Buscar

AV1 PROC CIVIL 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1) Mickey, maior e capaz, possui um contrato de prestação de serviços assinado por duas testemunhas, em que figura como Contratante de uma prestação de Serviços, que deve ser adimplido pela Minnie LTDA., pessoa jurídica de direito privado, sendo essa a única contratada do pacto firmado. Em posse do contrato formalmente regular, Mickey foi informado pelo seu amigo Pateta que o negócio jurídico realizado é passível de ser anulado por conta de um ato da Contatada. Na posição de advogado de Mickey, responda, de modo fundamentado, se Mickey poderá processar pelo rito de conhecimento a Contratada ou se o processo deverá ser iniciado na fase de execução (1,0 ponto)
Resposta: Professor, primeiramente, a questão trata-se de título executivo extrajudicial, visto que estamos diante de um contrato com assinatura de duas testemunhas. Um contrato não exige duas testemunhas, mas uma vez feito o acordo na presença de duas testemunhas, surge um título extrajudicial, qual seja, poderá se iniciar um processo de execução, pulando assim a fase de conhecimento. É o que se pode extrair do artigo 784 CPC, in verbis:
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
Todavia, em leitura continuada, vemos que o artigo 785 do CPC, não impede que o título seja cobrado de maneira judicial, dando uma alternativa para que o contratante possa ter um documento executivo judicial. Sobre esse assunto, Didier [5] comenta:
“o credor que possui título executivo tem, a sua disposição, dois caminhos alternativos a seguir: propor ação executiva ou propor ação de conhecimento para a certificação do direito de crédito. O direito à escolha do procedimento a seguir é potestativo. A opção pela ação de conhecimento tem a aptidão de garantir ao credor a coisa julgada sobre a existência do crédito e, assim, diminuir o espaço de defesa em futura execução”
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.
A questão fala de algo PASSÍVEL DE ANULAÇÃO, uma ação de conhecimento poderia ser interessante para tornar o título inclusive judicial. 
Seguindo o art. 785 CPC, É certo dizer que ele se NÃO tivesse duas testemunhas, deveria passar pelo processo de conhecimento, mas uma vez com as duas testemunhas, poderá optar para o processo de execução, sendo este mais ágil, ou pelo de conhecimento, sendo este um meio para obter seu título executivo judicial.
2) Tony Stark, beneficiário de um cheque de R$ 10.000,00 (dez mil reais), propôs ação de execução de quantia certa no dia 10 de fevereiro de 2020 em face de Natasha Romanoff, que foi distribuída para a 1ª Vara Civel da Comarca de Fortaleza sob o nº de processo 0201010-85.2020.8.06.0001. Após realização do juízo de admissibilidade, foi determinada a citação da Executada e, no dia 20.02.2020, o Oficial de Justiça não conseguiu realizar a citação, ocorrendo o arresto de 1 (um) veículo Palio, placa HXH-0002 da Executada. No dia 31.03.2020, após requerimento do Exequente, a citação da Executada foi realizada. Em 15 de janeiro de 2020, Steve Rogers, titular de um cheque de R$ 20.000,00, propôs ação de execução de quantia em face de Natasha, que foi distribuída para a 3ª Vara Civel da Comarca de Fortaleza sob o nº de processo 0201243-85.2020.8.06.0001. Nos autos dessa ação, a citação foi realizada no dia 27.02.2020, tendo a Executada se omitido em realizar o pagamento no prazo legal, motivo esse que compeliu o Oficial de Justiça em realizar a penhora dos bens no dia 05.03.2020, que recaiu somente sobre 1 (um) veículo Palio, placa HXH-0002 da Executada. Com base nos dois processos acima descritos, informe, de modo fundamentado, qual processo será satisfeito com a penhora do veículo HXH-0002 da Executada (2,0 pontos)
Professor, Para facilitação do caso, vamos aos dados:
