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FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO E EXTINÇÃO DE OBRIGAÇÃO
1) DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO (OU DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO)
1.1 Conceito: O pagamento em consignação, regra especial de pagamento, pode ser conceituado como o depósito feito pelo devedor, da coisa devida, para liberar-se de uma obrigação assumida em face de um credor determinado. Tal depósito pode ocorrer, conforme prevê o art. 334 do CC, na esfera judicial ou extrajudicial (em estabelecimento bancário oficial, conforme já constava no art. 890 do CPC/1973, repetido pelo art. 539 do CPC/2015).
1.2 Objetos: A consignação, pela letra da lei, pode ter como objeto bens móveis e imóveis, estando relacionada com uma obrigação de dar. Em havendo consignação de dinheiro, pode o devedor optar pelo depósito extrajudicial ou pelo ajuizamento da competente ação de consignação em pagamento.
* Regra de pagamento de natureza mista ou híbrida!
*O Art. 335 do CC/2002 traz um rol de situações em que a consignação poderá ocorrer:
a)Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar a receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma (hipótese de mora accipiendi, mora no recebimento – causa subjetiva, pessoal).
b)Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devidas (hipótese de mora accipiendi – causa subjetiva).
c)Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, for declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil (outra causa subjetiva, relacionada com o sujeito ativo da obrigação).
d)Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento (também causa subjetiva, denominada dúvida subjetiva ativa, uma vez que o devedor não sabe a quem pagar).
e)Se pender litígio sobre o objeto do pagamento (única causa objetiva para a consignação).
*Outros exemplos de possibilidade de Pagamento consignado:
a)Cite-se, por exemplo, o caso de consignação para a revisão do conteúdo do contrato, hipótese não descrita nominalmente no art. 335 da codificação;
 
b)Outra ilustração diz respeito à existência de desentendimentos pessoais entre as partes, que obstam o pagamento direto e in loco.
* Observar as regras dos Arts. 336 e 337 para o pagamento em dinheiro;
* Art. 338 do CC - Poderá o devedor levantar o depósito enquanto o credor não informar que aceita a consignação ou não a impugnar, subsistindo integralmente a dívida, que continua intocável.
De acordo com o art. 896 do CPC/1973, repetido pelo art. 544 do CPC/2015 sem alterações, na contestação da ação de consignação, o réu (credor) poderá alegar que:
a)não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
b)foi justa a recusa;
c)o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
d)o depósito não fora integral. Nesse último caso, a alegação será admissível se o réu (credor) indicar o montante que entenda ser devido.
Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios (art. 546 do CPC/2015). 
O dispositivo foi aperfeiçoado em face do art. 897 do CPC/1973, segundo o qual, não oferecida a contestação e decorrendo os efeitos da revelia, o juiz julgará procedente o pedido, declarando extinta a obrigação.
*Art. 341 do CC - Sob outro prisma, caso a coisa devida seja um imóvel ou uma coisa com corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada
Isso, para os casos de boa-fé do devedor, que pretenda exonerar-se totalmente do dever de entregar a coisa.
*Art. 342 do CC- Por outro lado, havendo obrigação de dar coisa incerta, cabendo a escolha da coisa indeterminada ao credor, será ele citado para esse fim, sob pena de perder o direito e de ser depositada aquela que o devedor escolher. Feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á conforme o art. 341, ou seja, será citado o credor para receber a coisa consignada.
*Art. 343 do CC - as despesas com o depósito judicial (custas judiciais, honorários advocatícios e demais despesas processuais), quando julgado procedente, correrão à conta do credor, que será o réu da ação de consignação. Em caso contrário, sendo o pedido julgado improcedente, as despesas correrão à conta do devedor, autor da ação.
* § 1.º do art. 539 do CPC/2015, tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de dez dias para a manifestação de recusa.
1.3 Prazos (segundo o CPC).
Decorrido esse prazo de dez dias, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada (art. 539, § 2.º, do CPC/2015).
Como se nota, manteve-se a aplicação ao instituto da máxima quem cala consente, quebrando-se a regra que está no art. 111 do Código Civil, em sentido contrário.
Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser proposta, dentro de um mês, a ação de consignação em pagamento, instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa (art. 539, § 3.º, do CPC/2015). Aqui houve uma pequena alteração na contagem de prazo, pois o § 3.º do art. 890 do CPC/1973 fazia menção a um prazo de trinta dias, que não necessariamente é de um mês.
Por fim, sem qualquer modificação diante do sistema anterior, não sendo proposta a ação de consignação em pagamento nesse prazo de um mês, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o depositante (art. 539, § 4.º, do CPC/2015).
