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Desenvolvimento 
e Aprendizagem 
na Infância
A Biografia de Piaget
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Reni Rutkowski Silva
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Fátima Furlan
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução;
• Origem da Teoria.
Fonte: Thinkstock/Getty Im
ages
Objetivos
• Contextualizar primeiro a história de vida de Jean Piaget;
• Mostrar como acontece o desenvolvimento infantil e suas etapas.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
A Biografia de Piaget
UNIDADE 
A Biografi a de Piaget
Contextualização
Leia com atenção as seguintes perguntas:
• Piaget começa a construir sua teoria a partir da sua experiência e desenvolvimento 
de sua vida?
• Para Piaget a criança é um ser em constante transformação?
• A biografia de Piaget determina os aspectos essenciais de sua obra?
Se sua resposta foi afirmativa para todas as perguntas significa que você está no 
caminho certo para compreender Piaget e iniciar uma fantástica viagem no universo do 
desenvolvimento da Inteligência e Aprendizagem.
6
7
Introdução
Jean Piaget foi, inegavelmente, uma das figuras que mais exerceu influência no campo 
da educação. A concepção proposta por ele surge em função de alguns questionamentos:
• Como o homem aprende?
• Qual é a fonte do conhecimento?
• Como se chega ao conhecimento?
• Quais são as características da aprendizagem?
• Quais devem ser os objetivos do ensino?
• Como se configuram as relações entre educador e educando?
As respostas para as questões acimas são várias, mas entre elas encontramos uma 
que define como fonte do conhecimento a interação entre, o sujeito que conhece e o ob-
jeto de conhecimento. Assim sendo, o conhecimento é construído pela interação entre, 
sujeito que busca conhecer um dado objeto.
Os questionamentos propostos e a busca de respostas são encontrados em Jean Pia-
get, um epistemólogo suíço, que contribuiu de maneira significativa no esclarecimento 
da gênese do conhecimento humano.
O delineamento das ideias do autor passará inicialmente pelos dados biográficos, a 
seguir para origem da teoria e conceitos principais, finalizando com as etapas de desen-
volvimento cognitivo e suas implicações educacionais.
Jean Piaget
Epistemólogo Suiça
Nascido naFoi um brilhante
Cientista do
conhecimento
Que quer dizer
Viveu de
1896-1980
Figura 1 – Dados Biográfi cos
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Jean Piaget nasceu na Suiça na cidade de Neuchâtel, em 1896. Ele foi um menino 
prodígio, pois aos 10 anos interessado em estudar sobre um pardal albino acaba desen-
volvendo e publicando seu primeiro artigo científico.
Desde muito cedo se mostrou interessado em diferentes áreas do conhecimento como 
filosofia, religião e ciência. Foi na área da ciência da biologia, aos 23 anos que se formou 
na Universidade de Neuchâtel.
7
UNIDADE 
A Biografi a de Piaget
Após se formar, em 1918, muda-se para Zurique com o objetivo de estudar Psicologia 
e no ano de 1919, passa a trabalhar em Paris com Binet, o qual trabalhava na constru-
ção dos primeiros testes de inteligência.
Suas publicações de livro se iniciam em 1923 com o lançamento do livro “Linguagem 
e Pensamento da Criança”, que é o primeiro de mais de 50 livros publicados. Já nos 
anos 30 escreve vários trabalhos sobre o desenvolvimento infantil, baseando-se na ob-
servação de seus filhos, os quais foram fontes preciosas para o desenvolvimento de suas 
ideias. E ainda, ocupou vários cargos de importância, entre os quais, nas universidades 
de seu país, assumiu a direção do Instituto Jean-Jacques Rousseau ao lado de um de 
seus mestres Édouard Claparède.
Piaget faleceu em 1980 e até o final de sua vida trabalhou e foi honrado com diversos 
títulos de universidades europeias e norte-americanas.
