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Nome: Bruna Scarlet dos Santos Ribeiro Ao juízo da Vara Criminal da Comarca de Niterói/RJ. Processo n° xxxxxxxxxxxxxxxxxx RECORRENTE: Gilberto xxxxxxxxx, já devidamente qualificado nos autos, vem mui respeitosamente através de seu Advogado e procurador, este que substabelece, nos autos supramencionados, com endereço na Rua XXXXXXXxxx, onde recebe notificações e intimações, com fundamento no artigo 197 da Lei de execuções Penais, não se conformando com a respeitável decisão fundamentada pelo juiz da Vara de Execução Penal, demonstrando inadequação para indeferimento do pedido formulado, vem respeitosamente a presença de Vossa Excellência interpor: AGRAVO EM EXECUÇÃO Requer que o presente seja recebido e encaminhado a Superior instância para o devido processamento e julgamento, com os fatos e fundamentos anexos. Nestes termos, Em que pede deferimento. Rio de Janeiro, 30 de Março de 2015. Advogado OAB xxxxxx RAZÕES DO AGRAVO A EXECUÇÃO Processo n° XXXXXXXxxx EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Colenda Câmara, DOS FATOS Ocorre que no 11 de setembro de 2013 houve o trânsito em julgado da sentença penal condenatória do Recorrente, sendo condenado a cumprir 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, referente a condenação pelo crime de roubo simples, artigo 157 caput do Código Penal. Desde o dia 15 de setembro de 2013, o Recorrente vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal, a prática de roubo simples conforme se estabelece o artigo 157 do Código Penal não é hediondo, a tipificação do crime hediondo esta alencado ao Art. 1º da Lei nº 8.072/90. Pleiteou-se , então, junto ao Juízo de execução Penal a concessão da progressão de regime do Recorrente, que já preenchia os requisitos para tal, como forma de resposta veio o indeferimento do mesmo. Ora excelência, se não é crime hediondo, se o Recorrente esta dentro dos requisitos a concessão do beneficio de livramento condicional, é cristalino que a decisão do Juiz da Vara de execução Penal foi no mínimo inadequada, devendo ser reformada, vale destacar que por não ser crime hediondo o Recorrente não necessita cumprir a totalidade de 2/3 da pena para que seja beneficiado a progressão de regime, conforme artigo 83 da Lei de crimes hediondos. Do Direito Com base em tudo que foi apresentado pelo magistrado, no sentido de que o Recorrente deveria cumprir metade da pena privativa de liberdade foi errônea ao dizer que o agravante seria portador de maus antecedentes. Isso porque o princípio da legalidade afasta qualquer conclusão nesse sentido. O princípio da legalidade, tem como principio a vedação da aplicação da analogia prejudicial ao réu em matéria penal. Existe uma previsão no Art. 83 do Código Penal prevê que apenas o condenado reincidente na prática do crime doloso tem que cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus ao livramento condicional. Apesar de o Art. 83, inciso I, do Código Penal falar em cumprimento de 1/3 da pena pelo condenado não reincidente e portador de bons antecedentes, deve essa fração ser também aplicada caso o acusado seja portador de maus antecedentes, além de não reincidente. É cristalino então que houve uma omissão da parte do legislador ao não prever o requisito objetivo para concessão do livramento condicional para o condenado primário, mas portador de maus antecedentes. Diante da omissão, não cabe analogia in malam partem, seguindo essa linha deve ser aplicado o que for mais favorável ao acusado, indo na contra mão da decisão do Juiz. Enfim, é translúcido que não houve fundamentação cabível ao caso apresentado para tal decisão, pois simplesmente foi mencionado que o crime de roubo é grave. Além do fato do delito ser de roubo simples, o Recorrente nunca teve nenhuma punição pela prática de falta grave dentro do estabelecimento prisional. Súmula nº 471: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional. 3. DOS PEDIDOS Considerando que o Recorrente já cumpriu o requisito temporal mínimo de 1/6 (um sexto) exigido para ver progredido o regime de execução de sua pena, bem como atende aos demais requisitos exigidos pela legislação aplicável, requer seja conhecido e provido o presente recurso por Vossas Excelências, tornando sem efeito a decisão contra a qual se insurge, pedindo-se assim a concessão do livramento condicional em favor do Agravante, eis que, quando do recurso, já preenchia todos os requisitos. Nestes termos, pede e espera deferimento. … (Município – UF), … (dia) de … (mês) de … (ano). ADVOGADO OAB n° …. – UF
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