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Hiperadrenocorticismo Síndrome de Cushing Definição: Produção excessiva de cortisol pelo córtex da glândula adrenal (zona fasciculada) Eixo hipotálamo – hipófise – adrenal: Hipotálamo CRH (hormônio liberador de corticotrofina) Hipófise ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) Adrenal CORTISOL Feedback negativo Hipotálamo produz CRH (hormônio liberador de corticotrofinas) estimula hipófise/glândula pituitária a produzir ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) produção de cortisol hipotálamo reconhece os níveis de cortisol e realiza um feedback negativo, diminuindo a produção de CRH adrenais produzem menos cortisol. Quando o cortisol estiver em baixo nível sérico, o hipotálamo realiza feedback positivo Hiperadrenocorticismo: - 1ª possibilidade: eixo normal e produção exacerbada de cortisol pela zona fasciculada de forma autonômica - 2º possibilidade: adrenal normal e estímulo desenfreado de alguma parte do eixo Etiologia 1. oncológica – tumor em glândula pituitária ou adrenal (pode ocorrer nas duas glândulas simultaneamente), não possuindo papel destrutivo. tumor em hipófise: produção desenfreada de ACTH adrenal produz cortisol em excesso hipófise não responde ao feedback negativo do hipotálamo tumor na glândula adrenal (camada fasciculada) papel autonômico (induz a produção do cortisol pela glândula adrenal) não responde à diminuição de ACTH pela hipófise (feedback negativo) hiperplasia de ambas as glândulas adrenais: respondendo ao excesso de ACTH (estimula as glândulas simultaneamente; aumento bilateral – provável tumor em hipófise) hiperplasia de uma das glândulas adrenais: tumor localizado na glândula irregular– provável tumor em glândula adrenal Nomenclatura HAC (ACTH – dependente): 85% dos casos. Neoplasia hipofisária (secretor de ACTH), com formação de microadenomas (geralmente < 3mm de diâmetro) HAC (ACTH – independente): 15% dos casos. Neoplasia de córtex adrenal (secreção de cortisol “independente do ACTH”). A primeira indicação terapêutica é a remoção da adrenal HAC iatrogênico: em teoria, ainda realiza um feedback negativo. Apresenta os mesmos sintomas dos animais que possuem HAC dependente ou independente. O córtex adrenal não está produzindo muito cortisol naturalmente. Paciente que faz uso crônico de cortisona: glândula adrenal atrofiada, não definitiva (não produz muito cortisol endógeno). Não responde ao feedback negativo US Cortisol ENDÓGENO Cortisol EXÓGENO Características clínicas: Cães de meia idade a idosos (> 6 anos) Predisposição racial: cerca de 75% dos cães com HAC têm peso menor que 20 kg Principais efeitos metabólicos do hipercortisolismo Sistema hematopoiético: estímulo para hematopoiese e plaquetas (policitemia e trombocitose) e efeito imunossupressor (inibe linfócitos e eosinófilos) Leucograma de estresse: alterações hematológicas momentâneas mediadas pela presença do cortisol. Ocorre aumento dos glóbulos vermelhos e plaquetas e, na série branca, diminuição de linfócitos e eosinófilos, podendo aumentar leucócitos totais e monócitos. Sistema cardiovascular: aumento da hipertensão arterial sistêmica Acúmulo de gordura corporal: estoque de tecido adiposo de forma ectópica Promove resistência insulínica Proteólise: catabolismo de massa muscular Alterações do colágeno Alterações ligamentares Inibe ADH não há reabsorção de água no túbulo coletor poliúria e polidipsia compensatória Anestro Tromboembolismo pulmonar: alteração mais grave Pode resultar em uma hipotensão Polifagia: cortisol estimula intensamente o centro da fome Telangiectasia (vasos aparentes no abdômen) Principais sintomas: poliúria; polidipsia; polifagia; ganho de peso; fraqueza muscular; letargia; alopecias e hiperpigmentações; aumento do volume abdominal (“pendular” – gordura visceral); foliculites; piodermites Principais alterações laboratoriais: Hemograma Bioquímico Urinálise Neutrofilia Leucocitose Linfopenia Eosinopenia Trombocitose Policitemia Hipertrigliceridemia Hipercolesterolemia Hiperglicemia Aumento de FA Aumento ALT Hipostenúria (<1.018 -1.020) Proteinúria Indicadores de infecção no trato urinário Exames de imagem: Adrenal direita (normal) e esquerda. Provável HAC ACTH- independente Determinações hormonais: Teste de supressão com dexametasona (diagnóstico) Teste de estimulação por ACTH (controle) 1. Teste de supressão com dexametasona: duas coletas de sangue/dia, que vão mensurar os níveis de cortisona do paciente. -dosagem de cortisol basal e, após 8h, dosagem de cortisol pós-dexametasona (Azium 0,01mg/kg I.V) se o eixo endócrino estiver normal, o hipotálamo reconhecerá a presença da dexametasona (não interfere com o cortisol endógeno, que é uma hidrocortisona; suprime o eixo, impedindo que a adrenal produza cortisol endógeno) e realizará o feedback negativo; o valor da dosagem pós-dexametasona estará menor que a de cortisol basal VR: <0,9 ug/dL= NORMAL VR: 1 – 1,2 ug/dL= SUSPEITO VR: >1,2 ug/dL= POSITIVO HAC normal Tratamento: HAC iatrogênico: suspensão gradativa – redução de 10 a 20% a cada 15-30 dias (uso crônico) Até 15 dias de uso, pode-se suspender imediatamente HAC ACTH independente (neoplasia adrenal): adrenalectomia. Pode haver hipoadrenocorticismo no pós-operatório (adrenal normal atrofiada) HAC ACTH-dependente: hipofisectomia ou fármacos (bloqueiam a produção de cortisol na ADRENAL); radioterapia (apenas quando o microadenoma crescer e gerar sintomas neurológicos) Mitotano: Potente fármaco adrenocorticolítico. Derivado químico do inseticida DDT (1949) -mecanismo de ação: necrose progressiva da zona fasciculada e reticular -dose: 25-75 mg/kg – dividido em duas administrações fase de indução (variável: 7 a 15 dias) e fase de manutenção (1x por semana) Trilostano: Inibidor de esteroidogênese. Dose: 1 a 6mg/kg (SID ou BID) -mecanismo de ação: inibidor competitivo da 3B-hidroxiesteróide desidrogenase -metabólito ativo: ketotrilestano Controle do tratamento: Sintomas Exames laboratoriais de rotina: plaquetas; ALT e FA; colesterol e triglicérides; PAS Teste de estimulação com ACTH: avaliação da reserva adrenal 2. Teste de estimulação por ACTH: duas coletas de cortisol num intervalo de 1h. Aplicação de ACTH sintético (estimular a glândula adrenal a produzir o máximo de cortisol possível). Avaliar a capacidade máxima de produção de cortisol pela glândula adrenal mediante o estímulo de ACTH, mesmo sendo bloqueada por um fármaco. -Se o resultado estiver alto, significa que o bloqueio que o fármaco faz na glândula é insatisfatório -O resultado pode estar abaixo do esperado hipoadrenocorticismo VR: 2-5 mcg/dL Fármacos LIPOFÍLICOS Administrar junto ou após a alimentação Complicações associadas: Hiperlipidemias Hipertensão arterial sistêmica – AVC Glomerulopatias Pancreatite Diabetes Mellitus Tumores adrenocorticais: metástases em órgãos adjacentes Óbito: tromboembolismo pulmonar Tratamento hiperlipidemia: -suplementação com ômega 3: EPA (25 mg a 40 mg/kg) e DHA (18 a 25 mg/kg) -bezafibrato: 2,5mg/kg/BID a 5mg/kg/SID ou BID. Redução dos triglicérides. Antioxidante, inibe a liberação das citocinas inflamatórias pela gordura que afetam o hepatócito Dieta: redução do estrato etéreo e incremento de fibras Tratamento hipertensão arterial sistêmica Inibidores da ECA: -Maleato de enalapril (0,25 a 0,5 mg/kg/BID) -Cloridrato de benazepril (0,25 a 0,5 mg/kg/SID ou BID) IECAS: Bloqueio da ação da enzima conversora da angiotensina. Menor formação de angiotensina II, potente vasoconstrictor e estimuladorda aldosterona. O IECA é inibidora também da degradação da bradicinina, potente vasodilatador Bloqueadores do canal de Ca+: Besilato de Anlodipino (0,1 a 0,3 mg/kg/SID ou BID). Arteriodilatador. RISCO DE HIPOTENSÃO
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