Origem da Teoria
A base inicial da teoria de Piaget está apoiada nas concepções de Ontogênese e 
Filogênese. A ontogênese estuda a origem e desenvolvimento das espécies, desde o 
embrião até atingir sua forma plena, as quais passam por diferentes estágios de desen-
volvimento. Já filogênese estuda como os grupos de organismos evoluíram, ou seja, as 
relações ancestrais entre espécies. (dicionarioportugues.org/pt/ontogene-1).
As concepções apresentadas encaminham para ideia de que o homem é fruto de um 
processo evolutivo, e como tal, não nasce pronto, mas o apresenta de forma dinâmica 
e transformadora.
Neste caminho de primeiro buscar a origem, e em seguida, como o ser se desenvol-
ve é que Piaget encontra a relação entre os estágios de desenvolvimento do embrião 
até atingir sua forma plena, com os estágios de desenvolvimento para aquisição do 
conhecimento e, por conseguinte, desenvolvimento da inteligência. Em suma, Piaget, 
segundo Davis e Oliveira (2010), “dedicouse a investigar cientificamente como se forma 
o conhecimento” e essa preocupação de buscar a origem do conhecimento, o apresenta 
como quem teorizou o conceito de Epistemologia Genética, na qual o conhecimento não 
é algo inato dentro do sujeito, mas sim fruto da interação do indivíduo com seu meio 
ambiente o que reafirma sua perspectiva e visão interacionista de desenvolvimento.
Fonte: www.significados.com.br/epistemologia/
A visão interacionista de desenvolvimento remonta a ideia já apresentada que há um 
sujeito que quer conhecer e a relação com o objeto a ser conhecido, mas tal relação 
demonstra que a transmissão de conhecimento é limitada, na medida em que, o conhe-
cimento se apresenta por meio de descobertas e interesses da própria criança e não se 
pode fazer a criança aprender o que ainda não está pronta para conhecer. Assim sendo, 
revela que o aprendizado é construído pela criança, o que atribuí a esta Teoria o status 
de Corrente Construtivista, na qual o desenvolvimento é um processo contínuo de tro-
cas entre o sujeito e o meio ambiente.
8
9
As concepções de Piaget fazem parte das ciências humanas que, segundo Lima 
(1980), “englobam a biologia, psicologia e sociologia e que a evolução dos seres vivos, 
o comportamento humano e a história do homem são processos dialéticos” os quais 
são resultantes da interação entre organismo e o meio, pois nada é inato tudo está em 
construção.
A partir da citação de Lima (1980), observamos que três áreas estão englobadas nas 
concepções de Piaget e não poderíamos deixar de fazer menção à área da psicologia, 
haja vista, que o desenvolvimento humano e aprendizagem infantil englobam também 
aspectos relativos ao comportamento afetivo.
Discorrer sobre comportamento afetivo, necessariamente, significa delinear algumas 
ideias centrais da teoria Psicanalítica de Sigmund Freud, o qual deu ênfase aos aspectos 
inconscientes do sujeito, enquanto Piaget deu ênfase aos aspectos cognitivos.
Importante ressaltar, que apesar de ênfases diferentes dos dois teóricos, não há con-
tradições, mas há sim complementariedade, pois Piaget buscou entender a relação que 
existe entre um sujeito que busca conhecer e por outro um objeto a ser conhecido, esta 
premissa aponta queo olhar de Piaget se deteve no sujeito e a busca do conhecimento. 
Já Freud buscou compreender a relação entre sujeito e o objeto a ser conhecido.
Sigmund Freud (1856-1939)
Sisgismund Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na cidade de Freiberg, no nordeste 
da Moravia, próxima a Ostrau hoje Pribor, na República Theca Império Austro-húngaro 
e recebe o nome de Schlomo, conforme costume judaico. Aos 22 anos, escolhe uma 
forma mais concisa de seu nome: Sigmund.
Segundo Rappaport (1986), o pai de Freud 
sofre uma crise financeira que o arruína, nessa 
fase Freud tinha 3 anos. Em função do revés fi-
nanceiro, a família muda-se para Viena. Aos 17 
anos, forma-se no curso secundário com mérito 
acadêmico e se vê obrigado escolher uma car-
reira, inicialmente, decide-se por Direito, mas 
logo muda de ideia e volta-se para o estudo das 
ciências biológicas. Já no curso universitário, 
encontra muitas dificuldades, pois ainda apre-
sentava dúvidas sobre sua carreira profissional. 
