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LESÕES TRAUMÁTICAS NA CABEÇA E NA COLUNA


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LESÕES TRAUMÁTICAS NA CABEÇA E NA COLUNA.
 Vários acidentes podem gerar danos a cabeça e coluna, principalmente de trabalho e de trânsito. Esses danos ou traumas podem ser graves ou não, dependendo da natureza. Mas o trauma da cabeça sempre tem que considerar graves. Pois podem vir a ter seqüelas futuras, sendo elas, problemas na fala, de memória e até comportamental. Por isso requer uma avaliação minuciosa. 
 LESOES NA CABEÇA.
 Existem quatro tipos de lesões na cabeça, cujos sinais e sintomas	variam conforme o tipo e gravidade:
· LACERAÇÃO DO COURO CABELUDO.
· COMOÇÃO CEREBRAL.
· COMPRESSÃO CEREBRAL.
· FRATURA CRANIANA.
 Os sintomas de uma laceração no couro cabeludo são:
· Dor de cabeça.
· Ferida que pode se abrir facilmente, podendo permanecer aberta, por vezes, havendo levantamento e deslocamento do couro cabeludo.
· Pode haver sangramentos, muitas vezes abundante, pois o couro cabeludo é muito sensível e cheio de vasos sanguíneos, podendo muitas vezes causar hemorragia grave.
 ( Imagem do Google)
 
 Sintomas e sinais de comoção cerebral, compressão cerebral e fratura craniana:
 COMOÇÃO CEREBRAL.
· Perda de memória passageira por causa do acidente.
· Tonturas, vontade de vomitar, perturbações do equilíbrio.
· Dores de cabeça e zumbidos nos ouvidos.
· Repetição de perguntas sobre o que se passou.
· A pessoa fica incapaz de responder questões colocadas ou de obedecer a ordens.
· Violência verbal, agitação, pessoa fica agressivo (a).
· Gera sonolência.
· Pode perde a consciência por alguns minutos ou ficar semiconsciente.
· Pele fria e úmida.
· Palidez no rosto.
· Pulso rápido e fraco.
 COMPRESSÃO CEREBRAL.
· A pessoa fica confusa, não fala coisa com coisa.
· Vômitos em jatos, principalmente em adultos.
· Estado de consciência começa a variar, começa uma tendência crescente a adormecer cada vez mais profundamente até ficar totalmente inconsciente.
· Espasmos nos membros.
· Pupilas com tamanhos diferentes ao serem examinadas com auxílio de luz.
· Respiração com ruídos e irregular, muitas vezes, a respiração para.
· Pulsação lenta, que geralmente é sinal de hemorragia intracraniana.
· Temperatura corporal fica alterada, poder subir ou descer.
· Face azulada ou avermelhada.
· Redução dos movimentos e sensibilidade, outras vezes, paralisia total de um lado do corpo.
 FRATURA CRANIANA.
· Pupilas desiguais e possível estado de inconsciência.
· Terá edemas, contusão ou feridas no couro cabeludo, rosto ou maxilares.
· Dor muito intensa ou pressão forte na cabeça.
· Afundamento ou deformação no osso.
No caso de fratura na base do crânio, a vítima apresenta:
· Escoamento de sangue ou líquido cefalorraquidiano pelo nariz e ouvidos.
· Coloração azulada da pele debaixo dos olhos ou atrás das orelhas.
Fraturas perto da órbita, podemos ver os seguintes sintomas:
· Olho injetado de sangue.
· Náuseas e vômitos em jato.
· Respiração rápida, difícil, com excesso de saliva, muitas vezes com sangue( o reflexo da tosse pode estar ausente e a vítima pode sufocar com sua secreções).
· Dificuldades em falar.
Toda lesão na cabeça é considerada grave até que tenhamos a prova contrária. Se acontecer uma comoção cerebral que não houve outra lesão associada, não precisamos manter a vítima acordada, mas temos que vigiar seu estado durante 24 horas. O aumento do sono é um sinal de agravamento do estado, indicando o desenvolvimento de uma compressão cerebral.
