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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA Química Experimental ENGENHARIAS Prof. Aírton Rímulo Profa. Cláudia V. Schayer Sabino Profa. Heloísa Helena Vieira Machado Revisão / Atualização: Prof. Carlos Roberto de Araújo Profa. Heloísa Helena Vieira Machado Julho – 2008 1 SUMÁRIO ÍNDICE DE EXPERIMENTOS DE LABORATÓRIO PÁG. Experimento 01: Informações gerais 02 Experimento 02: Medidas e erros 24 Experimento 03: Propriedades físicas dos materiais 44 Experimento 04: Reações eletroquímicas 56 Experimento 05: Pilhas galvânicas 65 Experimento 06: Células eletrolíticas (Eletrólise) 85 Experimento 07: Cinética Química I 99 Experimento 08: Cinética Química II 109 Experimento 09: Corrosão I - Corrosão química e atmosférica 120 Experimento 10: Corrosão II - Corrosão galvânica e aeração diferencial 130 Experimento 11: Corrosão III - Corrosão seletiva 143 Experimento 12: Corrosão IV - Corrosão eletrolítica e sob tensão 149 Experimento 13: Proteção catódica 160 Experimento 14: Preparo de soluções 169 Experimento 15: Volumetria de neutralização 177 Experimento 16: Propriedades das substâncias iônicas e moleculares 184 Experimento 17: Periodicidade química 192 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 200 APÊNDICES 203 2 EXPERIMENTO 01 INFORMAÇÕES GERAIS 1.1 Introdução As atividades propostas para a parte experimental da disciplina Química Experimental visam proporcionar ao aluno a oportunidade para trabalhar com autonomia e segurança em um laboratório. Procurar-se-á, para isto, não apenas desenvolver a habilidade no manuseio de reagentes e aparelhagens, mas também criar condições para uma avaliação crítica dos experimentos realizados. 1.2 Dinâmica das aulas práticas Leitura com antecedência, pelos alunos, do assunto a ser abordado na aula; Discussão inicial, com o professor, de aspectos teóricos e práticos relevantes; Execução pelos alunos dos experimentos utilizando a apostila; Interpretação e discussão dos resultados juntamente com o professor; Apresentação dos resultados de cada experimento. O aproveitamento de uma aula prática depende de maneira geral do cumprimento destas etapas. Como trabalho complementar, os alunos são estimulados a responder aos questionários referentes a cada um dos assuntos estudados, visando uma revisão dos conhecimentos adquiridos e preparação para os testes programados para o curso. 1.3 Recomendações aos alunos O uso da apostila é imprescindível a partir da primeira aula. O aluno deverá tomar conhecimento, a partir da primeira aula, das instalações do laboratório, bem como de suas normas de funcionamento. 3 É recomendável, por razões de segurança, o uso de avental durante as aulas. Não é permitido o uso de short, mini-saia, mini-blusa, camiseta tipo regata e sandálias tipo havaiana. O material do laboratório deve ser usado sempre de maneira adequada e somente aqueles reagentes e soluções especificadas. Almofariz e Pistilo Erlenmeyer Balão de fundo chato Balão de fundo redondo Balão volumétrico Béquer Tubo de ensaio Condensador para destilação Funil 4 Vidro de relógio Pipeta volumétrica Pipeta graduada Funil de decantação ou de separação Kitassato Cilindro graduado ou proveta Tubo de Thielle Dessecador Funil de Büchner 5 50 40 30 20 10 0 Bureta Espátulas Condensadores Cadinho Manta aquecedora Bico de Bunsen Pinça de madeira Tela de amianto Garra metálica 6 Piceta Estante para tubos de ensaio Tripé Balança analítica digital Pinça metálica Suporte universal Não é permitido fumar, comer ou beber (Figura 1.1) nos laboratórios. Figura 1.1 http://bp0.blogger.com/_DSpTPq3Uwgw/RfMI8XvOKoI/AAAAAAAAAHQ/4R9TdP7EMAQ/s320/2.JPG http://bp0.blogger.com/_DSpTPq3Uwgw/RfMI8XvOKoI/AAAAAAAAAHQ/4R9TdP7EMAQ/s320/2.JPG 7 Todo material usado deve ser lavado ao final de cada aula e organizado no local apropriado (mesas, bancadas). A bancada de trabalho deve ser limpa. Após o uso, deixar os reagentes nos devidos lugares. O laboratório não é local para brincadeiras e conversas em voz alta, principalmente sobre assuntos alheios à aula. As normas de segurança relacionadas no texto segurança no laboratório devem ser lidas atentamente. 1.4 Segurança no laboratório É muito importante que todas as pessoas que lidam num laboratório tenham uma noção bastante clara dos riscos existentes e de como diminuí-los. Nunca é demais repetir que o melhor combate aos acidentes é a sua prevenção. O descuido de uma única pessoa pode por em risco todos os demais no laboratório (Figura 1.2). Figura 1.2 Por esta razão, as normas de segurança descritas abaixo terão seu cumprimento exigido. Acima disto, porém, espera-se que todos tomem consciência de se trabalhar em segurança, do que só resultarão benefícios para todos. http://bp2.blogger.com/_DSpTPq3Uwgw/RfMIU3vOKkI/AAAAAAAAAGw/JBQcNeD17mc/s320/6.JPG 8 Será recomendado a todos os estudantes e professores o uso de avental ou guarda-pó no laboratório. A falta do guarda-pó pode gerar roupas furadas por agentes corrosivos, queimaduras, etc. Os alunos não devem tentar nenhuma reação não especificada pelo professor (Figura 1.3). Reações desconhecidas podem causar resultados desagradáveis. Figura 1.3 É terminantemente proibido fumar em qualquer laboratório. É proibido trazer comida ou bebida para o laboratório, por razões óbvias. Da mesma forma, não se deve provar qualquer substância do laboratório, mesmo que inofensiva. Não se deve cheirar um reagente diretamente. Os vapores devem ser abanados em direção ao nariz, enquanto se segura o frasco com a outra mão, conforme Figura 1.4. http://bp2.blogger.com/_DSpTPq3Uwgw/RfMIx3vOKnI/AAAAAAAAAHI/wBEt61lCRkg/s320/3.JPG 9 Figura 1.4 Observações e alertas! 1 - Para iniciar os trabalhos! Ao realizar cada experiência leia antes as instruções correspondentes. Consulte seu professor cada vez que ficar em dúvida sobre uma atividade proposta. 10 2 - O laboratório não é lugar para brincadeiras! O laboratório é sempre um lugar para se trabalhar com responsabilidade. As brincadeiras devem ficar para outro lugar adequado. 3 - Cuidado com as substâncias desconhecidas. Nunca se deve trabalhar com substâncias químicas das quais não se conheça as propriedades. Faça apenas as experiências indicadas pelo seu professor. 4 - Nossa pele e produtos químicos, não combinam! Não toque com os dedos nos produtos químicos. Caso alguma substância cair na sua pele, lave imediatamente com bastante água e avise seu professor. 5 - Seja observador! É muito importante que você anote todas as observações e conclusões durante a realização de uma atividade experimental. 6 - Substâncias inflamáveis As substâncias inflamáveis não devem ser aquecidas em fogo direto. Pode-se fazer um aquecimento indireto com banho- maria. 11 7 - Mantenha limpo sua bancada de trabalho. Conserve sempre limpo seu material e sua bancada de trabalho. Evite derramarem líquidos ou deixar caírem sólidos no chão ou na mesa, caso isto aconteça, lave imediatamente o local com bastante água. 8 - Ao final do trabalho Ao sair do laboratório, lave as mãos, verifique se os aparelhos estão desligados (ventiladores, aparelhos elétricos.) e se não há torneiras de (água ou gás) abertas. 9 - A sua segurança em primeiro lugar Quando você trabalhar com substâncias corrosivas, use sempre máscaras e luvas de borracha. Para tocar nestas substâncias deve-se usar bastão de vidro ou pinças.10 - Use sempre Guarda-pó Use sempre guarda-pó nas aulas experimentais, e tenha cuidado com os olhos e o rosto. 11 - Cada coisa no seu lugar! Sobre sua bancada no laboratório deixe apenas o material em uso, pastas e livros devem ficar em outro local apropriado. 12 12 - Refeição não combina com laboratório As refeições devem ser feitas na lanchonete. Nunca fume, coma ou beba no laboratório, pois pode ocorrer algum tipo de contaminação, por substâncias tóxicas. 13 - Mistura-se A + B ou B + A? Sempre que for necessário juntar ou misturar substâncias que reajam violentamente, deve-se fazê-lo com cuidado, verificando se é necessário fazer-se uma refrigeração e, o mais importante, em que ordem essas substâncias devem ser juntadas ou misturadas. Deve-se juntar ácido à água, nunca água ao ácido. 14 - Não vá se intoxicar! As substâncias tóxicas (perigosas) devem ser manipuladas na capela ou próxima de uma janela e, se as mesmas forem voláteis (que se evaporam), deve-se usar máscara adequada. 15 - Cuidado com material inflamável! Toda vez que for necessário empregar fósforo, bico de bunsen ou lamparina, deve-se verificar se nas proximidades há algum frasco que contenha líquido inflamável. Se houver, deve ser afastado o máximo possível. Pequenos incêndios podem ser abafados com uma toalha. 16 - Cada frasco com sua tampa. Para não contaminar os reagentes, você não deve trocar as tampas dos recipientes. Nunca devolva ao frasco original um reagente que de lá foi retirado ou utilizado numa reação. 13 17 - Olha a higiene. Resíduos no lixo. Você não deve jogar nas pias ou no chão restos de reagentes, fósforos ou pedaços de papel sujos. No laboratório existem frascos ou cestos de lixo destinados a receberem estes resíduos. 