As dúvidas persistem por longo 6 anos e acaba 
trocando biologia por medicina. Em 1885, re-
cebe uma bolsa de estudos por intermédio de 
seu professor Brucke e muda-se para Paris e 
começa a trabalhar em Salpêtrière onde en-
tra em contato com Charcot. Estudando com 
Charcot, volta-se para manifestações da histe-
ria: hipnose e os efeitos da sugestão.
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
9
UNIDADE 
A Biografi a de Piaget
Freud permanece em Paris por um ano e, em seguida, volta para Viena e apresenta 
suas ideias teóricas iniciais em uma conferência, mas a comunidade acadêmica recebe 
com ressalvas suas ideias.
Aos 30 anos (1886), casa-se com Martha Bernays, com a qual teve uma vida conjugal 
estável e teve 6 filhos: Mathilde; Jean Martin; Oliver Ernst, Sofhie e a última Ana, a qual 
segue seus passos.
Até 1891, morou com a família na Theresienstrasse. Depois residiu no famoso ende-
reço da Bergasse, distrito de Viena, mas em 1938 é obrigado a mudar-se para Londres 
refugiando-se do regime nazista. Em Londres, em 1939, falece aos 73 anos.
Discorrendo brevemente sobre Freud, que estudou quais são os mecanismos motiva-
cionais inconscientes que levam o sujeito a fazer escolhas objetais, ou melhor, as relações 
afetivas entre sujeito e objeto, é preciso esclarecer que essas relações são estabelecidas 
ao longo do desenvolvimento humano em suas diferentes idades.
A teoria de Freud apresenta dois aspectos importantes do desenvolvimento infantil: 
um é sobre a formação da personalidade e o outro sobre o desenvolvimento da sexuali-
dade, os quais se encontram intimamente ligados.
Para iniciarmos sobre a Formação da Personalidade, precisamos apresentar o concei-
to de Libido, que é primordial para entender essa teoria. Freud denomina a Libido como 
fonte de Energia Psíquica, ou seja, ela é a mola propulsora do desenvolvimento, pois 
empresta energia, força e direção para o sujeito encontrar o objeto. A Libido é definida 
como uma energia somática, localizada na região do corpo onde nasce a excitação. 
Além disso, essa energia tem sempre como objetivo a busca, ou melhor, existe sempre 
um “impulso”, uma direção, que será sempre buscar o objeto de sua satisfação. Assim 
sendo, a Libido sempre é guiada pelo Princípio do Prazer, sempre evitando situações 
de Desprazer. Em suma, essa busca contínua pelo Prazer mostra que há princípios nor-
teadores de nossas ações, e estes são: o princípio do prazer que para evitar o desprazer 
favorece o desenvolvimento do “princípio realidade”.
Resumindo, somos levados a duas situações, uma é o viver, outra, o desenvolver. 
Mas, essas duas situações não são vivenciadas de forma harmoniosa, pois o objetivo 
sempre é o equilíbrio, o qual dependerá da forma como o sujeito resolve os seus conflitos 
ao longo de sua vida, ou melhor, ao longo das diferentes etapas de vida que são marca-
das pelas diferentes idades do sujeito.
As diferentes idades vão apresentando diferentes estruturas da personalidade. A pri-
meira estrutura é o Id que é definido como reservatório de impulsos primitivos e que 
se caracteriza pela busca de gratificação imediata de suas necessidades e desejos. Essa 
estrutura se manifesta basicamente no início da vida, por exemplo, um bebê não con-
segue ter tolerância às frustações. A segunda estrutura é o Ego, que está relacionado 
ao início do processo de consciência, ou seja, o lado da razão. Essa estrutura começa 
a surgir após o primeiro ano de vida da criança, pois os primeiros conflitos começam 
a surgir, na medida, em que há impulsos do Id exigindo ser atendidos e o Ego busca 
atender a estes por caminhos possíveis e aceitáveis socialmente, caracterizando que a 
10
11
criança começa aprender o que pode e o que não pode fazer, ou ainda, a Razão está 
presente. Há uma “briga eterna entre Id e Ego” o Id quer agora e o Ego tenta conciliar 
e resolver estas imposições do Id.