O socorrista deve seguir determinados passos se julgar que a vítima esteja com traumatismo craniano.
Se houver a suspeita de lesão na cabeça:
· Garantir a segurança do local.
· Chamar Serviço de Atendimento de Emergência.
· Nunca mexa na vítima, o deixa na posição que você a encontrou. Observar se a cabeça está desviada do seu eixo, mexer na vítima só em caso de recorrer a animação cardiorrespiratória e se estiver apto a fazer esta intervenção.
· Caso a vítima estiver consciente, chegue perto dela de frente, para que não seja necessário movimentar a cabeça para ver você.
· Manter a vítima na mesma posição, estabilizar a cabeça e o pescoço para vítima não mover, colocando as mãos e joelhos de cada lado da cabeça. Se houver sangue, sempre utilizar luvas descartáveis.
· Após, estabilize a cabeça e o pescoço com objetos que estiver a disposição, como mochilas, sacos de areia ou qualquer outro objeto similar. 
Os cuidados que devemos ter com vítimas com lesões na cabeça são:
· Se a vítima estiver inconsciente ou inquieta, deita-a de costas.
· Afrouxar as roupas do acidentado.
· No caso de hemorragia, por pano limpo ou compressa sobre o ferimento.
· Prender a compressa com esparadrapo ou uma tira de pano.
 LESÕES NA COLUNA VERTEBRAL.
A coluna vertebral é uma pilha de ossos chamados vértebras ligadas por articulações e separadas por discos de cartilagem. Essa pilha de vértebras foi organizada pela evolução da espécie para servir de apoio a outros ossos do esqueleto e proteger a medula espinhal, que passa por um canal no interior da coluna e de onde saem os nervos responsáveis por todos os nossos movimentos e sensações.
A coluna é composta por 33 vértebras: sete cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas. Nos intervalos entre uma e outra, saem os nervos que, de cima para baixo, vão enervar os vários segmentos do corpo.
 Existem vários tipos de lesões na coluna, sendo elas: fraturas, luxações ou deslocamento de discos intervertebrais e as entorses. Quando o socorrista estiver em dúvidas sobre à natureza da lesão, sempre deverá considerar como uma fratura.
 Na avaliação da vítima deve-se perguntar se ela sente dor na coluna dorsal e percorrer com a mão pela espinha do acidentado desde a nuca até o sacro. Caso haja dor pode indicar lesão da coluna dorsal.
 Nossa coluna vertebral constitui um canal dentro do qual passa a medula espinhal, que assegura a transmissão do influxo nervoso entre o cérebro e as diferentes partes do corpo e controla inúmeras funções do organismo.
 A coluna vertebral tem duas regiões mais vulneráveis que são a cervical e a lombar. Sendo essas as regiões que mais sofrem lesões.
 Existem diversas situações que podem gerar lesões na coluna vertebral. Choques diretos ou indiretos podem levar nossa coluna a curvar-se além de seus limites anteriores ou posteriores. Algumas situações como:
· Mergulhos em que a cabeça bate no fundo da piscina ou lago.
· Acidentes rodoviários em que haja parada brusca ou desaceleração violenta provocando a flexão da cabeça seguida de hipertensão violenta para trás, torções repentinas da coluna ou a ejeção da vítima para fora do veículo.
· Quedas sobre os pés, sobre as costas ou posição sentada.
· Pancadas violentas na cabeça, pescoço ou nas costas desferidas com objetos pesados.
· Lesões resultantes de pancadas ou agressão violenta e até ferimentos causados por armas de fogo na cabeça, pescoço, ombros, tórax e abdômen.
Veremos agora os sinais e sintomas que identificam as lesões na coluna vertebral:
· Inchaço (edema) presente ao longo da coluna.
· Dor: pode ser viva, como se a vítima estivesse a ser cortada em duas, ou estar completamente ausente.
· Deformação: possível.
· Feridas associadas: feridas simples ou feridas complexas (como um osso exposto ao longo da coluna vertebral).