18 - Você é afobado? Quando você aquecer material de vidro ou porcelana, conserve o rosto afastado, a fim de evitar que, pela quebra acidental, venha a ocorrer um grave acidente, principalmente com os olhos. Lembre-se de que um vidro quente tem a mesma aparência do vidro quando frio. 19 - Reagentes químicos são perigosos. Nenhum reagente químico deve ser provado ou ingerido, a fim de testar seu gosto, pois pode tratar-se de um veneno. 20 - Gases, o que fazer? Nunca se deve aspirar gases ou vapores diretamente de um recipiente, pois pode tratar-se de substância tóxica. Em vez disso, com a mão traga um pouco do vapor ou gás até você. Finalmente, lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos acidentes. É muito importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente bem o que se está fazendo. 14 1.5. Riscos em um laboratório de química Um laboratório químico apresenta vários riscos aos seus usuários, tais como: máquinas, manuseio de material de vidro, uso da eletricidade, incêndio, explosão e exposição a substâncias químicas nocivas ao organismo humano. Todo laboratório deve possuir uma capela, para operações que liberem vapores prejudiciais à saúde, bem como chuveiro de emergência e lava-olhos para o caso de um acidente. O laboratório deve ser mantido em perfeita ordem, tendo todos seus frascos rotulados. Outro aspecto que deve ser de conhecimento dos usuários são os efeitos das substâncias sobre o organismo, a forma correta de manuseio, e inclusive as medidas de primeiro socorro. A identificação dos produtos químicos comerciais é feita por meio de um rótulo, onde são indicados, para além da marca do fabricante ou do vendedor, o nome químico, símbolos e fases de aviso sobre as suas propriedades perigosas, o grau de pureza, a fórmula molecular e outras especificações, como a densidade, o ponto de fusão, o ponto de ebulição, listagem da percentagem de impurezas. Todos aqueles cuja temperatura de inflamação, "flash point", é inferior à temperatura ambiente. (acetona, ácido acético, álcool etílico). Deve evitar-se o uso de recipientes de vidro para guardá-los e devem ser colocados em armários metálicos resistentes ao fogo e à explosão. Todos os que oferecem elevados riscos de envenenamento, e morte, por ingestão, inalação e/ou absorção cutânea. (benzeno, mercúrio, tetracloreto de carbono). Devem ser separados dos reagentes inflamáveis, ácidos e quaisquer compostos em contacto com os quais formem substâncias tóxicas. Reagentes que formem compostos tóxicos em contacto com a humidade devem ser protegidos desta. 15 Todos os que, devido ao choque, impacto ou à exposição ao calor, faísca ou chama, podem explodir. (perclorato de magnésio, dicromato de amônio, peróxidos). O armazenamento destes reagentes deve ser feito em local isolado. Todos os que, por ingestão, inalação e/ou absorção cutânea, podem causar a morte, afecções agudas ou crônicas. Irritante Todos os que podem iniciar uma reação de combustão. (óxidos, peróxidos, nitratos, cloratos, percloratos, cromatos, dicromatos, permanganatos). Não devem ser armazenados junto de reagentes combustíveis. Todos os que destroem os tecidos vivos. (a maior parte dos ácidos, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio). Devem ser armazenados em local fresco. Todos os que, por ingestão, inalação e/ou absorção cutânea, podem produzir defeitos genéticos hereditários, ou aumentar a sua freqüência, bem como provocar o cancro, ou aumentar a sua incidência. A seguir, como exemplos, estão apresentados os riscos associados a alguns produtos químicos regularmente utilizados em laboratórios. Outros exemplos são encontrados em literatura especializada. 16 1.5.1. Ácido clorídrico(HCl) O risco especial do ácido clorídrico é a sua alta ação corrosiva sobre a pele e mucosa, podendo produzir queimaduras cuja gravidade dependerá da concentração da solução. O contato do ácido com os olhos poderá provocar redução ou perda total da visão, se o ácido não for removido imediatamente, através de irrigação de água. Os vapores do ácido produzem efeito irritante sobre as vias respiratórias. O ácido clorídrico, em si, não é um produto inflamável, mas quando em contato com certos metais libera hidrogênio, formando uma mistura inflamável com o ar. Este ácido não deve ser armazenado próximo de substâncias inflamáveis ou oxidantes, como por exemplo, ácido nítrico ou cloretos, e nem próximo de metais. As pessoas que lidam com o HCl devem lavar-se antes das refeições. Quando houver contaminação ocular, devem-se irrigar os olhos com grande quantidade de água. Nos casos de contaminação cutânea, deve-se lavar a área afetada com um pedaço de pano e água abundante, tratando-se posteriormente com solução de trietanolamina a 5%. 1.5.2. Ácido sulfúrico (H2SO4) O ácido sulfúrico é classificado como um irritante primário, têm ação corrosiva sobre a pele, produz severa inflamação das mucosas dos olhos e das vias respiratórias superiores e causa danos aos dentes. Produz também rápida destruição dos tecidos e severas queimaduras, quando em contato com a pele. Repetidos contatos com soluções diluídas podem ocasionar dermatites. O ácido em si não é inflamável, mas quando em altas concentrações, pode causar ignição por contato com sólidos ou líquidos combustíveis. Quando aquecido, emite fumos altamente tóxicos. 17 1.5.3. Álcool etílico absoluto (CH3CH2OH) O álcool etílico, se comparado com o álcool metílico, é uma substância não tóxica. É rapidamente oxidado no corpo para CO2 e H2O, e ao contrário do álcool metílico, não produz efeitos cumulativos. Exposição a concentrações acima de 1000ppm pode causar irritação dos olhos e mucosas das vias respiratória superiores e, se as exposições forem repetidas, ocasionarão lassidão, perda de apetite e falta de concentração. Concentrações ao redor de 1000ppm, normalmente, não produzem sinais de intoxicação.O álcool etílico tem risco de incêndio, quando em contato com calor ou faísca, podendo reagir violentamente com materiais oxidantes. 1.5.4. Chumbo e seus compostos O chumbo ocasiona uma das doenças profissionais mais comuns. Ele pode penetrar no corpo: por inalação de poeiras, fumos neblinas; por ingestão traiçoeira pela via respiratória superior, introduzido na boca através de comida, cigarro, dedos ou outros objetos; através da pele (compostos inorgânicos praticamente não têm esta penetração). Quando o chumbo é ingerido, a parte não absorvida é eliminada pelas fezes. Grande porção de chumbo absorvido é eliminada pela bílis. Por isso, são necessárias grandes quantidades para causar intoxicação e um grande período é necessário, para que os sintomas apareçam. Tem ação cumulativa. O chumbo produz uma fragilidade das células vermelhas do sangue, e devido a isso estas células são destruídas mais rapidamente do que o normal, produzindo uma suave anemia. O chumbo metálico é menos tóxico que o carbonato, monóxido e sulfeto de chumbo. 18 Todos têm moderado risco de incêndio e explosão, na forma de poeiras, quando expostos ao calor ou faísca. Quando aquecido, o chumbo emite fumos altamente tóxicos. Pode reagir violentamente com materiais oxidantes. 1.5.5. Cobre metálico e sais de cobre Poeiras finas de cobre metálico ou sais de cobre inflamam espontaneamente. A inalação do fumo, poeira ou neblina contendo sais de cobre causa irritação da via respiratória superior, provoca náusea e possível pigmentação da pele e cabelo. Febre pode advir da exposição ao fumo. Inalação prolongada dos sais de cobre pode causar perfuração do septo nasal. O sulfato de cobre, bem como o cloreto de cobre, é classificado como irritante da pele e conjuntiva e podem ser alergênicos. O óxido de cobre é irritante para os lhos e vias respiratórias. A ingestão de 27 gamas de sulfato de cobre pode ser fatal ao indivíduo. Quando ingeridos, os sais agem como irritantes, produzindo salivação, náusea, vômito, diarréia e gastrite hemorrágica. Prevenção e controle: ventilação adequada. Quando a concentração for superior ao limite de tolerância, é necessário o uso de respirador com filtro mecânico. 1.5.6. Ferricianeto de potássio (K3Fe(CN)6) Não é uma substância tóxica poderosa, como são os cianetos simples. Quando aquecido ou em contato com ácidos ou fumos ácidos, emite fumos de cianeto, que são altamente tóxicos. A toxicidade do cianeto está descrita nos cianetos de potássio e sódio. 19 1.5.7. Manganês e seus compostos: (permanganato de potássio, sulfato de manganês e dióxido de manganês) A inalação de fumos ou poeiras contendo manganês pode causar enfermidades profissionais, sendo o sistema nervoso central o local mais afetado. Os sintomas iniciais da intoxicação crônica por Mn são languidez e sonolência, seguidos de fraqueza nas pernas, voz lenta e ocasionalmente câimbra noturna nas pernas. O KMnO4 é um irritante muito forte, devido às suas propriedades oxidantes. Prevenção e controle: ventilação adequada para conter a poeira, emprego de processos úmidos sempre que possível respirador filtro mecânico, quando a concentração ambiental for elevada, ao final da exposição, deve-se tomar banho completo, exame médico semestral do pessoal exposto continuamente com atenção especial para as alterações neurológicas, excluir da exposição repetida indivíduos com alterações neurológicas e psicológicas. 