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CONTRATOS – 2ºB Compra e venda: Arts. 481 a 532, cc Conceito: art. 481. Não existe compra e venda sem dinheiro. Contrato pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa a outrem (comprador), mediante pagamento de um preço em dinheiro. É sinalagmático – bilateral Perfectibilidade: ato jurídico perfeito. Art. 1267 – propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição. Ninguém é proprietário antes da tradição de domínio Tradição: bens moveis Registro: bens imóveis Em regra, a tradição acompanha a transferência de propriedade Exceção: 1- Art. 1361 – alienação fiduciária. Transmite a propriedade independentemente da tradição 2- Art. 521 – reserva de domínio. Não transfere a propriedade enquanto não paga todo o preço Características: Sinalagmático Consensual de regra: art. 482. Exceção: pode ser solene, exemplo: imóveis (escritura pública + registro) – art. 108 Oneroso: ônus e bônus para ambas as partes Comutativo em regra. Pode ser aleatório como exceção Elementos da compra e venda: 1- Coisa: corpórea ou incorpórea. Futura ou potencial. Deve ser individualizada e deve ser bem do comércio. Deve ser possível de ser transferida 2- Preço: deve ser em dinheiro ou em algo que represente dinheiro. Deve ser sério, sem simulação, não podendo haver animus jocandi Não se exige equivalência da coisa ao preço 3- Consentimento: absoluta e relativamente incapazes só contratam por representação ou assistência. Deve ter legitimidade. Advogado com procuração não está proibido de comprar os bens do cliente, a menos que atua como administrador dos bens Condômino só pode vender a coisa comum a terceiro depois de oferece-la aos demais condôminos, que tem preferência. Tradição de domínio é a transferência de propriedade, que se dá por intermédio de ato que se chama tradição Pode existir tradição sem transferência de propriedade Tradição é ato de concretude/material da compra e venda Regra: res perit domino (coisa perece para o dono) – dono assume risco da perda ou perecimento da coisa. Consequências da compra e venda: Vendedor deve entregar a coisa e seus acessórios. O comprador deve pagar o preço Venda a crédito: vendedor está obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço Venda a vista: vendedor não se obriga a entregar a coisa antes de receber o preço, e o comprador não pode pagar se ver que não vai receber a coisa, podendo consignar o preço em juízo. Exceção de contrato não cumprido só cabe em comprar e vendas à vista Obrigação perante o CDC nas relações de consumo com exclusão de cláusula contra evicção, vícios aparente e ocultos são nulas de pleno direito. Res perit domino Mora do comprador em receber, o risco passa a ser do comprador – art. 492, ss2 Mora credor: mora accipiendi Mora devedor: mora solvendi Cláusulas especiais de compra e venda: Retrovenda: art. 505. Clausula do contrato que dá direito ao vendedor de, no prazo de até 3 anos, reaver o imóvel vendido, devolvendo o preço e as despesas feitas pelo comprador. Não é aluguel, é espécie de retratação ou arrependimento da venda Torna a propriedade resolúvel, pois retorna as partes ao status quo ante Se transmite aos herdeiros e legatários, podendo ser exercido contra terceiros adquirentes. Venda a contento: art. 509 e ss. Venda se subordina do contentamento de quem compra. Quem compra precisa dar o contento para a compra e venda se tornar eficaz Ou declara que gostou do produto, ou declara que a coisa não lhe agradou, se desfazendo o n.j. Ex: compra se gostou depois de testar o produto Enquanto não der o contento, é encarada como mera comodatária (contrato de empréstimo). Se estraga, se responsabiliza, respondendo por mora ou danos. A tradição não gera transferência de propriedade, só posse direta. Só haverá transferência de domínio com o contento. Prazo: não há no cc, as partes devem estipular na contratação. Se não houver estipulado, necessário será a notificação para constituição em mora Venda sujeita a prova: o comprador deverá provar o produto. Venda sujeita a experimentação ou ensaio. Não está condicionada ao contentamento do comprador Tenda a coisa as qualidades descritas e o comprador provado, não poderá não gostar ou arrepender-se É direito personalíssimo – não se estende aos herdeiros O silencio importa aceitação presumida Preempção: art. 513 Preferência – serve para o vendedor ter a preferência em readquirir a coisa O comprador se obriga a oferecer a coisa comprada ao vendedor, que tem preferência Prazo que a clausula vigora: decadencial de 180 dias se bem móvel, 2 anos se bem imóvel, contados da tradição ou registro. Art. 513, p.ú Direito personalíssimo, não se transmite Prazo para exercer o direito: 3 dias, se móvel e 60 dias se imóvel, contado da oferta Terceiro adquirente de boa-fé não será afetado. Se estiver em conluio com o comprador para fraudar a preferência, será responsável solidário pelas perdas e danos Reserva de domínio: art. 521 a 528. O vendedor se reserva no direito de propriedade e posse indireta até o pagamento integral do preço A tradição só transfere a posse precária e direta ao comprador, cujo eficácia fica condicionada ao pagamento integral do preço É condição suspensiva da propriedade. Só adquire depois de pagar totalmente o preço Evento futuro e incerto do pagamento integral do preço É garantia ao vendedor de reter o domínio Se não paga o preço, pode restituir a coisa por reintegração de posse. Posse indireta do credor A cláusula será estipulada por escrito, e só vale por terceiros se for registrado no domicílio do comprador O bem não pode ser fungível Art. 524 – desde a tradição, embora o domínio seja de outra pessoa, o comprador responde pelos riscos da coisa. Não vigora a cláusula res perit domino Não pode pedir reforço de garantia pela depreciação do objeto, nem pode pedir aumento do preço se a coisa se valorizar Alienação fiduciária: negócio jurídico pelo qual uma das partes adquire, em confiança, a propriedade de um bem, obrigando-se a devolve-la tão logo venha a ocorrer o acontecimento a que se subordinara. A propriedade não é plena, mas restrita e resolúvel, constando prevista a cláusula de extinção Trata-se da transferência da propriedade de um bem imóvel ou móvel do devedor ao credor, para garantir o cumprimento de uma obrigação, constituindo um direito real de garantia É sempre acessório de um contrato principal Só admite a forma escrita e com registro. Exige solenidade. Art. 1361, ss1 Não vigora a regra res perit domino – art. 1363 Cabe para bens fungíveis e infungíveis Em caso de inadimplemento, a coisa tem que ser vendida e o produto da venda abatido do débito Se o devedor passar a terceiro ou se desfazer do bem, pode incidir em estelionato Pode entrar com ação de execução autônoma nos casos em que com a venda do objeto da alienação, o valor da dívida não fora alcançado Não é hipótese de compra e venda, e sim hipótese de constituir possessório. O adquirente torna-se possuidor da