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EDUCAÇÃO INCLUSIVA INFANTIL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
Ana Laura Da Silva Tomé 
Andreia Moreira 
Bruna Fabieli Lisboa Da Silva 
Jéssica Francine Azevedo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA INFANTIL: 
POSSIBILIDADES E DESAFIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
2017 
Ana Laura Da Silva Tomé 
Andreia Moreira 
Bruna Fabieli Lisboa Da Silva 
Jéssica Francine Azevedo 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA INFANTIL: 
POSSIBILIDADES E DESAFIOS 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para 
obtenção do título de graduação em 
Pedagogia apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
 
Orientador: Prof. Dr. João Henrique da 
Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
2017 
Ana Laura Da Silva Tomé 
Andreia Moreira 
Bruna Fabieli Lisboa Da Silva 
Jéssica Francine Azevedo 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA INFANTIL: 
POSSIBILIDADES E DESAFIOS 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso para 
obtenção do título de graduação em 
Pedagogia apresentado à Universidade 
Paulista – UNIP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aprovado em: 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Prof. Dr. João Henrique da Silva 
 Universidade Paulista – UNIP 
_______________________/__/___ 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Nos dias atuais, a educação inclusiva tem sido um dos maiores desafios da 
sociedade, pois envolve, além da pessoa com deficiência, a família, a escola e todo 
o meio social o qual a pessoa com deficiência está inserida. Este trabalho teve como 
objetivos descrever o contexto histórico, político e educacional da educação infantil 
em relação à proposição da política da educação inclusiva; analisar a produção 
científica acadêmica disponível na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do 
Instituto Brasileiro de Informação para Ciência e Tecnologia (BDTD/IBICT) – teses e 
dissertações produzidas no Brasil – sobre a temática da inclusão na educação 
infantil. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que se baseou nas legislações e nos 
estudos de pesquisadores acerca do tema. Os resultados sinalizam que a inclusão é 
feita aos poucos e com cautela. A especialização dos professores é um fator 
fundamental para a prática da inclusão, sempre levando em consideração as 
peculiaridades e características individuais de cada criança. A formação continuada 
dos professores ainda requer atenção do Poder Público, pois não supre a demanda 
de profissionalização exigida pelas crianças que necessitam de inclusão. 
 
Palavras-chave: Educação Inclusiva. Educação Infantil. Política Educacional. 
 
 
ABSTRACT 
Nowadays, inclusive education has been one of society's greatest challenges, as it 
involves, in addition to the disabled person, the family, school and all social 
environment in which the person with disabilities is inserted. The purpose of this 
study was to describe the historical, political and educational context of early 
childhood education in relation to the proposition of inclusive education policy; 
Analysis of the scientific production in the Digital Library of Theses and Dissertations 
of the Brazilian Institute of Information for Science and Technology (BDTD / IBICT) - 
theses and dissertations produced in Brazil - on a theme of inclusion in early 
childhood education. It is a bibliographical research that was based on the 
legislations and studies of researchers on the subject. The results indicate that the 
inclusion is done gradually and with caution. The specialization of teachers is a 
fundamental factor for the practice of inclusion, always taking into account the 
peculiarities and individual characteristics of each child. Continuing teacher 
education still requires public attention, as it does not meet the demand for 
professionalization required by children in need of inclusion. 
Keywords: Inclusive Education. Child education. Educational politics. 
 SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6 
2 INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR .............................................................. 8 
2.1 Fatores de Exclusão/Inclusão .............................................................. 8 
2.2 Pessoa com Deficiência ....................................................................... 9 
2.3 Educação Inclusiva – Uma abordagem Política e Histórica ............... 11 
3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA INFANTIL ......................................................... 14 
3.1 Ensino Regular ................................................................................... 15 
3.2 O Papel dos Professores na Inclusão ................................................ 17 
4 LEVANTAMENTO DE DADOS ................................................................. 19 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 25 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 26 
 
