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DIFICULDADES E DISTÚRBIOS 
DE APRENDIZAGEM 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Simone Silva 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, prezado aluno. Nesta aula, serão apresentados os conceitos iniciais 
sobre as dificuldades e os distúrbios de aprendizagem. Sabe-se que, em grande 
parte das situações, esses transtornos se apresentam acompanhados de alguns 
comportamentos, tais como falta de motivação, imaturidade e problemas de 
ordem comportamental. 
O que se entende, então, por dificuldade de aprendizagem? A dificuldade 
é gerada por um ou mais fatores externos, sendo assim, ela não nasce com o 
indivíduo. Essa é a principal diferença entre dificuldade e distúrbio (ou 
transtorno), pois este, geralmente, nasce com o indivíduo. 
Várias situações podem desencadear na criança a dificuldade para 
aprender. Às vezes, um estilo de vida que prejudica o sono ou um trauma 
familiar, como a separação dos pais, por exemplo, pode interferir diretamente no 
desenvolvimento escolar da criança. Mas, via de regra, essa dificuldade é 
passageira. 
O transtorno de aprendizagem, diferentemente, refere-se a problemas 
internos, determinado biologicamente. Entre os mais conhecidos e reconhecidos 
em sala de aula, estão a dislexia, discalculia, disortografia, déficit de atenção e 
hiperatividade. 
Na presente aula, serão estudados os conceitos de dificuldade de 
aprendizagem, bem como as estatísticas relacionadas ao tema. Será 
demonstrada, ainda, a importância de se analisar as dificuldades de 
aprendizagem no contexto escolar, além de conhecer as características dos 
distúrbios de aprendizagem e aprender a identificar se uma dificuldade para 
aprender realmente configura um distúrbio de aprendizagem. 
Bons estudos! 
TEMA 1 – CONCEITO DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM 
O termo aprendizagem e sua conceituação é de origem americana e 
canadense, segundo Sánchez (2004, p. 13). Saravali (2005) explica que a 
expressão “dificuldade de aprendizagem”, por sua vez, busca identificar os 
variados sentidos e influências da área. 
Os estudiosos e especialistas não chegam ao consenso quando discutem 
as dificuldades de aprendizagem (DA) e apresentam variadas perspectivas no 
 
 
3 
tratamento do tema. Elas podem ser de origem médica e orgânica ou 
psicológicas e pedagógicas. Fonseca (1995, p. 57-58) critica essas teorias das 
dificuldades de aprendizagem, porque, em sua opinião, elas são 
controversas, conceitualmente confusas e raramente apresentam 
dados de aplicação educacional imediata. Mesmo com uma grande 
panorâmica e com um grande potencial de investigação, as teorias das 
DA continuam a ser muito complexas e muito pouco consistentes. 
O autor entende, ainda, que é fundamental para o estabelecimento dessa 
definição considerar “as múltiplas condições envolvidas: internas 
(neurobiológicas), externas (socioculturais) ou dialéticas (psicoemocionais)” 
(Farias e Gracino, 2019). 
A dificuldade ou o distúrbio de aprendizagem se manifesta como um 
problema que afeta a capacidade da criança em receber, processar, analisar ou 
armazenar informações. Assim, um ou vários aspectos dentro do processo de 
aprendizagem da criança fica prejudicado por conta do distúrbio ou da 
dificuldade. A presença de distúrbio ou transtorno, inclusive, pode promover o 
surgimento de uma dificuldade, ou seja, o transtorno e a dificuldade podem se 
apresentar de modo complementar durante a aprendizagem. 
Segundo o CLD – National Joint Comittee of Learning Disabilities (1980), 
o conselho para deficiências de aprendizagem, a expressão “distúrbio de 
aprendizagem” é “um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de 
transtornos que se manifesta por dificuldades significativas na aquisição e uso 
de habilidades para ouvir, falar, ler, escrever e realizar cálculos matemáticos”. 
O referido comitê é internacional. Ele foi criado e é formado por 
especialistas de diversas áreas, como pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, 
médicos, administradores, professores e familiares de crianças que apresentam 
algum ou alguns desses distúrbios. Os integrantes deste comitê discutem a 
criação e elaboração de leis e também o aprimoramento daquelas já existentes. 
Além das propostas de lei, nesse comitê, existe muita troca de 
experiências e produção de artigos e documentários. Os conteúdos produzidos 
discutem e apresentam soluções e estratégias adotadas pelas escolas e famílias 
dos mais diversos lugares para lidar com a realidade dos transtornos e 
dificuldades de aprendizagem existentes. 
 