2) PAGAMENTO POR SUB-ROGAÇÃO (arts. 346 a 351 do CC.)
2.1 Conceito: substituição de uma coisa por outra, com os mesmos ônus e atributos ou de uma pessoa por outra, que terá os mesmos direitos e ações daquela, hipótese em que se configura a sub-rogação pessoal.
Assim sendo, no âmbito obrigacional, o Código Civil Brasileiro trata da sub-rogação pessoal ativa, que vem a ser a substituição em relação aos direitos relacionados com o crédito, em favor daquele que pagou ou adimpliu a obrigação alheia, de terceira pessoa. 
Desse modo, na sub-rogação pessoal ativa, efetivado o pagamento por terceiro, o credor ficará satisfeito, não podendo mais requerer o cumprimento da obrigação. No entanto, como o devedor originário não pagou a obrigação, continuará obrigado perante o terceiro que efetivou o pagamento. Em resumo, o que se percebe na sub–rogação é que não se tem a extinção propriamente dita da obrigação, mas a mera substituição do sujeito ativo, passando a terceira pessoa a ser o novo credor da relação obrigacional.
Conforme enuncia o art. 349 do CC, a sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo em relação à dívida contra o devedor principal e os fiadores. Não há o surgimento de uma nova dívida, pela substituição do credor, como ocorre na novação subjetiva ativa.
2.2 Espécies de sub-rogação:
a ) Sub-rogação legal (art. 346 do CC) – são as hipóteses de pagamentos efetivados por terceiros interessados na dívida (interesse patrimonial, conforme aduzimos). São casos de sub-rogação legal, automática, ou de pleno direito (plenoiure), previstos conforme o texto da lei:
*Do credor que paga a dívida do devedor comum a outro credor, situações estas em que solvens e accipiens são credores da mesma pessoa.
*Do adquirente do imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel. Não havia menção a esse terceiro na codificação anterior, o que pode ser aplicado em um caso em que a pessoa paga a dívida para afastar os efeitos de eventual evicção, perda da coisa por decisão judicial ou apreensão administrativa, que a atribuiu a um terceiro (art. 447 do CC).
*Do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Pode ser citado, aqui, o principal exemplo do fiadorque paga a dívida do devedor principal e fica sub-rogado nos direitos do credor.
b) Sub-rogação convencional (art. 347 do CC) – são os pagamentos efetivados por terceiros não interessados na dívida. São situações típicas previstas no Código Civil:
*Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. Prevê o art. 348 do CC que em casos tais deverão ser aplicadas as regras previstas para a cessão de crédito, instituto que será estudado oportunamente. Entretanto, deve-se compreender que não haverá uma cessão de crédito propriamente dita, mas apenas aplicação residual das regras de cessão, como é o caso daquela que estabelece a necessidade de notificação do devedor, informando quem é o novo credor (art. 290 do CC).
*Quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia necessária para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito (caso de mútuo – empréstimo de dinheiro para quitar a dívida).
O que se observa dos casos listados é que na sub-rogação legal existem atos unilaterais, o que a caracteriza como regra especial de pagamento. Por outro lado, na sub-rogação convencional existe um negócio jurídico celebrado (ato bilateral) com um terceiro não interessado que realiza o pagamento. Dessa forma a sub-rogação convencional é forma de pagamento indireto.
EXEMPLO A SER ANALISADO:
Recente acórdão do Superior Tribunal de Justiça debateu a existência de sub-rogação convencional na hipótese de pagamento do reparo do veículo por seguradora.
Como constou do aresto, “a sub-rogação convencional, nos termos do art. 347, I, do CC, pode se dar quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. Na hipótese, a oficina apenas prestou serviços de
mecânica automotora em bem do segurado, ou seja, não pagou nenhuma dívida dele para se sub-rogar em seus direitos”. Concluiu-se, assim, pela presença de cessão de crédito, eis que, “no caso, o termo firmado entre a oficina e o segurado se enquadra, na realidade, como uma cessão de crédito, visto que este, na ocorrência do sinistro, possui direito creditício decorrente da apólice securitária, mas tal direito é transmissível pelo valor incontroverso, qual seja, o valor do orçamento aprovado pela seguradora” (STJ, 3.ª Turma, REsp 1.336.781/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, j. 02.10.2018, DJe 08.10.2018).
2.3 Diferença entre Sub-rogação e Cessão de crédito:
a)Pagamento com sub-rogação:
*Regra especial de pagamento ou forma de pagamento indireto, pela mera substituição do credor, mantendo-se os demais elementos obrigacionais.