1.5.8. Soda cáustica (NaOH) Este material, tanto no estado sólido como em solução, tem uma ação corrosiva marcante sobre todos os tecidos do corpo. Esta ação corrosiva pode causar queimaduras e ulcerações profundas. Contatos prolongados com soluções diluídas têm efeito destrutivo sobre os tecidos. A ingestão da soda cáustica em solução ou em forma sólida causa danos graves às mucosas e a outros tecidos com os quais o produto esteja em contato, podendo até perfurá-los. A inalação de poeira ou névoa concentrada pode lesar as vias respiratórias superiores e os tecidos dos pulmões. 20 Dependendo da severidade da exposição, os efeitos podem variar desde pequena irritação até graves pneumonias. Pode causar, também, dermatite irritante. 1.5.9. Cloreto de mercúrio (sublimado corrosivo, HgCl2) O mercúrio é classificado como um tóxico protoplasmático geral; após a absorção, ele circula no sangue e é armazenado no fígado, rins, baço e espinha. O seu principal efeito ocorre no sistema nervoso central, boca e gengiva. Quando aquecido, decompõe-se produzindo fumos de mercúrio altamente tóxicos. 1.5.10. Sulfato de cobre O sulfato de cobre tem ação local, como irritante da pele e conjuntiva. A ingestão de grande quantidade de sulfato de cobre pode causar vômitos, vertigens, exaustão, anemia, convulsões, choque, coma e morte. São-lhe atribuídos também danos no sistema nervoso. 1.5.11. Sulfato ferroso É usado como suplemento dietético alimentar. Quando ingerido ou inalado, tem efeito tóxico local leve. É também um irritante local leve. 1.5.12. Sulfitos (bissulfito de sódio, hipossulfito de sódio, metabissulfito de sódio e potássio e sulfito de sódio) Grandes doses de sulfitos podem ser toleradas, já que eles são rapidamente oxidados em sulfatos, mas irritações no estômago podem ser causadas pela liberação do ácido sulfuroso. Deve-se evitar contato do sulfito de sódio com os olhos e pele, pois quando em estado sólido ou em solução pode causar severas queimaduras nos olhos, irritação e queimaduras na pele. Se ingerido, é irritante e tóxico. 21 Quando aquecidos os sulfitos se decompõem, emitindo fumos de dióxidos de enxofre altamente tóxicos. Este gás, SO2, é perigoso para os olhos, podendo ocasionar irritação e inflamação da conjuntiva. Ele tem um odor sufocante e é um material corrosivo. Concentrações de 6 a 12 ppm causam imediatamente irritação do nariz e garganta. Concentrações de 3 ppm já têm um odor facilmente notável. Ele afeta principalmente as vias respiratórias superiores e os brônquios. Pode causar edema nos pulmões ou glote e pode produzir paralisação respiratória. 1.6. Modelo de Relatório Os relatórios devem ser redigidos pelos alunos considerando que outras pessoas, além do professor, estão interessadas em obter informações sobre os fatos observados. Estes leitores não conhecem a priori o resultado previsto de cada experiência e precisam ser convencidos da validade das conclusões tiradas. Desta forma, é importante que todas as etapas do experimento sejam descritas e discutida de modo claro e conciso. As anotações feitas no caderno de laboratório devem ser completas, claras e exatas. Você deve se habituar a relatar todo procedimento técnico e nunca confiar na memória. Escrever exatamente o que ocorreu e não o que deveria ocorrer. As anotações devem ser feitas diretamente no caderno. Todos os cálculos devem ser indicados no relatório. Um bom relatório deve ser curto, de linguagem correta e não prolixo ou ambíguo. As idéias devem ser expressas de maneira clara, concisa e em bom estilo de linguagem. O relatório deve conter os seguintes itens: IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO - Nome, turma, nome do professor e data. TÍTULO DA EXPERIÊNCIA 22 INTRODUÇÃO - Apresentação do assunto, procurando demonstrar sua importância e interesse. OBJETIVOS - Descrição sucinta dos objetivos da experiência. PARTE EXPERIMENTAL - Reagentes e materiais - Procedimentos MODIFICAÇÕES DA PARTE EXPERIMENTAL - Quando pertinentes, indicar as alterações de volume, massa, concentração, equipamentos, substâncias, etc. RESULTADOS - Tratamento dos dados obtidos, construindo-se tabelas ou gráficos, quando necessário. Os cálculos feitos devem ser incluídos. No caso de sínteses de compostos, por exemplo, é preciso colocarsempre dados referentes aos rendimentos teóricos e práticos. As mudanças macroscópicas observadas (mudança de cor, evolução de gás e/ou formação de precipitado) devem ser relatadas. As reações químicas devem ser descritas na forma de equações químicas balanceadas, onde figurem os estados físicos dos reagentes e dos produtos. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS - Os resultados quantitativos devem ser analisados tanto em relação à precisão quanto à exatidão (peculiaridades do sistema estudado, limitações do método empregado, erros operacionais, qualidade dos aparelhos de medida, concordância com os valores teóricos ou esperados, etc.). Os resultados qualitativos devem ser explicados baseando-se nos conhecimentos teóricos (leis, propriedades físicas e químicas, equações químicas, etc.). CONCLUSÕES - A conclusão deve ser uma apreciação global dos experimentos, avaliando se os objetivos propostos foram alcançados. BIBLIOGRAFIA QUESTIONÁRIO - Resoluções dos problemas propostos na Apostila ou formulados pelo Professor. OBSERVAÇÕES: Este modelo de relatório é apenas uma sugestão, que deve ser adaptada às necessidades de cada aula prática. Assim, quando o roteiro da aula descreve detalhadamente o procedimento e relaciona os materiais e os reagentes usados, não é 23 necessário transcrever todos estes dados para o relatório, bastando mencionar a página da Apostila onde eles podem ser encontrados. Consultar o site <http://www.pucminas.br/biblioteca> para obter as normas técnicas aplicáveis. 24 EXPERIMENTO 02 MEDIDAS E ERROS 2.1. Introdução O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo conhecimento, bem como corrigir e integrar conhecimentos pré- existentes. É iniciado com observações que podem ser qualitativas (pode-se observar, por exemplo, que a cor da oxidação do ferro é simplesmente marrom avermelhada) ou quantitativas (pode-se observar qual a massa obtida de um produto numa reação). A síntese do método científico pode ser resumida como mostra o diagrama abaixo: Nenhuma ciência pode progredir sem se valer de observações quantitativas; isto significa que devemos fazer medidas. Um processo de medida envolve, geralmente, a leitura de números em algum instrumento; em conseqüência, tem-se quase sempre alguma limitação no número de dígitos que expressam um determinado valor experimental. Cada medida, não importando o grau de cuidado com qual ela é feita, está sujeita a erro experimental. A magnitude desse erro pode ser expressa, de um modo simples, usando- se algarismos significativos. 25 2.2 Grandezas As grandezas físicas fundamentais são aquelas a partir das quais todas as outras grandezas físicas são definidas. As grandezas derivadas são combinações das grandezas fundamentais. O valor de qualquer medida física é expresso como a combinação de dois fatores: a unidade e o número dessa unidade. Tempo e comprimento são tidos como grandezas fundamentais. Velocidade: m/s é unidade derivada da razão entre as unidades fundamentais metro e segundo. Para o estabelecimento de um sistema de unidades é necessária uma terceira grandeza fundamental, que pode ser a massa ou força. Aqueles sistemas, que apresentam a massa como a terceira grandeza fundamental, são conhecidos como sistemas de unidade absoluta, enquanto aqueles que têm a força como unidade fundamental, são chamados sistemas de unidade técnicos. Existem também sistemas unitários usados na engenharia que consideram comprimento, tempo, massa e força como grandezas fundamentais. Tabela II.1 Grandezas Fundamentais - Unidades Básicas do SI GRANDEZA NOME SÍMBOLO Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Intensidade de corrente elétrica ampère A Temperatura kelvin K Quantidade de substância mol mol Intensidade luminosa candela cd Uma grandeza sempre pode ser considerada um produto de um valor numérico com uma unidade: 26 Grandeza = número x unidade (2.1) Exemplos: A massa m de um corpo é m=25,3 g, o volume de um balão volumétrico é 50 mL. Em química as principais grandezas são: Tabela II.2 – Grandezas básicas em Química Grandeza básica Unidade (SI) Comprimento m Massa kg Volume L Quantidade de substância Mol 2.3. Algarismos significativos e suas incertezas Cada medida que realizamos envolve certo grau de incerteza ou erro. A dimensão desse erro dependerá da natureza e da grandeza da medida, do tipo de instrumento de medida e da nossa habilidade para usá-lo. Para cada medida efetuada devemos indicar o grau de incerteza associado. Esta informação é vital para realizar experimentos e julgar suas precisões. Indica-se a precisão de uma medida em termos de seus algarismos significativos. Para se conhecer quantos algarismos foram utilizados em uma determinada medida, são considerados os seguintes itens: 27 Zeros entre dígitos diferentes de zero são significativos; Zeros além do ponto decimal no final de um número são significativos; Zeros que precedem o 1° dígito diferente de zero não são significativos Valor medido Algarismos significativos 8,80 3 8,08 3 8,008 4 800,80 5 0,008 1 0,00808 3 0,00800 3 8 x 10 -3 1 8,12 x 10 -2 3 8,00008 x 10 5 6 . OBS 1.: Quando quantidades experimentais são adicionadas ou subtraídas, o número de algarismos significativos após a vírgula decimal no resultado é igual ao da quantidade com o menor número de algarismos significativos após a mesma. 