A última estrutura da personalidade é o Superego, que aparece no início do proces-
so de escolarização. Essa estrutura está relacionada ao aparecimento da Moral, pois a 
criança começa a introjetar os padrões vigentes na sociedade, ou melhor, o que é aceitá-
vel socialmente e rejeitado socialmente, aprende o que é errado e aprende o que é certo.
Passaremos a apresentar a Teoria de desenvolvimento da Sexualidade, a qual é ca-
racterizada por busca de satisfação dos desejos sexuais, ou melhor, a busca pelo prazer 
físico. O princípio do Prazer acompanha o sujeito desde o início de sua vida e cada um 
tem modos peculiares e únicos de viver e sentir esse processo de desenvolvimento. No 
entanto, existe uma semelhança entre os sujeitos, que diz respeito às sequências de eta-
pas de desenvolvimento, ou seja, há etapas específicas para cada idade que o sujeito se 
encontra e essas são semelhantes, no que diz respeito, a qual parte do corpo está sendo 
mobilizada sua zona erógena.
Encontramos situadas no corpo cinco zonas erógenas:
1. Fase Oral – (0 até 1 ano e meio), a Libido tem como principal característica todo 
e qualquer prazer experimentado oralmente, ou seja, o mundo é percebido pela 
boca. Além disso, há manifestações iniciais das estruturas do EGO, do qual faz 
parte a Consciência. A Consciência nos equipa para trabalhar com a realidade, 
e ainda, devemos ressaltar que em termos educacionais, significa a possibilidade 
de incorporar ativamente os conhecimentos.
2. Fase Anal – (após 1 ano e meio a 3 anos), a Libido está situada na região anal. A 
principal característica é que todo e qualquer prazer é experimentado de forma 
anal, ou seja, o mundo é percebido e sentido pela via anal. Aqui, a noção de 
produto é adquirida, pois o primeiro produto que a criança percebe como seu 
é o cocô. O ambiente tem papel relevante, pois a forma como esse “produto” é 
recebido irá favorecer ou não o desenvolvimento de: segurança, frustação, acei-
tação, autonomia e outros.
3. Fase Fálica – ( após 3 anos a 5 anos), a Libido está situada na região genital. A 
principal característica é que todo e qualquer prazer são experimentados pelos 
órgãos sexuais/genitais. Nesta fase, é que o Complexo Edipiano aparece, pois 
há o início das fantasias e pensamentos sexuais, isto não significa o ato em si, 
mas a fantasia sobre este. Este complexo é manifestado no menino projetando 
na figura materna a fantasia de estar no “lugar do pai”, já na menina é o inverso, 
a fantasia é projetada na figura paterna e fantasia de estar no “lugar da mãe”. A 
partir da forma de como são trabalhadas essas manifestações, teremos ou não 
a resolução desse complexo, que dependerá o início da terceira estrutura de 
personalidade o Superego, do qual depende nossa atuação moral na sociedade, 
além de mobilizar a curiosidade.
4. Fase de Latência – (após 5 anos até 12 anos), a Libido não possui nenhuma 
fixação o que caracteriza uma fase de tranquilidade, pois as questões relativas 
ao prazer ficam em estado de latência, ou seja, não há nenhuma zona erógena 
11
UNIDADE 
A Biografi a de Piaget
evidenciada. A adaptação social e desenvolvimento cognitivosão importantes 
características que devem ser trabalhadas.
