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SERAFIM X INCORPORADORA X

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ
PROCESSO N° XXXXXXXXXXXX
Serafim, nacionalidade, naturalidade, estado civil, profissão, endereço eletrônico, portador do RG n °, inscrito no CPF sob n°, residência e domicílio, vem , com fulcro nos art. 105,III, CRFB, e1.029, CPC, por meio de seu procurador legalmente constituído interpor o presente RECURSO ESPECIAL, com pedido de EFEITO SUSPENSIVO, contra o acórdão constante nas fls xxx doa autos da ação XXXXXXXXXXXXXXX movida contra INCORPORADORA X, pessoa jurídica de direito privado, endereço eletrônico, inscrita no CNPJ sob o n°, endereço, que negou provimento ao recurso de apelação e manteve a exceção de ilegitimidade passiva-acolhida pelo juízo de primeira instância- sem fundamentação alguma, e contra a decisão constante nas fls xxxx do r. autos que aplicou sanção indevida a titulo de má-fé na utilização de embargos de declaração, com fundamentos nos motivos de fato e de direito articuladamente aduzidos nas razões anexas requerendo-se:
1. O regular recebimento e processamento do presente recurso; e
2. A remessa das razões acostadas para o tribunal competente, a saber, o Superior Tribunal de Justiça.
DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO
No inciso III do art. 105, CRFB, o constituinte arrolou taxativamente as hipóteses que ensejam a interposição do recurso especial perante o STJ.
 DA ADMISSIBILIDADE
Muito embora a CONSTITUIÇÃO e a lei adjetivam não se pronunciem a esse respeito, entendem ao STF e o STJ que há necessidade de pré questionamento para a admissibilidade de recurso extraordinário e especial para além dos pré -requisitos contidos respectivamente, nos art. 102,III e 105, III.
Consoante o entendimento jurisprudencial acerca do tema, como se depreende da leitura conjugada das súmulas 282, STF, e 320, STJ, configura-se o prequestionamento quando o julgador enfrenta diretamente a questão constitucional/federal in decisum.
No caso e comento, não houve o enfrentamento na apelação cível recorrida.
Entretanto, não há óbice á admissibilidade do recurso uma vez que- com
fulcro no art.1025, COC e na súmula 356, STF- configurou-se o prequestionamento da questão alegada no presente recurso especial em virtude da oposição de embargos declaratórios sobre o respectivo assunto, conforme consta nas fls. XXXX.
DO PREPARO
 Com relação ao preparo, segue anexa a este recurso a guia de recolhimento com o fim de comprovar o devido pagamento das custas processuais.
DA TEMPESTIVIDADE
No concerne á tempestividade do presente recurso, no que define o art.1003, caput e § 5°, CPC, o prazo de 15 dias para a interposição de recurso se inicia a partir da intimação das partes interessadas.
Dessa forma, uma vez que a intimação deu-se no dia XX.XX.XXXX e que, portanto o término do prazo dar-se-ia no dia XX.XX.XXXX- verifica-se de forma inequívoca a tempestividade do presente recurso especial.
Nestes termos,
Pede deferimento
Cidade, Uf, dia,mês e ano.
Advogado
OAB/UF
RAZÕES DO RECURSO
RECORRENTE: Serafim
RECORRIDA: Incorporadora X 
Juízo a quo: Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
AO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
 NOBRES JULGADORES 
 