23,0 + 13,3 = 36,3 23,0 + 13 = 36 15,07 - 3,21 = 11,86 = 11,9 OBS 2.: Quando grandezas experimentais são multiplicadas ou divididas, o total de algarismos significativos no resultado é igual ao da grandeza com o menor número de algarismos significativos. 2,00 x 3,00 = 6,00 2,00 x 3,0 = 6,0 6,000 / 2,00 = 3,00 28 Os números podem ser exatos ou aproximados. Números exatos são aqueles com nenhuma incerteza (são as constantes físicas ou químicas), já os números aproximados são mais comuns, resultam de medidas diretas ou indiretas e apresentam algum grau de incerteza. Dois são os termos que descrevem a confiança de uma medida numérica: a exatidão e a precisão. É preciso e exato É preciso mas não é exato Não é preciso mas é exato Não é preciso e não é exato A exatidão é relativa ao verdadeiro valor da quantidade medida; e a precisão é relativa à reprodutibilidade do número medido, isto é tem um desvio médio absoluto pequeno. 2.4 Formas de Medição Os instrumentos comuns de medida de volume de líquido são de dois tipos: os que medem volumes variáveis (e para tanto possuem uma escala graduada) e os que medem volumes definidos (e para tanto possuem apenas um risco ou marca). 29 Tabela II.3 – Exemplos de instrumentos Instrumento Capacidade volumétrica (mL) Carga máxima (g) Precisão (menor divisão) Desvio avaliado Bureta 50 mL Não definida 0,1 0,05 Pipeta graduada 5 mL Não definida 0,1 0,05 Proveta graduada (1) 10 mL Não definida 0,1 0,05 Proveta graduada (2) 50 mL Não definida 0,5 0,25 Proveta graduada (3) 100 mL Não definida 1,0 0,5 Balão volumétrico 50 mL Não definida Definida Definida Pipeta volumétrica 5 mL Não definida Definida Definida Béquer 100 mL Não definida - - Balança (MARTE) - 1610g 0,1 0,05 Desvio avaliado = Precisão (menor divisão) 2 (2.2) Tabela II.4- Exemplos de instrumentos Balões Volumétricos Pipetas Volumétricas Capacidade (ml) Limite de Erro Capacidade (ml) Limite de Erro 25 0,05 2 0,006 50 0,10 5 0,01 100 0,15 10 0,02 200 0,20 25 0,03 300 0,25 50 0,05 500 0,30 100 0,08 1000 0,50 200 0,10 2000 1,00 30 A medida de volumes de líquidos, em qualquer um dos instrumentos mencionados, implica numa comparação da alturado líquido com uma divisão da escala graduada ou com a marca. A altura do líquido é definida por um menisco, que geralmente é côncavo. E a leitura do volume deve ser feita colocando-se o olho perpendicular ao menisco inferior na coluna de líquido, como mostra a Figura 2.1. Figura 2.1: Técnica de leitura de volume A parte inferior do menisco deve ser usada como referência nas medidas de volume (para soluções transparentes). O regime de escoamento para qualquer dos instrumentos mencionados para medidas de volume não é total, sobrando sempre líquido na ponta ou em suas laterais. Para obter medições mais precisas, o que fica do volume nos instrumentos, não deve ser transferido, pois essa quantidade já é levada em conta pelo fabricante. No caso de pipetas, existem dois tipos disponíveis no mercado: Pipeta de um traço - é necessário soprar o volume residual; Pipeta de dois traços - não é necessário soprar o volume residual. É de responsabilidade de o técnico conferir o tipo de pipeta que está sendo utilizado. 31 Quando medimos a massa, medimos a quantidade de matéria que a amostra contém. Uma vez que a aceleração da gravidade é constante para um local determinado da superfície terrestre, o peso é proporcional à massa P = m g . Figura 2.2: Instrumentos de medida de volume: (a) pipeta volumétrica, (b) pipeta graduada, (c) balão volumétrico, (d) bureta e (e) proveta ou cilindro graduado Figura 2.3: Balança analítica de braço para laboratório 32 2.5 Erros Erro é a diferença entre o valor encontrado em uma medida e o valor real desta medida. Erro = Medida real – Medida experimental O valor verdadeiro, entretanto nem sempre é conhecido. Existem alguns tipos de erros: 2.5.1. Erro grosseiro: É aquele cometido por um engano grosseiro, como, por exemplo, ler 154 e registrar 145. 2.5.2. Erro sistemático: É o tipo de erro devido a uma causa sistemática, como erro da calibração do equipamento, ou erro do operador. Este erro é repetitivo e difícil de ser detectado. Uma forma de encontrá-lo é medir uma amostra de valor conhecido e certificado, denominada: material de referência ou padrão. 2.5.3. Erro aleatório: São os erros que interferem na precisão de um experimento e fazem com que o resultado flutue em torno da média (), conforme mostra a curva de distribuição de Gauss (que reflete esta variação) da Figura 2.4. 33 Figura 2.4: Distribuição de probabilidade de Gauss (“curva na forma de sino”) A expressão erro é comumente empregada como desvio, mas rigorosamente, considera- se como erro a diferença entre o valor verdadeiro da medida de uma grandeza e a medida obtida por medições. Para expressar os erros ou desvios, usamos de algumas ferramentas estatísticas para determiná-los. Média Aritmética ou valor mais provável da medida de uma grandeza (M) – Chamando de m1, m2, m3, ... , mn, as n medidas de uma grandeza, dignas de mesma confiança. n mmmm M n ....321 (2.3) Desvio Absoluto (DA) – Em relação a média, cada uma das medidas possui um desvio, (positivo, negativo ou nulo) chamado desvio absoluto(DA). O DA de cada medida é dado por: MmedidaDA (2.4) 34 Desvio Relativo (DR) – O desvio relativo de cada medida é o seu desvio absoluto dividido pela média: M DA DR (2.5) Desvio Percentual (DP) – A medida mais precisa é aquela que possui menor desvio percentual %100DRDP (2.6) Desvio Médio Absoluto (DMA) – A média aritmética dos valores dos desvios absolutos é chamado desvio médio absoluto (DMA). Devem-se considerar todos os desvios, inclusive os nulos, e dividir pelo número de medições realizadas. DA DADADA DMA n21 (2.7) Desvio padrão (DP) – É uma medida da dispersão dos “n” resultados em relação ao valor médio. )1( 22 nn mmn DP ii n ≥ 50 (2.8) DP = n . n - n (n -1) i 2 i = 1 n i i = 1 n 2 n < 50 (2.9) Expressão Correta (EC) – A maneira correta de expressarmos a medida é dada por: DPkMEC (2.10) 35 onde k é um parâmetro relacionado à confiabilidade do resultado. Anotações: 36 2.6 Parte Experimental “... Assim, uma moeda de prata, uma taça de prata e um eletrodo de prata diferem somente em tamanho, forma, utilidade e sobre aspecto estético, mas sob o ponto de vista da química são essencialmente o mesmo, por serem feitos do mesmo metal, a prata. (Química General Moderna – Uma introducción ..., 1964)” Materiais: Provetas de 100 ml, 50 ml e 10 ml Pipeta volumétrica de 5ml Pipeta graduada de 5ml Béquer de 100ml Balão volumétrico de 50ml Bureta de 50ml Balança MARTE/ modelo 1001 1ª EXPERIÊNCIA: Comparação de volumes medidos com a proveta e com o balão volumétrico Meça cinquenta mililitros de água destilada em uma proveta adequada e transfira para um balão volumétrico de cinquenta mililitros de capacidade. Anotar as medidas e analisar a equivalência de volumes entre os dois instrumentos, no quadro II.1. Justificar se houve ou não coincidência nas medidas: (a) (b) Figura 2.5: Técnica experimental – (a) Proveta, (b) Balão volumétrico 37 Quadro II.1 Volumes (mL) Justificativa Proveta: ______________________ Balão Volumétrico: _____________ 2ª EXPERIÊNCIA: Comparação de volumes medidos com a proveta e com a bureta Recolha cinqüenta mililitros de água de uma bureta adequada, transporte para uma proveta de 100 ml de capacidade e depois, para um béquer de 100 mL de capacidade. Ver figura abaixo: (a) (b) (c) Figura 2.6: Técnica experimental – (a) Bureta sobre a proveta, (b) Posição da mão e dos dedos ao abrir a bureta e (c) proveta Anote corretamente os valores medidos, no quadro II.2, justificando se houve ou não coincidência entre eles. 38 Quadro II.2 Volumes (mL) Justificativa Bureta: ____________________ Proveta: ___________________ Béquer: ___________________ 3ª EXPERIÊNCIA: Adição de volumes medidos em instrumentos diferentes Em uma proveta de cinquenta mililitros de capacidade, adicione: Cinco mililitros de água medidos em uma pipeta volumétrica, Cinco mililitros de água medidos em uma pipeta graduada, Cinco mililitros de água medidos em uma bureta, Dez mililitros de água medidos em uma proveta. Anotar corretamente o volume de água existente na proveta onde foram coletados os líquidos, no quadro II.3. Quadro II.3 Instrumento Medida (mL) Pipeta volumétrica Pipeta graduada Bureta Proveta Total 39 Calcular e expressar o valor resultante da soma dos valores adicionados, considerando a precisão de cada instrumento. Comparar o valor calculado com o valor observado no quadro II.4. Quadro II.4 Valor observado: ____________________________________ Valor calculado: ____________________________________ Justificativa: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4ª EXPERIÊNCIA: Treino de pesagem Pese um béquer de cem mililitros de capacidade e determine a sua massa em gramas. Adicione a este béquer cinquenta mililitros de água medidos em uma proveta e determine a massa deste conjunto (Quadro II.5). Figura 2.7: Técnica experimental – Diagrama esquemático da pesagem do béquer Precisão da balança = 0,1 g 2 = 0,05 g ( m 0,05 ) g 40 Quadro II.5 Peso do béquer Peso do béquer com água Peso de água Volume estimado deágua Comparar o valor do volume de água medido com o valor calculado (Quadro II.6). Justificar se houve coincidência destes valores e as possíveis causas de erro (considerar dH20 = 1,000 g/cm 3 ) Quadro II.6 Valor de água medido (cm 3 ): ____________________________________ Valor de água calculado (cm 3 ): ____________________________________ Justificativa: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 41 Questionário 1) Complete a tabela Número (m) Número de significativos Notação científica Arredondamento (2 significativos) 26,31 20,000 0,206 0,00206 0,00000007320 134 mil 606 393,68 0,0000000007 2) Faça as operações aritméticas indicadas considerando que cada número é resultado de uma medida experimental: a) 351+2,982 b) 25,128-0,0042 c) 13,51+1,00754+0,214 d) 4,6254-10,1 e) 14,021+14 f) 126 x 2,51 g) 3,658 x 9,2 h) 68,1/38 i) (3,8 x 108) x (2,65 x 105) j) (8,1 x 10-4)/(2,4587 x 10-5) 42 3) Converter as seguintes massas para gramas: a) 3,89 x 10-6 kg b) 1,8 x 104 mg c) 6 g d) 12 ng e) 8 pg f) 3,24 t 4) Converter 0,005 g/cm 3 em: a) g/mL b) g/L c) kg/mL d) kg/L e) kg/m3 f) g/m3 g) Considerando que é a concentração de uma substância diluída em água converter em %. 5) De que depende a variabilidade dos resultados de uma medida? 6) (a) O que é sensibilidade de um aparelho? Que é desvio avaliado? (b) Qual é a sensibilidade e o desvio avaliado de uma régua cuja menor divisão é 0,1 cm? Diagrama esquemático (parcial) de uma régua plástica – Comprimento 5 cm 43 7) Dentre as seguintes medidas, qual é a mais precisa e a mais imprecisa? a) (1,0 + ou – 0,1) ml b) (2,00 + ou – 0,01 ) ml c) (9,8 + ou – 0,5 ) ml 8) Quais aparelhos que você conheceu nesta prática que poderiam servir para medir: a) 25,0 ml b) 50,0 ml c) 10,00 ml d) 8,50 ml 9) Qual a diferença entre precisão e exatidão de uma medida? 44 EXPERIMENTO 03 PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS 3.1 Introdução Definem-se como propriedades físicas de uma substância aquelas que podem ser medidas sem provocar mudanças em sua composição química. Em uma mudança física a identidade de uma substância é preservada, mesmo que mudem seu estado físico, tamanho ou forma. As propriedades químicas permitem a classificação e a identificação de substâncias do mundo da matéria. Substâncias simples e compostas são identificadas pelas propriedades físicas, tais como: cor, odor, solubilidade, ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade, condutividade elétrica, viscosidade, maleabilidade, ductibilidade, propriedades magnéticas, etc. Tais propriedades fornecem a base para a separação de misturas. As misturas podem ser homogêneas e heterogêneas. Mistura homogênea é completamente uniforme no nível das partículas e consiste de uma ou mais substâncias na mesma fase. Tais misturas são freqüentemente chamadas de soluções. São exemplos: a mistura da água com álcool, o ar (composto de gases, principalmente, O2 e N2), as ligas metálicas (latão, liga de cobre e zinco), onde torna-se impossível distinguir uma substância da outra. Uma mistura é dita heterogênea quando é possível distinguir visualmente os elementos que a compõem, ou seja, apresenta duas ou mais fases. Esta mistura é caracterizada por componentes que estão misturados, porém não dissolvidos. Exemplos: água + óleo + areia (3 fases) ou água + areia (2 fases). 45 Alguns processos de separação e as propriedades físicas que os caracterizam são descritos na Tabela III.1. Tabela III.1 – Processos de separação PROCESSOS PROPRIEDADES FÍSICAS EXEMPLO Decantação Densidade Areia e água Centrifugação Componentes do sangue Sedimentação Tratamento de água Ventilação Arroz e suas cascas Levigação Areia e pepitas de ouro Destilação Ponto de Ebulição Componentes do petróleo Vaporização Produção do açúcar Separação Magnética Magnetismo Concentração de minério de ferro Extração por Solvente Solubilidade Obtenção de óleos vegetais (soja, mamona, girassol, etc.) Fusão Fracionada Ponto de Fusão Separação do ouro de suas ligas Cristalização Fracionada Solubilidade, vaporização ou evaporação NaNO3 e NaCl dissolvidos em água 3.2 Cor Algumas substâncias podem ser identificadas pelo método de tentativas, com base em suas colorações. As colorações de gases e líquidos devem-se à absorção da luz visível, onde a luz, dentro de certa faixa de comprimento de onda, está associada a uma determinada cor. 46 Tabela III.2 - Cores das substâncias que absorvem luz na região visível Faixa de comprimento de onda () Cor absorvida Cor transmitida 400 nm Ultravioleta Incolor 400- 450 Violeta Vermelho, laranja e amarelo 450-490 Azul 490- 550 Verde Roxa 550- 580 Amarelo 580- 650 Laranja Azul e verde 650- 700 Vermelho 700 nm Infravermelho Incolor Por exemplo, o dióxido de nitrogênio gasoso possui cor castanha, o vapor de bromo é vermelho e o vapor de iodo é violeta. Uma solução aquosa de sulfato de cobre é azul, uma solução de permanganato de potássio é roxa e com base na cor transmitida podemos identificar a faixa de comprimento de onda e, conseqüentemente, o elemento ou substância química que caracteriza a absorção de cores no espectro visível de luz. 3.3 Odor O estado de gases e vapores de uma substância, sem haver mudança de suas propriedades químicas, tem uma característica própria para cada substância. Esta característica está intrinsecamente ligada ao fator odoro ou inodoro. Além disto, os gases e vapores podem ser classificados segundo a ação sobre o organismo vivo como: irritante, anestésico ou asfixiante. 3.4 Solubilidade e Miscibilidade Em sólidos iônicos, os íons com cargas positivas e negativas são mantidos juntos por atração eletrostática. Em sólidos e líquidos moleculares, as forças entre as moléculas, 47 chamadas forças intermoleculares, são baseadas em várias atrações eletrostáticas que são mais fracas do que as forças entre íons com cargas opostas. As forças intermoleculares influenciam a química de muitas formas. Elas são diretamente relacionadas às propriedades físicas, como ponto de fusão e de ebulição, e importantes na determinação da solubilidade de gases, líquidos e sólidos em vários solventes. Dizemos que uma substância é solúvel em outra quando misturadas, formam um sistema homogêneo. Quando se trata de líquidos eles se dizem miscíveis. A solubilidade é uma propriedade específica de uma substância e depende do solvente ao qual é misturada. Assim, uma substância pode ser muito solúvel em álcool e não o ser em água. Da mesma forma não podemos afirmar que um determinado líquido é miscível em outro líquido. A solubilidade e a miscibilidade estão relacionadas com algumas propriedades das substâncias que, por sua vez dependem da natureza da ligação entre os átomos. A forma com que os átomos estão ligados fornece às substâncias certa geometria que determina um grau de polaridade às moléculas. Enquanto todos os gases são perfeitamente miscíveis entre si, esse não é o caso dos líquidos. Considerando combinações entre dois líquidos (sistemas binários), os componentes podem ser totalmente miscíveis, parcialmente miscíveis ou imiscíveis. Exemplos bem conhecidos desse comportamento diferenciado são os sistemas água/álcool (perfeitamente miscíveis) e água/óleo (imiscíveis). A miscibilidade ou compatibilidade entre dois líquidos baseia-se na semelhança da constituiçãodas respectivas moléculas e, conseqüentemente, na semelhança dos tipos de interações intermoleculares em cada substância. Assim o álcool etílico é miscível com água em qualquer proporção, pois os componentes são constituídos por moléculas pequenas caracterizadas por funções – OH (água: HOH, etanol: C2H5OH). À medida 48 que aumentamos a cadeia hidrocarbônica do álcool, a molécula perde gradualmente sua semelhança estreita com a água. Assim o butanol (C4H9OH) é apenas parcialmente miscível com água e o octanol (C8H17OH) é praticamente imiscível com água. Os líquidos mais utilizados como solventes, no laboratório ou na indústria, podem ser classificados de acordo com suas polaridades, conforme valores dos momentos de dipolo moleculares ou das constantes dielétricas dos líquidos. (A) Solventes de polaridade elevada (água, etilenoglicol, etc.). (B) Solventes de polaridade média (metanol, etanol, acetona). (C) Solventes de polaridade baixa (hidrocarbonetos tais como hexano, ciclohexano, benzeno, tolueno, etc.; tetracloreto de carbono, clorofórmio, diclorometano, éter etílico etc.). Os solventes de um mesmo grupo são sempre miscíveis entre si. De um modo geral, os do grupo (B) são miscíveis tanto com os do grupo (A) quanto com aqueles do grupo (C). Os líquidos do grupo (A) não são