5. Fase Genital – (após 12 anos até o final da adolescência) a Libido irá se ma-
nifestar e a principal característica são as questões relativas à preocupação e 
busca de um parceiro para satisfação do prazer relacionado à prática sexual. A 
Identificação Social é a essência desta fase, na qual o sujeito aprende o amor 
referenciado na troca, na felicidade mútua do Eu e do Outro. A Identidade é ela-
borada e demonstra que todas as outras fases foram resolvidas e a Personalidade 
já está formada.
O desenvolvimento da sexualidade é acompanhado por sentimentos, emoções e ma-
nifestações afetivas que são determinadas pelo nível de atendimento das necessidades 
básicas de cada fase, isto significa que para cada fase há exigências mínimas, sem as 
quais pode elevar o nível de frustação do sujeito, levando-o a se fixar em dada fase, im-
pedindo seu processo natural de desenvolvimento.
Você já deve ter dito ou pensado: Se eu não tivesse sido repreendida daquela forma pelo 
meu pai ou mãe hoje eu não estaria me sentido assim...
Quem não viveu frustações profundas, as quais os acompanham até os dias de hoje. A épo-
ca de Natal é um bom exemplo, pois muitos pais e mães se impõem, sem ter condições 
financeiras, presentear seus filhos com todos os brinquedos solicitados por eles. Vejam! 
Mesmo não podendo, eles precisam fazer isto, alegando que não querem que seus filhos 
vivenciem o que eles passaram na sua infância, ou seja, a “falta de brinquedos”. Mas o que 
realmente está em pauta não é a falta do brinquedo, mas a experiência da falta do afeto.
O exemplo demonstra que a forma como o sujeito vivencia o mundo e o faz por meio 
de suas relações objetais é que determinará a adequação ou não de sua adaptação e 
desenvolvimento.
Caminhamos com Freud para complementar as ideias de Piaget. Em Freud, enten-
demos o desenvolvimento afetivo e em Piaget, o desenvolvimento da inteligência e pen-
samento, ou seja, o sujeito de Piaget que quer conhecer está intimamente relacionado 
com o objeto que quer ser conhecido, objeto este buscado e compreendido por Freud 
que apresenta em sua teoria o desenvolvimento da Personalidade e o desenvolvimento 
da Sexualidade.
Interessante notar que Piaget ao construir sua teoria, assim como Freud, a dividiu 
em fases que correspondem à idade que a criança está vivendo. Embora as teorias tra-
tem de temas diferentes, se unem em alguns aspectos o que demonstra que apesar dos 
diferentes olhares sobre o sujeito, todos de certa forma, auxiliam e contribuem para a 
sua Construção.
A ciência psicológica apresentada por Freud contribuiu de forma importante e im-
prescindível para entender o desenvolvimento da criança de Piaget.
Ao traçarmos essa trajetória de Freud, encontramos algumas reflexões que chegam 
até Piaget, pois a dimensão psicológica está imbricada com as questões do conhecimen-
12
13
to e aprendizagem, as quais são apontadas por Lanjonquiere(2002). Iniciaremos por 
Freud, que discute o desejo de saber, o qual faz parte da vida do sujeito e é compelido 
pelo Complexo Edipiano, na medida, em que a criança na Fase Edipiana vive certas 
angústias relacionadas ao amor nutrido por um dos pais (menina pelo pai e menino pela 
mãe). A forma de resolução deste conflito é buscar o Conhecimento como forma de su-
peração e aqui estaria a base do conhecimento que é o ponto chave da teoria de Piaget.
E ainda, o processo de conhecimento está relacionado intimamente com o processo 
de aprendizagem, o qual inclui variações, ora acertos, ora erros e a criança ao se de-
frontar com essas variações necessita tolerar frustações. Para clarear esta questão, pre-
cisamos retomar a ideia de Piaget sobre a Equilibração Majorante e seus mecanismos 
compostos por assimilação que significa incorporar elementos novos a estruturas 
já existentes e acomodação que significa modificar esquemas de assimilação. Es-
ses mecanismos mobilizam o processo de Equilibração, o qual é alcançado por meio da 
construção do conhecimento. Tal caminho sempre se apresenta de forma Conflitiva, ou 
melhor, situações ou provocações levam a “Conflitos Cognitivos”. Atentem para outra 
situação que diz respeito à Aprendizagem, a qual é gerada pelos Conflitos Cognitivos.
