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PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO 
INFANTIL
Caderno de Estudos
Prof.ª Cristina Danna Steuck
Prof.ª Lúcia Cristiane Moratelli Pianezzer
UNIASSELVI
2013
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Cristina Danna Steuck
Prof.ª Lúcia Cristiane Moratelli Pianezzer
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
373.2
S842p Steuck, Cristina Danna
 Pedagogia da educação infantil / Cristina Danna Steuck; Lúcia 
Cristiane Moratelli Pianezzer. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 279 p. : il 
 
 
 ISBN 978-85-7830- 661-8
1.	 Educação infantil. 2. Pedagogia.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
APRESENTAÇÃO
Falar da Educação Infantil normalmente nos emociona. Em primeiro lugar pela 
responsabilidade que temos nas mãos, em seguida, pela dedicação e paciência que se fazem 
necessárias no convívio com crianças tão lindas, frágeis e pequenas. Por fim, nos emociona 
pela paixão que subitamente nasce no peito quando olhamos nos olhos de uma criança.
Trabalhar com a Educação Infantil é simplesmente maravilhoso! Isso não quer dizer 
que seja fácil... Normalmente não é, justamente pela dedicação exigida do profissional que 
lida com esta faixa etária para o desenvolvimento e aprendizagem saudável dos educandos, 
em todos os aspectos.
Ao folhear, ler e estudar este caderno, você encontrará materiais que poderão servir de 
suporte ou embasamento teórico para suas ações, enquanto educador. Você poderá, inclusive, 
refletir sobre o cotidiano das instituições de Educação Infantil e valer-se de uma série de dicas 
a fim de enriquecer sua prática pedagógica.
Para tanto, dividimos o caderno em três unidades de estudo. Na Unidade 1, nosso foco 
se voltará às teorias defendidas por importantes teóricos, e faremos uma síntese sobre o papel 
da escola (Instituição de Educação Infantil) e do professor dentro de cada uma das teorias.
Já na Unidade 2, abordaremos as questões que envolvem o espaço físico, a rotina e o 
tempo na Educação Infantil. Além disso, conheceremos como se dá o planejamento por parte 
do educador e como ele trabalha a construção da autonomia e da identidade nas crianças, 
apoiados nos eixos norteadores da Educação Infantil.
Por fim, na Unidade 3, a nossa atenção se voltará sobre as múltiplas linguagens na 
abordagem de Reggio Emília, a importância da afetividade e das interações na Educação Infantil 
e o desenvolvimento de trabalhos por meio da pedagogia de projetos, uma “nova” perspectiva 
na arte de ensinar e aprender. Vale a pena conhecer cada detalhe desta pedagogia que envolve 
as áreas do conhecimento e a comunidade escolar, numa teia de conhecimentos gerada a 
partir do interesse das crianças. Ainda nesta unidade serão abordadas questões pertinentes 
à avaliação e ao registro.
Por meio do estudo dos temas explanados neste caderno, pretendemos conduzi-lo(a) na 
construção de conhecimentos e na busca incessante do “saber”, acompanhado do “saber fazer”. 
Que nossas discussões teórico-práticas ajudem você na compreensão do universo infantil.
Esperamos que você se sinta motivado(a) a ir além dos escritos deste caderno, 
participando ativamente de todo o seu processo de ensino e aprendizagem, por meio de outras 
iii
PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
ferramentas de apoio como o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), trilhas de aprendizagens, 
fórum, enquete, materiais de apoio... Enfim, sinta-se acompanhado(a) e aplaudido(a) durante 
toda sua caminhada nesta Instituição.
Bons estudos e profundas reflexões!!!
Prof.ª Cristina Danna Steuck
Prof.ª Lúcia Cristiane Moratelli Pianezzer
PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL v
SUMÁRIO
UNIDADE 1: AS PRINCIPAIS CONCEPÇÕES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO 
 INFANTIL: RELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA ............................................... 1
TÓPICO 1: A PEDAGOGIA WALDORF ........................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 RUDOLF STEINER (1861-1925) ................................................................................... 3
3 A PEDAGOGIA WALDORF ........................................................................................... 5
4 METODOLOGIA .......................................................................................................... 12
5 PAPEL DO PROFESSOR NA ESCOLA WALDORF ................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 17
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 19
TÓPICO 2: A PEDAGOGIA MONTESSORI ................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 21
2 MARIA MONTESSORI (1870-1952) ............................................................................ 22
3 CASE DEI BAMBINI (CASA DAS CRIANÇAS) .......................................................... 25
4 METODOLOGIA .......................................................................................................... 27
5 PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO MONTESSORI ....................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 37
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 38
TÓPICO 3: A PEDAGOGIA FREINET ............................................................................ 39
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 39
2 CÉLESTIN FREINET (1886-1966) ............................................................................... 40
3 A PEDAGOGIA FREINET ............................................................................................ 43
4 METODOLOGIA .......................................................................................................... 48
5 PAPEL DO PROFESSOR NA PEDAGOGIA FREINET ............................................... 55
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 60
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 62
TÓPICO 4: O CONSTRUTIVISMO DE PIAGET ............................................................. 63
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 63
2 JEAN WILLIAM FRITZ PIAGET (1896-1980) ............................................................. 63
3 A TEORIA CONSTRUTIVISTA DE PIAGET ................................................................ 67
4 A TEORIA CONSTRUTIVISTA DE PIAGET ................................................................ 75
RESUMO DO TÓPICO 4 ................................................................................................. 79
AUTOATIVIDADE ...........................................................................................................80
TÓPICO 5: O SOCIOINTERACIONISMO DE VYGOTSKY ............................................ 81
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 81
2 LEV SEMYNOVITCH VYGOTSKY (1896-1934) .......................................................... 81
PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL vi
3 A TEORIA SOCIOINTERACIONISTA DE VYGOTSKY ............................................... 85
4 O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR PARA VYGOTSKY ............................... 93
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 96
RESUMO DO TÓPICO 5 ................................................................................................. 99
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 101
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 102
UNIDADE 2: DIVERSOS CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DOS ESPAÇOS .................................... 103
TÓPICO 1: ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E DOS AMBIENTES 
 FACILITADORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................... 105
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 105
2 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS PARA CRIANÇAS DE 0 A 1 ANO 
 DE IDADE .................................................................................................................. 106
2.1 SALA DE REPOUSO ............................................................................................... 107
2.2 SALA DE ATIVIDADES ............................................................................................ 108
2.3 FRALDÁRIO ............................................................................................................. 112
2.4 LACTÁRIO ................................................................................................................ 113
2.5 SOLÁRIO .................................................................................................................. 114
3 ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS PARA CRIANÇAS DE 1 A 6 ANOS ..................... 114
3.1 SALA DE ATIVIDADES ............................................................................................. 116
3.2 SALA MULTIÚSO/BRINQUEDOTECA .................................................................... 123
3.3 REFEITÓRIO ........................................................................................................... 124
3.4 BANHEIROS ........................................................................................................... 125
3.5 PÁTIO COBERTO ................................................................................................... 126
3.6 ÁREA EXTERNA ..................................................................................................... 126
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 128
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 129
TÓPICO 2: A ORGANIZAÇÃO DA ROTINA E O PLANEJAMENTO NA 
 EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................................. 131
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 131
2 A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E DA ROTINA ......................................................... 132
3 ROTINA E PLANEJAMENTO: O PAPEL DO PROFESSOR .................................... 138
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 152
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 155
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 156
TÓPICO 3: A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA E DA IDENTIDADE DA 
 CRIANÇA .................................................................................................... 157
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 157
2 O DESENVOLVIMENTO DA INDEPENDÊNCIA NA APRENDIZAGEM ................... 158
3 A PEDAGOGIA DA AUTONOMIA, SEGUNDO PAULO FREIRE .............................. 161
PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL vii
4 A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE ......................................................................... 170
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 176
TÓPICO 4: OS EIXOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
 INTERAÇÃO, BRINCADEIRA E APRENDIZAGEM .................................. 177
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 177
2 BRINCADEIRAS E JOGOS INFANTIS ...................................................................... 178
3 MÚSICA E ARTES VISUAIS ...................................................................................... 182
4 LINGUAGEM ORAL E ESCRITA .............................................................................. 184
5 NATUREZA E SOCIEDADE ...................................................................................... 186
6 EDUCAÇÃO E SAÚDE .............................................................................................. 189
7 MATEMÁTICA ............................................................................................................ 192
RESUMO DO TÓPICO 4 ............................................................................................... 195
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 197
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 198
UNIDADE 3: AÇÃO E INTERAÇÃO PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...... 199
TÓPICO 1: A CRIANÇA E AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS ........................................ 201
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 201
2 A ABORDAGEM DE REGGIO EMÍLIA NA EDUCAÇÃO DA PRIMEIRA 
 INFÂNCIA .................................................................................................................. 202
3 APRENDER E ENSINAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................. 207
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 214
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 216
TÓPICO 2: A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE E DAS INTERAÇÕES NA 
 EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................................. 217
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 217
2 RELAÇÕES DE AFETIVIDADE NAS INTERAÇÕES DO DIA A DIA ....................... 218
3 PAIS E EDUCADORES: UMA IMPORTANTE PARCERIA NA EDUCAÇÃO 
 DAS CRIANÇAS ........................................................................................................ 225
4 OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO .................................................................. 229
RESUMO DO TÓPICO 2 ...............................................................................................232
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 234
TÓPICO 3: PROJETOS PEDAGÓGICOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ....................... 235
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 235
2 A PEDAGOGIA DE PROJETOS ................................................................................ 236
3 O PROFESSOR NA PEDAGOGIA DE PROJETOS .................................................. 242
4 AS CRIANÇAS E O GRUPO NA PEDAGOGIA DE PROJETOS .............................. 245
5 AS FAMÍLIAS E A COMUNIDADE NESTA PEDAGOGIA ......................................... 247
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 248
PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL viii
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 249
TÓPICO 4: AVALIAÇÃO E REGISTRO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ........................... 251
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 251
2 A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CRIANDO ALTERNATIVAS 
 QUE RESPEITEM A DIVERSIDADE .......................................................................... 251
3 OBSERVAÇÃO, REGISTRO E AVALIAÇÃO FORMATIVA ...................................... 257
4 POR QUE E PARA QUE REGISTRAR? .................................................................... 260
4.1 PORTFÓLIO ............................................................................................................ 262
4.2 DOSSIÊ ................................................................................................................... 264
4.3 ARQUIVO BIOGRÁFICO ......................................................................................... 264
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 266
RESUMO DO TÓPICO 4 ............................................................................................... 269
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 271
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 273
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 275
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UNIDADE 1
AS PRINCIPAIS CONCEPÇÕES TEÓRICAS DA 
EDUCAÇÃO INFANTIL: RELAÇÃO TEÓRICO-
PRÁTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir desta unidade, você será capaz de:
	conhecer os principais teóricos da Educação Infantil;
	diferenciar as metodologias e concepções de cada teórico;
	compreender o papel do professor e da escola dentro de cada 
concepção;
	estabelecer relações entre as concepções teórico-pedagógicas;
	relacionar as diferentes concepções com a prática diária da 
Educação Infantil.