miscíveis com aqueles do grupo (C). A miscibilidade de um líquido com outro pode ser prevista qualitativamente, portanto, pelo exame estrutural das moléculas que compõem as substâncias. Todavia, quantitativamente, propriedades como o momento de dipolo e a constante dielétrica podem ser levados em consideração. A polaridade de uma molécula depende da presença de um momento de dipolo elétrico ( ) permanente em sua estrutura, o qual se verifica quando o centro de carga (q) positiva da molécula não coincide com o centro de carga (q’) negativa e estão, portanto, separados de uma distância (r). Assim definimos rq , uma grandeza vetorial que é descrita tanto por seu módulo como pela sua direção, em unidades de Debye (D). Moléculas que possuem 0 são ditas “polares” e as que possuem 0 , “não polares” ou “apolares”, como mostrado nos exemplos seguintes: 49 A constante dielétrica de um meio uniforme () é definida pela equação: F = q q' r 2 (3.1) Onde F é a força de atração entre duas cargas q e q’ separadas por uma distância r. Quanto maior do meio, menor a força de atração entre as cargas, o que em outras palavras significa que, um líquido com alta constante dielétrica é capaz de solvatar bem íons, mantendo-os dissociados em solução. À água é um dos líquidos com maior constante dielétrica ( 78), enquanto os líquidos orgânicos mais comuns apresentam constantes dielétricas entre 2 e 40, como mostra a tabela de momento e constantes dielétricas no apêndice 03. 50 Uma observação qualitativa em solubilidade é que “semelhante dissolve semelhante”. Isto significa que moléculas polares provavelmente dissolvem-se em solventes polares, e moléculas apolares provavelmente dissolvem-se em solventes apolares. Para que uma substância (soluto) se dissolva em outra substância (solvente) é necessário que ocorra interação entre as moléculas soluto-solvente. Por exemplo, soluto formado por moléculas apolares é facilmente dissolvido em solvente apolar, pois as forças de interação entre as moléculas do soluto e do solvente apresentam intensidades próximas, o que facilita a interação entre elas. Soluto apolar não é dissolvido em solvente formado por moléculas que apresentam ligações de hidrogênio, pois entre as moléculas, soluto- solvente não existe interação, e a tendência é que as moléculas do solvente fiquem agrupadas formando uma fase de mistura. A formação de sistema homogêneo evidencia a solubilidade e a miscibilidade. Um sistema resultante turvo mostra uma solubilidade parcial e um sistema heterogêneo identifica uma substância insolúvel ou imiscível no solvente em estudo. 3.5 Ponto de fusão e ebulição O ponto de fusão de uma substância é a temperatura na qual a fase líquida e sólida coexiste em equilíbrio, a uma determinada pressão. O ponto de ebulição, analogamente, é a temperatura na qual a fase líquida e vapor coexistem em equilíbrio, a uma determinada pressão. Os pontos de fusão e de ebulição medidos em laboratório dependerão das variações na pressão atmosférica. 3.6 Densidade A densidade é uma propriedade física que pode ser usada para identificar uma substância, uma vez que, raramente, diferentes substâncias têm a mesma densidade. 51 A densidade é uma grandeza física que relaciona a quantidade de massa de uma substância em um dado volume: Volume Massa Densidade (3.2) Em química se expressa a densidade de sólidos e líquidos em gramas por centímetro cúbico (g/cm 3 ) ou gramas por mL (g/mL). No apêndice 03 encontra-se a tabela de propriedades físicas de algumas substâncias. Anotações: 52 3.7 Parte Experimental “ a primeira finalidade da química é averiguar como os materiais podem ser identificados ou distintos entre si ... (Química General Moderna – Uma Introducción ..., 1964)” Materiais: Reagentes: Béquer de 100 ml Álcool etílico Bureta de 50 ml Tetracloreto de carbono Balança MARTE Modelo 1001 Acetona Proveta de 100 ml Benzeno Proveta de 50 ml NaCl sólido Tarugo de alumínio e cobre Parafina sólida Borracha 1ª EXPERIÊNCIA: Análise da solubilidade e miscibilidade Preencha o quadro III.1 que se segue utilizando para estes testes pequenas quantidades das substâncias em tubos de ensaio e simbologia abaixo: S- Solúvel I- Insolúvel M- Miscível NM- Não Miscível Quadro III.1 Benzeno Água NaCl(S) Parafina(S) Álcool Tetracloreto de carbono Acetona 53 2ª EXPERIÊNCIA: Determinação da densidade de um material pelo deslocamento a) Determine a massa de cada um dos materiais colocados na bancada. b) Adicione cada um dos materiais a uma proveta graduada contendo uma quantidade definida de água. Anote os volumes inicial e final da água, quando cada material é colocado na proveta: inicialfinalMaterial VVV (3.3) c) Complete o quadro III.2. Quadro III.2 Objeto Material 1 Material 2 Material 3 Massa (g) Volume Inicial (cm 3 ) Volume Final (cm 3 ) Volume do Material (cm 3 ) Densidade (g/cm 3 ) 3ª EXPERIÊNCIA: Determinação da densidade da água a) Pese um béquer de capacidade de 100 ml; b) Usando uma bureta, adicione exatamente vinte cinco mililitros de água destilada no béquer (Sistema A). Anote a massa total do sistema ( OHbéquer 2mm ); Massa do béquer: 54 c) Ao sistema A, adicione mais vinte cinco mililitros de água, anotando a massa total, bem como o volume total de água (Sistema B); d) Ao sistema B, adicione mais vinte cinco mililitros de água anotando a massa total e o volume total de água (Sistema C). Preencha o quadro III.3 a seguir, determinando as densidades dos sistemas, A, B e C e os seus respectivos desvios. Quadro III.3 Sistemas Massa total do béquer c/ água Massa total de água (g) Vol. Total de água (ml) d (g/ml) Desvio Absoluto Desvio relativoDesvio Percentual (%) A B C 4ª EXPERIÊNCIA: Determinação da densidade da água por outras vidrarias. a) Transcreva os dados do Sistema A, do quadro III.3, para o quadro III.4 abaixo: Quadro III.4 Sistemas Massa Total do Béquer com Água (g) Massa Total de Água (g) Volume Total de H2O (mL) Densidade (g/mL) A D E Densidade da água (Valor médio): 55 b) Seque o béquer da experiência anterior. Meça vinte cinco mililitros de água em uma proveta de 100 ml de capacidade e transfira o líquido para o béquer seco e determine a massa total (Sistema D). c) Seque o béquer da experiência anterior. Meça vinte cinco mililitros de água no próprio béquer seco e determine a massa total (Sistema E). d) Complete o quadro III.4. Questionário 1) Explique se a sublimação e a cristalização são fenômenos físicos ou químicos. 2) Explique se a carbonização do açúcar e a dissolução do NaCl(s) são fenômenos físicos ou químicos. 3) Cite outras propriedades físicas além das mencionadas na introdução da prática. 4) Explique porque as densidades da maioria dos líquidos diminuem com o aumento da temperatura. 5) Um pedaço de prata metálica tem uma massa de 2,365 gramas. Calcule o volume da prata sabendo-se que a densidade da prata é de 10,5 g/cm 3 . 6) A 25 ºC a densidade da água é 0,997 g/cm 3 , enquanto a densidade do gelo a -10 ºC é 0,917 g/cm 3 . a) Se uma lata de refrigerante (volume = 250,0 mL) é totalmente cheia com água pura e então resfriada até –10 ºC. Calcule o volume que o sólido ocupará. b) Explique se o gelo pode estar contido dentro da lata. 56 EXPERIMENTO 04 REAÇÕES ELETROQUÍMICAS 4.1 Introdução Uma solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias, onde uma substância, o soluto está dissolvido em um meio considerado solvente. Eletrólitos são substâncias (compostos iônicos) que se dissolvem (em solventes) fornecendo íons à solução; processo no qual recebe o nome de dissociação química. Não eletrólitos são substâncias que não liberam íons na solução à medida que se dissolvem. A dissolução de um sólido iônico implica na separação de cada íon dos íons de cargas opostas que o rodeiam nos estado sólido. A água é um bom solvente para compostos iônicos, porque cada molécula de água tem uma extremidade positivamente carregada e outra negativamente carregada. Portanto, uma molécula de água pode atrair um íon positivo (cátion) à sua extremidade negativa, ou pode atrair um íon negativo (ânion) à sua extremidade positiva, como mostrado na Figura 4.1. Figura 4.1: Dissolução iônica do NaCl em água 57 Os eletrólitos podem ser classificados como fortes ou fracos, dependendo do grau em que estão dissociados. Um eletrólito forte (completamente dissociado) pode ser uma substância iônica ou molecular. Um exemplo que se pode citar é o NaCl(aq), este ao se dissociar forma íons Na + (aq.) e Cl - (aq.) NaCl(aq) Na + (aq) + Cl - (aq) O HCl(aq) é um exemplo de eletrólito forte molecular. A molécula de HCl(aq) é bastante polar e como conseqüência dipolos de H2O são tão fortemente atraídos em cada extremidade que ela se quebra, isto é, dissocia-se em H + (aq.) e Cl - (aq.) . HCl(aq) H + (aq.) + Cl - (aq.) Os eletrólitos fracos incluem os ácidos fracos como ácido acético (HC2H3O2) e o ácido carbônico (H2CO3), as bases fracas como, por exemplo, hidróxido de amônio (NH4OH) e o hidróxido taloso (TlOH) e certos sais como, cloreto de mercúrio (HgCl2) e sulfato de cádmio (CdSO4) que não se dissociam totalmente em solução aquosa. Na solução dessas substâncias há um equilíbrio entre as espécies não dissociadas e seus íons correspondentes. Os íons na solução estão envolvidos por moléculas de solvente. Quando o solvente é a água, o fenômeno é conhecido como hidratação. O processo da dissociação tem papel significativo nas propriedades das substâncias; em soluções aquosas de eletrólito fortes apresentam, por exemplo, alta condutividade elétrica. OBS.: A dissociação pode ocorrer em muitos solventes, mas a água é o solvente mais importante. 