 
6 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho tem como tema a Educação Inclusiva Infantil, delimitando o 
campo de estudo nas Possibilidades e Desafios. 
A escolha do tema e de sua delimitação se deu porque, nos dias atuais, a 
educação inclusiva tem sido um dos maiores desafios da sociedade, pois envolve, 
além da pessoa com deficiência, a família, a escola e todo o meio social o qual a 
pessoa com deficiência está inserida. Todas as integrantes do grupo já tiveram 
experiências com crianças especiais, no ambiente de trabalho e até mesmo na 
família, o que fez crescer a vontade de trazer esse tema para estudo. Além disso, há 
diferentes opiniões sobre o assunto, o que nos trouxe muitas dúvidas quanto a sua 
real aplicação no contexto escolar vigente. 
Busca-se por meio desta pesquisa, o conhecimento necessário a respeito das 
circunstâncias interativas que os alunos com necessidades especiais estabelecem 
com seus professores e colegas nas classes da rede regular de ensino. 
Diante do exposto, o problema de pesquisa é: Como é feita a inserção e 
adaptação de alunos com deficiência na etapa da educação infantil em redes 
comuns de ensino? Quais foram os estudos que investigaram a política da educação 
inclusiva na educação infantil? 
Dentre as hipóteses, acredita-se que o processo de inserção e adaptação da 
pessoa com deficiência é delicado e varia de acordo com a patologia do aluno, 
sendo em alguns casos mais fácil e em outros, mais difícil. De tal forma a legislação 
atual exige que os professores sejam bem preparados para atender e ajudar os 
alunos com necessidades educacionais especiais. Entretanto, esse treinamento que 
os professores precisam nem sempre é oferecido, sendo mais comum encontrar 
cuidadores acompanhando os alunos com deficiência e dando auxilio ao professor. 
Assim, os objetivos deste estudo são: descrever o contexto histórico, político 
e educacional da educação infantil em relação à proposição da política da educação 
inclusiva; analisar a produção científica acadêmica disponível na Biblioteca Digital de 
7 
 
 
Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação para Ciência e 
Tecnologia (BDTD/IBICT) – teses e dissertações produzidas no Brasil – sobre a 
temática da inclusão na educação infantil. 
O presente trabalho consiste numa pesquisa bibliográfica, sendo ela o 
procedimento de investigação por meio de livros e artigos. Neste trabalho foram 
estudados: CAIADO; LAPLANE (2009); LOPES (2006); SHEPPARD (2006); WIXEY 
(2005); KASSAR (2011); REBELO (2013); PLETSCH (2009), entre outros autores. 
O trabalho foi organizado em três capítulos de conteúdo e um de 
considerações finais. O primeiro capítulo trata da Inclusão Social e Escolar. Já o 
segundo, aborda a educação inclusiva infantil. O terceiro capítulo foi um estudo 
realizado com trabalhos de outros pesquisadores, onde foram apresentados os 
resultados de cada trabalho. 
Espera-se que a presente pesquisa nos ajude a compreender melhor o 
contexto de inclusão de uma criança com deficiência, fazendo com que nos 
tornemosmelhores pessoas e profissionais da educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
2 INCLUSÃO SOCIAL E ESCOLAR 
Inclusão social e escolar é um processo que visa reduzir a desigualdade, seja 
ela no âmbito da sociedade ou da instituição educacional. 
O tema tem sido bastante abordado atualmente devido ao Estatuto das 
Pessoas com Deficiência, ao feminismo, às cotas raciais, entre outros manifestos. 
Entretanto, o tema já era problematizado muito antes, porém não ganhava tanta 
atenção como agora, e a inclusão social não abrange apenas as pessoas com 
deficiência, mas também todos os grupos de minorias. 
Para Lopes (2006), a inclusão social nada mais é que políticas sociais atuais 
que dão prioridade, equivocadamente, para os excluídos que estão no limite das 
privações através de programas que focam sustentar legendas de “inclusão social”. 
Laclau (2006) afirma que a Inclusão Social é uma questão de abertura e 
reconhecimento da diversidade, e de gestão, que estabelecem as políticas públicas. 
Já Sheppard (2006) diz que a inclusão social se relaciona com a procura de 
segurança social através da cidadania social, isto é, todos os cidadãos têm os 
mesmos direitos na sociedade. 
Nota-se que há divergência entre o pensamento dos autores, porém ambas 
as definições se complementam, de forma que a inclusão social prioriza os 
excluídos, abre o reconhecimento para a diversidade e iguala os direitos sociais. 
2.1 Fatores de Exclusão/Inclusão 
Maria Carla (2007) aponta as mudanças tecnológicas e organizacionais, os 
novos requisitos para obtenção de emprego e o aumento de desemprego, como 
fatores que acirraram a desigualdade socioeconômica na década de 1990. Assim, os 
jovens são reconhecidamente mais atingidos pelo desemprego e passam a ganhar 
mais atenção no que diz respeito à educação e preparação. 
Na mesma linha de pensamento, Lopes (2006) diz que a exclusão social 
caracteriza-se por um conjunto de fenômenos que se configuram no vasto campo 
das relações sociais atuais: o desemprego, o trabalho precário, a desqualificação 
social, a separação de identidades, a desumanização do outro, a anulação da 
9 
 
