o maior cuidado em cumprir os 
6 
 
seus compromissos; no outro extremo, encontramos aqueles que percebem os compromissos 
que fazem como pouco mais do que o ruído que sai das suas bocas. 
O psicólogo Nathaniel Branden, considerado o pai do movimento da auto-estima, 
reconhece a integridade como um dos pilares essenciais da auto-estima. Uma investigação, feita 
por Branden e outros, sugeriu a existência de um laço entre a integridade e a auto-estima. 
Vitalidade (Animação; Entusiasmo; Vigor; Energia) - "Uma pessoa vital é alguém 
cuja vivência e espírito são expressos não só em produtividade pessoal e actividades, como tais 
indivíduos muitas vezes infectam com energia as pessoas com quem entram em contacto." 
(Peterson e Seligman, 2004, p. 273) 
A vitalidade é um tipo de força diferente, porque é tanto uma pertença do corpo como 
da mente. A vitalidade, no sentido físico, refere-se a um sentimento salutar de ser capaz e de ser 
enérgico. Psicologicamente, o estado de “estar vivo” acompanha a sensação de que as acções 
têm um significado e um propósito. 
É uma força muito importante e, uma das principais cinco forças que estão mais 
fortemente correlacionadas com a felicidade e o bem-estar. (As outras quatro são a curiosidade e 
interesse no mundo, a esperança e o optimismo, a gratidão, e a capacidade de amar e ser 
amado.) Descrevemos as pessoas com esta força como vigorosas, enérgicas, de olhos brilhantes, 
entusiastas, aventureiras e dinâmicas. Têm joie de vivre. É de salientar, que a vitalidade não é a 
mesma coisa que a hiperactividade, a energia nervosa, a tensão ou mania. Preferencialmente, a 
vitalidade é bastante aprazível, é vivida com vontade e preenchimento, como é trazido numa 
vida conceituada e de actividades dignas. Trata-se de entusiasmo sobre e gosto por. É 
classificada como uma força de coragem porque a vitalidade é mais notória (e portanto, mais 
louvável) quando é exibida em circunstâncias que são consideradas difíceis e potencialmente 
frágeis.

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