Há direitos autorais sobre este material, portanto é proibida a sua distribuição em qualquer meio de comunicação. 1 Gabriela Gomes da Silva – Resumo P1 e P2 – AFC RESUMO P1 E P2 ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO O MODELO DE CAUSALIDADE Se refere a como causas e efeitos estão relacionados e onde se deve buscar as causas de determinado evento. Na Análise do Comportamento, o modelo de causalidade é o de seleção por consequências. O comportamento é histórico e multideterminado, e produto das três histórias: filogenética (espécie), ontogenética (indivíduo) e cultural. Filogênese: a espécie varia Ontogênese: o operante varia Cultura: se constitui com base em comportamentos individuais que se propagam entre outras pessoas Ou seja, é produto do conjunto de contingências de sobrevivência, de reforçamento e aquelas mantidas pelo ambiente social. VARIAÇÃO E SELEÇÃO Skinner se utilizou da Teoria da Evolução de Darwin para construir sua teoria sobre o comportamento. O genótipo (produto da interação entre organismo e ambiente que envolve ações e consequências) seria o equivalente ao operante (uma população de respostas individuais que produzem certa consequência). A seleção de variações das espécies ocorre pela consequência mais relevante. Ex: borboletas adquiriram coloração acinzentada durante a Revolução Industrial devido a poluição, o que fez com que elas fossem capazes de se camuflar para se proteger de predadores, perpetuando a espécie. Essa variação foi selecionada pelas consequências (sobrevivência e reprodução). COMO EXPLICAR O COMPORTAMENTO COM BASE NAS 3 HISTÓRIAS? Lígia, comportamento bulímico Filogênese: modo como o corpo reage a dieta severas e sucessivamente interrompidas Ontogênese: variáveis comportamentais por consequência social “você está gorda” Cultura: padrão estético aceito AS FUNÇÕES DO AMBIENTE O ambiente tem papel selecionador, porque as consequências ambientais selecionam respostas com certas características, tornando-a mais prováveis de ocorrer em certas circunstâncias. Caso o foco seja a mudança de operantes e a instalação de um novo repertório comportamental, o ambiente desempenhará essa função. Na ocorrência de respostas particulares de um operante já selecionado, o ambiente tem papel instanciador, ou seja, evoca um comportamento já existente através de estímulos antecedentes (estímulos discriminativos, estímulos condicionais e operações motivadoras). Ex: Rodrigo sabe jogar futebol (comportamento já selecionado), mas só joga quando seus amigos o convidam (evento instanciador). NA CLÍNICA “A intervenção analítico-comportamental pode ter dois ‘’níveis”: em certos momentos, a meta é a seleção de comportamentos, e, em outros, a meta é promover a instanciação de operantes” (BORGES; CASSAS, p. 82, 2012). Primeiro criamos condições para ocorrer, depois selecionamos. O AMBIENTE SOCIAL “A sensibilidade às consequências do comportamento operante favoreceu ainda mais a emergência do outro como parte relevante do ambiente comportamental e, assim, favoreceu, em algumas espécies, a ampliação dos comportamentos sociais.” [...] “O ambiente social foi fundamental para o surgimento do comportamento verbal e ambos para o surgimento de um terceiro nível de variação e seleção, o cultural. No nível cultural o que varia e é selecionado são práticas culturais que tratam de comportamentos ensinados de um indivíduo para o outro e através de gerações de indivíduos” (BORGES; CASSAS, p. 84, 2012). Isso permitiu a seleção do comportamento verbal, e comportamentos individuais passaram a ser propagados entre outros indivíduos, gerando práticas culturais que seriam transmitidas a outras gerações. O nível cultural mais o comportamento verbal tornaram possível que aprendêssemos certos comportamentos sem precisar vivenciar suas consequências (não precisamos ser atropelados para saber que é necessário olhar a rua antes de atravessar), e