Buscar

Aula Ascaris, Tricuris e Enterobius 1

Prévia do material em texto

Ascaríase – Tricuríase
– Enterobíase
Disciplina: Parasitologia
Profa. Dra. ISABELLA CAMPELO
TAENIAS - REVISÃO
• Teníase:
agentes
e
hospedeiros,
infecção, sintomas, diagnóstico, controle.
• Cisticercose:
agentes,
hospedeiro,
infecção, sintomas, diagnóstico, controle.
• Himenolepíase:
agente,
hospedeiro,
infecção, sintomas, diagnóstico, controle
• Um grave problema de saúde pública,
sobretudo nos países do terceiro mundo,
sendo um dos principais fatores
debilitantes da população, associando-se
freqüentemente a quadros de diarréia
crônica e desnutrição, comprometendo,
o desenvolvimento físico e intelectual,
particularmente das faixas etárias mais
jovens da população (LUDWIG, 1999).
Parasitoses intestinais
patógenos
mais
freqüentemente
encontrados em seres humanos.
• Estima-se que cerca de 1 bilhão de
indivíduos em todo mundo alberguem
Ascaris
lumbricoides,
sendo
apenas
pouco menor o contigente infestado por
Trichuris trichiura.
	Parasitoses intestinais
• Os parasitas intestinais estão entre os
Fonte: Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.41 no.3 Uberaba May/June 2008
Prevalência média (%) de enteroparasitas em 5655 exames coprocológicos
de escolares de Caxias do Sul (RS), no período de 1969 a 2004.
Fonte: REVISTA DE PATOLOGIA TROPICAL, vol. 35: 233-240. set-dez. 2006
Levantamento epidemiológico envolvendo 410
amostras de fezes de crianças no sertão baiano.
	Parasitoses no Brasil
• Estudo da variação em 35 anos da
prevalência de enteroparasitoses em escolares
de Caxias do Sul, RS, em 9.787 exames
parasitológicos de fezes. Foram positivas 58%
amostras, sendo mais prevalente a infestação
por
Ascaris lumbricoides
(47%),
Trichuris
trichiura (36%), Enterobius vermicularis (8%).
• Houve redução de A. lumbricoides de 61 para
26% e de
T. trichiura
de 38 a 18%,
provavelmente devidos às melhorias da infra-
estrutura e às ações formativas nas escolas.
	Fonte: Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 41(3):263-268, maio-jun. 2008
ASCARIDÍASE – agente etiológico
• Filo: Nemathelminthes
• Classe: Nematoda
• Família: Ascarididae
• Gênero: Ascaris
• Espécie: Ascaris lumbricoides
Nome popular: “lombriga” ou “bicha”
Ascaris lumbricoides
São
vermes
longos,
cilíndricos e com extremos
afilados,
sobretudo
anteriormente.
	A extremidade posterior
das fêmeas é quase reta,
enquanto a dos machos é
enrolada ventralmente em
espiral.
Ascaris lumbricoides:
	A, fêmea; B, macho
Macho:
•20 a 30 cm de comprimento
•Extremidade posterior
encurvada ventralmente
Fêmea:
•30 a 40 cm de comprimento
•Extremidade posterior retilínea
Ovos: Cor castanha,
grandes, ovais
• A boca fica centrada no extremo anterior e é
cercada por 3 lábios grandes, providos de
papilas sensoriais (flecha).
• Segue-se um esôfago musculoso e cilíndrico.
CICLO EVOLUTIVO
1.Ingestão
de
água
ou
alimento
contaminados com ovos;
	2.Intestino delgado: eclosão da larva.
	3.Larva penetra no intestino e cai na
corrente
sangüínea,
atingindo
fígado,
coração e pulmões, onde sofre algumas
mudanças e aumenta de tamanho.
CICLO EVOLUTIVO
	4.Permanece nos alvéolos pulmonares e
pode causar sintomas semelhantes aos de
pneumonia.
5.Saem dos alvéolos para os brônquios,
traquéia, laringe (tosse) e faringe.
	6.As larvas deglutidas atingem o intestino
delgado, onde se transformam em adultos.
		CICLO EVOLUTIVO
	7.Após o acasalamento, a fêmea inicia a
liberação dos ovos (15.000/dia). Todo esse
ciclo dura cerca de 2 meses.
8.Dentro
de
cada
ovo,
ocorre
o
desenvolvimento
de
um
embrião
que
origina uma larva.
	9.Ovos contidos nas fezes contaminam a
água e alimentos utilizados pelo homem.
CICLO EVOLUTIVO
	PATOGÊNESE
• Instalados no intestino, os parasitos têm
uma longevidade estimada em 1 a 2 anos.
• Em geral, apenas uma de cada seis
pessoas
parasitadas
apresenta
manifestações clínicas decorrentes do
parasitismo.
• A razão está no pequeno número de
Ascaris que elas carregam.
PATOGÊNESE
• A resistência do organismo contra
esses parasitos faz-se com a inflamação
provocada pelas larvas de 2º e de 3º
estádios, nos tecidos.
• Em conseqüência, elas são destruídas
principalmente nos pulmões.