As situações acima apresentadas nos levam às seguintes ideias de Freud relacionadas 
com Piaget, que são: Os conflitos Cognitivos se apresentam quando o Sujeito quer Co-
nhecer o objeto, mas para isso ele precisa superar os conflitos, ou melhor, ele necessita 
segundo Freud superar o conflito entre as Pulsões do ID e do EGO. Esse conflito entre 
essas Pulsões quando superadas apresentam um Sujeito que Conhece o objeto desejado, 
o que caracteriza a aquisição do Conhecimento, por meio inicialmente, de uma contra-
dição psicológica. Piaget parte da mesma premissa de Freud, ou seja, o Conhecimen-
to é construído vias contradições que provocam perturbações que impulsionam o 
“Sistema Cognitivo”.
Os desequilíbrios que Piaget se refere são causados pelo que Freud como resistência 
aos objetos exteriores, os quais são obstáculos inerentes da vida. Em geral, o sujeito 
busca sempre superar os obstáculos, mas nem sempre isto é possível, e a não superação 
compele ao ERRO. Em geral, o Erro determina a qualidade e permanência dos erros, o 
que apontará as características de cada sujeito e suas aprendizagens.
Dando continuidade às ideias, encontramos a Definição de Inteligência: A Inteligên-
cia é um conjunto de operações estruturadas que carregam consigo o poder de sua pró-
pria autoconservação, e esta é acionada quando há o indício de comprometimento 
de seu sistema, imediatamente, este poder se coloca em movimento, desta forma, 
ocorre o que Freud designa como Compensação.
Para Piaget, aprender é tomar Consciência por meio de Equilibração Majorante. 
Há dois tipos de consciência:
• uma é denominada consciência elementar, que está ligada a um dado imediato, ou 
seja, o que vejo do objeto;
• a outra é denominada tomada de consciência, que significa uma reconstrução de 
conceitos por mei o da lógica que surge frente à ação.
13
UNIDADE 
A Biografi a de Piaget
Os dois tipos de consciência estão também ligados às concepções freudianas, ou seja, 
a Consciência surge no final do Período Sensório Motor de Piaget quando há resquícios 
do aparecimento do EGO.
Em síntese, o Sujeito de Piaget é também o Sujeito de Freud, e assim sendo, O Su-
jeito não é só desejo (Freud), ou só conhecimento (Piaget), ele é a soma do todo para 
sua Integração.
Essas correlações que buscamos mostrar entre Piaget e Freud demonstra que o Su-
jeito de Piaget não é só conhecimento, mas também um Sujeito que sente, ou melhor, 
O Sujeito é a soma de vários olhares e proposições.
Entre as proposições, vocês podem estar se perguntando onde encontramos a ci-
ência sociológica na teoria de Piaget? A resposta à pergunta está no próprio Piaget 
quando aponta que o Sujeito é Construído por intermédio da relação sujeito e objeto, 
ou melhor, a interação social entre o organismo e o meio e que paulatinamente vai 
adaptando, delineando e transformando o sujeito que quer conhecer e também os ob-
jetos a serem conhecidos. Em suma, na medida em que vivemos, há desenvolvimento, 
ocorrem mudanças de olhares, mudanças de percepção, mudanças afetivas, mudanças 
cognitivas, mudanças nas estruturas de pensamento e também nas estruturas e níveis 
de inteligência.
Efetivamente, na concepção de Piaget há um lugar para interação social que segundo 
La Taille(1992), “Piaget escreve: O homem normal não é social da mesma maneira aos 
seis meses ou aos vinte anos de idade, e, por conseguinte, sua individualidade não pode 
ser da mesma qualidade nesses dois diferentes níveis”.
A afirmação denota que a criança não nasce um ser social, mas paulatinamente, 
vai se construindo como tal, por meio das relações sociais e trocas que se configuram 
nessas relações.