 
alteridade, a população de rua, a violência, à segurança, a falta de acesso a bens e 
serviços, a fome, à justiça e à cidadania. 
Por outro lado, Wixey (2005) aponta soluções para a exclusão, como a 
valorização das pessoas e grupos independentes de religião, etnia, gênero ou 
diferença de idade; estruturas que permitam ter possibilidades de escolhas; 
envolvimento nas decisões que afetam a si em qualquer escala; disponibilidade de 
oportunidades e recursos necessários para que todos possam participar plenamente 
na sociedade. 
O “Programa Ética e Cidadania” (MEC, 2011), aborda, no contexto do 
paradigma da inclusão, que talvez um dos maiores problemas enfrentados no Brasil 
seja a escassez de recursos e serviços que assegurem condições de acessibilidade 
às pessoas com necessidades especiais 
Ainda assim, de acordo com a matéria publicada no site da Revista Época 
(2015), o Brasil é um país tolerante e com políticas de inclusão entre as melhores do 
mundo. Conforme levantamento, indicadores brasileiros mostram altos níveis 
de liberdade religiosa, apoio comunitário e tolerância com orientações sexuais 
diversas, sendo que, entre 133 países avaliados, o Brasil ficou em 24º lugar em 
“tolerância e inclusão” e num razoável 33º lugar em “direitos individuais”. 
2.2 Pessoa com Deficiência 
 
Entre tantas minorias precisando de atenção, a que apresenta maior 
dificuldade de inserção na sociedade é a das pessoas com deficiência. Nossa 
Constituição Federal prevê em seu Artigo 5º que “todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza [...]”. A respeito disso, há debates sobre a forma 
como as pessoas com deficiência devem ser chamadas. É comum usar a expressão 
“portador” de deficiência, porém com o novo entendimento sobre o assunto, não é 
adequado usar esse termo. Conforme matéria publicada no site do G1 (2012), 
durante a 3ª Conferência Nacional das Pessoas com Deficiência, em Brasília, a 
então Presidente Dilma Rousseff foi vaiada ao utilizar o termo “portador” e quando 
corrigiu a expressão foi aplaudida. 
 
10 
 
 
Segundo dados do IBGE, 23,9% da população brasileira apresenta algum tipo 
de deficiência, conforme mostra a figura a seguir: 
 
Figura 1. Pessoas com Deficiência no Brasil 
 Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010. 
 
Não é à toa que foi criado o Estatuto das Pessoas com Deficiência: Lei nº 
13.146, de 06 de julho de 2015, na qual podemos encontrar a definição de pessoa 
com deficiência em seu artigo 2º: 
 
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo 
prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em 
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
 
Além do Estatuto e da Constituição Federal, existem órgãos públicos voltados 
para as necessidades especiais da pessoa com deficiência, por exemplo, a 
Secretaria Nacional de Promoção aos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD), 
que é um órgão integrante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da 
República e atua na articulação e coordenação das políticas públicas voltadas para 
as pessoas com deficiência (SECRETARIA DOS DIREITOS HUMANOS, [2017]). 
Também existe o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência 
11 
 
 
(CONADE) que é um órgão de deliberação colegiada, composto paritariamente por 
representantes do governo e da sociedade civil, de natureza permanente. Em 2003, 
integra estrutura básica Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da 
República. (INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA, [2017]). 
 
2.3 Educação Inclusiva – Uma abordagem Política e Histórica 
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva (MEC, 2008), a escola historicamente se caracterizou pela visão 
da educação que impõe limites à escolarização como sendo privilégio de um grupo, 
uma exclusão que foi legitimada nas políticas e práticas educacionais reprodutoras 
da ordem social. 
Ainda segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva (MEC, 2008), a educação inclusiva começou como atendimento 
educacional especializado que substituía o ensino comum, em que era possível 
notar diferentes compreensões, terminologias e modalidades que impulsionaram à 
criação de instituições especializadas, escolas e classes especiais. 
O Brasil vem crescendo e aprimorando sua legislação sobre inclusão ao longo 
da história: 
O atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, 
com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, 
em 1854, atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos 
Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação dos 
Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é fundado 
o Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às 
pessoas com deficiência mental; em 1954, é fundada a primeira Associação 
de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e, em 1945, é criado o 
primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com 
superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff. (MEC, SEESP, 
2008). 
Tratando de leis, especificamente a Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015, a 
pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais 
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação. Nesse contexto, o texto 
de Lei traz, em seu capítulo IV, Artigo 27, o direito à educação da pessoa com 
deficiência: 
12 
 
 
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurando 
sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de 
toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimentopossível de 
seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, 
segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. 
 