TÓPICO 1 – A PEDAGOGIA WALDORF 
TÓPICO 2 – A PEDAGOGIA MONTESSORI
TÓPICO 3 – A PEDAGOGIA FREINET
TÓPICO 4 – O CONSTRUTIVISMO DE PIAGET
TÓPICO 5 – O SOCIOINTERACIONISMO DE 
VYGOTSKY
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Em cada um 
deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a compreender 
e fixar os conhecimentos adquiridos.
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A PEDAGOGIA WALDORF
1 INTRODUÇÃO
2 RUDOLF STEINER (1861-1925)
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Não há, basicamente, em nenhum nível, uma educação que não seja a au-
toeducação [...] Toda educação é autoeducação e nós, como professores e 
educadores, somos, em realidade, apenas o ambiente da criança educando-
-se a si própria. Devemos criar o mais propício ambiente para que a criança 
eduque-se junto a nós, da maneira como ela precisa educar-se por meio de 
seu destino interior (STEINER, 2000 [palestra proferida em 1923]).
Vamos iniciar nossa caminhada conhecendo o teórico Rudolf Steiner? Você já ouviu 
falar nele ou nas escolas Waldorf? Sabe qual teoria ele desenvolveu e qual foi sua contribuição 
para a Educação Infantil? 
A Pedagogia Waldorf, criada por Steiner, tem como base a sua teoria do desenvolvimento 
humano: a antroposofia. Esta pedagogia não exige do aluno o pensamento abstrato, a não 
ser no Ensino Médio, e se desenvolve levando em consideração a fase em que as crianças se 
encontram. Pode ser considerada uma pedagogia holística, pois valoriza o desenvolvimento 
físico, etéreo e astral.
E então, ficou curioso(a) para desvendar as características da Pedagogia Waldorf? 
Vamos lá! 
Para compreendermos a Pedagogia Waldorf, primeiramente estudaremos sobre a vida 
de Rudolf Steiner, tendo por base os textos de Trevisan (2006) e Canelada (2011).
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FIGURA 1 – RUDOLF STEINER
FONTE: Disponível em: <http://norfleet1941.tripod.com/rudolf_steiner.htm> 
Acesso em: 15 maio 2012.
Steiner nasceu em 27 de fevereiro de 1861, na cidade de Kraljevec, na Áustria. Morou 
até os oito anos de idade na cidade de Pottschach, na Áustria, onde foi educado pelo pai, 
devido a um desentendimento com o professor. Foi o primeiro dos três filhos do casal que 
levava uma vida simples. Morava num edifício na estação de trens, até o pai ser transferido 
para uma aldeia de Neudörfl, nos Alpes.
Ali iniciou seus estudos em uma escola, efetivamente, tendo contato com a geometria. 
Este contato foi tão importante para ele, que o deixou encantado. Steiner dizia que pela 
primeira vez havia encontrado a felicidade. Por volta dos oito anos teve seu primeiro contato 
com a paranormalidade, mantendo-a em segredo, pois a sociedade da época era muito 
preconceituosa. Para integrar seu dom à lucidez, iniciou estudos na área da matemática, da 
filosofia e da ciência natural.
Após os dez anos de idade, frequentou o Liceu na cidade Wiener-Neustadt, próxima da 
sua cidade. Aprendeu sozinho sobre os cálculos integrais, estatística e geometria descritiva, sendo 
reconhecido no Liceu pela sua dedicação, recebendo nota máxima. Aos catorze anos dedicou-se 
ao estudo das obras de Kant, sem abandonar o mundo da matemática e das ciências naturais.
Aos dezoito anos, graduou-se no Liceu e matriculou-se na Escola Politécnica de Viena, 
por conselho de seu pai. Nesta época, concluiu sua leitura sobre Kant e iniciou novas leituras 
no campo da Filosofia, desta vez com Fichte, Hegel e Schelling. Trabalhou no Arquivo Schiller-
Goethe, entre 1880 e 1897, editando textos goethianos. 
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Desse período em diante iniciou como autor e editor das obras científicas completas de 
Goethe e escreveu sua primeira obra: A Filosofia da Liberdade (1894). Tornou-se conferencista 
e escritor com o intuito de divulgar sua pesquisa científico-espiritual. Em 1914, casou-se com 
Marie von Sievers, sua colaboradora na Sociedade Antroposófica, criada por ele em 1913.
Foi convidado pelo proprietário da fábrica de cigarros Waldorf-Astória, Emil Moet, em 
1919, para proferir palestras para seus funcionários. Como o trabalho foi bem aceito, solicitaram 
que ele abrisse uma escola para os filhos dos trabalhadores da fábrica, com o apoio de Emil.
Steiner gostou da ideia, porém exigiu que a escola fosse aberta para todas as crianças, 
que os professores compartilhassem dos mesmos ideais que ele e que o currículo escolar 
fosse unificado de 12 anos. Em 7 de setembro de 1919, foi aberta a primeira escola Waldorf 
– Die Freie Waldorfschule – A Escola Waldorf Livre, em Stuttgart, na Alemanha. Esta escola 
permanece ativa até os dias de hoje. 
Steiner faleceu no dia 30 de março de 1925, aos 74 anos, em Dornach, na Suíça, 
deixando diversas contribuiçõesem áreas como: artes, medicina, farmacologia, agricultura, 
pedagogia, arquitetura, teologia e na vida social.
Em 27 de fevereiro de 1956 foi fundada a primeira Escola Waldorf no Brasil, mais 
especificamente em São Paulo, por um pequeno grupo de amigos. Para preparar os professores 
de acordo com a Pedagogia Waldorf e auxiliar na fundação da escola, o grupo de amigos 
convidou professores da Escola Waldorf de Pforzheim, na Alemanha. 
A escola iniciou com apenas 28 crianças da Educação Infantil e o antigo primário. Como 
a escola evoluiu positivamente, em 1979 foi autorizado o funcionamento do Ensino Fundamental 
e, posteriormente, do Ensino Médio. 
Com o crescimento constante de novas escolas Waldorf, fundou-se a Federação das 
Escolas Waldorf no Brasil em 1998, que teve como princípio a consolidação da Pedagogia 
Waldorf. Atualmente existem diversas escolas Waldorf espalhadas pelo país, e seu crescimento 
vem se acentuando nos últimos anos.
3 A PEDAGOGIA WALDORF
As escolas Waldorf, criadas por Steiner, se diferenciaram das demais por suas ideias e 
métodos pedagógicos diversificados, crescendo muito até os dias de hoje. O crescimento das 
escolas Waldorf foi contido apenas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e durante 
os regimes comunistas.
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FIGURA 2 – ESCOLA WALDORF
FONTE: Disponível em: <http://escolawaldorfrecife.com/nossa-escola/educacao-infantil/
ritmo-dia-a-dia-e-eventos/>. Acesso em: 12 abr. 2012.
A principal característica das escolas Waldorf é a sua base na concepção de desenvolvimento 
humano introduzido por Steiner, que leva em conta as diversas características de crianças e 
adolescentes, que veremos mais adiante. Na Pedagogia Waldorf, a educação é formulada de acordo 
com estas características e diferenciada para cada faixa etária, percebendo a criança do ponto 
de vista espiritual, físico e anímico e evidenciando o desenvolvimento progressivo destes pontos. 
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ANÍMICO: referente à alma, deriva do latim anima = alma.