 
 
4 
TEMA 2 – ESTATÍSTICAS DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
Todos os dias surgem ou se confirmam novos casos de crianças que 
apresentam algum tipo de distúrbio ou dificuldade de aprendizagem. Portanto, 
os números a respeito da existência desses casos são aproximados e estimados, 
mas não absolutos. 
Zorzi (2000) explica que é bastante alto o número de crianças que, 
segundo seus professores ou familiares, apresenta alguma dificuldade no 
processo de aprendizagem. Segundo estimativas, cerca de 40% das crianças 
presentes nas escolas brasileiras estão com dificuldade para aprender. 
As informações seguintes também são alarmantes e afirmam que os 60% 
dos estudantes restantes apresentam, em sua maioria, baixo rendimento 
escolar. Nos países desenvolvidos, conforme Ciasca (2003), os números de 
estudantes com dificuldades para aprender variam entre 5 e 20% da população 
escolar. 
No Brasil, o autor estima que cerca de 70% das crianças apresentam 
alguma dificuldade para ler ou escrever ou, ainda, algum distúrbio. Dentro deste 
contingente, cerca de 10 a 15% das crianças apresentam a chamada dislexia; 
aproximadamente 11% são portadoras de discalculia; 22% apresentam 
problemas de comunicação; 14% possuem algum tipo de deficiência mental; 6% 
apresentam outros problemas de saúde; 3% possuem múltiplas deficiências; 2% 
apresentam problemas motores; 1,5% possui alguma deficiência auditiva; e 
1,2% possui alguma deficiência visual. Na pesquisa, ainda, 1,3% da população 
estabelecida apresenta algum nível de autismo; 0,5% é cego e surdo; e 0,3% 
dessas crianças sofreu um traumatismo craniano. São dados levantados por 
pesquisa realizada por Ciasca (2003). 
Ainda que os números da pesquisa pareçam pequenos, eles referenciam 
porcentagens de um grande número de estudantes. Além disso, dentro das 
escolas, existe um expressivo número de alunos que possuem dificuldade de 
aprendizagem e não são identificados ou diagnosticados. 
Uma outra parcela até é identificada, mas essa observação acontece 
tardiamente e, quanto mais tempo demora a identificação do aluno com 
necessidades especiais, mais prejuízo ele acumula no seu processo de 
aprendizagem. Isso porque, até que o problema seja identificado, na maior parte 
dos casos, acontece uma paralisação ou retardamento da aprendizagem, afinal, 
 
 
5 
a criança não conta com atendimento especializado em nenhuma instância, seja 
com atendimento de profissional especializado, seja por meio de diferenciados 
métodos de ensino que atendam às suas características. 
Portanto, é fundamental que o professor observe com atenção o aluno 
que não aprende facilmente o conteúdo e, a partir de então, estabeleça, 
juntamente com a equipe pedagógica da escola, uma investigação que 
estabeleça a real condição do aluno, se ele apresenta apenas uma dificuldade 
de aprendizagem ou se é portador de algum distúrbio de aprendizagem. Com 
base no diagnóstico é que será possível estudar o caso e oferecer condições de 
ensino que realmente promovam a aprendizagem daquela criança. 
TEMA 3 – TODA DIFICULDADE PARA APRENDER CONFIGURA DISTÚRBIO 
DE APRENDIZAGEM? 
Para responder a essa pergunta, é preciso considerar as questões de 
ordem motivacional, ou seja, aquelas que relacionam aspectos cognitivos e 
afetivos com o processo de aprendizagem, especialmente no ambiente escolar. 
Situações como mudança de escola, de método,de professor, além de cansaço, 
ambiente familiar modificado, entre outros, são fatores externos ou gerados pelo 
meio de convivência que podem interferir na aprendizagem do aluno e gerar 
alguma espécie de dificuldade. Essa dificuldade pode ainda ser pontual, com 
dúvidas específicas sobre determinado conteúdo, e isso não configura um 
transtorno de aprendizagem. 
Por sua vez, o transtorno de aprendizagem pode não ser perceptível na 
primeira infância e ser identificado apenas no momento da alfabetização ou no 
início da vida escolar da criança. Quando, no entanto, essa dificuldade é 
percebida nos primeiros anos de vida, ela se manifesta, principalmente, no 
desenvolvimento da linguagem. Em geral, a criança com transtornos apresenta 
dificuldades já na aquisição da fala. Ela começa a falar e balbuciar com mais 
dificuldade e com atraso. 
Quando esses transtornos antecedem a alfabetização, eles afetarão 
diretamente o desenvolvimento da leitura, da escrita e também o aprendizado da 
aritmética. Normalmente, a criança com esse nível de transtorno terá o seu 
desempenho acadêmico completamente afetado. 
Os transtornos de aprendizagem se manifestam de diversas formas, tais 
como falhas nas funções receptivas e também nas funções expressivas; 
 