58 Tabela IV.1 - Classificação de Solutos (soluções diluídas) Não eletrólitos Eletrólitos Fracos Eletrólitos Fortes Partículas de soluto Moléculas Moléculas + íons Íons Equilíbrio entre partículas? Não Sim Não (essencialmente) Percentagem de dissociação 0 Entre 0 e 100, mas freqüentemente pequena. ~100 Exemplo (para soluções aquosas) Etanol (C2H5OH) Fluoreto de Hidrogênio (HF) Cloreto de Hidrogênio (HCl) Sacarose (C12H22O11) Ácido acético (HC2H3O2) Cloreto de Sódio (NaCl) Acetona [(CH3)2CO] Hidróxido Taloso (TlOH) Hidróxido de Sódio (NaOH) Oxigênio (O2) Cloreto de Mercúrio (HgCl2) Fluoreto de Potássio (KF) 4.2 Oxidação e Redução Numa reação de redox (oxidação e redução) uma substância ou espécie perde elétrons, sofre oxidação; enquanto outra substância ou espécie ganha elétrons, sofre redução. Oxidação: é uma perda de elétrons Redução: é um ganho de elétrons Exemplos: a) Na(s) Na + (aq) + e - Oxidação b) 2Cl - (aq) Cl2(g) + 2 e - 59 c) Ca 2+ (aq) + 2 e - Ca(s) Redução d) 2 H + (aq) + 2 e - H2(g) Em uma reação redox, a substância ou espécie que ganha elétrons é chamada agente oxidante e aquela que perde elétrons é chamada de agente redutor. Exemplo: Fe(S) + 2 H + (aq) Fe 2+ (aq) + H2(g) 0 +1 +2 0 Fe: aumenta o número de oxidação (de 0 para +2) Perde elétrons (dois por átomo) É oxidado pelo H + É o agente redutor (reduz H + a H2 ) H + : diminui o número de oxidação (de +1 para 0) Ganha elétrons (um por íon) É reduzido pelo Fe É o agente oxidante (oxida Fe em Fe 2+ ) A oxidação pode ser definida como um aumento no número de oxidação e a redução como uma diminuição no número de oxidação. Oxidação ....... - 4 -3 - 2 -1 0 +1 +2 +3 +4 ....... Redução A espécie que perde elétrons sofre oxidação. A outra espécie que ganha elétrons sofre redução. 60 No processo abaixo: Fe(s) + CuSO4(aq) FeSO4 (aq) + Cu(s) (4.1) A substância ferro (Fe) perde elétrons, e teremos a seguinte meia - reação de oxidação: Fe(s) Fe 2+ (aq.) + 2 e - (4.1.a) Ou seja: a concentração de Fe 2+ cresce na solução. A espécie ionizada, íons cúpricos (Cu 2+ ), ganham elétrons; a meia reação de redução será: Cu 2+ (aq.) + 2 e - Cu(s) (4.1.b) A concentração de íons Cu 2+ decresce na solução sendo depositada na placa de ferro sob a forma reduzida de Cu(s) . OBS. 1: A oxidação e a redução ocorrem ao mesmo tempo, na mesma reação; não se pode ter uma sem a outra. O número de elétrons permanece inalterado numa reação REDOX. Isto é, os elétrons liberados na meia reação de oxidação são captados por outra espécie na meia reação de redução. O Fe(s) está em contato com a solução de CuSO4(aq); neste caso, os elétrons são transferidos diretamente do agente redutor para o agente oxidante. Numa reação REDOX, temos pelo menos dois reagentes: um deles é o agente oxidante; o outro, o agente redutor. 61 OBS. 2: O agente oxidante é o responsável pela oxidação da outra espécie. Para que isto ocorra, ele deve aceitar elétrons desta espécie. Portanto, o agente oxidante, ele próprio, é reduzido na reação. Na semi-equação 4.1.(b), temos o Cu 2+ (aq) como agente oxidante. OBS. 3: O agente redutor é o responsável pela redução da outraespécie. Para que isto ocorra, ele deve doar elétrons a esta espécie. Portanto, o agente redutor é ele próprio, oxidado na reação. Na semi-equação 4.1.(a), temos o Fe(s) como agente redutor. OBS.4: A tabela de potencial padrão de redução dos eletrodos encontra-se no apêndice 04. Todo processo eletroquímico deve envolver tanto a oxidação quanto a redução. Em algumas reações de oxidação - redução os agentes oxidantes e os redutores podem estar em contato direto um com o outro. Nessas reações os elétrons são transferidos diretamente do agente redutor para o agente oxidante: reações eletroquímicas. 62 4.3 Parte Experimental “A tabela de potenciais nos dá a possibilidade de uma reação processar-se, mas não diz nada quanto à velocidade da reação. Algumas reações, possíveis pelos valores de potenciais, não se realizam na prática. Esta contradição aparente deve estar relacionada com o fato de a reação ser tão lenta que não é observada em pequeno espaço de tempo.” (Vicente Gentil – Corrosão) Materiais: Reagentes: Béquers Solução aquosa de CuSO4 0,5 mol/L Lâminas de: Cobre (Cu) Solução aquosa de FeSO4 0,5 mol/L Ferro ( Fe ) Solução aquosa de ZnSO4 0,5 mol/L Zinco (Zn) Solução aquosa de AgNO3 0,5 mol/L Chumbo (Pb) Solução aquosa de Pb(NO3)2 0,5 mol/L Lixas 1ª EXPERIÊNCIA: Construir uma pequena série eletroquímica para os metais: cobre, chumbo, ferro, zinco e prata e comparar com a tabela de potenciais de redução a) Identifique e lixe as placas metálicas que estão em sua bancada. OBS.: A PLACA DE ZINCO NÃO DEVE SER LIXADA. b) Sobre uma folha de papel toalha, coloque as lâminas na seguinte ordem: 63 c) Na superfície de cada placa metálica adicione gotas das soluções aquosas conforme a ordem do quadro acima. d) Após alguns minutos, lavar com água de torneira, observe os resultados e escreva as equações representativas das reações que ocorreram. e) Preencha o quadro IV.1 abaixo com os resultados observados e construa a série eletroquímica. Quadro IV.1 Série eletroquímica: _____________________________________________ 64 Questionário: 1) Escreva as equações químicas correspondentes às reações realizadas na 1ª experiência e seus respectivos potenciais. 2) Sobre as reações feitas experimentalmente, verifique o melhor agente oxidante e o melhor agente redutor, justificando. 3) Verifique a espontaneidade das reações abaixo: a) Cu(s) + FeSO4(aq) CuSO4(aq) +Fe(s) b) Cu(s) + 2 AgNO3 (aq) Cu(NO3)2(aq) +2 Ag(s) c) Fe(s) + PbSO4(aq) FeSO4 ( aq) +Pb(s) 4) Cite aplicações práticas das reações de redox. 5) Explique a afirmativa: “Certo elemento será deslocado de seus compostos por qualquer metal que ocupe um lugar acima dele na tabela de potenciais de redução (série eletroquímica)”. 6) Verifique se é possível armazenar solução de CuSO4 em um recipiente (caneco) de alumínio, sem danificá-lo. 65 EXPERIMENTO 05 PILHAS GALVÂNICAS 5.1 Introdução Numa pilha galvânica utiliza-se de uma reação espontânea de oxiredução como fonte de energia. Nesse caso, as reações de oxiredução ocorrem quando os agentes oxidantes e redutores não estão em contato direto; portanto, a pilha deve ser construída separando- se fisicamente a reação global em duas semireações eletródicas, uma delas envolvendo a oxidação e a outra a redução. Os elétrons liberados no eletrodo onde há oxidação (ânodo) passam pelo circuito externo (fio de cobre, por exemplo) para o eletrodo onde há redução (cátodo). Por exemplo, a reação; Mg(s) + 2 Ag + (aq) Mg 2+ (aq) + 2 Ag(s) (5.1) Pode ser obtida pela adição das semireações eletródicas; Ânodo (oxidação): Mg(s) Mg 2+ (aq) + 2 e - (5.1.a) Cátodo (redução): Ag + (aq) + e - Ag(s) (5.1.b) 66 No ânodo (polo negativo), átomos de magnésio se dissolvem deixando elétrons no metal, já que os mesmos não podem existir livres em solução e formando íons magnésio que vão para a solução. No cátodo (polo positivo), íons prata são removidos da solução à medida que recebem elétrons e aí se depositam como átomos de prata. A neutralidade elétrica das soluções é estabelecida pelo fluxo de íons através de uma ponte salina. O fluxo de elétrons do ânodo para o cátodo pode ser detectado por um voltímetro que fornece a diferença de potencial entre os eletrodos. A tendência que possui um elemento para perder ou ganhar elétrons varia de acordo com sua posição na série eletroquímica. O potencial normal de redução é uma quantitativa desta tendência. Como não é possível medir o potencial absoluto de um eletrodo, mede-se seu potencial relativo tomando como padrão o eletrodo normal de hidrogênio, ao qual foi atribuído, arbitrariamente, o potencial 0,00 volts. Atribui-se potenciais de redução negativos (-) aos eletrodos que perdem elétrons mais facilmente que o hidrogênio; aos outros são atribuídos potenciais positivos (+). A série eletroquímica é de grande valia para a previsão da espontaneidade das reações de oxiredução. As reações de oxiredução espontâneas têm sempre E positivo. A relação entre as grandezas G (energia livre) e E (diferença de potencial) é dada pela equação: En.F. - G (5.2) Onde n é número de moles de elétrons transferidos entre o agente redutor e o agente oxidante, na reação redox equilibrada e, F, é a constante de Faraday, que vale 9,65 x 10 4 C. O sinal negativo na equação (5.2) mostra que todas as reações espontâneas (favoráveis aos produtos) de transferência de elétrons tem G negativo. 