Segundo Davis C. (2010), “As interações sociais recebem influência de fatores exter-
nos e internos,os quais se inter-relacionam de forma contínua, formando uma complexa 
combinação de influências”.
Agora, podemos ressaltar a importância da ciência biológica na obra de Piaget, o 
qual principia suas reflexões instigadas pela teoria revolucionária de um naturalista in-
glês Charles Darwin (1809-1882) que tratou da origem das espécies. A influência de 
Darwin encaminhou algumas ideias importantes para Piaget, como segue:
• A vida das espécies tem um padrão organizado de desenvolvimento;
• A inteligência tem uma base biológica.
O desenvolvimento da inteligência se forma por esquemas que apresentam condições 
de evolução, os quais partem progressivamente de esquemas simples para esquemas 
mais complexos. Essas condições nos levam a refletir sobre a ampla possibilidade que 
o homem tem de crescer e se transformar ao longo de sua vida, e ainda, a cada etapa 
vivida o homem se reconstrói, ou seja, SER é um estado permanente de CONSTRU-
ÇÃO. A imagem a seguir resume as ideias centrais de Darwin as quais guiaram Piaget: 
ADAPTAÇÃO E MUDANÇA.
14
15
As ideias de Darwin seguidas por Piaget 
nos mostram que o processo de crescimento 
depende de nossas possibilidades de nos adap-
tar ao novo que nos leva a transformações.
O princípio do desenvolvimento da criança 
é regido pelo conceito de Equilíbrio, ou tam-
bém chamado de Equilibração Majorante, o 
qual a auxilia na progressão da organização 
interna e adaptação ao meio. Esse conceito 
encontra-se atrelado à ideia que todo ser sem-
pre busca um estado de equilíbrio, o qual au-
xilia na adaptação do sujeito ao meio, ou seja, 
qualquer situação que traga inseguranças e perturbações, o sujeito irá buscar formas 
de superá-las para que seu equilíbrio possa ser retomado. No entanto, é necessário 
ressaltar que viver é um processo contínuo de desequilíbrios e equilibrações, sendo que 
o desenvolvimento cognitivo também se encontra submetido a esta lógica. No entanto, 
quando há superação dos desequilíbrios novas possibilidades se apresentam e geram 
uma harmonização entre o sujeito e o meio.
O processo de Equilíbrio/Equilibração é contínuo da vida e está intimamente rela-
cionado a dois mecanismos, os quais são mobilizados quando se faz necessário trazer 
um novo estado de equilíbrio. Eles são denominados assimilação e acomodação. A 
assimilação se apresenta como ações que o sujeito desenvolve no sentido de buscar 
significados para situações novas a partir de experiências anteriores, ou ainda, incorpo-
rar novas situações ou objetos do mundo exterior aos esquemas mentais já existentes. 
A acomodação é outro mecanismo que faz o sujeito se modificar frente ao novo para 
se adaptar às novas exigências que se apresentam pelo ambiente. Os dois mecanismos 
são diferentes, mas em dada situação eles podem ocorrer de forma concomitante. Por 
exemplo: a criança utiliza sua boneca de diferentes formas: a boneca como sua amiga, 
a boneca como meio para bater em alguém, a boneca pode ser jogada para cima como 
uma bola e assim agindo mostra que a boneca adquire diferentes significados dependen-
do do momento e forma que a criança olha para um dado objeto. A imagem a seguir 
ilustra os mecanismos citados.
Adaptação
Ajuste cognitivo a
alteração ambiental
Assimilação
Observações de novas
informações e
incorporação das
mesmas às estruturas
cognitivas já existentes
Acomodação
Ajuste das reações
atuais do indivíduo para
atender às exigências
especí�cas de um
objeto ou ação
Figura 4
Fonte:Adaptado de educacaofisicanaveia.com.br
Figura 3
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
15
UNIDADE 
A Biografi a de Piaget
Você é do tipo de pessoa que frente ao novo recua ou busca soluções?