Processo 1: 0201010-85.2020.8.06.0001
Exequente: Tony Stark (Rico, Bilionário, Playboy e filantropo)
Executada: Natasha
Título: Cheque
Valor: R$ 10.000.00
Comarca: 1 Comarca de Fortaleza
Execução: 10 de Fevereiro
1 tentativa de citação: 20.02.20 Não realizada
Arresto: 20.02.2020 HXH-0002
2 tentativa de citação: 31.03.2020
Processo 2: 0201243-85.2020.8.06.0001
Exequente: Steve Rogers (coroa)
Executada: Natasha
Título: Cheque
Valor: R$ 20.000.00
Comarca: 3 Comarca de Fortaleza
Ação de execução: 15 de Janeiro
Primeira tentativa de citação: Realizada dia 27.02.2020
Penhora de Bens: 05.03.2020 Veículo HXH-0002
Primeiramente, verificamos que a única coisa em comum no processo é a espécie do título de execução, a executada, e o bem passível de penhora. Vemos que no processo um, temos uma tentativa de citação não realizada e junto um Arresto realizado, no dia 20.02.2020. Posteriormente vemos que há uma citação realizada em 31 de março de 2020. No segundo caso vemos que há uma citação realizada antes do processo um, no dia 27.02.2020, além disso vemos a penhora do bem, o veículo, no dia 05.03.2020. Se fosse o caso de olhar para a data da citação, pensaríamos que o bem deveria pertencer a Steve. Olhando também para a penhora realizada, apenas o Steve na questão teve sua penhora realizada. ENTRETANTO, uma coisa importante muda toda a situação: O Arresto. Uma vez que analisamos o Agravo Regimento no Recurso Especial 902.536 da 4 turma, onde reconhece que O arresto por sua vez, tem preferência a penhora. O Arresto tem o efeito de tornar o bem inalienável, os efeitos de uma penhora, além do mais, se feita antes de uma outra penhora. Assim que Citado o Executado, esse arresto se converterá em penhora. Ou seja, é como se o Arresto fosse uma pré-penhora, assim reconhecido sua denominação. Em suma, vem o arresto (pré-penhora), citado o executado, o arresto Vira a penhora.
Por fim, vejamos a ordem: Primeiramente temos a penhora do Veículo dia 20.02.2020 por Stark, e em segundo temos a Penhora de Bens por Steve Dia 05.03.2020, Assim, Stark Tem preferencia do Veículo. Sobre o Agravo Citado, segue abaixo a descrição do AgRg Resp. 902.536:
PROCESSO CIVIL. DIREITO DE PREFERÊNCIA. CONCURSO DE CREDORES.ARRESTO. REGISTRO ANTERIOR À PENHORA SOBRE IMÓVEL. PREVALÊNCIA DADATA DO ARRESTO. RECURSO NÃO PROVIDO. 1- Independente da natureza assumida, seja o arresto cautelar ou incidental (CPC, art. 813 e ss.), seja o arresto executivo, igualmente denominado "pré-penhora" (CPC, art. 653), aplicam-se, sem distinção, as disposições relativas à penhora, a teor do que prevê o art. 821 do CPC. 2- Tal qual a penhora, o arresto têm por efeito tornar inalienável o bem constrito, não suscitando dúvida sobre o interesse do credor diligente que, pelo fruto da alienação judicial do imóvel, pretende ver seu crédito assegurado. 3- Inexistindo título legal à preferência, a anterioridade do arresto há de conferir ao credor previdente, que primeiramente levou a efeito o ato de constrição do bem, primazia sobre a penhora posteriormente efetuada. Precedentes do STJ. 4- No caso, além de a medida cautelar de arresto anteceder a penhorado imóvel, a recorrida promoveu-lhe o respectivo registro em data igualmente anterior à penhora, o que mantêm hígido o efeito erga omnes da medida. 5- Agravo regimental a que se nega provimento.
(STJ - AgRg no REsp: 902536 RS 2006/0234419-3, Relator: Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento: 27/03/2012, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 11/04/2012)
Direito de preferência (AgRg REsp 902.536) – O arresto executivo ocasionado antes de uma penhora diversa terá preferência em face dessa, pois, quando houver a citação na execução do arresto, esse será convertido em penhora, que irá retroagir e preferir à penhora anterior que ocorreu posterior ao arresto.