coisa, sem ter a disponibilidade física, pois não a recebe do alienante. Conserva a posse direta ou imediata Qualquer pessoa, física ou jurídica, pode utilizar-se da alienação Não é privativa de instituições financeiras Não permite que seja gravado mais que um ônus sobre o imóvel, ou seja, uma vez dado o bem em garantia, não é permitido ser gravado com hipoteca, servidão, usufruto ou qualquer gravame de outras naturezas Pode comparar com a penhora, mas não é penhora O devedor tinha a propriedade, posse direta e indireta. Com a alienação, perde a propriedade e a posse indireta para inversos. Possuía em nome próprio e passa a possuir em nome alheio O agente financeiro não tem interesse no bem, é apenas garantia real Envolvidos: -vendedor -devedor fiduciante = comprador. Possui pretensão restitutória que se perfaz em uma expectativa real, ao implemento da condição resolutiva -credor fiduciário = agente financeiro. Se compromete a devolver a condição de comprador ao final do financiamento com o final do pagamento Tartuce: garantia ao fiduciário de forma transitóriae temporária Se não pagar, a propriedade se torna definitiva pelo credor Art. 22, lei 9.514 Art. 23 Art. 25 Art. 26 e ss1 Art. 27 Contrato de troca/permute: art. 533 – se aplica todas as regras de compra e venda Conceito: dar uma coisa por outra, que não seja dinheiro (se não é compra e venda) É bilateral: duas ou mais vontades Oneroso: ambos auferem perda e aquisição de patrimônio Comutativo: as prestações são aferíveis de imediato É consensual, podendo ser solene. Ex: permuta de imóveis, exige escritura publica Gera aquisição de propriedade. Há transferência de domínio Requisito: tem que haver dois bens, não precisam ter um valor igual ou equivalente Deve ser um bem passível de alienação, sendo ou não da mesma espécie Torna: parte que deve ser devolvida em dinheiro na permuta. Se os valores forem diferentes, haverá uma “torna”, uma parte terá que ser paga ou devolvida em dinheiro. Este valor não pode ser superior a metade do valor do maior objeto negociado Ex: se o objeto for no valor de 100.000, o outro objeto não pode ser inferior a 50.000, para que a torna não seja maior que 50% do valor do negócio Os valores podem ser próximos, não precisam ser iguais Se a permuta nada falar sobre devolução de valores, não se poderá exigir em juízo a diferença. Vige a autonomia de vontade. Se quiser a devolução, deve constar a torna no contrato Se tiver torna de valores não equivalentes, incidirá impostos de renda por ganho de capital nas hipóteses da lei Se a permuta for de bens imóveis, incidira também ITBI O permutante tem o direito de pedir a devolução do que deu se não recebeu o objeto prometido como contraprestação Regra: -cada um paga metade das despesas com a troca -ITBI é de quem adquiriu o bem Aplica-se as mesmas regras que compra e venda, inclusive quanto à garantia contra vicio redibitório, evicção, etc Para reclamar anulação: prazo decadencial de 2 anos. Art. 179 Doação: Art. 538 a 564 Conceito: doação é o ato de transferir bens ou vantagens de uma pessoa a outra, por liberalidade Figuras: doador e donatário Ato inter vivos de liberdade – doação. Caráter de direito pessoal Ato causa mortis de liberdade – testamento Correntes doutrinarias: 1- há uma mera expectativa de direito em relação ao donatário. Não tem direito adquirido quando recebe de outrem a promessa que algo será doado A transferência de propriedade ocorre somente com a tradição O donatário não pode mover ação reivindicatória, possessória, busca e apreensão se for entregue a terceiro Não pode reclamar perdas e danos, pois é mera expectativa de direito, não é direito adquirido. Não causa prejuízo, só acréscimo patrimonial Não existe promessa de doação, sendo lícito ao doador se arrepender 2- há promessa de doação, mas com ressalvas Admite-se a promessa de doar: -se a doação é condição ou consequência do divórcio/dissolução de união estável. Ou seja, quando falta animus donandi, não tendo intenção livre de doar, e sim de cunho obrigacional -para privilegiar a prole 3- a proposta de doação obriga a quem prometeu Espontaneidade deve estar presente no pactum de contrahendo, qualquer que seja a modalidade contratual Prevalece os princípios do código civil (boa-fé, solidarismo, vedação à frustação das expectativas, etc) A 1ª e a 2ª corrente são as que prevalecem Características da doação: Contrato unilateral. Não há contraprestação, a não ser em obrigações com encargo Sempre gratuita. Doação com encargo é onerosa Vige o animus donandi, se fizer a doação por cumprimento de obrigação, não será doação Animus donandi: desinteresse completo. Vontade de melhorar a situação de quem vai receber Donatário enriquece e o doador empobrece A liberalidade ou animus donandi é elemento essencial para configurar doação Espírito de liberalidade: existência de intenção de doar pela consciência de conferir a outrem uma vantagem patrimonial sem ser obrigado Deve haver translação de patrimônio. Sai de um para outro Donatário deve aceitar receber o objeto Se for pura, não precisa se capaz A aceitação pode ser tácita, se for pura e fixado prazo para donatário responder, e nada disser Se a doação for modal ou com encargo, a aceitação devera ser expressa, por representar a possibilidade de ônus ao donatário O doador pode revogar a doação enquanto o donatário não a aceitar Requisitos da doação: -subjetivo: capacidade ativa e passava das partes. Se for pura, a passividade não tem empecilhos Legitimidade: ex: cônjuges sem autorização Ascendente só pode doar a filhos se for em adiantamento de herança, há influência no inventário depois -objetivo: deve ter objeto coisas do comercio. Só se admite doação de órgãos humanos para fins de estudo e terapia Não pode haver disposição de bens que ponham em penúria o doador. Se a doação for universal (doa 100% dos bens) deve haver reserva de usufruto ao doador Se com a doação houver insolvência, os credores podem anula-la A doação pode ser periódica Doação inoficiosa: é proibida. Doa a legitima dos herdeiros Só pode doar enquanto não infringir a legitima dos herdeiros, sendo os 50% do patrimônio. Pode ser feita conjuntiva, quando feita a mais de uma pessoa ao mesmo tempo, estabelecendo quanto cada um vai receber Doação de cônjuge adultero pode ser anulada no prazo decadencial de 2 anos, a partir do término de casamento (divorcio ou morte) Na doação pura não se sujeita a vícios redibitórios, evicção, etc Na doação com encargo há a sujeição a mora, ou vícios, ou evicção, porque a doação é a contraprestação ao serviço ou encargo prestado Pode haver clausula de reversão: doação volta ao doador caso o donatário morra antes daquele -formal: art. 541. É contrato solene. Exige instrumento público ou particular, não existe doação verbal, apenas em objetos de pequeno valor e acompanhados imediatamente da tradição Espécies de doação: -doação pura e simples: sem encargo, termo, condição, sem restrição, livre -modal ou com encargo ou