Se a sua alternativa foi recua significa que buscou informações em experiências ante-
riores e para tal se utilizou de assimilação. Mas, se não fizesse esse caminho provavel-
mente encontraria dificuldades de encontrar soluções, pois estar no mundo é continua-
mente incorporar o novo (assimilação) para se ajustar as exigências do meio (assimilação).
Importante ressaltar que os mecanismos apresentados podem aparecer também nos 
adultos. Por exemplo: o significado que um automóvel pode ter para cada uma das pes-
soas que se utilizam dele, ou seja, para alguns, o automóvel pode se apresentar como 
um objeto que o conduz para diferentes lugares, mas também pode se tornar em dado 
momento um objeto de ostentação social, como também uma “arma” quando utilizado 
no excesso de velocidade. Portanto, os adultos também caminham com diferentes sig-
nificados em diferentes situações, mas diferentemente da criança, os significados aqui 
são utilizados de formas inadequadas, haja vista, que esperamos coerência e sensatez de 
pessoas adultas.
Agora que sabemos que o desenvolvimento é um processo de equilibrações contínu-
as e que se utiliza dos mecanismos de assimilação e acomodação para manterem seu 
estado de repouso, necessitamos compreender que o desenvolvimento é caracterizado 
por diferentes etapas; períodos; fases ou também chamados estádio ou estágios. Essas 
diferentes nomenclaturas estão relacionadas com diferentes pontos de vista dos estudio-
sos de Piaget.
Figura 5
Fonte: Thinkstock/Getty Images
Como já apontamos, o desenvolvimento é um processo dinâmico e contínuo e é mais 
intenso na criança, na medida, em que estamos frente a um ser em formação. A criança 
se desenvolve em etapas, as quais, em geral são determinadas pelo momento etário de 
cada uma, não significando que necessariamente, cada criança irá viver exatamente 
igual às outras, ou seja, cada sujeito se apresenta com peculiaridades próprias e únicas 
que são guiadas por etapas que variam conforme a idade da criança.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Piaget para Principiantes
Piaget muda o Paradigma das Ciências do Homem, escrito por Lauro de Oliveira Lima. 
Piaget para Principiantes. O material apresenta a formação de noções de Força (Estu-
dos sobre Epistemologia Genética).
 Vídeos
Charles Darwin – A voz da Evolução
Charles Darwin inspirou as principais ideias de Piaget sobre as etapas de desenvolvimento.
http://youtu.be/pnNCFrWsivM
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UNIDADE 
A Biografi a de Piaget
Referências
BOCK, A. M. B, FURTADO, O. e TEIXEIRA, M. L. T. Psicologia do desenvolvimento. 
In: BOCK, FURTADO E TEIXEIRA. A psicologia do desenvolvimento. São Paulo: 
Saraiva, 2001.
DAVIS, C. e OLIVEIRA, Z. A concepção interacionista: Piaget e Vygotsky. In. DAVIS, 
C. E OLIVEIRA, Z. Psicologia na Educação. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2010,p:42-46
KAIL, Robert V. A perspectiva psicodinâmica. In. Kail, Robert V. A criança. Tradução 
Claudia Sant Ana- São Paulo: Prentice Hall, 2004.
KAMIL, C.; DEVRIES, R. Jogos em grupo na educação infantil: Implicações da teo-
ria de Piaget. São Paulo: Trajetória Cultural, 1991.
LAJONQUIÈRE, L. De Piaget a Freud: Para Repensar as aprendizagens a (Psico) 
pedagogia entre conhecimento e Saber. São Paulo: Vozes,1973.
LA TAILLE,Yves; OLIVEIRA,M.K e DANTAS,H. O lugar da interação social na con-
cepção de Jean Piaget. In. LA TAILLE.Yves, OLIVEIRA,M e DANTAS, H. Piaget, 
Vygotsky,Wallon: teorias psicogenéticas em discussão- São Paulo: Summus, 1992, 
p: 11-21.
PIAGET,J. Um biólogo que pôs a aprendizagem no microscópio. Grandes Pensado-
res. Nova Escola Especial. São Paulo, Julho 2008, p. 90.
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