Ácaros causadores de sarna

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Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
 
 
 Ácaros causadores de sarna 
 
Família Sarcoptidae 
Gênero Sarcoptes 
Espécie Sarcoptes scabiei 
 
Características Gerais: 
 Ácaros muito pequenos variando de 230 a 500 µm; 
 Corpo globoso; pernas curtas e grossas; 
 Escavadores; 
 Pedicelo longo e não segmentado. 
 Ânus terminal 
 Hospedeiro: 
 Mamíferos: cães, gatos, animais de produção e homem.
 
 Fêmeas cavam tuneis na pele utilizando as quelíceras; cada túnel possui: uma fêmea, 
ovos e fezes. 
Transmissão: 
 Contato direto ( animais infectados) 
 Contato indireto 
o Objetos infectados (camas, recipientes, escovas, entre outros); 
o Ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
 
Ciclo Biológico: 
 Ocorre no hospedeiro; 
 Fêmeas após fecundação liberam ovos e depositam construindo galerias na epiderme -
ovos eclodem liberando larvas – tornam-se ninfas (as ninfas sofrem duas mudas e os 
machos uma) – adultos. 
 
 
 Os parasitas alimentam-se de fluidos intercelulares; 
 Escavações provocam reações inflamatórias (Sinais: prurido, alopecia, descamação, 
irritação); 
 Localizada ou generalizada (+ grave). 
Diagnóstico: 
 Sinais clínicos; 
 Raspagem do material cutâneo e áreas afetadas (raspado superficial); examinar o raspado 
em microscópio óptico. 
 
Cópula 
Escavar 
galerias 
para ovipor 
Fêmeas 
ovipor 
2 a 3 ovos 
por dia 
2 a 5 dias: 
larvas 
Ninfa I e II 
Adulto 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
 Controle: 
 Cuidado com a introdução de animais (quarentena e tratamento acaricida); 
 Separar os animais infestados; 
 Devem-se tratar todos os animais (altamente contagiosa); 
 Manejo sanitário; 
 Higienização do ambiente e objetos; 
 Sabonete de enxofre. 
 
 
Família Sarcoptidae 
Gênero Notoedres 
Notoedris cati 
Características: 
 Machos são avermelhados 
 Pedicelo longo não segmentado 
 Alguns espinhos delgados e longos; 
 São encontrados principalmente na cabeça e orelha; 
 
Hospedeiro: 
 Gatos e coelhos 
Ciclo biológico: 
 Semelhantes ao do S. scabiei ->Fêmea ovipõe nas galerias por ela escavada. 
 A fêmea põe aproximadamente 60 ovos nas galerias por ela escavadas durante três a 
quatro semanas, depois das quais morre. O ciclo evolutivo completo é de 
aproximadamente 20 dias. 
 
Manifestações clínicas: 
 Prurido 
 Destruição do tecido cutâneo com formação de pápulas 
 Pode ocorrer dermatite transitória no homem; 
 Otites bacterianas, fúngicas, parasitárias; 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
 Lesões são notadas na face e pavilhão das orelhas e em regiões de pele mais fina e pelos 
escassos; 
 Nos felinos a infecção é restrita a cabeça, mas podem se espalhar para outras partes do 
corpo. 
 Pode difundir-se pela cauda por contato quando o gato se limpa e dorme 
 
Diagnóstico: 
 Confirmação pelo achado de ácaros em raspados de pele, o que é semelhante à sarna 
sarcóptica. 
Tratamento: 
 Banhos com produto específico ou sistêmico (via oral, injetável ou pipetas), podendo durar 
em média 4 a 6 semanas o tratamento, dependendo da medicação utilizada. 
Controle: 
 Cuidado com a introdução de animais (quarentena e tratamento acaricida); 
 Separar os animais infestados; 
 Devem-se tratar todos os animais (altamente contagiosa); 
 Manejo sanitário; 
 Higienização do ambiente e objetos. 
 
Família Psoroptidae 
Gênero Otodectes 
Octodectes cynotis 
Características: 
 Pernas longas e não grossas; 
 Quarto par de pernas muito curtas; 
 Infestam a orelha de cães e gatos 
Ciclo biológico: 
Ovo- larva- ninfa - adulto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
 
Sinais e sintomas: 
 Infestação produz o acúmulo de conteúdo cinza no canal auricular (cães) e exsudato seroso 
castanho (gatos); 
 Infestação bilateral; 
 Animais podem apresentar meneios de cabeça e andar em círculos; 
 Pode causar surdez; 
 Além das orelhas pode atingir o dorso, cauda e cabeça (mais severas). 
Controle: 
 Cuidado com a introdução de animais (quarentena e tratamento acaricida); 
 Separar os animais infestados; 
 Manejo sanitário; 
 Higienização do ambiente e objetos. 
 