Entretanto, as pessoas com deficiência nem sempre tiveram oportunidades, e 
direitos iguais perante as demais pessoas. Kassar (2011) menciona que em meados 
do século XIX, a população brasileira, em sua maioria, não tinha acesso à instrução 
e era analfabeta, além disso, a massa de trabalhadores era de escravos, logo, a 
restrição à educação faz parte do contexto histórico brasileiro. Se a educação nem 
sempre foi o foco do Brasil, tampouco seria prioridade a educação das pessoas com 
necessidades especiais. 
Ainda conforme Kassar (2011), no início da República o Brasil passou a dar 
atenção às pessoas com deficiência em decorrência de ideias já difundidas na 
Europa as quais estudiosos daqui tomaram parte. 
Rebelo (2013) diz que a educação especial no Brasil, era caracterizada pelo 
termo “parcial simbiose” entre os setores público e privado, nomenclatura dada por 
Jannuzzi (1997), que significava que o Estado deixava a educação das pessoas com 
deficiência, na maioria dos casos, como responsabilidade das instituições privado-
assistenciais, que eram subvencionadas pelo governo. Essas instituições, por sua 
vez, influenciaram o poder público a formular políticas para a educação especial. Em 
1988 foi promulgada a Constituição Federal do Brasil trazendo consigo a garantia de 
atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, de preferência 
na rede regular de ensino (Art.208). Em seu artigo 205, a CF/88 define a educação 
como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o 
exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Dois anos depois, 
promulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, Lei nº 8.069/90 – que 
reforça, em seu artigo 55, os dispositivos legais mencionados anteriormente ao 
determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos 
ou pupilos na rede regular de ensino”. 
Em 1990, o Brasil passou por um processo de equilíbrio fiscal através de 
reformas trabalhistas, administrativas e previdenciárias, para tanto, teve que fazer 
cortes nos gastos públicos. É nesse período de ajustes que no Brasil começa a se 
13 
 
 
perceber a preocupação em identificar a educação especial sob um olhar 
pedagógico e escolar. No mesmo período (1990-1994) ocorrem as declarações da 
UNESCO: Declaração Mundial Sobre Educação para Todos e a Declaração de 
Salamanca, sobre princípios, políticas e práticas na área de necessidades 
educativas especiais. (REBELO, 2013). 
Mais tarde, conforme Caiado e Laplane (2009), em 2003, o governo brasileiro 
deu início ao Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, promovido pela 
Secretaria de Educação Especial (SEESP) e pelo Ministério da Educação (MEC). O 
programa tinha como critério dissipar a política de educação inclusiva nos 
municípios brasileiros e apoiar a formação de gestores e educadores para efetivar a 
transformação dos sistemas educacionais em sistemas educacionais inclusivos. 
Como objetivo, fazer com que as redes atendam com qualidade e incluam nas 
classes comuns do ensino regular os alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades. (MEC, 2017). 
O Censo Escolar registra uma evolução nas matrículas, de 337.326 em 1998 
para 700.624 em 2006, representando um crescimento de 640% das matrículas em 
escolas comuns (inclusão) e 28% em escolas e classes especiais. (MEC, 2007). 
Ainda que o atual cenário de crise no Brasil aponte contradição sobre a 
qualidade de ensino, agora é o momento de colocar em prática toda a legislação 
sobre o assunto, de forma a promover a participação efetiva de todas as pessoas, 
principalmente dos excluídos de todos os espaços sociais. (Camargo, 2017). 
 
 
 
 
14 
 
 
3 EDUCAÇÃO INCLUSIVA INFANTIL 
Ao nascer, a criança tem seu primeiro contato com a família, mas é na escola 
onde ela aprende o que é sociedade e se depara com as diversidades sociais. 
Primeiramente, vamos entender o conceito de educação infantil. 
De acordo com o portal Educação Integral do MEC (2017), a educação infantil 
é a primeira etapa da educação básica. Nas creches são atendidas crianças de zero 
a três anos e na pré-escola, de quatro e cinco anos. Sua finalidade é desenvolver 
totalmente a criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, 
complementando a ação da família e da comunidade. Conforme a Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional, os municípios são responsáveis pela oferta e gestão 
da educação infantil. (BRASIL, 2014). 
O Referencial curricular nacional para a educação infantil (BRASIL, 1998) 
constitui-se em um conjunto de referências e orientações didáticas, 
trazendo como eixo do trabalho pedagógico: o brincar como forma particular 
de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil e a 
socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais 
diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma. 
(MEC, 2006). 
Como visto no capítulo anterior, todos somos iguais perante a Lei, e não 
apenas sob a Lei. De modo pessoal, ético, moral e emocional, devemos respeitar o 
próximo da maneira como gostaríamos de ser respeitados. 
As crianças com qualquer deficiência, independentemente de suas 
condições físicas, sensoriais, cognitivas ou emocionais, são crianças que 
têm as mesmas necessidades básicas de afeto, cuidado e proteção, e os 
mesmos desejos e sentimentos das outras crianças. Elas têm a 
possibilidade de conviver, interagir, trocar, aprender, brincar e serem felizes, 
embora, algumas vezes, de forma diferente. (MEC, 2006). 
A maioria das pessoas possui lembranças de como foi sua infância na creche 
e na pré-escola. Sekkel e Matos (2014), em seu estudo sobre a educação inclusiva 
infantil, ao entrevistar alunos que tiveram a oportunidade de estudar com pessoas 
com deficiência, relatam que algumas dessas crianças se lembram de como foi essa 
experiência. Essa relação envolvendo diversidade gerou marcas e efeitos que 
contribuíram para a formação de atitude de cada criança. 
15 
 