3) Em demanda de alimentos proposta por Harry Potter, menor impúbere, a tia materna do Autor, Petúnia Evans, foi condenada com trânsito em julgado da sentença a pagar a título de alimentos a importância mensal de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Comprovado nos autos que ré, motorista credenciada em aplicativosde transporte possui confortável situação financeira, pois viaja a cada semestre para Europa, conforme exposto diariamente nas redes sociais. A ré, acredita que não sofrerá nenhuma constrição judicial, pois não possui nenhum patrimônio em seu nome. O Autor, sem ter outra opção, requer a suspensão da CNH e do Passaporte da ré, visando que a mesma cumpra com a obrigação alimentar. Diante do caso exposto e com base no entendimento do STJ, informe se o pleito de Harry nos autos da execução será atendido, justificando a sua resposta
Sobre a questão 3, É possível que seja suspenso do passaporte da Ré mas não da CNH, visto que é um meio atípico porém previsto no CPC inciso IV. Entrementes, é importante verificar a situação de forma singular. Sobre a situação encontrei 2 agravos de instrumento AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO”. (TJRS, AI 70072532914, 8. C.C., Rel. Des. Ricardo Moreira Lins Pastl, j. 06/04/2017) e o Agravo (TJRS, AI nº 70072172513, 8. C.C., Rel. Luiz Felipe Brasil Santos, j. 25/05/2017), em ambos vemos que sim, é possível a suspensão da CNH.
Todavia, Em se tratando da polêmica envolvendo essa situação, a suspensão da CNH, conforme os agravos, é importante saber que a medida poderia ser apta para compelir ao adimplemento, em outras circunstancias, visto que a autora está costuma esbanjar nas redes sociais sua confortável situação financeira, e ciente de que não tem bens em seu nome, tudo comprovada, Há um grande embate sobre a suspensão. Porém a mesma trabalha de motorista de uber, verifica-se que mesmo ela tendo a CNH e tendo condições, ela não efetua o pagamento. Verifica-se que é previsto inclusive, conforme CF, possibilidade de prisão por prestação de alimentos, uma medida menos gravosa inclusive. Entretanto, a medida seria desarrazoada, causando apenas mais prejuízos ao Credor. Seria até possível na situação hipotética, cabe salientar, até um depósito do valor do UBER, ou empresas que ela trabalha, em Juízo, a ser determinada pelo julgador. 
Sobre esta situação, há um REsp 1782418 RJ 2018/0313595-7 que trata o assunto, Segundo o qual, em suma, ‘é possível ao juiz adotar meios executivos atípicos desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua patrimônio apto a cumprir a obrigação a ele imposta, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha fundamentação adequada Às especificidades da hipótese concreta, com observância do contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade’. Dito isto, permanece o interesse a analise do caso concreto, que acima mencionado, se verifica um meio possível para coagir a autora a pagar o débito seria a suspensão do passaporte mas não da CNH de uso para trabalho, visto que o direito a vida e a existência digna se sobrepõe ao direito de dirigir veículo automotor, todavia em se tratando de ser seu trabalho, afasta a possibilidade de suspensão da CNH. Resumindo, é possível suspender o passaporte, mas não a CNH usada para seu trabalho, pois prejudicaria o Credor inclusive, além de ser desproporcional, pois é meio de Trabalho. 
4) João ingressou com execução cobrando R$ 100 mil de Pedro. O executado não pagou espontaneamente o débito e não foram localizados bens de Pedro que pudessem ser penhorados. Ocorrendo isso, o juiz deverá proferir uma decisão suspendendo o processo. Pergunta-se: Por quanto tempo o processo ficará suspenso e o que ocorrerá logo em seguida? Explique de modo fundamentado.
Em se tratando de O Executado não possuir bens que possam ser penhorados, a luz do cpc art. 921 inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de um ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. Decorrido o prazo, ocorrerá a prescrição intercorrente, caso não haja manifestação do exequente, § 4 do 921 CPC. Para completar temos o parágrafo 5, o último mas não menos importante que fala que o magistrado, ao ouvir as partes poderá, de ofício, reconhecer a prescrição a que se refere o § 4, qual seja a prescrição intercorrente. Há uma possibilidade de ser suspenso o prazo pelo juíz por concessão do exequente, após convindo as partes, para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação. Findo este prazo sem o pagamento, o processo volta o seu curso, conforme letra de lei art. 922 parágrafo único. 