onerosa: incumbência ao donatário em seu benefício, em proveito de terceiro ou ainda em proveito da sociedade Em regra, se estipula prazo para o encargo sem cumprido, se não, tem que constituir o donatário em mora -remuneratória: geralmente é feito em contemplação ou admiração a um serviço prestado gratuitamente por alguém ao doador -condicional: depende de acontecimento futuro e incerto. O donatário só adquire a coisa se verificar a condição -a termo: com prazo inicial e final. Ex: direito de A usar o imóvel por 10 anos, e B dali para frente -de pais a filhos: é adiantamento de legitima -de cônjuge a outro: se no regime de comunhão parcial e o bem for do patrimônio pessoal e não comum -conjuntiva: feita a mais de uma pessoa, podendo os quinhões serem iguais ou não Invalidade/anulação da doação: Por casos comuns a qualquer contrato. Ex: capacidade das partes, objeto ilícito, etc Por vícios: ex: doação universal sem usufruto Por vícios de consentimento: erro, dolo, doação, lesão, simulação ou fraude contra credores Revogação da doação: é como se não tivesse existido Possibilidade de que a doação, por causa de uma causa contemporânea à mesma, faça retornar o direito ao donatário Causas: -ingratidão ao donatário: há obrigação moral do donatário de ser grato ao doador Poderá haver a revogação se o ofendido for ascendente e descendente do donatário Só cabe nas doações puras Produz efeitos ex nunc, retroagindo a data da citação Direito de revogar por ingratidão é irrenunciável, não admite transação Poderá haver perdão do doador Tem prazo da ação decadencial de 1 ano, não se transmitindo aos herdeiros -descumprimento de encargo: se o donatário não cumprir com sua obrigação, o doador pode reclamar a restituição da coisa ou compelir ação de fazer contra o donatario Locação: Conceito: quando uma parte, mediante remuneração, se compromete a fornecer, por um tempo certo ou não, o uso ou gozo de coisa, serviço ou obra Art. 565 a 578 e lei 8245 Espécies: -locação de coisa: Bem infungível Há remuneração em dinheiro Ex: contrato de aluguel -locação de serviço: Qualquer serviço economicamente apreciável, independendo do resultadoEx: contrato de prestação de serviços de advogado -locação de obra: Contrato de empreitada: visa obra certa, com finalidade prevista Características: Jamais vai haver transferência de domínio. A cessão é de uso e temporária. Cessão da coisa, do serviço ou da empreitada Remuneração: na coisa, é aluguel. No serviço, salário ou preço. Na empreitada, o preço Não admite a gratuidade, sob pena de se tornar mútuo ou comodato Contratualidade: bilateral (obrigações reciprocas). Oneroso (obter vantagens mútuas). Comutativo (vantagens e prestações aferíveis de imediato). Consensual (não solene, em regra) Elementos: Consentimento valido: omissão e o silencio podem gerar consentimento no aluguel. Ex: começar a usar um imóvel e pagar valor, sem falar nada (aluguel tácito) Obrigação do locador: dar a coisa em uso e gozo Obrigação do locatário: pagar o aluguel Em regra, o locador é igual proprietário Exceções: é possível aluguel por quem não é proprietário do objeto -inventariante: bens do espolio -usufrutuário: aluguel dos bens do usufruto -tutor e curador: aluguel dos bens do curatelado -administrador do condomínio: áreas comuns -sublocação: possuidor transmite o direito de posse a outrem, fazendo subaluguel. Todos possuem atos de administração. Todos que estiverem na administração dos bens poderão local, não precisando ser proprietário Absoluta e relativamente incapazes só poderão locar com assistência ou representação Requisito para locação: Capacidade + direito de dar em uso e gozo + direito de transferir Ex: posseiro ilegal: não tem direito de transferir Objeto locado: A) será infungível. O locatário é obrigado a restituir o objeto sem perda de substância Se fungíveis e gratuito: mútuo Se infungíveis e gratuito: comodato Exceção: aluguel de pompa e circunstância: ad pompam vel ostentationem. Ex: garrafa de vinho para ornas feira. Bolo da casamento de avarento Aluguel de imóvel: acompanha o acessório de regra. Ex: casa e jardim. Mas pode ser apenas de parte B) inconsumível: a coisa tem que ser restituída como foi transferida Exceção: consumo dos acessórios. Ex: poda de arvores C) suscetível de gozo: objeto lícito e possível D) objeto determina ou determinável E) dado por quem administre o bem F) bem inalienável pode ser locado. Ex: usufruto inalienável Remuneração: em regra, em dinheiro. O pagamento é feito no domicílio do locatário, em regra (quesível – quérable). Na falta de estipulação, se entende que é no domicílio. Não é portável (domicílio do credor – locador) Lapso de tempo: determinável ou não. Vige a temporariedade. Não há contrato de locação perpetuo Antes do prazo convencionado, o locador não pode reaver a coisa locada, sob pena de perdas e danos Vencido o prazo contratual e não retomada a coisa pelo locador, prorroga-se a locação e torna-se locação por prazo indeterminado É presunção iuris tantum em favor do locatário, desde que permaneça no imóvel sem oposição do locador A ação de despejo elide essa presunção. Compelir forçadamente o locatário a sair do imóvel Há duas formas de retomada do objeto locado: -denuncia cheia: art. 47 – lei de inquilinato Há motivos elencados na lei Requisitos: locação por menos de 30 meses se escrito ou verbal. Ex: uso próprio do locador, venda do imóvel, não pagamento do aluguel, etc -denúncia vazia/imotivada: art. 46 Imotivada – pelo término do prazo Requisitos: locação por tempo igual ou superior a 30 meses Locação por tempo indeterminado = notificação previa e 30 dias para desocupar Forma: é livre, mas pode ter eficácia contra terceiros, tem que ser registrado no registro de imóveis. Se verbal, há presunção de veracidade da palavra do locador em tudo o que ele disser a respeito da locação. Presunção iuris tantum Direito e obrigações do locador: -direito de: Receber o aluguel O locador tem direito de penhor sobe os moveis do locatário caso não pague o aluguel Cobrar antecipadamente o aluguel quando for contrato por temporada (ex: casa praia) e a locação não esteja com garantia real ou fidejussória (fiança). Art. 20 e 42, lei do inquilinato Se cobrar antecipado fora destes casos: prisão de 5 a 6 meses ou multa de 3 a 12x do último aluguel atualizado. Art. 43, lei do inquilinato – contravenção penal Na locação de prédio urbano, exigir garantia do locatário: a) caução em dinheiro, limitado a 3 aluguéis. b) caução em bens moveis ou imóveis c) garantia fidejussória – fiança d) seguro fiança (modalidade atualmente muito usada). Art. 38, ss2, lei do inquilinato Mover ação de despeço. Pode ser cumulada com cobrança de alugueres e multa Reaver a coisa locada após o vencimento da locação. Antes do prazo, somente se reavém o bem se o locador pagar as perdas e danos ao locatário Autorizar por escrito a sublocação, o empréstimo do prédio e a cessão da locação Pedir a revisão judicial dos aluguéis -obrigação do