 
“Apesar de todas as barreiras presentes na relação com uma pessoa com 
deficiência múltipla, há algo que pôde superá-las todas e que coloca em relevo o 
potencial inclusivo da educação infantil. ” (SEKKEL E MATOS, 2014). 
No Brasil, após a mudança social e a inclusão das mulheres no mercado de 
trabalho, estas sentiram a necessidade de ter um lugar para deixarem seus filhos 
para poderem ir trabalhar. Assim, a educação infantil se tornou necessária, mas 
somente após a Constituição Federal de 1988 e com a aprovação da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 que se tornou um direito de todas 
as crianças e deixou de ser um apoio às mães trabalhadoras, passando a ser parte 
fundamental do processo educativo. (CARNEIRO, 2012). 
3.1 Ensino Regular 
Com o passar dos anos, o número de crianças matriculadas em creches e 
pré-escolas do ensino regular aumentou. De 2010 a 2015 é possível notar esse 
aumento conforme mostra a figura a seguir: 
Figura 2. Ensino Regular – Evolução do Número de Matrículas na Educação 
Infantil. Brasil 2010-2015 
 
Fonte: MEC, Censo Escolar 2015. 
16 
 
 
Apesar desse aumento, representando a conscientização da sociedade em 
matricular seus filhos desde já em creches e pré-escolas, esse número não 
representa a inclusão das pessoas com deficiência. O sistema regular de ensino 
necessita ser adaptado e transformado de forma pedagógica e profissional para 
atender às necessidades de inclusão. 
Carneiro (2008), ressalta que muitas famílias, com filhos que apresentam 
necessidades especiais, têm medo do preconceito e acabam optando pelo ensino 
especial. O ensino especial é aquele especializado no atendimento exclusivo de 
pessoas com deficiência, e temsido alvo de críticas por não promover a interação 
entre crianças com deficiência e as demais crianças. (GUIA DE ESCOLAS E 
CRECHES, 2017). 
No ano de 1994, em Salamanca, Espanha, ocorreu uma conferência 
envolvendo vários países. A pauta foi a educação especial. Essa declaração, 
intitulada Declaração de Salamanca, foi um dos ponta pés iniciais para a educação 
inclusiva. Dentre outras proclamações, encontramos uma que define claramente o 
papel da escola regular na inclusão: 
As escolas regulares seguindo esta orientação inclusiva, constituem os 
meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias, criando 
comunidades abertas e solidarias, construindo uma sociedade inclusiva e 
atingindo a educação para todos; além disso, proporcionam uma educação 
adequada à maioria das crianças e promovem a eficiência, numa ótima 
relação custo-qualidade, de todo o sistema educativo. (DECLARAÇÃO DE 
SALAMANCA, 1994). 
A inserção e adaptação das crianças com deficiência nas redes regulares de 
ensino dependem de uma completa estrutura no que tange aos aspectos de 
acessibilidade de acordo com a deficiência do aluno, por exemplo, um aluno com 
deficiência visual precisa ter acesso a livros em braile, um aluno surdo enfrenta 
barreiras de comunicação e exige o conhecimento em libras, mas toda essa 
interação depende da profissionalização e experiência dos educadores. 
Não é o aluno que deve se adaptar à escola, e sim a escola que deve se 
adaptar às necessidades do aluno. 
 