	PATOGÊNESE
• O sistema imunológico reage, também,
intensamente,
produzindo
anticorpos
contra os antígenos que são liberados
durante as mudas.
• As larvas de 4º estádio e os adultos são
menos antigênicos que as anteriores, não
concorrendo para produzir anticorpos
protetores como aquelas.
• Na fase invasiva, as lesões dependem
do número de larvas, do tecido em que se
encontrem e da resposta do hospedeiro.
• Com poucas larvas e sem
hipersensibilidade, as reações hepáticas
e pulmonares são discretas.
• Se forem muitas, haverá focos
hemorrágicos e necróticos no fígado,
com inflamação em torno das larvas aí
retidas ou destruídas.
PATOGÊNESE
• Nos pulmões ocorrerá a síndrome de
Loeffler, com febre, tosse, alta eosinofilia
e quadro com manchas isoladas ou
confluentes nos pulmões.
• Normalmente, sintomas desaparecem
em poucos dias sem deixar traços. Mas,
em crianças pequenas e em pessoas
hipersensíveis, a gravidade é alta.
PATOGÊNESE
SINTOMATOLOGIA
• As
manifestações
mais
freqüentes
são:
desconforto
abdominal,
dor
epigástrica, cólicas intermitentes e má
digestão; assim como náuseas, anorexia
e emagrecimento.
• Irritabilidade, sono intranqüilo, ranger
de dentes à noite e coceira no nariz.
• Em geral, há ± 6 parasitos/paciente,
podendo este número chegar a 500 ou 700.
• Mais comum, em crianças, é a obstrução
intestinal por um bolo de Ascaris,
determinando o quadro de abdome agudo.
SINTOMATOLOGIA
SINTOMATOLOGIA
• Pessoas
hipersensíveis
podem
apresentar
quadros
alérgicos,
como
urticária, edemas e crises de asma que se
curam com anti-helmínticos.
• Em
populações
de
baixa
renda
e
crianças
desnutridas,
os
parasitos
agravam o mau estado nutricional.
COMPLICAÇÕES – FASE CRÔNICA
Espasmos,
volvo,
intussuscepção
obstrução intestinal, peritonite etc., que
podem levar o paciente à morte.
		Cerca de 45%
	das obstruções
	ocorrem em
	crianças com
	menos de 2 anos.
	LOCALIZAÇÕES ECTÓPICAS
• Não é rara eliminação pela boca ou nariz.
• Penetram no apêndice (apendicite).
• Penetram nas vias biliares, e nas vias
pancreáticas,
produzindo
inflamação
aguda, sempre fatal.
• Outros quadros obstrutivos: na laringe
ou nos brônquios.
DIAGNÓSTICO
Exame parasitológico de fezes:
• Macroscópico: pesquisa de vermes
adultos
• Microscópico: pesquisa de ovos
TRATAMENTO
A – Piperazina.
B – Pirantel.
C – Levamisol.
D – Mebendazol.
E – Flubendazol.
CONTROLE
• Medidas de combate e erradicação por
entidades governamentais.
• Tratamento dos doentes, principalmente
crianças em idade pré-escolar e escolar.
Repetição dos tratamentos.
• Educação sanitária.
• Saneamento básico.
TRICURÍASE
• Filo: Nemathelminthes
• Classe: Nematoda
• Família: Trichuridae
• Gênero: Trichuris
• Espécie: Trichuris trichiura
Trichuris trichiura
Vermes adultos:
• 3 a 5 cm
• Porção anterior de ambos é delgada e afilada,
e a posterior é mais larga.
Vermes adultos:
• O macho é menor e apresenta a extremidade
posterior curvada com espículo copulador
Trichuris trichiura
Ovos:
Formato elíptico com poros salientes e
transparentes em ambas as extremidades
		CICLO EVOLUTIVO
	1.Os ovos não embrionados nas fezes e
no solo em condições ideais embrionam;
2.Ingestão
do ovo que passa pelo
estômago;3.No intestino delgado ocorre a eclosão;
	4.Larvas no ceco se transformam em
vermes adultos com rompimento de
células endoteliais e exposição para luz
intestinal.
CICLO EVOLUTIVO
Ovos embrionados são ingeridos
Estágio infectante
Estágio de diagnóstico
Ovos não embrionados
nas fezes
HABITAT
Intestino grosso:
Infecções moderadas: ceco e cólon;
Infecções intensas: cólon, reto e íleo.
SINTOMATOLOGIA
• Infecções leves
assintomáticas
• Sintomas: nervosismo, insônia, perda
de
apetite,
eosinofilia,
diarréia,
dor
abdominal
• Infecções pesadas (500 a 5.000 vermes)
inflamação intestinal
prolapso retal
• Aumenta produção de muco, irritação e
descamação epitélio;
• Flatulência;
• Prurido anal/Prolapso retal;
• Vômito;
• Fezes sangüinolentas;
• Apendicite;
• Lesões/ Ulcerações múltiplas.
