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REVENGE PORN NO DIREITO BRASILEIRO PALOMA NASCIMENTO DA SILVA DIREITO 5°B RESUMO O presente artigo tem como intuito mostrar um estudo mais amplo sobre os crimes sexuais cometidos através da internet, abordaremos como foco principal a pornografia de vingança conhecida também como revenge porn. Com base nas leis 13.718/18 e 13.772/18 e artigos 216-B e 218-C, iremos compreender com era visto este ato antes da vigência da mesma e depois delas. Será abordado também o sexting que consiste em ser a divulgação de fotos e vídeos da intimidade sem a autorização mesmo que tenha o consentimento para gravar. Palavras-chaves: Pornografia de vingança. Intimidade. Sexting. Leis. ABSTRACT This article aims to show a broader study on sexual crimes committed through the internet, we will approach revenge pornography, also known as revenge porn, as the main focus. Based on laws 13.718 / 18 and 13.772 / 18 and articles 216-B and 218- C, we will understand how this act was seen before and after it came into effect. Sexting will also be addressed, which consists in the dissemination of photos and videos of intimacy without authorization even if you have the consent to record. Keywords:Revenge pornography. Intimacy. Sexting. Laws. 1 INTRODUÇÃO Através de dispositivos eletrônicos e com o avanço tecnológico que estamos vivenciando a facilidade de produção e da divulgação de conteúdos pornográficos está cada vez maior principalmente o não comercial. Segundo uma publicação feita pela empresa britânica Optenet, trás uma demonstração representativa de quatro milhões de URl's em seu banco de dados, concluindo que cerca de 37% da internet é composta por conteúdo pornográfico. Em menos de um segundo é possível compartilhar um conteúdo com milhões de pessoas, a velocidade de propagação de informações e a popularização das redes sociais torna extremamente tênue a linha que delimita o público do privado, possibilitando diversos tipos de ataque à vida privada. Temos uma problemática quando um conteúdo que foi desenvolvimento para ser privada é divulgada nessa rede, rompendo o particular no qual podem produzir danos que muitas vezes são irreparáveis para a vítima. Neste contexto que surge a pornografia de vingança, conhecida também como revenge porn, consiste em ser a divulgação de vídeos ou fotos íntimas sem o consentimento da vítima. Esses casos, na maioria das vezes costuma ocorrer após um término de relacionamento, no qual uma das partes divulga cenas íntimas na rede mundial de computadores, com o objetivo de vingar-se, submetendo o exparceiro a humilhação pública. O primeiro caso que se tem conhecimento ocorreu em 1980. Enquanto acampavam, um casal americano LaJuan e BillyWood fotografaram um ao outro nus. Ao voltarem para casa, revelaram esse material e os guardaram em seu quarto em um lugar que acreditaram ser seguro. Algum tempo depois, um amigo do casal que era seu vizinho (Steve Simpson), invadiu o apartamento do casal, encontrando as imagens de LaJuan nua. E, então resolveu enviá-las para uma revista especializada em publicação pornográfica para homens, no qual seus conteúdos não eram de modelos profissionais e sim fornecidas pelos próprios leitores. Para essa divulgação era necessário o preenchimento de um formulário, Simpson o preencheu com dados falsos, inclusive no que dizia respeito a sexualidade de LaJuan. Contudo na hora de informar o número da vítima, divulgou seu verdadeiro contato. Fato que gerou grande exposição após a publicação da revista, por diversas vezes a vítima recebeu ligações sendo assediada. Vale lembrar que a divulgação não precisa ser apenas por ex-parceiros mas também por pessoas que tenham afinidade com a vítima. No ano de 2000, o pesquisador Sérgio Messina analisou em grupos de fóruns dausenet o crescimento de uma das redes pioneiros de comunicação por computador, nomeada por ele de “realcore” que eram fotos e vídeos de ex-parceiras compartilhadas entre usuários. Revenge porn passou a integrar o dicionário colaborativo Urban Dictionary, isto em 2007. No ano seguinte, um portal que reúne vídeos pornográficos de todo o mundo conhecido como Xtube, mencionou em sua página principal que recebia por semana duas a três reclamações de mulheres que haviam tido sua intimidade exposta sem autorização. Para que isso não se repetisse foram criadas então sites especializados em pornografia de vingança, como realexgirlfriends.com e http://iknowthatgirl.com. Ao decorrer dos anos esse tipo de casos, vem aumentado frequentemente acarretando várias vítimas. Como a paranaense Rose Leonel, que teve suas fotos publicadas por seu ex-namorado em 2006, o mesmo fez montagens da vítima mandando para mais de 15 mil e-mails, divulgando também o número de telefone particular, o telefone do trabalho, ramal do escritório e até mesmo o celular do filho da Rose. O que acarretou a perda de emprego da vítima, tendo que mandar o seu filho ir morar com o pai. Rose, é só um dos casos de pornografia de vingança na qual teve forças para se reestruturar, forças na qual a adolescente Julia Rebeca de 17 anos não teve, após ter um vídeo íntimo divulgado na internet a vítima foi encontrada em seu quarto com um fio de uma prancha alisadora enrolado no pescoço. Assim, como Julia outras adolescentes também vieram a cometer suicídio após tal divulgação no meio digital. 