Você sabe o que significa o termo ANTROPOSOFIA? Deriva das 
palavras ANTROPO = homem e SOFIA = saber, ciência. Em grego 
significa: conhecimento do homem.
Estas escolas são diferentes das demais, pois não exigem o desenvolvimento do 
pensamento abstrato ou intelectual desde a infância. As crianças aprendem a ler após entrarem 
no 1ª série (atual 2º ano), e o uso do computador é feito apenas a partir da entrada no Ensino 
Médio, pois o seu uso induz ao pensamento lógico-abstrato. 
Esta pedagogia diferente tem suas bases na antroposofia, que, como já vimos, foi 
criada por Steiner. A antroposofia é “[...] uma linha de pensamento e investigação científica 
que abrange diversas áreas do conhecimento”. (TREVISAN, 2006, p. 15).
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Agora que já sabemos o que significa o termo antroposofia, vamos conhecer um pouco 
mais sobre as suas bases e influência na Pedagogia Waldorf.
De acordo com Costa (2005, p. 14), “Steiner concebeu o homem atual, como portador 
e comportador de quatro processos, que nada mais são que a introjeção dos três reinos 
evolutivos da natureza (mineral, vegetal e animal) e mais um, que seria o qualificador, o distintor 
da individualidade humana: o Eu”. A isto chamou de quadrimembração. 
FIGURA 3 – QUADRIMEMBRAÇÃO
FONTE: As autoras
Ainda segundo Steiner, o mineral seria o CORPO FÍSICO, que não muda, a não ser que 
sofra influência de forças externas, mas que, ao final de tudo, continua sendo o esqueleto, a 
base, o inorgânico, presente em todos os seres. Por outro lado, o homem, o animal e o vegetal 
possuem uma força vital, que faz com que eles nasçam, cresçam e morram. Esta força que dá 
a vida e a forma seria o CORPO ETÉRICO, representando a vitalidade, cujo auge se refere 
ao nascimento e seu fim representaria a morte, na velhice, quando o corpo etérico deixaria de 
existir para se tornar apenas físico, mineral.
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Mas há algo mais que constitui o homem. Ele não é apenas corpo físico e vida, ele age, 
possui instintos, “[...] ele reage, tem impulsos (procura alimentos, parceiros sexuais), manifesta 
atração (simpatia) e repulsa (antipatia) e também pode aprender”. (COSTA, 2005, p. 16). Estas 
características também estão presentes nos animais. Homem e animal possuem uma vida anímica, 
possuem alma, ou, como definiu Steiner, possuem um CORPO ASTRAL. Este CORPO ASTRAL 
é o que domina o corpo físico e o etérico e caracteriza-se por ser um corpo de sentimentos, 
movimentos, que constrói o espaço ao seu redor. Porém, durante a evolução nós, seres humanos, 
adquirimos um quê de diferente, que nos individualiza e nos torna únicos: o nosso EU. Somos 
diferentes dos outros seres, somos diferentes dos outros homens e possuímos consciência disto. 
Somos autoconscientes, temos consciência de nós perante o mundo, temos liberdade.
Além destas características que definem o homem, Steiner procurou definir as principais 
atividades anímicas do ser humano. Vejamos:
FIGURA 4 – HOMEM
FONTE: Disponível em: <http://www.a77.com.br/desenhos/desenho_colorir_homem_9a.php>. Acesso 
em: 27 fev. 2012.
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Segundo Canelada (2011, p. 16), a educação Waldorf cultiva em seus alunos:
 
[...] o querer (agir) através da atividade corpórea em praticamente todas as 
aulas; o sentir, que é incentivado por meio de abordagem artística constante 
nas matérias, além de atividades artísticas e artesanais, específicas para cada 
idade; e o pensar, que vai sendo cultivado paulatinamente desde a imaginação 
dos contos, lendas e mitos no início da escolaridade, até o pensar abstrato 
rigorosamente científico no ensino médio. (CANELADA, 2011, p. 16).
Além destas características, Steiner argumentou que o desenvolvimento humano não 
ocorre de forma linear e sim em ciclos de aproximadamente sete anos, o que chamou de 
setênios. Vamos conhecê-los?
QUADRO 1 – OS TRÊS SETÊNIOS DEFINIDOS POR STEINER
CICLOS IDADE CARACTERÍSTICAS
1º setênio 0-7 anos Base do desenvolvimento físico
Caracteriza-se pela estruturação do corpo físico, por meio 
do corpo etérico. Nesta fase a criança é influenciada por 
tudo o que acontece ao seu redor, absorvendo a cor, o 
som, a forma, os sentimentos e o caráter das pessoas. 
Outra característica importante deste setênio é a imitação. 
Nesta fase, a criança aprende pelo exemplo, pelo ambiente, 
imitando tudo o que vê: os nossos gestos, nosso modo de 
falar, nossa maneira de comer etc. Por isto, neste período, 
é necessário que a criança se sinta amada, protegida. É o 
momento para a criança perceber que O MUNDO É BOM. 
Para Steiner os três primeiros anos de vida são decisivos 
para a criança. Para ele o andar, o falar e o pensar (que 
se desenvolvem neste setênio) evoluem de forma gradual 
e sequencial: se a criança não desenvolver bem o ato de 
andar, provavelmente terá dificuldades em relação ao falar e 
ao pensar. Neste período a criança expressa-se livremente, 
sem medo, utilizando o corpo inteiro, cabendo aos adultos 
a inserção da criança numa regularidade, numa rotina, com 
horários e tempos para realizar cada atividade. A partir dos 
três primeiros anos, a criança começa a diferenciar-se do 
mundo e inicia a afirmação do EU. Ex.: eu quero, é meu 
etc. Nesta fase também teria início o desenvolvimento da 
memória: por isto geralmente lembramos fatos da nossa 
infância ocorridos apenas a partir dos três anos. Este setênio 
marca, portanto, o desenvolvimento da autonomia.
FIGURA 5 – CRIANÇA SEGURA, 
PROTEGIDA
FONTE: Disponível em: <http://
www.escolacaranda.com.br/content.
asp?Categ=2&contentlD=26>. Acesso 
em: 28 abr. 2012.
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2º setênio 7-14 anos Base para o amadurecimento psicológico
Neste setênio o corpo astral, ou anímico, é quem assumea 
liderança, e todo o desenvolvimento da criança está ligado às 
emoções, aos sentimentos. Segundo Steiner (apud COSTA, 
2005), o corpo astral desenvolve-se em pequenas fases: 
dos 7 aos 9 anos, há uma alteração no formato do rosto; dos 
9 aos 12 anos, há um maior crescimento do tórax e, dos 12 
aos 14 anos, o alongamento dos membros. Próximo dos 10 
anos, a criança pode sentir uma nova vivência do EU: uma 
espécie de solidão, irritação, podendo vivenciar nesta fase 
o amor platônico. Neste setênio o jovem identifica-se com 
o ritmo, com a musicalidade, sentindo prazer em cantar e 
ouvir música. Nesta fase, segundo Steiner, é o momento 
ideal de a criança vivenciar que O MUNDO É BELO, por isto 
é importante que ela tenha uma vivência da estética e do 
belo por meio de atividades artísticas e artesanais. A partir 
dos 12 anos, nasce a autoconsciência, o raciocínio próprio, 
que a levará a outros aprendizados. Por volta dos 14 anos, 
ocorre o despertar da sexualidade, a consciência do próprio 
corpo, o desenvolvimento do amor físico. No segundo 
setênio fixam-se os costumes como hábitos alimentares, 
de higiene, espirituais, etc. Nesta fase, atitudes de pessoas 
importantes para a criança podem facilitar ou dificultar um 
desenvolvimento sadio da sua vida psíquica e anímica.
FIGURA 6 – CRIANÇAS COM 
INSTRUMENTOS MUSICAIS
FONTE: Disponível em: <http://pioneiro.
clicrbs.com.br/rs/noticia/2010/12/
incluir-a-musica-na-rotina-das-
criancas-desperta-a-curiosidade-e-o-
desenvolvimento-motor-3134059.html>. 
Acesso em: 28 abr. 2012.
3º setênio 14-21 anos Base para o amadurecimento social
Este setênio marca o amadurecimento do EU e sua 
autonomia. O jovem já é capaz de emitir julgamentos e 
de agir eticamente. Nesta fase, o adolescente apresenta 
um forte espírito crítico, colocando em xeque as opiniões 
dos demais. Recusa-se a aceitar a autoridade de qualquer 
pessoa e os valores só são aceitos se condisserem com 
o seu próprio raciocínio. As pessoas ao seu redor só 
serão respeitadas se forem honestas, verdadeiras. É a 
fase, segundo Steiner, de O MUNDO É VERDADEIRO. 
Para Steiner, esta é a hora certa de apresentar a ciência, 
o conceito, desenvolvendo o pensar lógico. Nesta fase 
há um amadurecimento da responsabilidade e é a época 
ideal para ensinar ao jovem os problemas da humanidade, 
fazendo-os vivenciar esta realidade e não apenas estudar 
sobre elas. Também é interessante que se estimule o jovem 
a estipular metas para o seu futuro. Por volta dos 21 anos, a 
maturidade intelectual e moral se estabiliza, acompanhadas 
da responsabilidade.