67 5.2 Eletrodos nas pilhas galvânicas Os eletrodos em uma célula servem como dispositivos de remoção de elétrons do agente redutor no ânodo e fonte de elétrons para o agente oxidante no cátodo. Qualquer eletrodo pode funcionar como cátodo ou como ânodo. Os tipos importantes de eletrodo são: Eletrodo metal-íon metálico; Eletrodo gás-íon; Eletrodo metal-ânion de sal insolúvel; Eletrodos de “óxido-redução” inertes; Eletrodo metal-íon metálico – O eletrodo metal-íon metálico consiste em um metal em contato com seus íons presentes na solução. Um exemplo é uma peça de prata imersa em solução de nitrato de prata. Eletrodo gás-íon – No eletrodo gás-íon é empregado um gás em contato com o seu ânion, ou cátion, em solução. O gás é borbulhado na solução e o contato elétrico é feito mediante um metal inerte, geralmente platina. Exemplo: H2(g) em H + (aq). Eletrodo metal - ânion de sal insolúvel – Neste eletrodo, um metal se encontra em contato com um dos seus sais insolúveis e, ao mesmo tempo, com uma solução que contém o ânion do sal. Eletrodos inertes – Consistem em um pedaço de fio metálico inerte em contato com uma solução de uma substância em dois estados de oxidação diferentes. Este eletrodo caracteriza-se por não participar da reação, ele nem fornece íons para a solução e tampouco reduz seus próprios íons. Neste eletrodo, ambos os reagentes e produtos se encontram em solução: como exemplo tem-se Pt(s) Fe 2+ (aq)/ Fe 3+ (aq). 68 5.3 Pilhas Galvânicas Basicamente uma pilha galvânica apresenta os seguintes componentes: a) Ânodo: eletrodo em que há oxidação (corrosão) e onde a corrente elétrica na forma de íons metálicos positivos, entra no eletrólito; b) Eletrólito: condutor (usualmente um líquido) contendo íons que transportam a corrente elétrica do ânodo para o cátodo; c) Cátodo: eletrodo onde a corrente elétrica sai do eletrólito ou o eletrodo no qual as cargas negativas (elétrons) provocam reações de redução; d) Circuito metálico: ligação metálica entreo ânodo e o cátodo por onde escoam os elétrons, no sentido ânodo-cátodo. A corrente elétrica convencional tem sentido contrário ao de elétrons. Considerando o sentido convencional, o cátodo é o eletrodo negativo (-) e o ânodo positivo (+); no sentido real os sinais são contrários, isto é, ânodo (-) e cátodo (+). A pilha é caracterizada por uma diferença de potencial entre seus eletrodos, em circuito aberto – é a sua força eletromotriz. Ela é, segundo a convenção de sinais usada pela IUPAC, igual a: ÂnodoCátodoPilha E-EE (5.3) A diferença de potencial padrão (d. d. p) padrão, para uma reação numa pilha, é a d. d. p medida quando todos os íons e moléculas em solução estão na concentração 1 mol/L e todos os gases estão na pressão de 1 atm. Quando um voltímetro ou outro dispositivo de medida de tensão é ligado a uma pilha ele indica uma diferença de potencial elétrico (volts). 69 5.4 Efeito da concentração sobre a d. d. p. da pilha Consideramos pilhas em que os reagentes e os produtos se encontram nos estados- padrão. A tensão produzida por uma pilha depende das concentrações dos reagentes e produtos, e esta relação pode ser prevista qualitativamente pelo princípio de Le Chatelier. Consideremos a pilha de Daniell, saqaqs CuCuZnZn / // / 22 (5.4) Nesta equação, as barras verticais simples (/) identificam a interface metal – íon metálico e, a dupla (//), identifica a presença de uma ponte salina (que fecha o circuito interno dentro da solução eletrolítica), e a ligação entre os metais, através de um condutor metálico, que corresponde ao circuito externo. A 25 ºC, a tensão que a célula produz é 1,10 V. Se a concentração dos íons zinco for reduzida abaixo de 1mol/L, poderemos supor, de acordo com o princípio de Le Chatelier, que uma diminuição da [Zn 2+ ] acarretará um aumento da tendência de ocorrer a reação de oxidação e, assim, deveremos observar um aumento na tensão produzida pela célula. Semelhantemente, com um decréscimo da [Cu 2+ ] na pilha de Daniell, decresce a tendência de ocorrer a reação de redução no cátodo e, igualmente, de ocorrer a reação da célula; portanto, a tensão observada na célula é inferior ao valor 1,10 V. A dependência da tensão da célula em relação às concentrações pode ser descrita quantitativamente. Para tal dependência, usa-se a equação de Nernst. Seja a reação redox, a 25 ºC: aA bB cC dD (5.5) Onde A, B, C e D são espécies cujas concentrações podem ser alteradas. Então a equação de Nernst pode ser escrita como: 70 E = E - RT nF ln [C] [D] [A] [B]Pilha Pilha o c d a b (5.6) Nesta equação: Epilha é a voltagem da pilha a uma determinada concentração; Eopilha é a voltagem-padrão da pilha; n é o número de elétrons transferidos na reação; R é a constante da lei dos gases, 8,314 J/mol.K; T é a temperatura absoluta em K; F é a constante de Faraday, 96500 Coulomb/mol. Substituindo as constantes e convertendo o logaritmo neperiano para a base 10 (Ln = 2,3026 Log), a equação de Nernst terá a seguinte forma, a 25°C: E = E - 0,0591 n log [C] [D] [A] [B]Pilha Pilha o c d a b (5.7) Considerando as espécies em solução aquosa, elas serão expressas sob a forma de molaridade, mol/L; concentrações de gases são expressas sob a forma de pressões parciais, e sólidos ou líquidos puros não aparecem na equação. Para a semireação seguinte (um eletrodo isolado): M + n e M(aq) n+ - (s) (Cátodo) (5.8) À aplicação da equação de Nernst resulta em: E = E - RT nF ln [M ]Pilha Pilha o n+ 1 (5.9) 71 Ou E = E + RT nF ln [M ]Pilha Pilha o n+ (5.10) Analogamente, substituindo as constantes e convertendo o logaritmo neperiano para a base 10 (Ln = 2,3026 Log), a equação de Nernst, para um eletrodo isolado, terá as seguintes formas, a 25 °C: E = E - 0,0591 n log [M ]Pilha Pilha o n+ 1 (5.11) Ou E = E + 0,0591 n log [M ]Pilha Pilha o n+ (5.12) 5.5 Tipos de pilhas Pela equação de Nernst observa-se que aparece uma diferença de potencial entre dois eletrodos quando: 1) Os eletrodos são constituídos de diferentes substâncias e possuem, portanto, diferentes potenciais; 2) Os eletrodos são da mesma substância, mas as soluções contêm concentrações diferentes; 3) Os eletrodos são da mesma substância e as soluções contêm concentrações iguais, mas os eletrodos estão submetidos a diferentes pressões parciais de substâncias gasosas; 4) Os eletrodos são da mesma substância e as soluções contêm concentrações iguais, mas os eletrodos estão submetidos a diferentes temperaturas. 72 As pilhas eletroquímicas citadas anteriormente podem proporcionar diferenças de potenciais úteis, mas estes potenciais caem rapidamente à medida que as concentrações dos reagentes se alteram com a operação da pilha. Na prática, se busca projetos de baterias e pilhas capazes de fornecerem corrente a um potencial constante. Devido às necessidades atuais do uso de computadores portáteis, telefones celulares, relógios digitais e de pulso, calculadoras, aparelhos para surdez e outros dispositivos miniaturizados, mas também sistemas de fornecimento de tensões de emergência para casas e prédios comerciais, redes de computadores, bancos de armazenagem de energia para coletores solares e geradores eólicos, e como não desapareceu a esperança de se ter um carro elétrico (pilhas de combustível), é cada vez mais importante que se possam ter baterias leves e mais duradouras. Existem três classes importantes de baterias: as baterias primárias, secundárias e pilhas de combustível. - Baterias primárias: são as baterias que não são facilmente recarregadas. Como exemplos, citam-se: pilha seca de Leclanché, pilha alcalina, pilha de mercúrio. - Baterias secundárias: são aquelas que podem ser recarregadas, também conhecidas como acumuladoras. Citam-se: bateria de chumbo (automóvel), bateria de níquel- cádmio, pilhas de íon de lítio; - Pilhas de combustíveis: numa pilha de combustível os reagentes são proporcionados à pilha por uma fonte externa, na medida das necessidades. A mais comum é a célula de hidrogênio – oxigênio. O sistema, como o de uma pilha eletroquímica, além de ser fonte de energia para diversas aplicações industriais, é também um sistema de corrosão metálica, onde o metal corroído funciona como anodo, sendo deteriorado pelo meio eletrolítico. Por definição, corrosão é “deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos”. 73 De acordo com essas observações, pode-se dizer que nos processos de corrosão devem ser destacados os principais tipos de pilhas eletroquímicas, nas quais se verifica que as reações ocorridas espontaneamente, criam uma força eletromotriz. Principais tipos de pilhas no estudo dos processos corrosivo: a) Pilha de eletrodos metálicos diferentes É o tipo de pilha que ocorre quando dois metais ou ligas metálicas diferentes estão em contato e imersos num mesmo eletrólito, é a chamada pilha galvânica ou corrosão galvânica, como mostra a Figura 5.1. Por observações práticas, sabe-se que o metal mais ativo (menor potencial de redução) na tabela de potencial de eletrodo (veja apêndice 04) é aquele que funciona como ânodo da pilha. 74 (a) (b) (c) (d) Figura 5.1: (a) Esquema de uma pilha galvânica e (b) Corrosão galvânica em tubulação, (c) Lata fabricada com folha de flande (aço estanhado) e (d) Célula galvânica Fe/Cu Por exemplo, no caso do ferro em contato metálico com cobre e imersos em um eletrólito, como água salgada, ocorre uma transferência de elétrons do
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