locador: Entregar a coisa alugada ao locatário com suas pertenças (tudo que constituir elemento de fruição) ex: abajur Manter o bem útil a locação, consertando defeitos e reparando a coisa Responder pelos vícios ocultos anteriores a locação Garantir o uso pacífico pelo prazo do contrato Pagar os impostos do prédio locado, taxas de administração, encargos de obra, fundos de reserva. Pode haver convenção para o locatário pagar seguro de incêndio e IPTU Fornecer recibo de aluguel Indenizar as benfeitorias uteis e necessárias, sob pena de retenção do imóvel pelo locatário Dar preferência ao locatário na aquisição do imóvel Direitos e deveres do locatário: -direitos do locatário: Exigir do locador a entrega da coisa, o recuso do aluguel, a manutenção da coisa durante o tempo do contrato e a garantia do uso pacífico do bem, além da responsabilidade por vícios ocultos Pedir relação do estado da coisa ao locador. Se o locador não der, não pode pedir perdas e danos pelo estrago do locatário na coisa Reter a coisa alugada enquanto não paga as perdas e danos quando o locador pedir a coisa de forma antecipada ao prazo do contrato Ser ressarcido das benfeitorias uteis e necessárias feitas com autorização do locador Direito de levantar as benfeitorias voluptuárias (ex: ar condicionado). Não é ressarcido. Tem direito de levar embora junto Benfeitorias feitas sem autorização do locador não dão direito ao locatário a indenização correspondente Ter preferência na aquisição do imóvel se este for alienado na locação, salvo se se tratar de venda judicial. Prazo decadencial de 30 dias após a notificação Só poderá o locatário reclamar perdas e danos se for preterido nesse direito se o contrato estiver resguardado em cartório O terceiro adquirente não precisa respeitar a locação se o contrato não tiver clausula nesse sentido e não estiver registrado em cartório (efeitos contra terceiros) Purgar a mora, pagando na ação de despejo, todas as despesas atualizadas, visando evitar o fim da locação Ser despejado mediante denuncia cheia ou vazia Sublocar, ceder e emprestar se houver consentimento expresso do locador Deveres do locatário: Servir-se da coisa locada para o uso a que se destina a coisa. Advogado/dentista pode usar um quarto para trabalhar Tratar do bem locado como se fosse seu, conservando a coisa Pagar o aluguel no prazo e na falta de convenção, ate o dia 6 do mês (prazo corrido, não sendo dia útil) Levar ao conhecimento do locador as manutenções que este precisa fazer (para o seguro da coisa) e as turbações de terceiros Usar de ações possessórias para defender a coisa Restituir a coisa ao fim do contrato, no exato estado em que recebeu, salvo deteriorações de uso regular. Não pode devolver antes do prazo, sob pena de multa ao locador Pagar as taxas de limpeza, água, luz, saneamento, despesas extraordinárias de condomínio, despesas da área comum, elevadores, antenas, reparos pequenos de hidráulica e elétrica, repor o fundo de reserva se usado Fazer reparações locatícia: vidros rachados, goteiras, fechaduras a seu cargo exclusivo Consenti nos reparos urgentes do prédio Dar caução no contrato. Limitada a 3 alugueres, como garantia do contrato no caso de inadimplemento Cessão, sublocaçãoe empréstimo: são modos de transferência inter vivos do contrato de locação. Lei 8.245 Empréstimo é chamado de comodato. Na locação só pode acontecer com anuência do locador Cessão e sublocação: ambas visam transferir toda ou parcialmente, do locatário a terceiro, os direitos e deveres da locação, desde que haja consentimento expresso e por escrito do locador – art. 13, lei do inquilinato -sublocação: locatário não se exonera do contrato, continuando vinculado ao locador. O contrato novo se vincula ao contrato de locação original, tornando-se acessório do mesmo. Acabou a locação, acabou a sublocação Locador – locatário – sublocatário Pode ser verbal Conceito: concessão do gozo, parcial ou total, da coisa locada, pelo locatário Regra: proibida em prédios urbanos, salvo autorização por escrito do locador O sublocatário tem os mesmos direitos do locatário. Não estabelece qualquer direito e obrigação perante o locador e o sublocatário A sublocação é garantia da locação: se o locatário deixar de pagar alugueres, o sublocatário responde subsidiariamente pelos mesmos Tem direito de indenização das benfeitorias necessárias -cessão: o locatário “some” (se exonera) das obrigações. A responsabilidade é transmitida integralmente ao cessionário. O locador desaparece da relação contratual e se isenta de qualquer responsabilidade. Não se forma um segundo contrato. O cessionário “entra” no contrato original, substituindo o original locatário, excluindo o cedente Conceito: alienação a outro, da posição de locatário Cedente (locatário) aliena sua postura ao cessionário (terceiro), com anuência do cedido (locador) Exige instrumento publico ou particular = é solene Rege-se pelas normas da cessão de crédito Mecanismo: pega a anuência do locador, cede e desliga-se da locação. O contrato termina para o cedente O cessionário recebe o bem no estado em que está, não podendo reclamar o mau estado de conservação da coisa. Exigira do locador as reparações que lhe competem Morte do locador ou locatário: -morte do locador: a locação se transfere aos herdeiros. A locação não acaba pela morte do locador Se o locador era usufrutuário ou fiduciário, não se transfere a locação aos herdeiros, porque o proprietário não precisa manter a locação -morte do locatário: pode continuar a locação: O cônjuge sobrevivente e os herdeiros necessários que residam no prédio locado O espolio do locatário, em locação não residencial, e seu sucessor legal no negócio Extinção da locação: cessa a locação: Pelo distrato: bastando a restituição da coisa antes do prazo Retomada da coisa nas hipóteses da lei do inquilinato Clausula resolutiva expressa: ex: falta de fiança Perda total da coisa, por desaparecimento da condição de uso e gozo Perda parcial ou deteriorização da coisa por culpa do locador ou locatário Vencimento do prazo contratual (tempo determinado) Desapropriação da coisa locada + imissão na posse Morte do locatário sem sucessores, nem sublocatário Morte do locador, se transfere a locação aos herdeiros Nulidade ou anulação do contrato por vicio Resilição unilateral por inexecução: resilição do locador chama-se denuncia, que se consuma na ação de despeço. Por denuncia cheira (violação de obrigação legal do locatário) ou vazia (respaldo na lei para pedir a retomada) Extinção do usufruto ou fideicomisso (testamento para deixar herança a quem não existe (concebido) no momento da herança – condição resolutiva) Falência ou recuperação judicial do contratante Ação renovatória de aluguel: só é cabível em aluguel não residencial Trata-se de norma cogente que não pode ser suprimida ou restringida por contrato, sob pena de nulidade da clausula Entre os bens que compõem o estabelecimento, o ponto empresarial assume valor relevante. Ponto