 
FIGURA 7 – OS JOVENS E A CIÊNCIA
FONTE: Disponível em: <http://www.
univates.br/noticias/8781-univates-
realiza-6o-aprender-experimentando>. 
Acesso em: 28 abr. 2012.
FONTE: Adaptado de: Costa (2005); Kügelgen (1984); Lanz (1998)
Agora que já estudamos os setênios, vamos abordar outra importante contribuição 
de Steiner para a educação: o princípio dos temperamentos. Apesar de cada um possuir 
o seu Eu, nossa constituição física e anímica pode ser agrupada em quatro tipos básicos: 
sanguíneo, melancólico, colérico e fleumático. Lembre que normalmente cada pessoa apresenta 
características mais fortes de um ou dois temperamentos. Veja o quadro a seguir:
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QUADRO 2 – OS TEMPERAMENTOS
TIPOS DE 
TEMPERAMENTO
ELEMENTO DE 
LIGAÇÃO
CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA
Sanguíneo AR
Ágil, leve, aérea. É muito alegre e inteligente, mas perde 
facilmente a concentração, tendo dificuldade em se fixar numa 
determinada tarefa. Adormece e acorda muito facilmente, 
prefere alimentos picantes e azedos. Para que a criança 
aprenda, é necessário que o adulto desenvolva uma relação 
afetiva com ela e dela com o objeto que deverá ocupar-se.
Melancólico TERRA
Pesada, triste. Está sempre isolada em seu mundo, desajeitada, 
seu corpo parece muito pesado para ela. Tem dificuldade em se 
relacionar com os colegas, demora a acordar e adormecer. Come 
pouco e prefere doce. Qualquer sofrimento a deixa arrasada. Não 
gosta de atividades físicas, jogos mais violentos e também não 
gosta do frio. Para trabalhar com ela, o adulto deve sugerir-lhe 
a musicalidade. Como se preocupa com as pessoas sofredoras, 
convém discutir com ela o sofrimento mundial.
Colérico FOGO
Tem corpo atlético, com membros curtos e nuca grossa. É 
muito atenta e concentrada, porém estoura, queima-se muito 
facilmente. Líder nata, é responsável, aplicada e corajosa, 
agindo sempre com muita energia. Para trabalhar com ela 
é preciso ter paciência e ser compreensível, levando-a ao 
extremo de si mesma, para que perceba que não é infalível.
Fleumático ÁGUA
Fica na sua. Possui intensa relação com o seu corpo etérico, 
estando em constante bem-estar. Dificilmente envolve-se com 
coisas diferentes, pois não quer perder a sua posição cômoda, 
por isso parece lenta, sonolenta e tem tendência à obesidade. 
Gosta muito da rotina e da ordem e é muito calma. É preciso 
que ela perceba que as outras crianças se interessam muito 
pelo assunto, para então demonstrar algum interesse para 
as novidades.
FONTE: Adaptado de: Costa (2005); Kügelgen (1984); Lanz (1998); Trevisan (2006) 
Para entendermos melhor cada um dos temperamentos, vamos ilustrá-los com uma 
pequena história:
Num caminho, quatro pessoas chegam sucessivamente a um obstáculo; uma pedra 
caiu e obstruiu sua passagem. A primeira pessoa, o sanguíneo, vem cantando; ao ver a 
pedra, brinca sobre ela e alegremente continua a viagem. Pouco depois, um fleumático 
chega ao local, para um longo tempo; finalmente, encontra um desvio que lhe permite dar 
volta ao obstáculo e, vagarosamente, continua seu caminho. A seguir, chega o terceiro, o 
melancólico: “Claro, estas coisas só acontecem a mim”! Permanece muito tempo sentado 
sobre a pedra, refletindo até o ponto de esquadrinhar como o infortúnio chegou ao mundo, 
e por que esse infortúnio sempre há de lançar obstáculos precisamente nos caminhos que 
ele utiliza. Levanta-se e volta para casa. Finalmente, aproxima-se o colérico, com passo 
decidido: vê a pedra, detém-se por um segundo e logo a empurra com disposição, até que 
consegue tirá-la do caminho. Continua sua marcha, não deixando de voltar-se algumas 
vezes para contemplar com satisfação seu êxito. (KÜGELGEN, 1984, p. 38).
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E então! Conseguiu diferenciar cada um dos temperamentos? Foi capaz de encontrar-
se em algum deles?
Agora que já conhecemos a teoria do desenvolvimento humano proposta por Steiner, 
que é a base da Pedagogia Waldorf, que tal analisarmos como esta teoria é aplicada na prática?
4 METODOLOGIA
Se você quer que seu filho seja brilhante conte a ele contos de fadas. Se você 
o quer muito brilhante, conte-lhe ainda mais contos de fadas. (Albert Einstein)
 
 É isto mesmo! Na Pedagogia Waldorf, contar histórias é uma forma de estimular o 
conhecimento. Para cada fase do desenvolvimento, são utilizadas histórias diferentes: prosas, 
versos, cantigas, contos, lendas, casos etc., que variam em sua forma e conteúdo para cada 
fase. Na Educação Infantil, os contos de fada são muito importantes. “Com suas imagens cheias 
de fantasias, eles são um alimento para as crianças, enriquecem seu vocabulário, ativam sua 
capacidade imaginativa, estimulam a criatividade e dão a elas suporte emocional e amparo 
para que se sintam felizes. E, mais do que tudo, que se sintam aceitas.” (TREVISAN, 2006, p. 
46). 
E já que falamos sobre o conto na Educação Infantil, vamos explorar como são os 
Jardins de Infância na Pedagogia Waldorf?
Tendo por base os setênios, que estudamos anteriormente, o foco da Educação Infantil 
está no brincar imitativo, na imaginação, por isto, mais do que nunca, a importância de se 
trabalhar com os contos de fadas, para que a criança desenvolva, aos poucos, o pensamento 
criativo e se prepare para as demais etapas do seu desenvolvimento escolar. Nesta fase a 
criança deve ser tratadacom individualidade e respeito, estimulando o desenvolvimento do 
seu talento e da sua capacidade. Lembre-se de que nesta fase, segundo Steiner, a criança 
deve se sentir segura, para que possa concluir que O MUNDO É BOM. 
Tal qual numa família com irmãos, as classes de Jardim são formadas por 
crianças de idades diferentes. Os mais novos aprendem com os mais velhos; 
os mais velhos cultivam respeito e carinho para com os pequenos. Nem tudo 
são flores, é claro. Brigas e desentendimentos fazem parte do aprendizado 
social e são acolhidos como tais pelo professor, assim como em casa pelos 
pais. (TREVISAN, 2006, p. 46).
 
Nesta fase é importante que a criança cumpra rotinas preestabelecidas, para que 
organize a sua vida de forma segura. As atividades do currículo Waldorf seguem os ritmos da 
natureza, das estações do ano e dos afazeres do dia a dia, como: acordar, tomar café, escovar 
os dentes, entre outros.
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Assim, no currículo do Jardim, as atividades percorrem um caminho organizado 
e habitual, que atende aos ritmos diários (brincar fora, brincar dentro, lanche), 
semanal (culinária, desenho, modelagem, pintura), mensal (um tema especí-
fico é trabalhado nas histórias e contos) e anual (que segue as estações do 
ano, celebradas com festejos e teatros). Um dia depois do outro. (TREVISAN, 
2006, p. 49).
Vejamos, no quadro a seguir, quais atividades são realizadas com as crianças das 
escolas Waldorf, em cada ritmo:
QUADRO 3 – RITMOS DA ESCOLA WALDORF
RITMO ATIVIDADES
Diário - Desenho ou pintura. 
- Música e poemas em diversas línguas (para formar o aparelho fonador e auditivo).
- Brincar livre na sala de aula.
- Culinária, modelagem, teatro
- Lanche (antes as crianças re.citam um verso de agradecimento pelo alimento).
- Brincar no jardim.
- Histórias de contos de fadas ou teatro.
Semanal - A cada dia da semana o professor estipula uma atividade diferente como 
modelagem, desenho, trabalhos manuais, pintura, culinária ou eurritmia.
Mensal - A cada mês o professor escolhe um tema diferente, de acordo com a época do 
ano, para desenvolver nas rodas de histórias ou contos. 
Anual - A cada estação do ano o professor prepara festas, teatros, entre outros, para 
trabalhar e fortalecer as características de cada época.
FONTE: Trevisan (2006)
Assim, na Pedagogia Waldorf, os professores trabalham para desenvolver um ambiente 
de harmonia e incentivo à criatividade na Educação Infantil. Para isto, propõem atividades 
diversificadas como cuidar do jardim, fazer pão para o lanche, construir brinquedos, criar 
brincadeiras com materiais da natureza, dando grande importância ao movimento e ao 
desenvolvimento neurológico da criança. Nesta fase, o professor Waldorf deve ser digno de 
ser imitado, pois nessa imitação inconsciente estará fundamentando a moralidade da criança.
Bem, agora que já sabemos como é organizada a Educação Infantil nas escolas Waldorf, 
vamos abordar rapidamente a organização do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
O Ensino Fundamental possui o mesmo currículo das outras escolas, porém voltado 
ao desenvolvimento do jovem para o espírito científico investigativo e para o exercício pleno 
da cidadania. Diversas atividades complementam o currículo como: marcenaria, atividades 
artísticas, filosofia, trabalhos manuais, música, astronomia, geometria, inglês, alemão, 
jardinagem, antropologia, mineralogia, botânica, entre outras.
