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RESENHA DO DIREITO RELA DE LAJE À LUZ DA LEI Nº 13.465/2017 Professor: Paulo Cesar Alunos(as): Alan Donato, Bruna Paiva Marchesi, João Vitor Firmino, Patrícia. Período: 6º Noturno HABITAÇÃO NO BRASIL É sabido que o problema de habitação no Brasil é estrondoso e sua solução é demasiada complexa. Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – o Brasil possui cerca de 11,4 milhões de pessoas vivendo em favelas, grande parte em áreas desordenadas e irregulares, com problemas que compreendem ausência de segurança da posse, acessibilidade ou qualidade de recursos. Em razão desse cenário, o Brasil nos últimos anos legislou arduamente no contexto da regularização fundiária em áreas urbanas. Assim sendo, em 12 de julho de 2017 a Lei nº 13.465 fruto da conversão da Medida Provisória nº 759/2016 alterou dispositivos do Código Civil para acrescer o inciso XIII no artigo 1.225 inserindo O DIREITO REAL DE LAJE no rol dos direitos reais e regulamentando-o no próprio código civilista nos artigos 1.510-A a 1.510-E DIREITO REAL DE LAJE Conhecido como “puxadinho”, o direito real de laje consiste na relação jurídica estabelecida entre o proprietário do solo, chamado pela lei de proprietário da construção-base que cede ao lajeário o direito de construir no seu espaço aéreo e/ou subsolo criando unidade imobiliária autônoma e distinta daquela originalmente construída sobre o solo. Em termos notariais, isso significa dizer que o terreno da construção-base possui uma matrícula e a laje acedida possui matrícula distinta da primeira, sendo que na matrícula dessa construção-base constará a averbação do direito real de laje. Assim, cada titular poderá exercer seus respectivos deveres em relação a sua titularidade, podendo usar e dispor de forma independente. Insta salientar as discussões doutrinárias com implicações práticas a respeito da natureza jurídica desse novo direito real. Em primazia, é importante necessidade de distingui entre o DIREITO REAL DE LAJE e o CONDOMÍNIO EDILÍCIO, haja vista que o DIREITO REAL DE LAJE não implica a atribuição de fração ideal de terreno ao titular da laje ou a participação proporcional em áreas já edificadas, situação peculiar ao próprio conteúdo e conceituação das relações edilícia. Outro ponto importante de se destacar são as discussões na doutrina a respeito da necessidade de regulamentação do DIREITO REAL DE LAJE como direito real autônomo ou apenas a regulamentação do direito de sobrelevação decorrente do direito real de superfície. Conforme aduz Roberto Paulino: “O direito real de laje não constitui um novo direito real, mas uma modalidade de direito real de superfície denominado superfície por sobrelevação”. O Direito Real de Laje não foi tratado, aqui no Brasil, como uma espécie de Direito Real de Superfície. Contudo, a proximidade ontológica das figuras é inafastável, de maneira que, quando o jurista se deparar com alguma lacuna legal no tratamento do novo direito real, será plenamente viável servir-se, por analogia, de regras destinadas ao Direito real de superfície. Isto posto partimos para uma análise prática do tema. O direito de laje pode ser adquirido por ato causa mortis ou inter vivos, inclusive por usucapião, conforme enunciado produzido pela VIII (8ª) Jornada de Direito Civil do ano de 2018 do Conselho da Justiça Federal: “O direito real de laje é passível de usucapião”. Com relação às obrigações e direitos inerentes ao lajeário, sobrepõe-se o direito de preferência a ele concedido quando o proprietário da construção-base desejar alienar o bem; responder pelos encargos tributários sobre a sua unidade; manter a seguridade na realização das obras para construção ou melhoria da laje, já que há dependência física entre a construção-base e a laje, e finalmente, participar no custeio das áreas comuns, respeitando a proporção estipulada no contrato. Assim sendo, por tratar-se de novo instituto previsto em lei, ainda há muito que debater e discutir sobre o tema, em especial no que diz respeito as suas consequências tributárias e urbanísticas. Importante frisar que o primeiro passo foi dado rumo a regularização dos “puxadinhos” existentes a muito tempo no Brasil cujo objetivo é de concretizar a moradia digna reconhecida pela Constituição Federal. RESENHA DO DIREITO RELA DE LAJE À LUZ DA LEI Nº 13.465/2017 HABITAÇÃO NO BRASIL DIREITO REAL DE LAJE
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