 
6 
alteração no processamento de informações auditivas e visuais, dificuldades nas 
relações espaçotemporais e problemas na aquisição de estratégias para 
aprender. 
A observação de qualquer uma dessas dificuldades deve despertar a 
atenção do professor para a presença de um transtorno de aprendizagem no 
aluno, que será investigado, confirmado e identificado por análises e 
investigações especializadas. É sempre importante lembrar que essas situações 
geralmente são identificadas primeiramente pelos pais e, quando estes 
comunicam com o professor sobre comportamentos atrasados da criança em 
relação aos seus pares, o professor deverá observar com mais atenção a 
criança, a fim de agilizar a investigação e o diagnóstico para iniciar o atendimento 
especializado o mais rapidamente possível. 
Existem ainda os transtornos emocionais primários, como ansiedade, 
depressão, psicoses e fobias que podem desequilibrar as relações acadêmicas 
e sociais da criança. 
Por fim, existem também os transtornos mais globais do desenvolvimento. 
Esses afetam diferentes aspectos da criança, tais como cognitivos, sociais, 
relacionais, comunicativos e motores. Nesse grupo, estão as deficiências 
mentais, o autismo, as alterações de natureza sindrômica e os variados déficits 
neurológicos. Todos eles tendem a comprometer a aprendizagem. 
Apesar de cognitivos e neurológicos, os distúrbios também podem ser 
associados a dificuldades de aprendizagem geradas por situações externas. E 
todos eles, em maior ou menor grau e intensidade, dificultam e/ou comprometem 
o processo de aprendizagem do aluno. 
Portanto, nem toda dificuldade de aprendizagem é causada por um 
distúrbio, mas todo distúrbio é capaz de dificultar ou comprometer o processo de 
aprendizagem. 
TEMA 4 – CARACTERÍSTICAS DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM 
Os fatores externos capazes de gerar uma dificuldade de aprendizagem 
no aluno são facilmente identificáveis. Os distúrbios de aprendizagem, por sua 
vez, não são tão simples de identificar. Como, então, identificar se se trata 
realmente de um transtorno? 
 
 
 
7 
4.1 Fase pré-escolar 
Nessa fase, é possível observar ou suspeitar de algum distúrbio quando: 
• a criança começa a falar mais tarde que as crianças da sua idade; 
• durante a conversação, a criança não consegue encontrar palavras 
adequadas ao contexto; 
• a criança não consegue nomear com rapidez palavras de uma 
determinada categoria; 
• a criança apresenta dificuldades com rima; 
• a criança não tem facilidade para aprender tanto o alfabeto quanto as 
formas, os números e até mesmo os dias da semana; 
• a criança se distrai facilmente e não consegue seguir ordens e rotinas. 
De modo geral, o professor percebe tudo isso por meio do relato dos pais, 
que já chegam na escola avisando ao professor sobre as diferenças no 
desenvolvimento de seu filho em comparação às crianças da mesma idade. Na 
continuação da relação professor-aluno, será observado se as queixas do pai 
são fundadas e, caso sejam, deve haver orientação para a busca por ajuda 
especializada. 
4.2 Fase escolar – inicial 
Nessa fase, a suspeita de algum distúrbio acontece quando: 
• a criança demora para aprender as relações entre letras e sons; 
• a criança apresenta dificuldades para sintetizar os sons e formar palavras; 
• o aluno comete erros consistentes de leitura e ortografia; 
• o aluno apresenta dificuldades para lembrar sequências ou dizer as horas; 
• o aluno apresenta lentidão para aprender novas habilidades; 
• a criança não consegue estabelecer qualquer planejamento. 
Já com a queixa dos pais e bem atento, o professor pode encontrar nesse 
momento uma criança que se irrita facilmente ou que não é capaz de lembrar a 
primeira letra do seu nome ou o nome do colega de turma. Normalmente, as 
crianças com distúrbios se distraem muito facilmente das atividades propostas 
e, em alguns casos, não conseguem sequer ficar quieta dentro da sala de aula. 
 
 
 