Neste setênio, como vimos anteriormente, a criança deve reconhecer que O MUNDO 
É BELO, por isto recebe uma formação voltada às artes. Nesta fase também se inicia a 
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alfabetização da criança, e o professor deve conquistar uma autoridade amorosa. 
No Ensino Médio há uma maior preocupação com a formação social, por isto o jovem 
é levado a conhecer as diversas situações sociais que estão ao seu redor, a fim de tornar-se 
um cidadão crítico e ativo. Lembre-se de que nesta fase o aluno deve perceber que O MUNDO 
É VERDADEIRO, cabendo ao professor estabelecer uma relação de honestidade e confiança 
com o aluno. Durante os quatro anos do Ensino Médio, o jovem desenvolve uma pesquisa com 
um tema de seu interesse e, ao final do curso, a defende em forma de monografia.
Independentemente da fase em que a criança se encontra, os alunos das escolas 
Waldorf não repetem o ano escolar. A avaliação das crianças não é realizada em forma de 
provas, exames etc., para fins estatísticos. Os professores 
[...] julgam todos os fatores que permitam avaliar a personalidade do aluno, 
quais sejam: o trabalho escrito, a aplicação, a forma, a fantasia, a riqueza de 
pensamentos, a estrutura lógica, o estilo, a ortografia e, além disso, obvia-
mente os conhecimentos reais. Mas o julgamento geral sobre o aluno levará 
em conta o esforço real que ele fez (ou não fez) para alcançar tal resultado, 
seu comportamento, seu espírito social. (LANZ, 1998, p. 105).
 
 Os boletins anuais enviados aos pais relatam a biografia do aluno durante o ano todo, 
seus resultados, seu comportamento, seu esforço etc. Afinal, o principal objetivo das escolas 
Waldorf é preparar a criança para a vida real, desenvolvendo qualidades essenciais para que 
ela saiba lidar com o mundo em constante mudança, de forma criativa, flexível, responsável e 
com senso crítico. 
DIC
AS!
Ficou curioso(a) em aprofundar-se um pouco mais sobre a 
metodologia das escolas Waldorf? Veja nossas dicas de leitura:
KÜGELGEN, Helmut von. A educação Waldorf: aspectos da 
prática pedagógica. São Paulo: Antroposófica, 1984. (Este livro 
reúne diversas palestras sobre os principais conceitos e métodos 
da Pedagogia Waldorf).
TREVISAN, Helena Maria Ferreira. Filhos felizes na escola: 
pedagogia Waldorf, o ensino pela arte. São Paulo: Trevisan Editora 
Universitária, 2006. (Este livro apresenta um relato bem dinâmico 
de como ocorre a Educação Waldorf em sala de aula).
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5 PAPEL DO PROFESSOR NA ESCOLA WALDORF
Quando a gente aprende algo e dele não se esquece nunca mais, é porque o coração e a 
alma também foram tocados. (TREVISAN, 2006, p. 21).
Uma importante característica da Pedagogia Waldorf é a relação de amor e profundo 
conhecimento entre o professor e seus alunos, já que o professor permanece com a turma 
durante diversos anos: um professor acompanha durante toda a Educação Infantil, outro durante 
todo o Ensino Fundamental e outro durante todo o Ensino Médio (neste último, recebendo a 
função de tutor, já que as disciplinas são ministradas por professores específicos). Além disso, 
a escola possui um médico escolar, que conhece profundamente a pedagogia e dá apoio aos 
professores: o médico-pedagógico.
[...] o professor da classe é um dos pilares da Pedagogia Waldorf. Principal-
mente nos primeiros anos de vida, quando a criança está começando a entrar 
em contato com um ambiente que não é o da sua própria casa, é importante 
que ela sinta que na escola também tem uma família. Essa analogia transfere 
segurança e bem-estar, e ela passa a sentir que o professor é um substituto à 
altura de seus próprios pais e por quem nutrirá igualmente respeito e confiança. 
(TREVISAN, 2006, p. 28).
Por isto que, para se tornar um professor Waldorf, além da formação normal de professor, 
é necessário realizar um curso específico na Pedagogia Waldorf, para conhecer profundamente 
a teoria de Rudolf Steiner. Além disso, de acordo com Trevisan (2006, p. 30), “[...] um exercício 
importante para um professor Waldorf é meditar séria e diariamente sobre cada aluno seu. O 
objetivo é encontrar respostas sobre como é possível ajudá-lo a expressar ao máximo o seu 
potencial e a desenvolver dons que ele não possui”. 
Na escola Waldorf, o aluno não aprende apenas por meio de livros, mas principalmente 
com as pessoas, ele procura vivência e não apenas conhecimentos, e o professor tem um 
papel muitoimportante, pois trabalhará diversos conteúdos, das várias disciplinas existentes 
no currículo. “Não lhe bastará conhecer a matéria; ele deverá ainda usá-la conscientemente 
como meio pedagógico, expondo-a com entusiasmo”. (LANZ, 1998, p. 84).
Você já deve ter percebido que o professor das Escolas Waldorf precisa ter um grande 
conhecimento da teoria de Steiner, além de diversas qualidades, não é mesmo? Vamos destacar 
três qualidades essenciais ao professor Waldorf, de acordo com Lanz (1998):
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1 – Conhecimento profundo do ser humano. Envolve conhecer a antroposofia e os 
setênios e aperfeiçoar-se constantemente.
2 – Amor como base do comportamento social. O professor deve amar os seus alunos.
3 – Qualidades artísticas. O professor deve ser maleável, criativo e encarar cada aula 
como uma verdadeira obra de arte.
Amar os seus alunos é algo primordial para quem quer ser professor e não apenas na 
Pedagogia Waldorf. Pense nisto! Não vá para a sala de aula se você não gostar de crianças. 
Seja um professor responsável e, principalmente, afetivo!
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, prezado(a) acadêmico(a), você aprendeu que:
•	 Steiner nasceu em 1861, na Áustria, e faleceu em 1925, aos sessenta e quatro anos, na 
Suíça.
•	 A principal característica das escolas Waldorf é a sua base na concepção de desenvolvimento 
humano criada por Steiner, a antroposofia.
•	 Steiner concebeu o homem atual como portador de quatro processos: mineral, vegetal, 
animal e o EU.
•	 As principais atividades anímicas do ser humano, segundo Steiner, são: pensar, sentir, querer.
•	 O desenvolvimento humano ocorre em ciclos de sete anos, que chamou de setênios: 0-7 
anos; 7-14 anos e 14-21 anos.
•	 A constituição física e anímica do ser humano pode ser agrupada em quatro tipos de 
temperamentos: sanguíneo, melancólico, colérico e fleumático.
•	 Para a Pedagogia Waldorf, contar histórias é uma forma de estimular o conhecimento.
•	 O foco da Educação Infantil está no brincar imitativo, na imaginação. Nesta fase, a criança 
deve ser tratada com respeito, com rotinas preestabelecidas, de forma a se sentir segura, 
para que possa concluir que O MUNDO É BOM.
•	 Nesta fase, na Educação Infantil, o professor deve ser digno de ser imitado.
•	 O Ensino Fundamental está voltado ao desenvolvimento do espírito científico investigativo 
e do exercício pleno da cidadania. Sua formação deve estar voltada para a estética, para 
as artes, para que reconheça que O MUNDO É BELO.
•	 No Ensino Médio, há uma maior preocupação com a formação social. Nesta fase, o jovem 
deve perceber que O MUNDO É VERDADEIRO.
•	 Os alunos da escola Waldorf não repetem o ano escolar, pois o objetivo das escolas Waldorf 
é preparar a criança para a vida real.
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•	 Uma importante característica da Pedagogia Waldorf é o amor e o profundo conhecimento 
do professor por seus alunos, já que ele permanece com a turma durante diversos anos.
•	 Na escola Waldorf, o aluno não aprende de livros e sim de pessoas, por isto é importante 
que o professor tenha as seguintes qualidades: conhecimento profundo do ser humano; 
amor como base do comportamento social e qualidades artísticas.
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AUT
OAT
IVID
ADE �
Caro(a) acadêmico(a)! Após ter realizado a leitura deste tópico, que tal refletir 
um pouco sobre esta teoria?
1 Qual aspecto da teoria de Steiner você achou mais interessante? Por quê?
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2 Em relação aos temperamentos, a história que usamos para ilustrar o assunto auxiliou 
você a identificar os diversos tipos de temperamento nas pessoas que o(a) rodeiam? 
Em qual temperamento você mais se enquadra?
 ____________________________________________________________________
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A PEDAGOGIA MONTESSORI
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
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O primeiro passo da educação é prover a criança de um meio que lhe permita 
desenvolver as funções que lhes foram designadas pela natureza. Isso não 
significa que devemos contentá-la e deixá-la fazer tudo o que lhe agrada, mas 
nos dispor a colaborar com a ordem da natureza, com uma de suas leis, que 
quer que esse desenvolvimento se efetue por experiências próprias da criança. 
(MONTESSORI, 1972 apud RÖHRS, 2010, p. 29).