empresarial é o local em que se situa o estabelecimento, não se confundindo com o imóvel onde o estabelecimento se opera Fundo de comercio/aviamento/goodwill: reunião de bens de forma organizada que cria a capacidade de gerar resultados econômicos. É o bem mais precioso de um empresário, por isso precisa de proteção especial A clientela pode ser valorada economicamente e constitui o fundo de comercio Objetivo da ação: renovar obrigatoriamente o aluguel para proteger esse fundo de comercio Jurisprudência entende que a renovação compulsória do contrato só deve ser assegurada ao empresário que realmente tenha agregado valor ao local onde exerce suas atividades, transformando-o em fatos atrativo da clientela Requisitos: art. 51 (i, ii, III, ss5) e art. 71 (art. 319, cpc) lei de locação Exceções: art. 52, lei de locação – locador não estará obrigado a renovar o contrato (I e II) Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia fundo de comercia, com as instalações e pertencer Nas locações de espaço em shoppings, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento do inciso II Tem que ser curador o locador e o sublocatário (se houver) A contestação do locador só pode versar sobre as matérias do art. 72, da lei de locação Se a divergência versar sobre o valor do aluguel, cada parte tem que apresentar seus laudos de avaliação propostas de renovação Consequências da ação renovatória: art. 73 e 74 Ação de despejo: retomar forçadamente o objeto da locação, além de extinguir o contrato Cabe também em casos de denúncia vazia, além das cheias. Vale também para locações comerciais Recursos contra a sentença só tem efeito devolutivo A ação é de rito comum e admite liminar. Art. 59, ss1, lei de locação – obrigatório oferecer caução de 3 alugueres Só cabe liminar nas hipóteses dos incisos do art. 59 Art. 59, ss3: purga da mora. Se o despejo for por motivo de falta de pagamento do aluguel, o locatário tem direito a purgar a mora nos termos do ss3 A ação de despejo pode ser cumulada com cobrança de alugueres: art. 62, I Consequência final da ação: art. 63. Conforme o tipo de atividade exercida no imóvel, o prazo para desocupação pode se modificar, ressalvados nos parágrafos do art. 65 Empréstimo: Características: Tradição (entrega) Gratuidade Obrigação de restituir a coisa Obrigação de usar a coisa emprestada Espécies: -comodato: art. 579 a 585. Ex: roteador de internet Conceito: art. 579. Empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, que se faz com a entrega do objeto Características: Gratuidade: se cobrar, pode ser locação. Com exceções: taxas, impostos, água, luz, etc Uma parte tem vantagem, outra desvantagem Unilateral: comodatário – devedor. Comodante – credor Real: existe a entrega (tradição) Obrigação do comodatário: devolver a mesma coisa que tomou em empréstimo ao final do uso Comodatário: posse direta. Posse precária (art. 1208) – não pode pedir usucapião Comodante: posse indireta Ambos podem mover ações possessórias para proteger a coisa Intuitu personae: confiança do comodatário – não pode ceder, emprestar, etc. É um contrato perenalíssimo Infungibilidade e não consumibilidade: pode ser sobre bem móvel e imóvel. Ex: fruição de uma casa de praia Comodato sobre bem fungível e consumível: pompa e ostensão – ad pompam vel ostentationem Transmutação: o fungível se torna infungível Temporariedade: prazo certo e indeterminado (até que a cosa alcance seu fim) Comodante: proibido de pedir a restituição antes do objetivo, salvo emergência e por decisão judicial Obrigação de restituir. Se não restitui, comete esbulho Morte do comodante: confiança se quebra Requisitos: --subjetivos: capacidade genérica para os atos da vida civil. Exceções: art. 580 – não são proprietários --objetivo: somente bens infungíveis e inconsumíveis --formal: não solene. Forma livre, pode ser verbal Obrigações do comodatário: Guardar e conservar a coisa como se fosse sua: negligência, imperícia (desvalorização do bem) = gera perdas e danos Ônus da conservação e despesas. As necessárias + urgentes podem ser ressarcidas Limitar o uso da coisa ao acordo: não pode usar para outros fins. Se vender ou emprestar: estelionato Restituir a coisa emprestada no momento devido Responderpela mora: caso atrase fica obrigado a pagar aluguel Risco da perda: é do comodatário. Não vigora a regra res perit domino Art. 583 – incêndio: se puder salvar bens, tem que salvar o emprestado antes do próprio bem. Não está obrigado a arriscar a vida Responsabilidade solidaria – art. 585: comodante pode exigir a restituição de qualquer um, mas cabe regresso Obrigações do comodante: Não pedir a restituição da coisa antes do prazo. Exceção: art. 581 Pagar despesas urgentes e necessárias e despesas não relacionadas à fruição da coisa (ex: impostos, IPVA) Zelar pela posse mansa e pacífica do comodatário Extinção do comodato: Advento do prazo ou após o uso da coisa Resolução unilateral: ex: comodatário que se desinteressou Distrato: comum acordo no curso do contrato Morte do comodatário: não poderão os herdeiros fruir Venda do bem a terceiro -mútuo: arts. 586 a 592 Conceito: art. 586 – empréstimo de coisas fungíveis. Empréstimo de consumo. É empréstimo com transferência de domínio (art. 587) Transfere a propriedade do bem fungível, que se obriga a restituir coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade, mas não a mesma coisa que foi emprestada, pois não tem como voltar por ser fungível Características: Contratualidade: duas vontades Contrato real: exige tradição Gratuito: o mutuante nada recebe. Exceção: mútuo feneratício (empréstimo de dinheiro com cobrança de juros) – art. 591 Temporariedade: prazo certo. Prazos do art. 592 Fungibilidade da coisa: bem consumível Mudança no domínio da coisa: mutuário = livre disposição do bem (alienar, emprestar, abandonar) res perit domino Obrigação de restituir: coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade Requisitos: -subjetivos: capacidade genérica para os atos da vida civil + especial. Mutuante proprietário. Bem do patrimônio do mutuante Menor de idade: só se obriga nas hipóteses do art. 589 -objetivo: bem fungível – art. 85 -formal: forma livre, não solene. Pode ser verbal. Exceção: mútuo feneratício Efeitos jurídicos: Gera obrigações ao mutuário: restituir a coisa e pagar os juros, se feneratício Gera direitos ao mutuante: garantia real ou fidejussória, reclamar a restituição da coisa, findo o prazo ou por simples notificação (se por tempo indeterminado) Deveres do mutuante: Entregar a coisa Responder pelos vícios ocultos após a entrega Causas extintivas: Vencimento do prazo do contrato Hipóteses do art. 592 Resolução por não pagamento de juros Distrato Resilição do devedor Clausula contratual -mútuo feneratício: empréstimo em dinheiro Conceito: modalidade de contratação unilateral onerosa em que o bem mutuado é o dinheiro e o mutuário é obrigado a pagar juros Características: Admite juros remuneratórios Não é intuitu personae Herdeiros