AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO COM TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...) VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAEPENDI/MG
JULIANA MARIA, brasileira, casada, secretária, portadora do CPF ......, e cédula de identidade nº ........, residida e domiciliada à Rua X, nº xx, bairro xxxxxx, na cidade de Baependi/MG, CEP: 37.443-000, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por meio de seu advogado (a) que esta subscreve, procuração anexa, com escritório profissional na Rua X, nº xx, bairro xxxxxx, na cidade de xxxxxxx, com fundamento nos artigos 334 e 335, III do Código Civil, 300, 319 e ss, e 542 e ss, todos do Código de Processo Civil, ajuizar a presente:
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO C/C TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
em face de PAMELA, brasileira, estado civil xxxxxxxxx, portador do CPF ........., e cédula de identidade nº .........., residente e domiciliado na rua xxxxx, nº ....., xxxxxx, na cidade de Baependi, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
DOS FATOS:
A autora comprou da ré, R$ 600,00 em maquiagens. Para quitar a dívida, emitiu um cheque pós-datado para 30 dias. Porém, durante este período, a autora foi demitida do emprego em que trabalhava, sendo o cheque devolvido por falta de suficiência de fundos.
Durante o período de 6 (seis) meses a autora permaneceu inadimplente e com o nome negativado, o que dificultava conseguir qualquer emprego ou renda extra para seu sustento pessoal. No final do último mês, a autora conseguiu um emprego em um escritório situado na cidade de Caxambu, passando a perceber o valor mensal de R$ 950,00.
Preocupada com a dívida contraída, a autora resolveu imediatamente procurar a ré com intuito de quitá-la e regularizar o seu nome. Porém, ao chegar ao endereço, descobriu que a mesma havia mudado de Baependi sem deixar qualquer informação a respeito de seu atual domicílio.
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A autora sobrevive com o emprego que arrumou em um escritório, não possuindo condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência (Doc. X).
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pelos artigos 98 e seguintes da Lei 13.105/2015 (CPC).
DO DIREITO
Conforme já relatado, o autor deseja quitar seu débito, estando impossibilitado em face de desconhecer o paradeiro atual da parte ré. Desta forma, tal desconhecimento não pode impossibilitar a desobrigação da dívida, tendo em vista possuir o autor condições financeiras e interesse em quitá-las.
Neste sentido, o ordenamento jurídico pátrio contém dispositivos que protegem o credor na situação aqui posta, permitindo, desde que efetuado o pagamento, que se desonere da dívida existente. Vejamos o que dispõe o artigo 334 e 335, III do Código Civil:
Art. 334: Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais.
Art. 335: A consignação tem lugar:
(...)
III. se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil.
 
De fato, restou demonstrado que o credor está residindo em local incerto e não sabido, se adequando a situação concreta aqui tratada ao dispositivo acima transcrito.
Visando não prejudicar o credor que tem interesse no pagamento, é perfeitamente possível que o mesmo extinga a dívida existente, desde que respeitados os pressupostos legais. Neste sentido, o Código de Processo Civil também traz disposições relativas à questão. Vejamos o que dispõe a norma citada:
Art. 542: Na petição inicial, o autor requererá:
I. o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, §3º.
II. a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo será extinto sem resolução do mérito.
As normas acima disposta corroboram tudo o que foi exposto, devendo a presente ação ser julgada procedente com a extinção da obrigação. 
DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA
A medida de tutela de urgência antecipada justifica-se devido o nome da autora encontrar-se incluso em cadastro de restrição. A manutenção de tal situação acarreta prejuízo grave a autora, que fica impossibilitada, enquanto mantido o status quo atual, de realizar operações no mercado.
Neste sentido, vem a parte autora requerer que Vossa Excelência se digne a antecipar a tutela pretendida, no sentido de excluir imediatamente o nome da parte autora dos cadastros de restrição.
Nestes termos, preceitua o art. 300 do CPC: “A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
A probabilidade do direito e o perigo na demora são requisitos fáticos presentes ao caso em tela e que não podem ser descartados, haja vista a impossibilidade do pagamento e o desejo da credora em satisfazê-lo. Também está existente o perigo de dano, pois a manutenção do nome da autora no cadastro de restrição, a cada dia, o priva de manter relacionamento junto a instituições financeiras bem como outros tipos de relacionamento com empresas comerciais.
Por tais motivos é que se pugna pela antecipação de tutela para determinar a imediata retirada do nome do autor dos cadastros de restrição de crédito. 
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a Vossa Excelência:
a) o deferimento dos benefícios da justiça gratuita, nos termos da Constituição Federal, art. 5º, LXXIV e pela lei 13.105/2015 (CPC), art. 98 e seguintes;
b) que seja citada a ré, para responder a presente ação, sob pena de confissão e revelia;
c) que seja deferido o depósito da quantia devida judicial da quantia devida, em conformidade com o art. 542, I do CPC;
d) que seja concedida tutela antecipada, sem oitiva da parte contrária, com determinação da retirada do nome da autora dos cadastros de inadimplentes;
e) a procedência da ação, para confirmar a antecipação de tutela e declarar extinta a obrigação pelo pagamento, cessando imediatamente os juros e a mora;
f) condenar a ré em custas e honorários advocatícios.
DAS PROVAS
Pretende a autora provar o alegado com todas as formas de provas admitidas em direito, em especial, documentalmente.
	A autora desde já manifesta DESINTERESSE em audiência de conciliação e mediação, na forma prevista pelo artigo 319, VII, do CPC.
Dá-se a causa o valor de R$ xxx.xxx,xx.
Termos em que,
Pede deferimento.
Caxambu, 16 de março de 2019.
Advogado (a)
OAB/MG nº xxxxx