Você já ouviu falar em Maria Montessori ou na Pedagogia Montessori? E nas Casas 
das Crianças, ou Case Dei Bambini? Ou, quem sabe, já ouviu falar no Material Dourado? 
Neste tópico, vamos nos aprofundar um pouco sobre Maria Montessori e sua teoria, 
a Pedagogia Montessori, muito utilizada nas escolas brasileiras e do mundo todo. Se você já 
é professor(a), vai perceber que muitas das atividades desenvolvidas por Montessori já são 
utilizadas no seu dia a dia em sala de aula, porém, muitas vezes, sem saber a sua origem ou 
o real significado e importância de desenvolver cada uma delas.
A Pedagogia Montessori tem por princípios a liberdade, a disciplina e a responsabilidade. 
Nela as crianças aprendem utilizando materiais didáticos especialmente elaborados para 
desenvolver os aspectos motores, intelectuais, racionais ou sensoriais de cada um. Além disso, 
a criança tem liberdade para escolher o material didático com o qual irá trabalhar. Por isto, os 
materiais didáticos elaborados por Montessori são desenvolvidos para atrair a atenção das 
crianças, desenvolvendo nelas a curiosidade por aprender e buscar o conhecimento. 
Nesta teoria, o professor é aquele que avalia o desenvolvimento e o comportamento 
das crianças, estimulando a busca pelo saber de forma criativa, lúdica e prazerosa, guiando 
as crianças durante a sua caminhada em busca do conhecimento, ajudando a tirar dúvidas e 
respondendo aos questionamentos que surgem durante as aulas. O professor é um grande 
observador da aprendizagem e do comportamento das crianças.
Ficou curioso(a)? Vamos explorar um pouco mais esta teoria? 
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2 MARIA MONTESSORI (1870-1952)
Para iniciarmos, que tal conhecer um pouco sobre a história de vida de Montessori 
com base em autores como Montessori (1965), Machado (1980) e Röhrs (2010)? Vamos lá!
FIGURA 8 – MARIA MONTESSORI
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/pedagogia/metodo-
montessoriano/>. Acesso em: 13 dez. 2011.
NO
TA! �
O livro “Pedagogia Científica”, de Montessori, utilizado em boa 
parte do nosso texto, em forma de citações, é bastante antigo, 
datado de 1965. Por isto, algumas palavras apresentam escrita 
diferente da utilizada nos dias de hoje. Assim, por diversas vezes 
você encontrará palavras com acentuação gráfica “equivocada”, 
pois preferimos manter o texto original do livro. 
Montessori nasceu em 31 de agosto de 1870, no leste da Itália, na cidade de Chiaravalle. 
Era neta do geólogo e naturalista Antônio Stoppani e filha única do casal Alessandro Montessori 
e Renilde Stoppani. Quando tinha 12 anos, mudou-se com a família para Roma à procura de 
uma educação de melhor qualidade. Em 1896, concluiu o seu curso de medicina, tornando-
se a primeiramulher italiana a concluir o curso. Seus estudos tinham como enfoque as 
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neuropatologias e, logo após concluí-lo, foi trabalhar como assistente em uma clínica psiquiátrica 
da Universidade de Roma, onde se dedicou, por dois anos, ao estudo das crianças com retardo 
mental.
Devido a seu grande interesse pelos anormais (nome utilizado na época para referir-se 
às crianças com deficiência), começou a estudar os trabalhos de Itard e Séguin, por meio de 
livros com relatos sobre seus métodos de ensino na educação destas crianças. 
[...] Itard deduziu uma série de exercícios capazes de modificar a personali-
dade, corrigindo defeitos que mantinham determinados indivíduos em estado 
de inferioridade. Efetivamente, Itard conseguiu fazer falar e ouvir a crianças 
semissurdas, as quais, sem este auxílio, estariam fadadas a permanecer para 
sempre anormais. (MONTESSORI, 1965, p. 29, grifos no original).
No entanto, foram as teorias de Séguin que lhe chamaram a atenção. Séguin partiu das 
experiências de Itard, aplicando-as e modificando-as durante trinta anos, até chegar ao que 
denominou de método fisiológico (método baseado no estudo individual do discípulo).
[...] Séguin, com meios analíticos semelhantes ao de Fechner, mais ricos, 
porém, não sòmente estudara centenas de crianças deficientes recolhidas 
nos asilos de Paris, mas transformara-as em criaturas humanas capazes de 
trabalhar ùtilmente para a sociedade e de receber uma instrução intelectual e 
artística. (MONTESSORI, 1965, p. 36).
Tendo por base os estudos de Séguin, Montessori, em 1898, num congresso na cidade 
de Turim, defendeu que os deficientes e anormais não precisavam de médicos, mas sim de 
métodos pedagógicos que criassem um ambiente de ajuda ao aluno. Para ela, ao invés de 
internar as crianças com deficiência, seria necessário construir escolas onde, através da 
observação, os métodos de Séguin fossem aperfeiçoados, possibilitando até mesmo a formação 
de novos professores para atuação na área.
Logo após sua participação no Congresso, seu antigo professor, ministro da Instrução 
Pública em Roma, chamou-a para realizar palestras sobre o ensino dos deficientes e anormais. 
Isto fez com que se despertasse o interesse dos que se dedicavam ao assunto. A partir de 
então a vida de Montessori voltou-se para a educação das crianças com deficiência. Lia tudo o 
que era publicado a respeito, aproveitando todas as sugestões que lhe eram dadas, realizando 
experiências e trabalhando fortemente na formação dos professores que vinham trabalhar 
com ela. Realizou viagens a Paris e Londres, conhecendo escolas e tudo o que havia de 
mais moderno em relação à educação destas crianças. Logo percebeu que poderia superar 
as teorias de Séguin, aperfeiçoando-as. Mandou fabricar os materiais didáticos que Séguin 
propunha, aperfeiçoando uns, excluindo outros e criando novos materiais para o trabalho a ser 
desenvolvido com as crianças. Tanto esforço trouxe ótimos resultados. “Usando esse método 
consegui que alguns deficientes do manicômio aprendessem a ler e a escrever corretamente; 
mais tarde, apresentando-se ao exame nas escolas públicas, juntamente com os escolares 
normais, obtiveram aprovação”. (MONTESSORI, 1965, p. 33). 
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A partir de então, começou a questionar como as crianças com deficiência puderam 
superar os normais nos exames realizados. Concluiu que as escolas deveriam estar 
desorganizadas e os métodos ser péssimos, moldando e sacrificando todas as possibilidades 
das crianças. 
Tais resultados eram tidos como miraculosos pelos observadores. Eu, porém, 
sabia que se esses deficientes haviam alcançado os escolares normais nos 
exames públicos era, ùnicamente, por haverem sido conduzidos por uma via 
diferente: tinham sido auxiliados no seu desenvolvimento psíquico, enquanto 
as crianças normais haviam sido, pelo contrário, sufocadas e deprimidas. [...] 
Enquanto todos admiravam o progresso dos meus deficientes, eu meditava 
sobre as razões que faziam permanecer em tão baixo nível os escolares sãos 
e felizes, a ponto de poderem ser alcançados pelos meus infelizes alunos nas 
provas de inteligência. (MONTESSORI, 1965, p. 33).
Depois de obter estes resultados, resolveu abandonar a Escola Ortofrenética e voltar 
aos estudos de Itard e Séguin, traduzindo-os para o italiano de próprio punho, chegando à 
conclusão de que o método de Séguin dava resultados mesmo quando aplicado aos alunos 
normais. Considerando-se incompleta, voltou a estudar, agora o curso de pedagogia e o de 
psicologia instrumental. 
Tais foram minhas conclusões. O importante não é observar, mas “transformar”. 
A observação fundara uma nova ciência psicológica; não “transformara”, po-
rém, nem alunos nem escolas. Acrescentara alguma coisa às escolas comuns, 
deixando-as, no entanto, bem como seus métodos de instrução e educação, 
estacionadas em seu estado primitivo. (MONTESSORI, 1965, p. 37).
Montessori sentiu, ali, a necessidade de colocar em prática sua ideia de aplicar os 
métodos de Séguin com crianças normais. Porém, não sabia de que forma poderia realizar esta 
ação. Até que, em 1906, uma empresa que construía prédios pediu sua ajuda para a solução de 
um problema. Como os prédios que construíam eram para pessoas pobres e estes precisavam 
sair para trabalhar desde cedo, as crianças ficavam sozinhas durante o dia e estragavam o 
prédio. Assim, pediram para Montessori que ela criasse alguma forma de entretê-los e mantê-los 
quietos neste período em que estavam sem os pais. Para isto ofereceram uma sala em cada 
bloco e todo o pessoal de que ela precisasse. Criou-se assim a primeira Case dei Bambini, 
inaugurada em janeiro de 1907. Esta Casa das Crianças recebeu crianças entre os 3 e 7 anos 
e deu tão certo que, em abril, a empresa resolveu abrir outra, em outubro outra, chegando às 
diversas casas espalhadas pela Itália.