*Não há necessidade de notificação do devedor, a não ser na hipótese do art. 347, I, do CC (art. 348).
*Caráter gratuito, tão somente.
b)Cessão de crédito:
*Forma de transmissão das obrigações;
*Há necessidade e notificação do devedor para que o mesmo saiba a quem pagar (art. 290 do CC).
*Caráter gratuito ou oneroso.
3) DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
Juridicamente, imputar significa indicar, apontar.
3.1 Conceito: o art. 352 do CC que “a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos”.
3.2 Elementos da imputação:
a)a identidade de devedor e de credor;
b)a existência de dois ou mais débitos da mesma naturez;
c)bem como o fato de as dívidas serem líquidas e vencidas – certas quanto à existência, determinadas quanto ao valor
*A imputação do pagamento visa a favorecer o devedor ao lhe possibilitar a escolha do débito que pretende extinguir (art. 352 do CC). Como a norma é de natureza privada, é possível constar do instrumento obrigacional que a escolha caberá ao credor, o que inclusive é admitido pelo dispositivo seguinte:
*Se o devedor não fizer qualquer declaração, transfere-se o direito de escolha ao credor, não podendo o primeiro reclamar, a não ser que haja violência ou dolo do segundo (art. 353 do CC).
*Caso não haja manifestação nem do sujeito passivo nem do sujeito ativo, a imputação será feita pela norma jurídica, conforme as regras de imputação legal.
*Imputação legal:
De acordo com os arts. 354 e 355 do Código Civil em vigor, tem-se a seguinte ordem prevista para a imputação legal:
Em havendo capital e juros, o pagamento será feito primeiro nos juros vencidos e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital (principal da dívida). 
Destaque-se que a jurisprudência superior tem feito tal imputação nos contratos de aquisição da casa própria celebrados pelo Sistema Financeiro da Habitação (STJ, REsp 1.095.852/PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 2.ª Seção, j. 14.03.2012, DJe 19.03.2012. Publicação no Informativo n. 494, do STJ). A imputação se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Em suma, a imputação se fará nas dívidas mais antigas. Caso todas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, será feita a imputação na mais onerosa. Inicialmente será a mais onerosa a dívida de maior valor. Entretanto, pode ser considerada mais onerosa aquela que apresentar a maior taxa de juros no quesito comparativo. Não havendo juros, sendo as dívidas líquidas, vencidas ao mesmo tempo e iguais, a imputação será relacionada a todas as dívidas na mesma proporção.
Esse é o posicionamento doutrinário que conta com o apoio deste autor, tendo em vista a ausência de previsão legal (GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, RodolfoN. ovo curso..., 2003, p. 189; AZEVEDO, Álvaro Villaça. Teoria geral..., 2004, p. 186).
4) DAÇÃO EM PAGAMENTO
4.1 Conceito: Os arts. 356 a 359 da codificação privada tratam da dação em pagamento (datio in solutum), que pode ser conceituada como uma forma de pagamento indireto em que há um acordo privado de vontades entre os sujeitos da relação obrigacional, pactuando-se a substituição do objeto obrigacional por outro.
4.2 Requisitos:
a) o consentimento expresso do credor, o que caracteriza o instituto como um negócio jurídico bilateral;
Concluiu o Superior Tribunal de Justiça que “a origem do instituto da dação em pagamento (datio in solutum ou pro soluto) traduz a ideia de acordo, realizado entre o credor e o devedor, cujo caráter é liberar a obrigação, em que o credor consente na entrega de coisa diversa da avençada, nos termos do que dispõe o art. 356, do Código Civil;
*anuência expressa do credor (garantia de segurança jurídica para os envolvidos no negócio jurídico)
b) o credor concorda em aceitar coisa diversa daquela anteriormente contratada e, por fim, a entrega da coisa distinta com a finalidade de extinguir a obrigação.
c) A dação em pagamento pode ter como objeto uma prestação qualquer, diversa da acordada, não sendo necessariamente dinheiro. Poderá ser entregue um bem móvel ou imóvel.
De acordo com os ensinamentos transcritos, a substituição pode ser de dinheiro por bem móvel ou imóvel (datio rem pro pecuni ), de uma coisa por outra (datio rem pro re ), de dinheiro por título, de coisa por fato, entre outros, desde que o seu conteúdo seja lícito, possível, determinado ou determinável (art. 104, II, do CC).