 
Knemidocoptes mutans 
Ácaro da sarna podal dos galiformes 
Hospedeiro: 
 Aves 
Sinais e sintomas: 
 Acomete as patas 
 Lesão; 
 Prurido; 
 Hiperqueratose das pernas e patas; 
 Pode ocorrer crescimento anormal das unhas; 
 Descamação da pele; 
 Dificuldade de locomoção; 
 Pode apresentar artrite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
Diagnóstico: 
 Encontro dos ácaros em raspados das lesões. 
Tratamento: 
 Ivermectina 
Controle: 
 Examinar frequentemente as aves; 
 Oferecer nutrição adequada; 
 Manter as instalações bem higienizadas; 
 Quarentena para aves novas. 
 
 
Knemidocoptes gallinae 
Hospedeiro: 
 Aves 
Patogenia e manifestações clínicas: 
 Geralmente inicia-se no uropígeo alastrando-se pelo dorso, base da asa, ao redor do 
ventre e no peito. Penas partem-se ou são retiradas pela ave devido ao prurido. 
Controle: 
 Examinar frequentemente as aves; 
 Oferecer nutrição adequada; 
 Manter as instalações bem higienizadas; 
 Quarentena para aves novas. 
 
 
 
 
Família Demodicidae 
Gênero Demodex 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
Dermodex canis ou sarna negra 
Características: 
 Parasito do folículo piloso ou da glândula sebácea anexa ao folículo de mamíferos. 
 Medem cerca de 100 a 400 µm; 
 Aspecto vermiforme 
 Ninfas e adultos possuem quatro pares de patas atrofiadas, enquanto larvas possuem três 
pares. 
Hospedeiros: 
 Cães 
 
 Relacionado ao sistema imune do animal 
 
Alimentação: 
 
 Células epiteliais, sebo e debris epidérmicos. 
Ciclo biológico: 
 Ciclo hemimetabolico ou metamorfose incompleta. 
 A fêmea deposita cerca de 20 ovos no folículo piloso; 
 As larvas eclodem do ovo; 
 Sofre muda para ninfa, que possui quatro pares de patas; 
 A ninfa sofre muda para adulto. 
Patogenia e manifestações clínicas: 
 Reação inflamatória no folículo piloso (foliculite); 
 Enfraquecimento do pelo levando a alopecia; 
 Aumento da foliculite, levando ao aumento de secreção pela glândula sebácea; 
 Forma generalizada quando ocorre infecções bacterianas secundárias; 
 Alopecia; 
 Eritema; 
 Descamação; 
 Hiperpigmentação; 
 Edema e crostas. 
Diagnóstico: 
 Raspado profundo (até que haja sangramento capilar); 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
 Biópsia cutânea; 
 Raspado em lâmina e observar em objetiva de 10X. 
 
Epidemiologia: 
 São cosmopolitas; 
 A transmissão se dá por contato direto entre os animais; 
 A manifestação da doença necessita do fator predisponente (hereditário, 
neoplasias, imunodeficiências). 
 
Profilaxia e controle: 
 Combate aos fatores pré- disponentes (boa alimentação, retirar fêmeas positivas 
da reprodução). 
 Manejo sanitário 
 Manter os locais higienizados 
 Se existir mais de um animal na casa: isolamento dos animais. 
 
 
Família Listrophoridae 
Gênero Lynxacarus 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monitora: Marcella Nunes 
Disciplina: Parasitologia II 
 
 
Lynxacarus radovskyi 
 Menos frequente; 
 Achatados lateralmente; 
 Climas tropicais. 
Hospedeiro: 
 Felinos 
 Encontra-se nas hastes dos pelos 
Patologia: 
 Alimentação da superfície do pelo, o que geralmente deixa a doença assintomática 
Sinais: 
 Prurido, coceira, alopecia, pelo com aspecto de “sal e pimenta” 
Ciclo: 
 Ovo, larva, ninfa e adulto/ completa em 15 a 20 dias. 
Diagnóstico: 
 Pela coloração dopelo, opaco, sem brilho e quebradiço; 
 Lâmina, hidróxido de potássio 10% e lugol. 
Tratamento: 
 Frontiline, Advocate, Ivermectina 
Controle: 
 Manejo sanitário; 
 Higiene; 
 Desinfecção do ambiente; 
 Locais onde animais dormem.