DOS FATOS
A presente demanda iniciou-se com a propositura de ação do recorrente contra a recorrida, em virtude de atraso na entrega de unidade imobiliária, pleiteando-se lucros cessantes em razão da demora exacerbada na entrega da unidade imobiliária e danos morais.
Uma vez que o juízo de primeira instância, contrariando texto legal, acolheu a exceção de legitimidade passiva alegada pela recorrida, interpôs-se a apelação da referida sentença perante o TJRJ que, na r. Apelação Cível, manteve integralmente o decisum do qual se apelou pelos próprios fundamentos, contrariando disposição constitucional constante no art.93, IX, CF.
Em embargos de declaração interpostos devido á inexistência de fundamentação com fulcro nos arts. 489,§1°, I e III e 1.022, e II e parágrafo único, II o juízo a quo não somente.
DO DIREITO
DO PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO
O efeito suspensivo, ao lado do efeito devolutivo, consiste em uns dois efeitos possíveis a um recurso. Enquanto o efeito devolutivo consiste na reexaminação da questão posta em juízo, destaca José Carlos Barbosa Moreira que o feito suspensivo é aquele que impede a produção imediata dos efeitos da decisão.
No CPC/73, a regra era a eficácia de ambos os efeitos quando da interposição de qualquer recurso. No CPC/15, em vigência atualmente, porém o efeitos suspensivo é exceção, consoante a dicção do art.995,CPC.
Contudo, muito embora o recurso especial não seja dotado de efeito suspensivo, a Lei Adjetiva faculta ao juiz a concessão desse efeito a esse recurso conforme as situações fático-juridícas do caso concreto. Nessa senda, o art.1.029,§5°, prevê expressamente tal possibilidade, como decorre da sua redação:
Art. 1.029 O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a interposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;
II – ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
A importância do efeito suspensivo desse recurso especial deve, como os demais pedidos de tutelas estar fundamentada na incidência tanto do periculum in mora quanto do fumus boni iuris, motivo pelo qual os elementos são explicados a seguir:
No que concerne ao fumus bonis iuris, insta ressaltar que o texto legal contido no art.43,II, da Lei de Condomínio ( lei 4.519/64) é claro, como se depreende da redação transcrita na sequência, do art.43,II, da r. Lei:
Artigo 43 –
 Quando o incorporador contratar a entrega da unidade a prazo e preços certos, determinados ou determináveis, mesmo quando pessoa física, ser-lhe-ão impostas as seguintes normas: informar obrigatoriamente aos adquirentes, por escrito, no mínimo de seis em seis meses, o estado da obra; responder civilmente pela execução da incorporação, devendo indenizar os adquirentes ou compromissários dos prejuízos que a estes advierem do fato de não se concluir a edificação ou de se retardar injustificadamente a conclusão das obras, cabendo-lhe ação regressiva contra o construtor, se for o caso e se este couber a culpa. 
É nítida a claridade do texto legal quanto á configuração da responsabilidade civil do incorporador, perante o promitente comprador, quando do atraso injustificado da entrega da edificação.
Já com a relação ao Periculum in mora , cabe ressaltar que o tribunal, após a oposição de embargos de declaração, impôs multa ao recorrente por entender tais embargos como meramente protelatórios.
Dessa forma, verifica-se como razoável a concessão de tutela provisória visando á ab-rogação da tutela agravada, tendo em vista a existência de elementos normativamente fortes junto á agravante.
DA RESPONSABILIDADE CÍVEL DO INCORPORADOR 
Como ressaltado anteriormente, o art43, II, da lei de condomínio não deixa margem para a dúvida quando prevê expressamente a responsabilidade do incorporador pela entrega injustificada do produto.
Dessa feita, ocorrendo atraso na entrega do imóvel, a responsabilidade recai sobre o incorporador- o qual, como ressalta a lei, poderá exigir o quantum indenizatório do construtor, via ação regressa, caso seja dele a culpa.
DO PEDIDO
Diante das causae petendi acima aduzidas, pede-se a reforma integral do r. acórdão de forma a reconhecer a procedência dospedidos do autor e dar-lhes deferimento de modo a condenar a recorrida ao quantum indenizatório solicitado anteriormente afastar a multa imposta pelo r. acórdão.
DOS REQUERIMENTOS
Requer-se, com fulcro no art.1.029,§5°, CPC, seja liminarmente concedido efeito suspensivo ope iuris ao presente agravo de instrumento a fim de obstar a eficácia da decisão interlocutora agravada.
Requer-se também, a majoração na forma da lei, dos honorários sucumbenciais, previamente estabelecidos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Cidade, uf, dia, mês e ano
OAB/UF

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