8 
4.3 Fase escolar – séries avançadas 
A presença de distúrbios se manifesta de forma diferente nesta fase: 
• a criança apresenta lentidão para aprender prefixos, sufixos, rota lexical e 
outras estratégias de leitura. Normalmente ela evita a leitura em voz alta; 
• a criança apresenta dificuldades com os enunciados, especialmente na 
disciplina de matemática. É comum, inclusive, que ela peça ajuda do 
professor um número muito grande de vezes e/ou, ainda, não faça a 
tarefa; 
• ela soletra de diferentes modos a mesma palavra, sem conseguir afirmar 
qual é a correta; 
• a criança tende a evitar tarefas que exijam leitura e ou escrita; 
• ela trabalha com lentidão; 
• na maior parte das situações, não consegue lembrar ou entender o que 
acabou de ler; 
• não aprende ou não consegue compreender ou generalizar conceitos; 
• se confunde entre informações como endereços, por exemplo. 
Essas dificuldades são as mais comuns, conforme entendimento de vários 
estudiosos, enfrentadas por alunos e professores no dia a dia da sala de aula, 
mas ainda existem outras variedades de problemas que podem indicar a 
presença de distúrbios ou dificuldades. 
TEMA 5 – IMPORTÂNCIA DE ANALISAR AS DIFICULDADES DE 
APRENDIZAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR 
Qual a importância de se analisar as dificuldades de aprendizagem no 
contexto escolar? É a partir do contexto escolar que se torna possível identificar 
a presença de um transtorno ou dificuldade na criança. Pensar a melhor maneira 
de ajudar essa criança a superar o problema ou a aprender apesar da presença 
daquele problema também passa pelo contexto da escola. 
Por isso mesmo, quanto antes acontecer o diagnóstico, melhor será o 
tratamento e atenção dispensados a essa criança e, consequentemente, melhor 
será também o seu aprendizado e o seu desenvolvimento pessoal, considerando 
todos os aspectos (relacional, cognitivo, emocional). 
 
 
9 
Em sua experiência dentro do contexto escolar, a psicopedagoga Gilmara 
Back narra uma situação que presenciou em uma escola para a qual foi 
transferida: um aluno, com histórico de muitas repetições de série, estava ainda 
no quinto ano do Ensino Fundamental já com 15 anos de idade. Foi só neste 
momento que os pais, em mais uma tentativa de ajudar o filho e com auxílio de 
médicos e terapeutas especializados, conseguiram identificar que o menino, que 
só aparentava desinteresse pelo ambiente escolar, era, na realidade, disléxico. 
Essa situação real revela que, apesar de toda evolução nos estudos a 
respeito das dificuldades e distúrbios da aprendizagem, a observação dentro da 
sala de aula é um fator determinante para agilizar a identificação do problema e 
garantir um atendimentorápido e adequado ao aluno com condições especiais. 
Harris e Hodges (1995) explicam que, embora o distúrbio de 
aprendizagem possa acontecer conjuntamente com outras dificuldades ou 
deficiências, tais como distúrbios sensoriais, sociais ou ainda emocionais e até 
deficiência mental, e, além disso, possam ser influenciados por questões 
ambientais, como cultura diferente, instrução inapropriada ou insuficiência, esse 
distúrbio de aprendizagem não é o resultado direto dessas condições. 
O mais importante para toda comunidade envolvida com o dia a dia da 
criança é entender que a junção de esforços e atenção é o melhor caminho para 
atender a qualquer criança, especialmente àquela que demanda atenção e 
atendimento diferenciados. Esse grupo envolve os pais, o professor, a equipe 
diretiva da escola, bem como a coordenação pedagógica e toda e qualquer ação 
ou estrutura pública ou privada de atendimento especializado (fonoaudiólogo, 
psicopedagogo, psicólogo, entre outros) que esteja acessível a essa família para 
diagnosticar e atender à criança com dificuldades ou distúrbios de 
aprendizagem. 
NA PRÁTICA 
As dificuldades de aprendizagem, como visto, apresentam variadas 
formas de manifestação, mas, em sua base, sempre haverá algum nível de 
comprometimento da leitura e/ou da escrita. 
É importante observar o ambiente de vivência da criança, desde os 
vínculos familiares até a integração escolar. Se os ambientes referidos oferecem 
acolhimento adequado à criança e o seu desenvolvimento é muito discrepante 
 
 
10 
daquele esperado para a idade, então é importante investigar a presença de 
distúrbios por meio de equipe interdisciplinar especializada. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao final desta aula cujo propósito foi apresentar a definição de 
e a diferenciação entre dificuldades e distúrbios de aprendizagem. Entendemos 
ainda a complexidade de fatores e condições que envolvem essas definições e 
como a demora na observação desses transtornos podem prejudicar a 
aprendizagem. Apontamos, ainda, causas que podem provocar as reais 
dificuldades de aprendizagem e também conhecemos em detalhes como se 
divide o número de crianças com transtornos de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
CIASCA, S. M. Distúrbios e dificuldades de aprendizagem: questão de 
nomenclatura. In: CIASCA, S. M. (Org.) Distúrbios de aprendizagem: proposta 
de avaliação interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 19-32. 
HARRIS, T. L.; HOEDGES R. E. The literacy dictionary: the vocabulary of 
reading and writing. Newark, Delaware: Ira, 1995. 
SÁNCHEZ, G. G. J. Dificuldades de aprendizagem e intervenção 
psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
ZORZI, J. L. Consciência fonológica, fases de construção da escrita de 
sequência de apropriação da ortografia do português. In: MARCHESAN, I.; 
ZORZI, J. L. (Orgs.) Anuário Cefac de Fonoaudiologia. Rio de Janeiro: 
Revinter, 2000. p. 91-118.

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