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FERNANDA TAVARES GARCIA-2017070274-ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DO ESTADO DE CURITIBA/PR
Processo nº …
Autor: Ministério Público do Estado do Paraná
Denunciado: Jorge
 JORGE, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com base no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
I-DOS DATOS 
 Jorge, com 21 anos de idade, conheceu Analisa em um bar, linda jovem, por quem se encantou. Após um bate-papo informal, decidiram ir para um local mais reservado. Nesse local trocaram carícias, e Analisa, de forma voluntária, praticou sexo oral e vaginal com Jorge. 
 Depois de uma noite juntos ambos foram para suas residências, tendo antes trocado telefones e contatos nas redes sociais, ao acessar a página de Analisa na rede social, no dia seguinte, descobre que, apesar da aparência adulta, ela possui apenas 13 anos de idade, tendo Jorge ficado em choque com essa constatação, pois Analisa não aparentava ser menor de idade.
 Sendo seu medo corroborado com a chegada da notícia, em sua residência, da denúncia movida por parte do Ministério Público Estadual, pois o pai de Analisa, ao descobrir o ocorrido. 
 Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos propostos na sua preliminar.
 Contudo, esta tese não deve prevalecer. 
II-DO DIREITO
1) DO ERRO DE TIPO 
 Jorge ao conhecer Analisa, em um bar frequentado por maiores de 18 anos, jovem com jeito de mulher, não havia como saber sua idade, concluiu ser maior de idade devido ao ambiente e comportamento da jovem, que de forma voluntária praticou sexo. De acordo com art. 20, Código Penal.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
 O erro de tipo essencial gera a atipicidade da conduta, o que no caso gera absolvição.
2)DA EXISTÊNCIA DE CRIME ÚNICO
 Subsidiariamente, não sendo aceita, a tese de atipicidade da conduta do réu, deve-se considerar a existência de crime único e não concurso de crimes, conforme o art. 217-A do Código Penal, ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos. 
 O STJ adotou a tese do Informativo Criminal 135, de que o crime de estupro é um tipo misto cumulativo, assim sendo deverá ser afastado o concurso material de crimes.
3)DO AFASTAMENTO DA AGRAVANTE DE EMBRIAGUES PREORDENADA.
 Não há que se falar em embriaguez preordenada, no momento em que o réu conheceu Analisa não estava em tal condição. As testemunhas de acusação não viram os fatos e não há comprovação que naquele momento o réu estava embriagado. 
 Portanto, é justo o entendimento de medida que afasta a agravante, caso não seja reconhecida a atipicidade da conduta.
4)DA APLICAÇÃO DO REGIME SEMIABERTO
 O STF declarou a inconstitucionalidade do art. 2°, § 1° da lei 8.072/90. Lei dos crimes hediondos, informando em sua decisão que, para a fixação do regime inicial fechado deve-se primeiro analisar o caso e não somente a pena em abstrato. 
 Sabe-se que o crime descrito no art. 217-A do Código Penal, é hediondo, no entanto, segundo o supracitado entendimento da corte superior, é necessário averiguar-se cada caso para a aplicação ou não do regime inicial fechado.
 Nesse caso, o réu é primário e de bons antecedentes, empregado, com residência fixa não se mostra plausível a aplicação do regime inicial, tendo em vista que, diante do reconhecimento de crime único, impõe o regime fechado para crimes com penas superiores a 8 anos, o que não é o caso.
 Corroborando com este entendimento.
Emenda: APELAÇÃO CRIMINAL. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. (ART. 217-A DO CP). RECURSO ESPECIAL. REGIME PRISIONAL INICIALMENTE FECHADO. CRIME HEDIONDO. MOTIVAÇÃO INIDÔNEA. INCOSTITUCIONALIDADE DO ART. 2º, § 1º, DA LEI Nº 8.072/90. ALTERAÇÃO PARA O SEMIABERTO. OBSERVÂNCIA DOS ARTIGOS 33 E 59 DO CÓDIGO PENAL. RECURSO PROVIDO. 1.O Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou, por maioria, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei 8.072/1990 (redação dada pela Lei 11.464/2007), que determinava o cumprimento da pena de crimes hediondos, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e terrorismo no regime inicial fechado (HC 111.840/ES). 2. Nesse sentido, a determinação do regime inicial de cumprimento da pena observará o regramento previsto no Código Penal, vale dizer, a quantidade da pena (artigo 33, § 2º) e as condições pessoais do condenado (artigo 33, § 3º). 3. Atendendo-se a determinação do egrégio Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento ao recurso especial apresentado pelo réu, retifica-se o regime inicial de cumprimento da pena. 4. Considerando que o réu é primário, nenhuma circunstância judicial do artigo 59 do Código Penal lhe foi considerada desfavorável e a pena privativa de liberdade restou estabelecida em 8 (oito) anos de reclusão, impõe-se a fixação do regime inicial semiaberto para o cumprimento da pena, conforme determinação do art. 33, § 2º, alínea “b”, e § 3º, do Código Penal. 5. Recurso provido.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer o denunciado:
a) A absolvição do réu, com base no art. 386, III, do Código de Processo Penal por ausência de tipicidade;
b) Caso não seja esse o entendimento para absolvição, que seja concedido o afastamento do concurso material de crimes, sendo reconhecida a existência de crime único;
c) O afastamento da agravante de embriaguez preordenada.
d) A fixação do regime semiaberto para início do cumprimento de pena, com base no art. 33, §2°, alínea “b”do Código Penal, diante da inconstitucionalidade do art. 2°, § 1° da lei 8.072/90
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...

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