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Trabalho 01 - Falências

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Responda às perguntas abaixo, não somente escolhendo a resposta correta, mas explicando por que as demais alternativas (cada item não está) não estão corretas ou se estão corretas:
1) Sobre FALÊNCIA, não é correto afirmar:
a) O termo provém do verbo latino “fallere” e significa: faltar/enganar.
b) Solução judicial da situação jurídica do devedor comerciante que não paga no vencimento obrigação líquida.
c) Procedimento de interesse coletivo, instituto de ordem pública, embora vise resolver em massa questões de interesse privado.
d) É chamada pela maioria dos advogados de “execução concursal” e, pressupõe além da inadimplência, o título executivo.
e) Trata-se de execução concursal dos bens do empresário, pela qual concorrem todos os credores para o fim de arrecadar o patrimônio disponível.
RESPOSTA:
	O item a) está correto: como ensina Teixeira[footnoteRef:1] o vocábulo “falência” vem do verbo latim “fallere” que significa enganar, falsear. Esta é a origem etimológica da palavra. [1: TEIXEIRA, T. Direito Empresarial Sistematizado. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.] 
	O item b) está correto: Falência é um processo de execução concursal, isto é, busca satisfazer a universalidade dos credores, contra o devedor, empresário ou sociedade empresária, que esteja insolvente. Dessa forma, os credores para terem o seu crédito satisfeito recorrem à solução judicial do processo de falência para buscar a arrecadar judicialmente os bens do falido.
	O item c) está correto: Marlon Tomazette esclarece que com a falência “não se busca apenas a eliminação de empresas arruinadas, mas sim a otimização dos recursos produtivos com a possível continuação da atividade com outros sujeitos"[footnoteRef:2]. Além disso, está expressamente descrito no art. 75 da Lei Nº 11.101/2005, que o processo de falência busca, “ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa”. [2: TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas. V. 3, 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 373.] 
	O item d) está incorreto: Para o processo de falência são necessários pressupostos específicos: a legitimidade passiva específica, a insolvência do devedor (estado falimentar) e a decretação judicial. Quanto à insolvência do devedor, este não necessariamente exigirá o título executivo que só será necessário em caso de impontualidade injustificada onde o devedor não paga, sem relevante razão de direito, o título executivo protestado de valor superior equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos como previsto no art. 94, inc. I, da Lei Nº 11.101/2005. Portanto há outras situações elencadas neste art. 94 que ensejam na decretação da falência que exigem a constituição de título executivo. Como explica Marlon Tomazette:[footnoteRef:3], [3: TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas. V. 3, 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017, p. 399] 
Ao contrário de muitos países que adotaram um sistema único, o Brasil adotou um sistema misto de configuração da falência. Além da insolvência confessada pelo devedor, admite-se também a presunção de insolvência em razão da impontualidade injustificada, da execução frustrada ou da prática de atos de falência (Lei no 11.101/2005 – art. 94). Não se exige a insolvência econômica, mas apenas uma insolvência jurídica que adviria dos fatos previstos em lei, isto é, não interessa ao direito brasileiro o déficit patrimonial, mas apenas a análise de certos fatos ligados ao devedor que denotem a impossibilidade de fazer frente a suas obrigações. Em suma, no Brasil, a insolvência pode se configurar pela confissão do devedor, pela impontualidade injustificada e por atos enumerados legalmente (execução frustrada e atos de falência) como hipóteses de presunção de insolvência.
O item e) está correto: Na falência há um concurso de credores que após a arrecadação judicial dos bens do falido serão pagos conforme a ordem de preferência legal. Spencer Vampré define a falência como “a execução coletiva dos bens do devedor comerciante, à qual concorrem todos os credores para o fim de arrecadar o patrimônio disponível, verificar os créditos, liquidar o ativo, e solver o passivo, em rateio, ou observadas as preferências legais” [footnoteRef:4]. [4: VAMPRÉ, Spencer. Tratado elementar de direito comercial. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cia., 1925, v. III, p. 9.] 
Portanto a alternativa a ser marcada na primeira questão é o item (d).
2) Assinale a alternativa correta:
a) A falência do devedor empresário pode ser requerida com base em título de crédito prescrito, desde que devidamente protestado.
b) O devedor na falência deve ser citado para pagamento do valor devido ao credor.
c) A existência de pedido de concordata anterior à vigência da Lei 11.101/05 não obsta o pedido de recuperação judicial pelo devedor que não houver descumprido obrigação no âmbito da concordata.
d) A sentença que decretar a falência fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 60 (sessenta dias) contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do protesto por falta de pagamento.
e) As sociedades de arrendamento mercantil podem se beneficiar do instituto da recuperação.
RESPOSTA:
O item a) está incorreto: Quando o credor permanece inerte e deixa o título de crédito prescrever este não poderá mais ser objeto pois perdeu a características do título executivo que é a exigibilidade. Assim tal título não será mais título executivo e não poderá ser cobrado numa possível execução concursal como previsto no art. 94, inciso I, da Lei nº 11.101/2005:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência.
O item b) está incorreto: Conforme previsto no art. 98 da Lei nº 11.101/2005 o devedor será citado para apresentar a contestação. Entretanto o devedor poderá fazer o depósito elisivo, ou seja, depositar, no prazo para contestação, o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada.
O item c) está correto: Isto é o expresso no §2º do art. 192 da Lei nº 11.101/2005:
Art. 192. [...]
§2º A existência de pedido de concordata anterior à vigência desta Lei não obsta o pedido de recuperação judicial pelo devedor que não houver descumprido obrigação no âmbito da concordata, vedado, contudo, o pedido baseado no plano especial de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte a que se refere a Seção V do Capítulo III desta Lei.
O item d) está incorreto: a sentença que decretar a falência fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias como no inciso II do art. 99 da Lei nº 11.101/2005:
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
[...]
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados.
O item e) está incorreto: As sociedades de arrendamento mercantil não podem se beneficiar do instituto da recuperação conforme disposto no §3º do art. 49 da Lei nº 11.101/2005:
Art. 49. [...]
§3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aosefeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial.
Portanto a alternativa a ser marcada na primeira questão é o item (c).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005. Planalto, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm. Acesso em: 30 mar. 2020.
TEIXEIRA, Tarcísio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Falência e recuperação de empresas. V. 3, 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017.
VAMPRÉ, Spencer. Tratado elementar de direito comercial. Rio de Janeiro: F. Briguiet & Cia., 1925, v. III.

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