serão responsabilizados ate o limite da herança A morte do consignante não extingue a dívida, sendo transmitida aos herdeiros Se os juros não forem convencionados, aplica-se os juros legais. Art. 406. SELIC é a taxa máxima que pode ser cobrada (3,5%), permite a capitalização anual Sob pena de agiotagem: é vedado estipular em quaisquer contratos taxa de juros superiores ao dobro da taxa legal. Quem cobra acima de 7% comete crime de agiotagem MP 2170: não vale para instituições financeiras, permitindo capitalização de juros Quando juros serão abusivos contra instituições financeiras? STF diz que será quando a taxa cobrada for acima da média do mercado Mandato: Arts. 653 a 692 Conceito: art. 653, cc – quando alguém recebe de outrem, poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses Autorização para realizar ato ou negocio Os atos praticados pelo mandatário vinculam o mandante apenas nos limites dos poderes outorgados (art. 665). Se exceder os poderes, precisa o mandante ratificar os atos O mandante se vincula a todos os atos que são feitos Existe para facilitar os atos Mandante: confere poderes Mandatário: recebe poderes Jamais confundir mandato com procuração. Pode haver mandato sem procuração Procuração é instrumento do mandato. Instrumento: suporte em papel, meio empregado para se conseguir o resultado almejado Logo, procuração: escrita Mandato: pode ser verbal. Art. 656 Requisitos da procuração: art. 654, ss1 Indicação do lugar Qualificação do outorgante e outorgado Data Objetivo da outorga Extensao dos poderes conferidos Alguns atos exigem mandato, logo procuração publica (feita no tabelionato de notas). Art. 657. Ex: compra e venda de imoveis Espécies de procuração: -ad judicia – para juízo: art. 105, cpc. Ex: advogado. Não exige reconhecimento de firma, a não ser perante terceiros que exigirem (art. 654, ss2, cpc -ad negotia – para os demais atos da vida civil. Ex: tio de Manaus. Pode exigir se as partes quiserem ou se o terceiro exigir Lei 13.726: desburocratizou os procedimentos administrativos. Art. 3, i: procuração sem reconhecimento de firma em processo administrativo contra o governo Mandato X prestação de serviço: o elemento representação. Toda vez que a representação estiver presente, é mandato. Se for ausente, é mera prestação de serviço O mandatário não se vincula as pessoas com quem negocia. Porque sempre age em nome e nos interesses do mandante Advogado: geralmente é representante e procurador Sindico: normalmente só é representante Mandatos eletivos: em regra, são só representantes Mandato judicial: Outorgado a pessoa legalmente habilitada (art. 692 e art. 5, XIII, cf) Pode ser por instrumento publico ou particular Havendo urgência, pode o advogado atuar sem procuração: art. 104, cpc e art. 5, ss1, estatuto da advocacia Clausula ad judicia: poderes genéricos para o foro e atos do processo, salvo poderes especiais – art. 105, cpc, 2ª parte (rol meramente exemplificativo). Habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, salvo exceções É oneroso de regra Substabelecimento: é o ato do mandatário se valer de terceiros para a realização dos atos convencionados ou de transferência dos poderes a outra pessoa Podem ser representantes: -legais: pais, tutores, curadores, etc -judiciais: inventariante, administrador da massa falida, etc -convencionais: quando recebem procuração para agir em nome do mandante Atos personalíssimos: não admitem representante (testar, prestar concurso, serviço militar, etc). Portanto, não pode haver procuração Casamento admite procuração: art. 1542, cc Características: Personalíssimo, consensual (em regra), gratuito e unilateral – Carlos Gonçalves – entendimento principal Oneroso e bilateral – Maria H. Diniz Aceitação tácita: art. 659, cc Personalíssimo: é intuitu personae. Extingue-se com a morte do mandatário ou quando cessar a confiança. Fiduciária é o elemento principal Consensual: admite-se o mandato versal e tácito Gratuito: art. 658, cc. Exceção: advogados, presume-se oneroso Unilateral: gera obrigações somente ao mandatário. Se convencionar remuneração, será bilateral Só pode ter por objetos atos jurídicos e não simples atos materiais, fatos ou serviços, porque ninguém confere poderes para cozinhar, chamar um taxi, etc Pessoas que podem outorgar procuração: somente capazes. Art. 654 Absolutamente incapazes: representação Relativamente incapazes: assistência. Assinam a procuração com seu representante legal. Perda superveniente da capacidade: não invalida o mandato Pessoas que podem receber mandato: art. 666 Riscos da ma escolha do mandatário: é do mandante. Ex: terceiro que contratou mandatário menor relativamente incapaz, não tem nada a ver com as consequência da ma escolha O menor não tem haver com as consequências ruins da escolha. O mandante responderá, podendo mover ação de regresso contra o causador de dano Espécies de mandato: Quanto ao modo de declaração: expresso, tácito, verbal ou escrito Gratuito ou remunerado. Deveria ser regido pela gratuidade Judicial ou extrajudicial Simples ou empresário Geral ou especial – art. 660 Em termos gerais e com poderes especiais – art. 661 Se outorgado a mais de uma pessoa, pode ser conjunto, solidário, sucessivo ou fracionario – art. 672 Mandato para duas ou mais pessoas: art. 672 Presunção de solidariedade:qualquer das pessoas pode atuar e substabelecer separadamente ou em conjunto Para serem só conjuntos ou sucessivos, tem que haver expressa menção na procuração Deve fazer mandato com procuração conjunto -mandato conjunto: exige que os dois mandatários eleitos pratiquem ao mesmo tempo o ato, para que na falta de algum deles, o ato não poderá ser praticado -mandato sucessivo: estabelece hierarquia ou ordem de atuação do mandatário. O segundo mandatário só atuara naquilo que o primeiro mandatário for impedido -mandato especial: aquele que designa apenas um ou alguns negócios do mandante. É especifico para um ato determinado -mandato geral: para todos os negócios -mandato em termos gerias: só confere poderes para administrar, não para realizar negócios. Art. 661 -mandato com poderes especiais: para atos que extrapolem a administração ordinária. Administração ordinária: atos de mera gerencia, despedida de funcionários, etc Excesso de mandato: art. 662 Pode o mandante impugnar o excesso ou ratifica-lo, expressa ou tacitamente (ex: cumprindo o negocio realizado em seu nome) Obrigações do mandatário: -praticar o ato ou realizar o negocio em nome do mandante. É obrigação de fazer não podem exceder os poderes da procuração aplicar toda a diligencia e cuidado, indenizando prejuízo causado por culpa. É obrigação de meio. Responde por negligencia, imperícia, imprudência, inclusive do substabelecido mal escolhido Se havia projeção do mandante em substabelecer, respondera pelos prejuízos ocorridos pelo substituto, ainda que em casos fortuitos ou força maior. Art. 667, ss1. O substabelecimento proibido não vincula o mandante. Art. 667, ss3 -prestar contas