é através da comunidade verbal que podemos hoje ter acesso ao nosso próprio mundo privado e à construção da nossa subjetividade. OPERAÇÕES MOTIVADORAS Universo é tudo o que cerca o organismo, e ambiente é a parcela do universo que o afeta. Eventos ambientais exercem duas funções: Evocativas: mudança imediata, porém temporária, no comportamento (uma resposta já existente no repertório terá sua probabilidade de ocorrer Instanciador: sabe fazer, mas não faz Selecionador: não sabe o que fazer nem como Há direitos autorais sobre este material, portanto é proibida a sua distribuição em qualquer meio de comunicação. 2 Gabriela Gomes da Silva – Resumo P1 e P2 – AFC alterada – mais ou menos provável de acordo com o evento) Estímulos que exercem função evocativa Nas relações respondentes Nas relações operantes - Estímulos incondicionais - Estímulos condicionais - Estímulos discriminativos - Operações motivadoras incondicionais e condicionais Alteradoras de repertório: evento que pode ser melhor observado quando as condições que o precederam estão novamente presentes, em que o ambiente exerce o papel selecionador e o organismo fica sensível a fatores ambientais que antecedem a resposta. São mudanças duradouras no repertório. Portanto, as operações motivadoras ora evocarão respostas que o indivíduo já aprendeu, ora mudarão seu repertório, dependendo da ocasião. Uma operação motivadora é todo evento ambiental que afeta um operante de duas maneiras: alterando a efetividade dos estímulos consequentes (aumentando ou diminuindo) e modificando a frequência da classe de respostas. As operações motivadoras aumentam o valor da consequência. Elas podem ser operações estabelecedoras (respostas mais prováveis de serem emitidas porque aumentam a efetividade reforçadora ou diminuem a efetividade punidora da consequência), ou operações abolidoras (respostas menos prováveis de serem emitidas porque diminuem a efetividade reforçadora ou aumentam a efetividade punidora da consequência). Enquanto as estabelecedoras aumentam a frequência de respostas, as abolidoras diminuem/suprimem. Estabelecedoras Abolidoras - Criança pedir colo para a mãe após ter ficado longe dela (valor reforçador aumenta) o dia todo (efetividade reforçadora aumenta, frequência de R para conseguir o colo também) - Menina está na praia e o calor vai aumentando (valor aversivo aumenta), então ela entra mais vezes no mar - Um rapaz propõe uma feijoada com seus amigos no sábado, e no dia seguinte eles sugerem continuar a festa. O rapaz não vai propor o prato novamente (valor reforçador diminui), pois comer a feijoada se tornou uma operação abolidora (frequência de R que tem para se refrescar (efetividade punidora diminui, frequência de R para minimizar o calor aumenta) como C a produção da feijoada diminui) - Um aluno tira 2 na prova (valor punitivo aumenta), fica retido na disciplina e tranca o curso (operação abolidora, pois tornou a ida à faculdade aversiva e a resposta de ir foi suprimida) OPERAÇÕES MOTIVADORAS CONDICIONAIS E INCONDICIONAIS Ainda dentro das operações estabelecedoras e abolidoras, há outra classificação. Operações motivadoras incondicionais se referem a eventos em que seu efeito tem a ver com valor de sobrevivência; já nascemos sensíveis a eventos aversivos ou apetitivos (pedir um copo d’água para saciar a sede). Operações motivadoras condicionais estão relacionadas a eventos em que seu efeito tem a ver com aprendizagem; adquirimos sensibilidade a certos eventos apetitivos ou aversivos (andar de ônibus e juntar dinheiro para comprar um carro). EPISÓDIOS EMOCIONAIS Segundo Skinner, a natureza daquilo que ocorre dentro da pele, como as emoções, não é diferente de qualquer comportamento que possa ser observado. Quando se fala em emoção na Análise do Comportamento, falamos da interação entre o comportamento respondente e o comportamento operante. COMPORTAMENTO RESPONDENTE