2 PORNOGRAFIA DE VINGANÇA E SUA CONDUTA. Esses acontecimentos vem bem antes da internet, no qual não se tinha uma lei específica para tal ato. O que dificultava o julgamento pois por mais que entrasse em danos morais não era de fato com a proporção que o crime trazia. No dia 25/09/2018, foram feitas mudanças sensíveis nos crimes contra a dignidade sexual, onde a tipificação como crime da conduta denominada " importunação sexual" foi inserida no art. 215-A do CP. Que diz. Importunação sexual Art. 215- A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.” E, em 19 de http://iknowthatgirl.com/ dezembro de 2018, entrou em vigor a lei n.°13.772, que teve dois objetivos centrais, alterar a lei n.° 11.340 (lei Maria da Penha), de 7 de agosto de 2006, para reconhecer que a violação da intimidade da mulher configura violência doméstica e familiar e alterar o código Penal, para criminalizar o registro não autorizado de conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado. Assim, como a pornografia de vingança está se tornando mais vistas, também o sexting, que seria a junção de duas palavras "sex" e "texting" que pode ser traduzida livremente como "sexo por mensagens de texto", hoje em dia sexting tem um significado mais amplo que refere também ao envio de fotos, vídeos e mensagem de áudios sexuais com o parceiro. Um estudo divulgado pela revista científica journal of the American Medical Association Pediatrics que mostrou que a troca de mensagens com conteúdo sexual vem crescendo entre os jovens nos últimos anos. A análise feita com 39 pesquisas de diferentes países e mais de 110 mil participantes entre 12 e 17 anos, revelou que 14,8% deles já enviaram fotos, vídeos ou mensagens sexualmente explícitas e 27,4% receberam. No artigo 13.718/18 percebemos que ele é contra a divulgação de matérias sexual de outra pessoa sem o seu consentimento, já a 13/772/18, é contra a produção de filmagens ou imagens íntimas sem o consentimento. Embora essa prática possa ser praticada por qualquer um, há indicativos de que a predominância é contra mulheres. E antigamente ficava um vácuo na jurisdição por não haver uma lei específica para tal. Trazendo um dano moral ainda maior para a vítima, além dos danos psicológicos, que hoje se enquadra como uma violência contra a mulher.Diariamente mulheres sofrem esse tipo de violência, há diversos casos onde citam sobre o revenge porn e sexting. E, com a tipificação de tais leis acaba trazendo uma segurança, certamente não irá abonar todos os danos causados mas irá amenizar um pouco a situação sabendo que medidas podem ser tomadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS. Diante do que foi abordado, concluímos que a pornografia de vingança é um ato que vem crescendo muito, principalmente com o avanço tecnológico que ocorre todos os dias no qual facilita a divulgação e chega em segundos para milhares de pessoas. Este ato já ocorre antes mesmo da internet porém antigamente não havia uma lei específica, e não era de fato considerado um crime ficando vago para o direito. Com muitos casos ocorrendo e visando os danos morais e psicológicos da vítima muita das vezes que irreparáveis, no qual jovens já vieram a cometer suicídio. Em 2018 entrou em vigor leis específicas, tipificando como crime e incluindo na lei Maria da Penha como uma violência contra a mulher. Por confiar em seus parceiros enviam fotos, vídeos e mensagens eróticas ato que autodenomina-se sexting, ocorre bastante em relações para “apimentar” a mesma. E, muita das vezes no fim de um relacionamento parceiros (as) não aceitam que acabou, divulgando por vingança esses conteúdos que lhe foram mandados, vale ressaltar que mesmo com o consentimento da vítima para gravação, a divulgação é crime. Vemos que a luta contra esse crime não é recente, e que eram dificultosa decorrer contra esse tipo de ato, com a mudança na lei facilitou o meio de justiça para essas vítimas tanto como para o direito julgar tal ação criminosa. BIBLIOGRAFIAS. http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2013/11/mae-de-jovem-achada-morta-apos- videointimo-reclama-de-violacao.html Mgomes.pdf A pornografia de vingança- pdf https://direitofamiliar.jusbrasil.com.br/artigos/59700198/pornografia-de- vinganca-oque-e-isso
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