No caso de haver a entrega de uma coisa por outra coisa (datio rem pro re ), haverá similaridade entre a dação e a troca ou permuta (art. 533 do CC).
*ANÁLISE DE JULGADO DO STJ
“Dação em pagamento. Débito alimentar. Trata-se na origem de ação anulatória de ato jurídico intentada por menor representada por sua genitora, visando anular alegada doação de seu pai a seus irmãos havidos de pretérito casamento com outra pessoa. Tal ação foi julgada improcedente em primeiro grau, reformada, contudo, em grau de apelação, sob o Argumento de que se tratou, em verdade, de doação, preterindo-se o direito da filha havida da segunda relação conjugal, que, à época do referido acordo, já era nascida. Para o Min. Relator, a despeito da aparente complexidade do caso, em verdade, ocorreu tão somente confusão terminológica quando se adotou o vocabulário ‘doação’ quando haveria deter-se pronunciado como ‘dação em pagamento’, como adimplemento da obrigação de alimentos. Com efeito, a transferência pelo genitor do seu percentual do bem imóvel partilhado a seus filhos da primeira relação conjugal teve como objetivo e essência quitar o débito alimentar e eximi-lo da prisão civil decorrente de sua não prestação, afastando-se, assim, de qualquer intenção de preterir a filha do segundo relacionamento em virtude de suposto adiantamento da legítima. Ressaltou que, no momento da transferência, também foi dada plena quitação pelos credores dos alimentos, caracterizando, sobremaneira, o instituto da dação em pagamento. Assim, na hipótese, não se configurou uma liberalidade do genitor, o que evidentemente caracterizaria uma doação. Ao contrário, o negócio jurídico realizou-se para o adimplemento, o pagamento de uma dívida, tal qual se daria caso o devedor dos alimentos vendesse sua parte do imóvel e, com o dinheiro em mãos, efetuasse o pagamento de seu débito. Com esse entendimento, a Turma deu provimento ao recurso para restabelecer a decisão de primeiro grau, adequando-a à terminologia jurídica, ressalvada a má fé em relação ao valor do imóvel em face da dívida, não suscitada nos autos” (STJ, REsp 629.117/DF, Rel. Min. Honildo Amaral de Melo Castro – Desembargador convocado do TJ-AP, j. 10.11.2009).
*A nova redação do art. 359 do CC valoriza a boa-fé objetiva, o dever anexo de confiança, protegendo expressamente terceiros que realizaram o negócio.
Exemplo:
Vejamos um exemplo para elucidar o teor do art. 359 do Código Civil de 2002.
Duas partes obrigacionais concordam em substituir um imóvel (objeto da prestação) por dois veículos. Em regra, se os veículos se perderem por evicção, retorna a obrigação de dar a casa. Mas se a mesma foi vendida pelo devedor a um terceiro, que agiu de boa-fé ao comprá-la, não haverá o mencionado retorno. Em suma, o credor (adquirente, evicto) terá que suportar os efeitos da evicção, tendo ação regressiva contra o devedor (alienante), conforme as regras constantes da teoria geral dos contratos. Como se vê, o art. 359 do CC confirma a similaridade entre a dação em pagamento e o contrato de compra e venda.
*Aplicam-se todas as regras atinentes ao contrato de compra e venda (princípio da garantia, nulidade e anulabilidade).
Resolução de exercícios:
1) São requisitos de validade da consignação:
I - A consignação deve ser feita pelo devedor ou terceiro em face do alegado credor, sob pena de não ser válido, salvo se ratificado por este ou se reverter em seu proveito.
II - O pagamento deve ser feito na integralidade.
III-  Deve a obrigação ser realizada da forma pactuada, sem alterações.
Estão corretas:
a) Nenhuma das assertivas.
b) Todas as assertivas.
c) Apenas a I e II.
d) Apenas a I e III.
e) Apenas a II e III.
2) Sobre o levantamento do depósito é incorreto:
a) O devedor pode levantar o depósito enquanto o credor não se manifestar, mas arcará com as despesas e extinguirá a obrigação para todos os fins de direito.
b) Depois da aceitação ou impugnação pelo credor e antes de ter sido julgada a procedência do depósito, o devedor só poderá levantá-lo com a anuência do credor.
c) A possibilidade de consignação extrajudicial ocorre somente quando a obrigação for pecuniária.
d) N.d.a.
3) Quanto ao PAGAMENTO é falso afirmar que: (OAB-MS – 66º exame)
a) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, sub-rogando-se nos direitos do credor;
b) Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor;
c) Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, exceto se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante;
d) O devedor, que paga, tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto lhe não for dada.

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