As Casas de Crianças tornaram-se tão populares, que educadores de Roma e outras 
regiões do mundo vieram para conhecê-las e partiram entusiasmados com seus métodos. Um 
deles foi Freinet, conforme veremos no próximo tópico. Mais tarde, Teresa Bontempi introduziu 
as escolas na Suíça e pouco depois foi fundada uma escola Montessori, na Argentina. Em 
1910, o método chegou aos Estados Unidos e, em 1911, a Paris. Em 1913, criou-se uma 
sociedade Montessori na Inglaterra. Nesta mesma época, uma sociedade de Milão e outra 
de Roma ofereceram-se para fabricar o material didático criado por Montessori, e a baronesa 
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Alicia Franchetti pagou a primeira edição do livro Pedagogia Científica em que Maria Montessori 
falava sobre seu método. Em 1911, devido ao empenho de Maria Maraini Guerrieri, o método 
Montessori foi incluído em todas as escolas primárias da Itália. 
Maria Montessori faleceu em 6 de maio de 1952, com 81 anos. Hoje, seus livros estão 
traduzidos em diversas línguas, existindo escolas Montessori em todo o mundo, inclusive no 
Brasil. As sociedades Montessori não descuidam da formação dos professores, criando escolas 
específicas para eles; organizam conferências, criam novas escolas, cursos de férias, entre 
outros. 
DIC
AS!
Que tal conhecer um pouco mais sobre a vida de Maria Montessori? 
Sinopse: O filme Maria Montessori – uma vida dedicada às 
crianças é uma cinebiografia de Maria Montessori (1870-1952), 
médica, educadora e pedagoga italiana que 
criou um método educacional revolucionário. 
Acompanhe os principais momentos da 
trajetória de Montessori, a graduação 
em Medicina, a militância feminista, o 
trabalho pioneiro com crianças deficientes, a 
fundação da "Casa das Crianças", a relação 
com o filho Mario etc.
Caso você não encontre o filme de Montessori 
nas locadoras, nos sites de busca da internet 
você encontra pequenos vídeos sobre a 
história de Montessori.
FONTE: Disponívelem: <http://www.submarino.
com.br/produto/7267124/dvd-maria-montessori:-uma-vida-
dedicada-as-criancas>. Acesso em: 21 maio 2012.
3 CASE DEI BAMBINI (CASA DAS CRIANÇAS)
E como eram as escolas criadas por Montessori? De que forma você as imagina? Vamos 
conhecer um pouco mais sobre elas?
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FIGURA 9 – MONTESSORI NA ESCOLA
FONTE: Disponível em: <http://www.michaelolaf.
net/maria.html>. Acesso em: 9 abr. 
2012.
FIGURA 10 – ESCOLA MONTESSORI
FONTE: Disponível em: <http://www.
controversia.com.br/blog/maria-
montessori-a-mdica-que-valorizou-o-
aluno/>. Acesso em: 10 abr. 2012.
As Casas das Crianças, como o próprio nome sugere, eram ambientes criados especialmente 
para o atendimento às crianças, no intuito de melhorar o senso de responsabilidade de cada uma. 
Todos os espaços eram adaptados, assim como os móveis: pias, armários, cadeiras, entre outros. 
Ali elas podiam exercitar a liberdade e a disciplina, uma como dependente da outra. 
Mandei construir mesinhas de formas variadas, que não balançassem, e tão 
leves que duas crianças de quatro anos pudessem facilmente transportá-las; 
cadeirinhas de palha ou de madeira, igualmente bem leves e bonitas, e que 
fossem uma reprodução, em miniatura, das cadeiras de adultos, mas propor-
cionadas às crianças. Encomendei poltroninhas de madeira com braços largos 
e poltroninhas de vime, mesinhas quadradas para uma só pessoa, e mesas 
com outros formatos e dimensões [...]. (MONTESSORI, 1965, p. 42-43).
Montessori criou também pequenos armários com cortinas ou pequenas portas, para 
que as crianças pudessem abrir e fechar os móveis e ali guardar os seus pertences. “Em cima 
da cômoda, sobre uma toalha, um aquário com peixinhos vermelhos. Ao longo das paredes, 
bem baixas, a fim de serem acessíveis às crianças, lousas e pequenos quadros sobre a vida 
em família, os animais, as flores [...]”. (MONTESSORI, 1965, p. 43). 
Poder-se-ia pensar que o deslocamento de mesas e carteiras causaria desordem 
e barulho, certo? Porém, este era o objetivo de Montessori. Que a criança aprendesse a 
disciplinar-se enquanto se movia ou interagia com o espaço. Não discipliná-la no sentido de 
proibi-la a movimentar-se, mas orientando para que a própria criança adquirisse controle e 
habilidade dos seus movimentos. “Se uma criança deixar cair ruidosamente uma cadeira, terá 
com êste insucesso uma prova evidente de sua própria incapacidade: em bancos, porém, 
seus movimentos passariam despercebidos. Assim, a criança terá ocasião de se corrigir e, aos 
poucos, verificaremos o seu progresso [...]”. (MONTESSORI, 1965, p. 44).
De acordo com Montessori (1965), é disciplinado o indivíduo que é senhor de seus atos 
e que sabe seguir uma regra de vida. 
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Devemos, pois, interditar à criança tudo o que pode ofender ou prejudicar o 
próximo, bem como todo gesto grosseiro ou menos decoroso. Tudo o mais – 
qualquer iniciativa, útil em si mesma ou de algum modo justificável – deverá 
ser-lhe permitido; mas deverá igualmente ser observada pelo mestre; eis o 
ponto essencial. (MONTESSORI, 1965, p. 46).
Para Montessori (1965) a partir dos três anos a criança pode se tornar livre e 
independente para realizar todas as tarefas. O papel do professor é o de ajudar a criança a 
avançar no caminho da própria independência, estimulando-a a realizar as tarefas do dia a 
dia, sozinha. “Quando servimos as crianças, cometemos um ato servil para com elas. [...] 
Uma pessoa que se faz servir com freqüência não sòmente vive em dependência, mas definha 
na inanição e acaba por perder a sua atividade natural”. (MONTESSORI, 1965, p. 53, grifos 
no original). Assim, é papel do professor auxiliar a criança a ultrapassar os obstáculos que a 
impedem de desenvolver-se normalmente.
4 METODOLOGIA
Com este pensamento, Montessori criou um programa conhecido como “exercícios 
de vida prática”, ou “exercícios no ambiente cotidiano”, como também foi chamado. Neles, as 
crianças vivenciavam uma vida real, realizando atividades do cotidiano. Em seu livro Pedagogia 
Científica, 1965, Montessori relata objetos que compunham o ambiente e auxiliavam na 
realização destes exercícios. “[...] os objetos estavam dispostos de molde a permitir-lhe atingir 
um fim determinado; por exemplo: certos quadros que ensinam a abotoar, dar laços, fazer nós 
etc.” (MONTESSORI, 1965, p. 58).
FIGURA 11 – QUADROS PARA ABOTOAR
FONTE: Disponível em: <http://www.sunrise-
montessori.com/what_is_montessori/
montessori_index.php>. Acesso em: 15 
abr. 2012.
Quadros para abotoar – Entre outros objetos 
que exercitam as crianças na análise de seus 
movimentos, podemos referir [...] o quadro de 
madeira ao qual se fixam dois retângulos de 
tecido. Esses tecidos são unidos ou fechados de 
diversos modos: com botões, presilhas, laços, 
fitas, colchetes, fechos automáticos etc. (posso 
citar o zíper também). Servem para desenvolver 
a habilidade os gestos que se fazem ao vestir-se; 
as duas peças de fazenda devem, primeiramente, 
ser justapostas com precisão de tal modo que, 
em ambos os tecidos, haja uma correspondência 
recíproca entre os buraquinhos por onde há de 
passar a fita, entre os botões e suas casas, entre 
os ilhoses e os laços etc. Isso requer da criança 
variadas manobras, por vezes bem complexas, 
que a levam a coordenar os gestos sucessivos que 
terá que fazer, um após o outro. (MONTESSORI, 
1965, p. 88, grifos no original).
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Em outro momento, Montessori fala dos lavabos para as mãos, com panos para limpar, 
vassouras, escovas... e a criança tenha liberdade de escolher o trabalho que deseja desenvolver.
FIGURA 12 – CRIANÇA BRINCANDO NO LAVABO
FONTE: Disponível em: <http://privatepreschool.blogspot.com.br/2011/07/montessori-
preschool-what-sets-standard.html>. Acesso em: 23 mar. 2012.
Com os exercícios da vida prática, Montessori propõe a estimulação dos músculos por 
meio de atividades atraentes e do dia a dia, como enrolar um tapete, lavar o chão, servir a 
mesa, abrir e fechar as portas ou janelas, entre outros, colocando o corpo todo em movimento, 
exercitando-o e aperfeiçoando-o cada dia mais. 
Abrir ou fechar uma porta, uma gaveta, distinguindo bem os vários gestos 
a fazer: enfiar a chave, mantendo-a em posição vertical; depois virá-la, e, 
finalmente, puxar a gaveta ou a porta. [...] Abrir convenientemente um livro, 
folheá-lo, virando as páginas uma a uma. [...] Sentar-se numa cadeira e, em 
seguida, levantar-se; transportar objetos, parar um instante antes de colocá-los 
em seu lugar; caminhar evitando obstáculos, isto é: não dando empurrões em 
pessoas ou coisas [...] Além destes, outra série de gestos integram-se ainda 
na vida prática da criança: são os que se referem às etiquetas nas relações 
sociais, tais como saudar alguém, recolher e entregar um objeto seu, caído 
no chão; evitar passar cortando o passo de outrem, escusar-se etc. (MON-
TESSORI, 1965, p. 89). 