com sua gerencia. Esta obrigação se transmitir aos herdeiros do mandatário Art. 671 -apresentar o instrumento do mandato às pessoas Se terceiro contrato mesmo sabendo que o mandatário não tem poderes, assume os riscos, não podendo agir contra o mandatário nem contra o mandante -conclui o negocio já começado, mesmo ciente da iminente morte do mandante, se houver perigo na demora -são validos os atos praticados pelo mandatário, se este desconhecia a morte do amndante ou a extinção do mandato – art. 689 -art. 689 e 691: os herdeiros do mandatário, em caso de falecimento deste, cumprirão os atos pendentes do falecido, em caso de urgencia Obrigações do mandante: -satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário, no limite dos poderes estabelecidos no contrato -adiantar as despesas necessárias à execução do mandato ou reembolsar o mandatário -pagar a remuneração ajustada -ressarcir o mandatário dos prejuízos experimentados na execução do contrato. Direito de retenção: art. 681 Extinção do mandato: -pela revocação ou renuncia -impossibilidade de execução – fortuito/força maior -resolução por inadimplemente culposo (se remunerado) -pela alteração do estado da pessoa do mandante ou mandatário Havendo proibição de revogar o mandato, o mandante pagara perdas e danos ao mandatário, caso o faça. Art. 683 Havendo renuncia pelo mandatário, esta tem que dar tempo ao mandante de constituir outro, sob pena de perdas e danos. Art. 688 Art. 5, ss3, estatuto da advocacia -por morte ou interdição das partes -pelo termino do prazo ou conclusão do negocio Prestação de serviço: O cc rege o trabalho avulso do profissional liberal Arts. 593 a 609 Trabalho com vinculo: CLT Trabalhos especiais: leis especiais (bancos, telefonia, etc) Tudo que não for trabalho com vinculo ou trabalhos especiais, é prestação de serviços civil, sendo residual Embora prestador de serviço, os médicos, advogados, esteticistas, consertos ou assistência técnica, realizam relação de consumo, não prestação de serviço civil Advogados e médicos são profissionais liberais? Depende O fato é que liberais ou não, se regem pelas regras do CDC, além das regras do CC Liberal: não tem patrão, hierarquia, subordinados, férias, aposentadoria Advogado não é liberal quando esta no contexto de empresa Fornecedor: coloca à disposição do mercado produto ou serviço com intuito lucrativo, habitualidade e endereçado ao usuário final Consumidor: adquire produtos ou serviços retirando-o da cadeia de consumo, produção ou circulação de bens, dando destino final ao objeto Conceito: contrato em que uma das partes (prestador) se obriga com uma outra (tomador) a fornecer-lhe a prestação de uma atividade, mediante remuneração Obrigação de fazer X obrigação de pagar o preço. A figura de quem faz e a de quem precisa que seja feita Clássico contrato capitalista de exploração de mão de obra alheia mediante remuneração Exemplo de prestação de serviço civil: diarista (não presta serviço se mais de 2x por semana e recebe logo após da prestação do serviço), advogado associado em escritório de advocacia, advogado com sociedade unipessoal prestando serviço a outro escritório, professor com p.j prestando serviço a universidade, um cantor ser contratado por um produto para um show, um canto contratar empresa de som para montar palco, uma empresa prestar serviços a outra empresa, um advogado advogar para outro advogado, auxiliar de obra em relação a mestre de obras sem contrato de trabalho os dois, etc Não são exemplos de prestação de serviços civil: carpinteiro a cliente, pedreiro a cliente, medico a cliente, empresa a usuário final, etc Características: -temporariedade -remuneração -contrato bilateral (direitos e deveres mútuos) -oneroso (ônus e bônus equivalentes) -comutativo (ônus e bônus certos e aferíveis de imediato) -consensual (simples anuência), não há tradição. Não é solene -execução sucessiva (obrigações se protraem no tempo) -intuito personae -pode ser provado por escrito e subsidiariamente por testemunha, mas admite qualquer tipo de prova -não admite contrato coletivo (CLT) O que rege: Função social do contrato. Art. 421 Boa-fé objetiva Pacta sunt servanda Principio da vedação ao enriquecimento sem causa e onerosidade excessiva Paridade e igualdade Vedação a clausulas abusivas Objeto: obrigação de fazer licita, ou não, vedada pelos bons costumes Qualquer objeto material ou imaterial (ex: pareceres, estudos, etc) Ausência de serviço certo e determinado: art. 601 – se presume que a obrigação será para todo e qualquer serviço compatível com as forças e condições do prestador Em regra, é intuitu personae: aquele que contrata não pode ceder os benefícios a terceiro e quem presta não pode terceirizar Em regra, é obrigação de meio, não sendo obrigado a garantir o resultado O risco corre por quem toma os serviços O tomador do serviço fiscaliza o prestador. Se subordinar, pode haver relação de trabalho (metas, horários) A remuneração em regra corresponde aos dias e horas de trabalho, não ao serviço. Logo, a remuneração é sempre proporcional ao tempo dedicado ao trabalho Remuneração: não pode ser gratuito Se não acordarem as partes: arbitramento judicial ou peritos, conforme os usos e costumes do local Art. 597: a retribuição pagar-se-a depois de prestado o serviço, se por convenção ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações Em regra, o pagamento é após a realização dos serviços, podendo ser adiantada ou em prestações Pode ser convencionada (retribuição pecuniária) em outras especiais, sendo comum consistir em fornecimento de moradia, alimentos, vestuário, etc O contrato pode ser gratuito, se houver expressa menção nesse sentido É imprescindível que as ajustem de maneira expressa a gratuidade do acordo, para não confundir com contrato voluntariado Se o serviço for prestado por pessoa sem habilitação técnica, não poderá cobrar pelo serviço realizado Art. 606 Exceção: em homenagem a boa-fe e ao principio da vedação do enriquecimento sem causo do tomador O não habilitado pode acionar o judiciário para obrigar o tomador a compensa-lo financeiramente pela prestação inabilitada Exceção: não vale para prestação de serviços oriundas de norma publica: ex: médicos, advogados, etc Tempo de duração: Em regra, no máximo 4 anos. Art. 598. Considera-se findo o contrato mesmo se não concluída a obra Pode renovar contrato por mais de 4 anosSe ultrapassar 4 anos, comete escravidão Após o prazo, o prestador pode demitir-se ou ser despedido Art. 599: mediante aviso prévio + prazos para resolver (unilateral por descumprimento culposo) o contrato Aviso prévio para permitir especialmente ao tomador de serviço contratar outro profissional para continuar o serviço no lugar do que esta sendo despedido ou se demitindo Não conta no prazo legal: Por culpa do prestador, deixou de servir (art. 600). Ex: simulou doença Se ficou doente de verdade, conta o tempo Ex: jurado, serviço militar, etc Consentimento: Pode se materializar de forma