17 
 
 
3.2 O Papel dos Professores na Inclusão 
O professor desempenha um papel fundamental na vida da criança, pois é ele 
que transmite o conhecimento e ajuda na formação social do aluno. Como visto 
anteriormente, os alunos com necessidades especiais requerem mais atenção e um 
nível maior de especialização dos professores. 
Conforme o art. 58, §1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
“haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, 
para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. ” Em seguida, em 
seu art. 59, inciso III, a Lei garante “professores com especialização adequada em 
nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do 
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes 
comuns. “ 
De acordo com o artigo publicado no site Nova escola, por Daniela Alonso 
(2013), o professor tem o papel de organizar a sala de aula e intervir nas atividades 
que o aluno com deficiência não consegue realizar sozinho, sendo que é dever da 
gestão que elabora o projeto pedagógico da escola direcionar as ações do 
professor. O educador com foco na inclusão deve prestar atenção nas competências 
de seus alunos, e não em suas limitações. É preciso tempo e estratégias para que 
ajudem a conhecer os alunos, para tanto, o professor precisa se sentir capaz e estar 
em constante formação, buscando conhecimento, novas formas de pensar e de agir 
para atender as exigências de sua profissão. 
“Muitas vezes, identificar as limitações pode ter um efeito paralisante. Por 
outro lado, se identificarmos as competências, encontramos alternativas de ensino e 
condições favoráveis à participação nas aulas e a aprendizagem. ” (ALONSO, 2013). 
Ainda de acordo com o artigo, existem dois fatores importantes que devem 
ser considerados na formação e atualização dos profissionais: o primeiro refere-se 
ao conteúdo e o segundo, à forma de desenvolvê-lo. 
Nesse contexto, a contribuição de Pletsch (2009) é válida quando ela diz que 
no Brasil a formação de professores segue ainda um modelo tradicional ineficiente 
para suprir as demandas da educação inclusiva. A autora acrescenta: 
18 
 
 
“O fato é que, de maneira geral, as licenciaturas não estão preparadas para 
desempenhar a função de formar professores que saibam lidar com a 
heterogeneidade posta pela inclusão. “ (PLETSCH, 2009). 
Devido a essa falta de preparo, as escolas desenvolvem cursos, reuniões e 
debates internos, buscando especializar seus professores e fazer a troca de 
experiências. 
Em 2014, o Governo do Estado de São Paulo desenvolveu a formação inédita 
de 1.600 professores e gestores com o foco na educação especial e inclusiva. 
Foram disponibilizados sete cursos de especialização, elaborados em parceria com 
a Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São Paulo 
(EFAP) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a partir do projeto REDEFOR. 
Com os novos profissionais capacitados, a Secretaria da Educação tinha como 
objetivo aumentar ainda mais a quantidade das salas de recursos, ambientes 
regidos por professores especializados e equipados com materiais pedagógicos 
específicos, de acordo com o tipo de deficiência. (SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, 
2014). 
Em dados estatísticos, de 2003 para 2013 houve um aumento de 177% na 
formação de professores em educação especial. Em 5.553 municípios das cinco 
regiões do país, 648.921 alunos com deficiência (visual, auditiva, física ou 
transtornos globais do desenvolvimento) estudam em classes comuns da educação 
básica. (BRASIL, 2014). 
 
 
 
 
 
19 
 
 
4 LEVANTAMENTO DE DADOS 
Este capítulo irá tratar de pesquisas já realizadas a respeito da educação 
inclusiva infantil. Utilizamos a plataforma da biblioteca Digital de Teses e 
Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação para Ciência e Tecnologia 
(BDTD/IBICT) – teses e dissertações produzidas no Brasil. 
Foram coletados dados a respeito de trabalhos já elaborados sobre o 
assunto. No total foram 10 trabalhos selecionados, sendo que, somente um foi de 
tese (Doutorado) e os outros 9, de dissertação (Mestrado). 
Dentre os trabalhos avaliados, 5 foram elaborados na região sudeste do país 
através das seguintes instituições: Universidade Federal do Espírito Santo, 
Universidade Federal de São Carlos, Universidade de São Paulo e Universidade 
Estadual Paulista. Os demais foram desenvolvidos nas regiões: Sul, Universidade 
Federal de Santa Maria; no Nordeste, Universidade Federal da Paraíba, 
Universidade Federal do Ceará e Universidade Federal do Rio Grande Do Norte. 
Cada trabalho apresentou um autor e orientador diferente. Os anos de 
pesquisa vão de 2006 até 2016, tendo um espaço de ausência de três anos (2007, 
2008 e 2009), como mostra o gráfico 1. Acrescenta-se que as universidades Federal 
da Paraíba e Federal do Espírito Santo, cada uma apresentou duas dissertações, as 
demais apenas uma. Isto revela a dispersão de estudos em todo o Brasil, não 
havendo estudos sistemáticos sobre a educação inclusiva na etapa da etapa 
educação infantil. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Gráfico 1 – Distribuição Temporal dos Trabalhos 
 