Para Machado (1980), o ambiente proposto por Montessori educa pelas suas qualidades 
psicológicas, pelo clima afetivo que favorece uma nova forma de relacionamento entre professor 
e aluno e dos alunos entre si; percebe-se claramente o acolhimento, a aceitação e valorização 
de cada um, na sua individualidade, no seu ritmo de trabalho e de crescimento. 
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Ainda de acordo com Machado (1980), ao utilizar os recursos propostos por Montessori, 
a criança se constrói, conquistando confiança em si mesma, resolvendo diversas situações 
que lhe são propostas. Pela tentativa erro/acerto, reconhece suas limitações e procura meio 
de vencê-los.
Os recursos propostos por Montessori continham exercícios de paciência, de exatidão 
e de repetição, reforçando o poder de concentração de cada criança. Estes exercícios deviam 
ser realizados todos os diascomo se fossem uma tarefa e não um passatempo e eram 
complementados com momentos de meditação e imobilidade. Para Montessori (1976 apud 
RÖHRS, 2010), os exercícios serviam para desenvolver atitudes e não apenas competências.
Montessori criou a teoria da percepção e criou os materiais didáticos de forma que eles 
permitissem, ou simulassem, situações concretas e imediatas, favorecendo a abstração da 
criança. Esforçou-se em criar materiais didáticos que motivassem as crianças de tal forma a 
estimular um maior contato com a sua própria consciência. Um de seus principais focos são 
as atividades independentes, ou seja, cada criança escolhe o material com o qual irá trabalhar 
a cada dia. Para Montessori (1966 apud RÖHRS, 2010), o indivíduo é o que é, não por causa 
dos professores que ele teve, mas pelo que ele realizou sozinho. 
De acordo com Montessori (1966 apud RÖHRS, 2010), as crianças percebem 
intuitivamente o seu crescimento e o quanto de conhecimento adquiriram ao realizarem cada 
atividade, manifestando esta consciência em forma de alegria, felicidade. “Essa tomada de 
consciência sempre crescente favorece a maturidade. Se damos a uma criança o sentimento 
de seu valor, ela se sente livre e seu trabalho não lhe pesa mais” (MONTESSORI, 1966 apud 
RÖHRS, 2010, p. 28).
O material didático desenvolvido por Montessori tem a função de ajudar a criança 
a crescer tranquilamente, a “crescer na paz”, adquirindo a tão esperada responsabilidade, 
objetivo dos trabalhos de Montessori com as crianças. Os materiais didáticos desenvolvidos 
por Montessori constituem-se em cinco grupos:
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FIGURA 13 – MATERIAIS DIDÁTICOS MONTESSORI
FONTE: As autoras
Entre os materiais didáticos desenvolvidos por Montessori, podemos citar o Material 
Dourado. Você já deve ter ouvido falar dele. Ele é formado geralmente por peças de madeira 
em formato de cubo, placa, barra e cubinhos e é muito utilizado na Educação Infantil e Anos 
Iniciais do Ensino Fundamental para ensinar as quatro operações fundamentais da matemática. 
No Caderno de Metodologia e Conteúdos Básicos de Matemática, você irá conhecer um pouco 
mais sobre a utilização e a confecção deste material.
FIGURA 14 – MATERIAL DOURADO
FONTE: Disponível em: <http://www.gescomercial.com.br/loja/index.
php?option=com_zoo&task=item&item_id=1&Itemid=76>. Acesso em: 
14 abr. 2012.
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Além do Material Dourado, talvez você conheça outros materiais didáticos desenvolvidos 
por Montessori. Observe as figuras a seguir: 
FIGURA 15 – MATERIAL DIDÁTICO 1
FONTE: Disponível em: <http://montessori-n-such.com/detail.aspx?ID=2320>. Acesso em: 14 
abr. 2012.
FIGURA 16 – MATERIAL DIDÁTICO 2
FONTE: Disponível em: <http://montessori-n-such.com/detail.aspx?ID=1333>. Acesso em: 14 
abr. 2012.
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Você já viu algum destes materiais? Já os utilizou em suas aulas? Muitos destes materiais 
estão disponíveis nas escolas e, às vezes, ficam parados, sem uso, por não sabermos explorá-
los. Caso a sua escola não tenha estes materiais disponíveis, você pode criá-los utilizando 
materiais diversos como potes, madeira, entre outros, é só usar a criatividade. Além destes, 
muitos outros materiais didáticos foram criados por Montessori. Quer conhecer um pouco mais? 
Veja a nossa indicação de leitura:
DIC
AS!
INDICAÇÃO DE LEITURA: MONTESSORI, 
Maria. Pedagogia científica: a descoberta 
da criança. São Paulo: Flamboyant, 1965.
Este livro foi o primeiro escrito por 
Montessori e relata sua experiência e seu 
método, desde o início da sua caminhada 
como professora. 
FONTE: Disponível em: <http://www.
sebodomessias.com.br/sebo/(S(iiag4r45q3bb3u55hgrgv0ad))/
detalheproduto.aspx?idItem=666169>. Acesso em: 15 jun. 2012.
Todos os materiais didáticos desenvolvidos por Montessori foram metodicamente 
criados e padronizados, de tal forma que a criança que escolhesse livremente brincar com um 
dos objetos, fosse conduzida, sem saber, a desenvolver-se intelectualmente pelas situações 
previamente determinadas. 
Para cada um dos sentidos havia um exercício que promovia o desenvolvimento de 
todas as funções corporais. Esses exercícios eram praticados em grupo e socializados através 
de uma discussão, reforçando seu aspecto social de educação.
Quando a criança se encontra diante do material, ela responde com um tra-
balho concentrado, sério, que parece extrair o melhor de sua consciência. 
Parece realmente que as crianças estão atingindo a maior conquista de que 
seus espíritos são capazes: o material abre à inteligência vias que, nessa 
idade, seriam inacessíveis sem ele (MONTESSORI, 1969, p. 197-198 apud 
RÖHRS, 2010, p. 23).
Desta forma, o professor deixa de ser o centro do processo educativo e passa a agir 
de fora. Sua tarefa é observar cientificamente e descobrir as necessidades e possibilidades 
dos alunos. De acordo com Montessori (1972, p. 38 apud RÖHRS, 2010, p. 22), “[...] para 
que [a criança] progrida rapidamente, é necessário que a vida prática e a vida social estejam 
intimamente misturadas à sua cultura”.
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FIGURA 17 – CRIANÇAS BRINCANDO COM OS JOGOS NO JARDIM 
DA ESCOLA MONTESSORI
FONTE: Disponível em: <http://www.michaelolaf.net/maria.html> 
Acesso em: 16 abr. 2012.
Para Montessori (1965), a educação das crianças deve ser equilibrada desde o início, 
produzindo impressões positivas de expectativa e comportamento a fim de desenvolver 
estruturas e esquemas com os quais novas experiências serão confrontadas.
 
Para ser eficaz, uma atividade pedagógica deve consistir em ajudar as crian-
ças a avançar no caminho da independência; assim compreendida, esta 
ação consiste em iniciá-la nas primeiras formas de atividade, ensinando-as a 
serem autossuficientes e a não incomodar os outros. Ajudá-las a aprender a 
caminhar, a correr, subir e descer escadas, apanhar objetos do chão, vestir-se 
e pentear-se, lavar-se, falar indicando claramente as próprias necessidades, 
procurar realizar a satisfação de seus desejos: eis o que é uma educação na 
independência. (MONTESSORI, 1965, p. 71).
Ainda de acordo com Montessori (1965), existem momentos em que a criança está 
mais receptiva a determinadas experiências (aprender a linguagem, ter domínio das relações 
etc.), ao que chamou de períodos sensíveis na aprendizagem. Se neste momento a criança 
receber a atenção necessária, o professor pode promover períodos de aprendizagem intensa 
e eficaz. Caso o professor deixe passar este momento, as possibilidades que a criança oferece 
serão para sempre perdidas.
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5 PAPEL DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO MONTESSORI
Maria Montessori tentou criar uma ciência da educação, cuja abordagem constituía-se 
numa ciência da observação, exigindo de todos os participantes do processo educativo uma 
formação nesses métodos, permitindo maior controle e verificação científica.
Montessori pensou num educador diferente: “No lugar da palavra [ele deve] aprender 
o silêncio; no lugar de ensinar, ele deve observar; no lugar de se revestir de uma dignidade 
orgulhosa que quer parecer infalível, se revestir de humildade”. (MONTESSORI, 1976, p. 123 
apud RÖHRS, 2010, p. 24). 
FIGURA 18 – MONTESSORI COM AS CRIANÇAS
FONTE: Disponível em: <http://www.bayareamontessoriassociation.com/> 
Acesso em: 16 abr. 2012.
Para Montessori, cada criança leva dentro de si as potencialidades do homem que virá 
a ser um dia, podendo desenvolver, assim, suas capacidades físicas, emocionais, intelectuais 
e espirituais ao máximo.
A Pedagogia Científica leva em consideração uma escola que permite o desenvolvimento 
das manifestações espontâneas e da personalidade da criança. “[...] deve surgir uma pedagogia 
do estudo individual do escolar, isto sòmente será

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