escrita ou verbal, como também pode ser implícito Caso seja adotada a forma escrita e alguma das partes não saiba ler nem escrever, o contrto pode ser assinado a rogo (a pedido), desde que subscrito por 2 testemunhas (art. 595) Prestação de serviços por menor de idade: deve respeitar o limite estabelecido no art. 7, XXXIII, cf Extinção do contrato: -morte de um dos contratantes -termino do prazo indicado em contrato -finalização do serviço -demissao sem justa causa -inadimplemento (justa causa) -impossibilidade do cumprimento da obrigação (fortuito ou força maior) Se o tomador despedir o prestador sem justa causa, tem direito a remuneração vencida + metade da que ia receber por todo o tempo do contrato. Art. 603 Se o prestador de serviços se demitir sem justa causa, aplica-se a regra do art. 602, tem direito de receber as prestações vencidas, mas pagara perdas e danos há outra parte O prestador não pode se demitir antes do prazo ou obra, se o fizer, apesar de fazer jus a remuneração vencida, respondera por perdas e danos causados ao tomador. Por justa causa também terá de indenizar Direito a declaração de dispensa do serviço prestado: libera o prestador para outro serviço Aliciamento durante o contrato de prestação de serviços: art. 608 Transporte: Arts. 730 a 756 Conceito: art. 730 – alguém se obriga, por retribuição, a transportar de um lugar para outro, pessoas ou coisas Elementos essenciais: transportador, passageiro e translado (trajeto) Objeto típico da avença: o deslocamento Clausula tácita do contrato de transporte: incolumidade. Para o transportador, é obrigação de resultado (entregar a mercadoria intacta, ou o passageiro, são e salvo) Implica responsabilidade ao transportador, caso ocorre quebra da clausula É contrato típico de adesão Passageiro paga o preço Sumula 161, stf: obriga o transportador a transportar o passageiro até seu destino são e salvo É bilateral e sinalagmático Consensual, oneroso e comutativo Tipos de transporte: coisas e pessoas Terrestre: ferroviário ou rodoviário Fluvial, marítimo e aéreo: urbano, intermunicipal, interestadual e internacional Bagagem: transporte da bagagem é um acessório do contrato de transporte original Regra: só pode ser cobrado se houver excesso. Exceção: não vale para transporte aéreo Art. 734, p.ú, cc: é dever do transportador exigir a declaração de bagagem. Se não o faz, não haverá limitação da indenização Presume-se verdadeiro o valor declarado pelo passageiro Entendiam que a convenção de Varsóvia não se aplica desde a cf/88, usando a teoria do risco administrativo para penalizar as empresas (art. 21, xii, c e art. 37, ss6, cf) O CDC consumiu a tutela para os interesses de quem perdia a bagagem em transportes Recurso extraordinário 636.331: stf muda o entendimento Antinomia entre o art. 14, cdc e art. 22, convenção de varsovia Tratados tem força constitucional, entrando acima do CDC e abaixo do texto constitucional, prevalecendo sobre o macrossistema do cdc Consequência: Convenção de montreal: reduz o prazo prescricional da ação para 2 anos Para danos materiais, a convenção de versonia: ficava em 1.200 euros o ressarcimento de dano material pela bagagem perdida Dano moral: não é presumido. Só se indeniza se provado o prejuízo, limitado a 5.000 euros Transporte de pessoas: se inicia o aceno de mao para o veiculo A responsabilidade passa a viver quando o passageiro “incide na esfera de controle do transportador” (ex: entrar no veiculo”). Tudo que acontece dentro do transporte é responsabilidade do transportador Passageiro clandestino: afasta a responsabilidade. Ex: é o surfirta rodoviário, que paga a passagem, quebra a janela e viaja pelo teto Não confundir o clandestino com o “pingente” A jurisprudência admite a responsabilidade ante o passageiro “pingente”, porque a empresa agiu com culpa in vigilando, etc. ex: pendurado atrás do veiculo Haverá, possivelmente, a concorrência de culpas, entre o passageiro e o transportador Art. 734: responsabilidade objetiva Somente a força maior afasta a responsabilidade civil do transportador (ex: inundação) Jurisprudência: fortuito interno e externo. Somente o externo (atos da natureza imprevisíveis) dará exclusão de responsabilidade Fato de terceiro não exclui a responsabilidade do transportador. O transportador SEMPRE responde Se não foi ele que causou o dano, ingressa ação de regresso contra o real causador de dano Jurisprudência: tem entendido que assalto a mao armada em interior de ônibus é causa estranha ao contrato de transporte, isentando o transportador da responsabilidade (caso fortuito externo). Não é elegível manter-se seguranças ou blindados em ônibus, etc. Teoria da proteção integral Transporte de coisas: remetente, transportador, destinatário A coisa a ser transportada deve ser especificada por peso, valor e quantidade. Não pode o transportador transportar coisa que não conhece Prejuízos decorrentes de informação falsa ou não exata: ajuizar a ação em 120 dias (decadencial) contra o remetente Dever de cautela: cuidando para o coisa chegar intacta ao destino no prazo Responsabilidade limitada: ao valor do conhecimento Ação judicial do destinatário por perda ou avaria: só se admite se denuncia o problema em 10 dias da entrega. Se não averiguou, recai do direito de reclamar. Prazos para transporte civil: ex: empresa para empresa, empresário para empresário Silvio venosa: este prazo é especifico do transporte e não vigem os prazos do CDC (de 30 ou 90 dias) Direito e deveres do transportador: -exigir o pagamento do preço -reter a bagagem se não pago o preço pelo passageiro -reter 5% do preço em caso de desistência (multa). Não vale para transporte aéreo, que tem regulamentação própria -estabelecer normas da viagem, inclusive podendo expulsar o passageiro que as transgride -recusar passageiros em mas condições de higiene ou saúde, ou que inflacionem o regulemento -deve transportar o passageiro no modo e tempo adequados -responder objetivamente pelos danos causados ao passageiro e bagagens -concluir a viagem -não recusar passageiros (salvo condições de saúde e higiene e regulamento). Aeroportos admitem recusa por motivo de segurança Direitos e deveres dos passageiros: -exigir o cumprimento do contrato -rescindir o contrato a qualquer tempo, podendo desistir previamente da viagem (terá direito à restituição neste caso) -ser conduzido são e salvo ao destino -exigir a conclusão da viagem interrompida -pagar o preço ajustado -não perturbar passageiros -comparecer ao local da partida no horário marcado -sujeitar-se as normas do transportador Transporte gratuito: por cortesia ou amizade (ex: carona) Art. 736, cc: não é transporte Resolve-se pela responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana. Só respondera em caso de dolo ou culpa grave – sumula 145, stj Não há obrigação de resultado Jurisprudência – test drive em concessionaria: é contrato de transporte, porque não há liberalidade
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