Vejamos o Art. 921 inciso III, e parágrafos, nestes termos:
 Art. 921. Suspende-se a execução:
III - quando o executado não possuir bens penhoráveis;
§ 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
§ 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis.
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo.
5) Duende Verde está sendo executado por conta de um cheque de R$ 30.000,00 entregues nominalmente à Homem-Aranha. Nos autos da Execução, que foi iniciada em 10.02.2019, é constatado que o único patrimônio que o Executado possui é um apartamento de 600m2 de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), residência essa onde mora o Duende Verde e sua família. Com medo de perder o seu apartamento, Duende Verde aliena o imóvel ao Abutre, seu vizinho de longa data, por R$ 11.0000.000,00 (onze milhões de reais), mesmo constando na matrícula desse imóvel uma averbação da certidão da execução proposta por Homem-Aranha. Após tomar conhecimento da alienação do único bem do Duende Verde, Homem-Aranha requer ao juízo a ineficácia da venda com fundamento em fraude à execução, pedindo, ainda, a expropriação do único bem do executado para satisfação da dívida. Ao tomar ciência da manifestação do Exequente, o Executado se manifesta pela impossibilidade da expropriação por se tratar de um bem de família, portanto, impenhorável.
A questão 5 se trata da impenhorabilidade do Bem de Família. No primeiro momento, Ao nos depararmos com o valor do Bem, pensamos que se trata de um valor excessivo. Todavia, é certo dizer que, o bem de família, independe do valor, posto que neste caso, ele não será impenhorável. Independe tanto do valor do bem como da conformidade familiar. OUTRO PONTO IMPORTANTE, é verificarmos que estamos tratando de FRAUDE A EXECUÇÃO. É o que podemos inferir do artigo 1 da lei, 8009/90, Somado a súm. 364 STJ, in verbis:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
APESAR DA PROTEÇÃO DO BEM, em se tratando de FRAUDE A EXECUÇÃO, como é o caso acima supracitado, temos um posicionamento do STJ, Resp, QUE AFASTA A PROTEÇÃO, em caso de fraude a Execução. 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. APLICAÇÃO DO CPC/1973. EMBARGOS À ADJUDICAÇÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO INDICAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF. ALEGAÇÃO DE IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA. FRAUDE À EXECUÇÃO ANTERIORMENTE RECONHECIDA. INAPLICABILIDADE DA NORMA PROTETIVA. 1. Embargos à adjudicação opostos em 18/06/2012. Recurso especial interposto em 14/08/2014 e atribuído a esta Relatora em 02/09/2016. 2. Aplicação do CPC/73, a teor do Enunciado Administrativo n. 2/STJ. 3. O propósito recursal, para além da análise da negativa de prestação jurisdicional, consiste em definir se o reconhecimento de fraude à execução, pela alienação do únicoimóvel dos executados a um de seus parentes, é causa de afastamento da garantia de impenhorabilidade do bem de família. 4. A ausência de expressa indicação de obscuridade, omissão ou contradição nas razões recursais enseja o não conhecimento da alegada violação do art. 535 do CPC/73. 5. A indicação de violação genérica à lei federal, sem particularização dos dispositivos que teriam sido afrontados pelo acórdão recorrido, implica deficiência na fundamentação do recurso especial e atrai a incidência da Súmula 284/STF. 6. A regra de impenhorabilidade do bem de família trazida pela Lei 8.009/90 deve ser examinada à luz do princípio da boa-fé objetiva, que, além de incidir em todas as relações jurídicas, constitui diretriz interpretativa para as normas do sistema jurídico pátrio. 7. Nesse contexto, caracterizada fraude à execução na alienação do único imóvel dos executados, em evidente abuso de direito e má-fé, afasta-se a norma protetiva do bem de família, que não pode conviver, tolerar e premiar a atuação dos devedores em desconformidade com o cânone da boa-fé objetiva. Precedentes. 8. Recurso especial parcialmente conhecido, e, nessa extensão, não provido.
Conforme a narrativa acima descrita, é certo dizer que o bem de família não será protegido pela impenhorabilidade uma vez que estamos em um caso de Fraude a execução, evidente abuso de direito e má fé, afastando a norma protetiva do bem de família.

Continue navegando