 
Todos os trabalhos avaliados são de Programas de Pós-Graduação em Educação, e 
os temas são todos relativos às formas, políticas e preparação dos professores para 
inclusão, como se pode ver no quadro 1. 
0
0,5
1
1,5
2
2,5
2006 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Quantidades de Trabalhos por ano
21 
 
 
Quadro 1 – Temas/títulos das pesquisas e seus respectivos autores. 
Tipo de 
documento 
Autor Título do trabalho 
Dissertação 
Renata Suzi Escudeiro 
Hastenreiter Rodrigues 
Análise dos aspectos da relação social entre 
crianças: contribuições para a inclusão na 
educação infantil 
Dissertação Dayane Bollis Rabelo 
O bebê surdo na Educação Infantil: um olhar 
sobre inclusão e práticas pedagógicas 
Dissertação 
Andrea Karla de Souza 
Gonzaga 
O processo de inclusão de pessoas com 
deficiência e a educação infantil: um estudo de 
caso na escola de educação básica- UFPB 
Dissertação 
Clariane do 
Nascimento de Freitas 
Indicadores De Inclusão na Educação Infantil e 
suas implicações na Constituição do Sujeito 
Dissertação Anna Costa Fernades 
A inclusão Social na Educação Infantil: Um olhar 
sobre a prática docente. 
Dissertação Gabriela Silva Ferreira 
Políticas Públicas de Inclusão na educação 
infantil:Um estudo em creches no município de 
Franca/SP 
Dissertação 
Maria Betania Barbosa 
da Silva Lima 
Leituras pedagógicas das crianças com 
deficiência em creches e pré-escolas de 
Campina Grande-PB 
Dissertação Roseli Kubo Gonzalez 
Análise de Critérios para promoção de alunos 
com deficiência intelectual em pré-escolas 
públicas de Osasco 
Tese Nazineide Brito 
A recepção da criança com deficiência intelectual 
ao texto literário na educação infantil 
Dissertação 
Aline Kelly Scalco 
Gonçalves 
Estratégias pedagógicas inclusivas para crianças 
com paralisia cerebral na educação infantil 
 
22 
 
 
No primeiro trabalho, “Análise dos aspectos da relação social entre crianças: 
contribuições para a inclusão na educação infantil”, Renata Suzi Escudeiro 
Hastenreiter Rodrigues chegou ao resultado de que estabelecemos relações sociais 
com o outro a todo tempo e, mesmo sem perceber a amplitude de nossas relações 
sociais, nós nos auto vivenciamos e vivenciamos o outro equacionando o eu e o 
outro numa unidade espaciotemporal. A pesquisa ressaltou que a presença da 
criança com deficiência na escola de educação infantil amplia as possibilidades de 
relações sociais. 
 Já no segundo, “O bebê surdo na Educação Infantil: um olhar sobre inclusão 
e práticas pedagógicas”, através da pesquisa, Dayane Bollis Rabelo chegou à 
conclusão de que as escolas precisam estar bem equipadas para receber os alunos 
especiais. De acordo com os dados levantados, faltam professoras fluentes em 
Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
 Na terceira dissertação, “O processo de inclusão de pessoas com deficiência 
e a educação infantil: um estudo de caso na escola de educação básica- UFPB”, 
Andrea Karla de Souza Gonzaga obteve, como resultado, o processo de inclusão na 
instituição que ainda é desafiador e caminha em passos lentos. Para que possa se 
efetivar, necessita de romper o tabu da incapacidade dos deficientes, e isso requer 
compromisso e dedicação dos professores com a educação. 
No quarto trabalho, “Indicadores De Inclusão na Educação Infantil e suas 
implicações na Constituição do Sujeito”, Clariane do Nascimento de Freitas 
observou que é pouco provável que as crianças com deficiência internalizem valores 
e conhecimentos do mesmo modo que as outras, e que algumas crianças 
expressam desconforto diante do colega especial. 
No quinto tema estudado, “A inclusão Social na Educação Infantil: Um olhar 
sobre a prática docente”, Anna Costa Fernades utilizou índices de ECERS-R, que é 
uma Escala de Avaliação do Ambiente em Educação Infantil. Os itens são cotados 
numa escala de 1 a 7, sendo que, 1 é inadequado, 3 é mínimo, 5 é bom e 7 é 
excelente. Os resultados indicaram que a média nacional da educação infantil é 3,4, 
enquanto que, a nota da professora participante é de 3,1 e a média da educação no 
23 
 