Podem existir outros sinais da existência de lesão na coluna vertebral:
 Pode haver perda parcial ou total de movimentos e sensibilidade dos membros inferiores se o traumatismo for na região lombar, e dos membros superiores e inferiores se a lesão for nível cervical.
 
 Estado de choque neurológico.
 Caso atinjaa medula espinhal na seqüência de um traumatismo da região cervical, ao nível do bulbo raquidiano, os movimentos do tórax para respiração podem ficar comprometidos. Neste caso, só o diafragma assegura a respiração. Os outros músculos do tórax se encontram paralisados.
 No caso de lesão na coluna vertebral os primeiros socorros têm o objetivo de prevenir o agravamento, imobilizando a vítima Para deslocar a vítima sua vida tem que estar correndo perigo, como no caso de incêndio, perigo iminente de derrocada ou aluimento de terras ou na presença de um gás tóxico.
 Caso suspeite de fratura nível cervical, o socorrista deve utilizar um colar cervical para estabilizar.É importante que apenas os socorristas especializados podem imobilizar a cabeça com um colar cervical.
 Existe uma sequência de intervenções necessárias em caso de lesão na coluna vertebral:
· Garantir a segurança do local.
· Chame o serviço móvel de urgência (102).
· Jamais desloque ou mexa na vítima, a não ser que estiver correndo risco de vida.
Se a vítima estiver consciente.
· Pergunte as testemunhas sobre as causas do acidente que podem levar a supor a lesão na coluna.
· Anote hora, duração e a freqüência dos estados de inconsciência.
· Converse com a vítima mesmo que esteja inconsciente. Ela poderá ouvir, pois a audição é o último sentido a ser afetado.
· Se o acidentado vomitar, coloque luvas descartáveis e coloque-a de lado na posição de segurança, assegurando-se que irá virar cabeça e corpo simultaneamente, peça ajuda para outro socorrista lhe ajudar.
· Olhe se está saindo algum líquido pelo nariz ou ouvidos, se sim, não tente estancar. Cubra com compressas esterilizadas para evitar infecções.
· Observe a respiração: caso faça ruídos por causa das secreções acumuladas na boca ou de traumatismo cerebral? É rápida ou superficial? Retire da boca qualquer objeto que possa estar obstruindo a respiração, incluindo próteses dentárias.
· Caso haja parada respiratória, proceda com a respiração artificial abrindo as vias aeras através do traço maxilar, sem inclinar a cabeça, se conhecer esta técnica específica.
· Fique de olho na circulação sanguínea, reação à dor, subida de temperatura e qualquer alteração do estado neurológico.
· Não deixa a vítima sozinha.
· Tape-a para evitar o estado de choque e a perda de calor. Nunca eleve as pernas. Esta manobra aumenta e pressão sanguínea na cabeça e pode complicar hemorragias cerebrais, compressão cerebral e fratura craniana.
· Enquanto espera o serviço de emergência, faça os exames primários, vigie o estado da vítima e converse sempre com ela, para ver seu estado de consciência.
· Se a vítima estiver consciente:
· Insista na importância de permanecer imóvel, para não agravar seu estado.
· Faça um exame neurológico. Este exame indica o bom funcionamento do cérebro, uma vez que este pode ser afetado em caso de traumatismo na coluna vertebral. Verifique se a vítima apresenta formigamento ou perda de sensibilidade ou até movimentos nas extremidades. Na sequência de uma ruptura da medula espinhal, a vítima pode ficar incapaz de executar movimentos com os pés e as mãos, peça para mexer levemente os dedos das mãos e dos pés e toque neles para ver se ela sente. Em caso de ela sentir, peça para apertar sua mão ligeiramente. 
Se a vítima estiver usando capacete:
Não tire o capacete se ela estiver respirando. Apenas levante a viseira. Se existir amarração no queixo, desaperte-a, retirar o capacete é uma manobra muito delicada. Se a vítima não estiver respirando e o socorrista tiver as formações necessárias, pode retirar o capacete para efetuar o RCR. Caso não tenha formação especializada, limitar-se a fazer as compressões torácicas.
O deslocamento da vítima com lesões na cabeça e na coluna vertebral precisa-se ter um treinamento especial.