SINTOMATOLOGIA
		DIAGNÓSTICO
Exame parasitológico de fezes
• Exame microscópico: pesquisa de ovos
	(principal forma de diagnóstico)
• Exame
macroscópico:
pesquisa
de
adultos (raros)
TRATAMENTO
• Albendazol
• Ivermectina
CONTROLE DA CURA
• Repetir o exame 7, 14 e 21 dias após o
tratamento
CONTROLE
• Tratamento do portador;
• Saneamento básico;
• Proteção e lavagem dos alimentos;
• Água filtrada ou fervida;
• Educação sanitária: lavagem das mãos.
• Distribuição mundial
• Alta prevalência nas crianças em idade
pré-escolar e escolar
ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE
ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE
• Filo: Nemathelminthes
• Classe: Nematoda
• Família: Oxyuridae
• Gênero: Enterobius
Enterobius vermicularis (Oxyuris)
Nome popular: “oxiúro”
Enterobius vermicularis (Oxyuris)
	• Fêmea cilíndrica e com
	extremidades afiladas
	mede ± 1 cm.
	• O macho menor, tem a
	extremidade posterior
enrolada ventralmente.
• Habitat: região cecal
do intestino grosso
humano e suas
imediações, onde vivem
aderidos à mucosa.
A: fêmea
B: macho.
C: ovo.
• Esôfago
com
bulbo,
intestino,
ovário,
oviduto,
útero, vagina e ânus.
• Fêmea fecundada e cheia de
ovos, relaxa sua inserção e é
arrastada
para
fora
do
intestino sendo exprimida no
ânus, expulsando ovos.
• A morte da fêmea, 35-50 dias,
também libera ovos.
	Enterobius
vermicularis
FISIOLOGIA E CICLO
Ovos
só
se
tornam
infectantes
após
contato
com o O2 no períneo ou no
meio ambiente.
FISIOLOGIA E CICLO
		Ovos são mais achatados
	de um lado com dupla casca,
	e larva L2 já formada por
	ocasião da postura.
• Após ingestão, eclodem no intestino
delgado do novo hospedeiro (ou do
próprio paciente: é a auto-infecção),
desenvolvendo-se as larvas até vermes
adultos, enquanto migram lentamente
até o ceco onde copulam e as fêmeas
põem ovos.
FISIOLOGIA E CICLO
Ingestão de ovos
• Heteroinfeção
• Autoinfecção
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO
	MECANISMOS DE TRANSMISSÃO
• Heteroinfecção:
vias aéreas
• Ovos: poeira ou alimentos
ou boca (novo hospedeiro)
• Auto-infecção:
boca ou vias
• Ovos (região perianal)
aéreas
• Eclosão (região perianal)
ânus
ceco
vermes adultos (retroinfecção)
PATOGENIA
• A ação patogênica é, principalmente,
mecânica e irritativa; produzem pequenas
erosões da mucosa onde se fixam.
• Inflamação catarral quando o
parasitismo for intenso. Só em casos
extremos estão presentes milhares de
vermes; em geral, eles são muito poucos.
• Normalmente, apenas uma de cada dez
crianças infectadas apresenta sintomas.
	PATOGENIA
• Devido à migração da fêmea grávida:
ocorre prurido na região anal.
• O períneo fica vermelho e congesto,
podendo ocorrer infecções e escoriações
na mucosa retal.
• Fenômenos
de
hipersensibilidade
podem estar presentes.
• Crises de urticária não são raras.
SINTOMAS
• Muitos casos são assintomáticos
• Raramente causa lesões graves
• Principais sinto: Prurido e escoriações
perianais, insônia, irritabilidade,
• Irritação da vulva em meninas.
DIAGNÓSTICO
• Exame parasitológico: pesquisa de ovos
ou fêmeas adultas
Método: Fita gomada ou Graham (“swab”)
• Os ovos raramente são encontrados nas
fezes
• Sensibilidade do exame de fezes através
de métodos de enriquecimento < 10%
Método da Fita gomada
ou Graham (“swab anal”)
TRATAMENTO
• Albendazol.
• Mebendazol.
• Pamoato de pirantel.
• Piperazina.
	Cura: 80 a 90%, (2 tratamentos, ± 100%).
	Algumas vezes deve-se tratar, ao mesmo
tempo, toda a família ou grupos inteiros nas
escolas, asilos e orfanatos.
EPIDEMIOLOGIA
• Dormitórios e banheiros freqüentados
por pessoas parasitadas costumam ser
ricos de ovos embrionados. Quando
aspirados e deglutidos com as secreções
brônquicas, esses ovos, passam a infectar
as pessoas suscetíveis.
• Isso explica as heteroinfecções, entre os
que dormem na mesma cama ou no
mesmo quarto, e as autoinfecções que se
prolongam por anos.
EPIDEMIOLOGIA
• A super-infecção pode ser conseqüência
do ato de coçar (relacionado com o
intenso prurido anal), fazendo com que um
número considerável de ovos se acumule
sob as unhas.
• Crianças que chupam dedo e pessoas
que roem unha, são as mais expostas.
CONTROLE
• Limpeza do ambiente domiciliar
• Fervura da roupas
• Tratamento de doentes e contatos
familiares
• Higiene pessoal
OBRIGADA !!!!!!!

Continue navegando