 
município de Fortaleza é 2,2. Isso mostra que no munícipio a educação infantil é 
inadequada e que na escola avaliada não passa de bom. 
No tema seguinte, “Políticas Públicas de Inclusão na educação infantil: Um 
estudo em creches no município de Franca/SP”, os resultados da pesquisa da 
Gabriela Silva Ferreira, consideraram que a chegada da criança com deficiência na 
educação infantil é realidade e que a inclusão destas crianças precisa ser 
assegurada com qualidade, o que implica em ambientes físicos adaptados, recursos 
pedagógicos adequados, proposta pedagógica com atendimento especializado 
complementar, capacitação dos profissionais e a necessidade de ser afirmada a 
implementação de uma política de educação inclusiva na educação infantil do 
município. 
Seguindo, o próximo tema, “Leituras pedagógicas das crianças com 
deficiência em creches e pré-escolas de Campina Grande-PB”, da Maria Betania 
Barbosa da Silva Lima, relatou que vários aspectos precisam ser revistos para que 
haja a efetivação de práticas pedagógicas mais inclusivas, como, por exemplo, o 
envolvimento da GEI (Gestão da Educação Infantil) junto a coordenação da 
Educação Especial; a apresentação da proposta do AEE (Atendimento Educacional 
Especializado) em todas as instituições de Educação Infantil para que se esclareçam 
os objetivos e as funções desse atendimento, entre outros fatores. 
Na oitava dissertação, “Análise de Critérios para promoção de alunos com 
deficiência intelectual em pré-escolas públicas de Osasco”, da Roseli Kubo 
Gonzalez, os resultados demonstram que, dos 5.691 alunos matriculados em 
classes regulares, 62 foram considerados com necessidades educacionais 
especiais. Através do estudo foi possível ver a insegurança dos profissionais ao 
tratar do tema inclusão. 
No nono trabalho, “A recepção da criança com deficiência intelectual ao texto 
literário na educação infantil”, única tese estudada, Nazineide Brito, foi observado 
que os modos de participação da criança em questão deixaram transparecer, na 
maior parte da investigação, uma atitude de participação, envolvimento e enlevo 
pelos textos narrados. 
24 
 
 
Por fim, no décimo e último tema, “Estratégias pedagógicas inclusivas para 
crianças com paralisia cerebral na educação infantil”, da Aline Kelly Scalco 
Gonçalves, os resultados foram apresentados por etapas e casos, sendo que cada 
um teve um resultado diferente. No primeiro caso, por exemplo, a professora 
descreveu, a respeito das crianças com deficiência, que era preciso respeitar, 
estimular e aplaudir quando conseguia executar a tarefa, porque só assim eles 
conseguiam se sentir importantes, e assim produziam muito mais. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Entende-se, portanto, com base no que foi estudado, que as crianças com 
necessidades especiais dificilmente vão interagir da mesma forma que as outras 
crianças, porém elas conseguem, da maneira delas, participar e interagir, como foi o 
exemplo da tese de Nazineide Brito, estudada no capítulo anterior. A criança com 
deficiência intelectual conseguia reagir de forma positiva aos textos literários, o que 
demonstra a capacidade das pessoas com deficiência e confirma a ideia de que elas 
precisam de atenção para se desenvolverem. 
Com o passar dos anos, a política referente a inclusão vem mudando e se 
aprimorando cada vez mais, como apontado no capítulo 2. As pessoas com 
deficiência ganharam seu papel na sociedade e a sociedade está se adaptando aos 
poucos. 
Ainda, o estudo confirmou a hipótese de que o processo de inserção e 
adaptação da pessoa com deficiência é delicado e varia de acordo com a patologia 
do aluno, sendo em alguns casos mais fácil e em outros, mais difícil. De tal forma a 
legislação atual exige que os professores sejam bem preparados para atender e 
ajudar os alunos com necessidades educacionais especiais. Entretanto, esse 
treinamento que os professores precisam nem sempre é oferecido, como foi o caso 
da dissertação da Dayane Bollis Rabelo, que mostrou que faltam professoras 
fluentes na Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
Como dito na introdução, nós, integrantes do grupo, já tivemos experiência 
em educação inclusiva infantil, e foi difícil atuar, pois não tínhamos conhecimento na 
área. Com isso percebemos como é um grande desafio. 
Concluímos visando a importância da formação do professor, e também da 
troca de experiências com as crianças especiais. Acreditamos que esse contato com 
a educação inclusiva dentro de estágios nos deu experiência. Além de tudo 
conseguimos entender um pouco mais a respeito, e atingimos o objetivo esperado 
com a pesquisa. 
 
 
26 
 
 
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