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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO 
FEAC 
 
 
 
APOSTILA DE 
TEORIA GERAL DA 
ADMINISTRAÇÃO I 
TGA I 
 
 
 
 
 
PROFESSORA ELISANGELA NICOLOSO BRANDLI 
2019 
 
SUMÁRIO 
Aula 1 – Administração: história, atualidades e perspectivas 
Aula 2 – Perspectiva clássica: administração científica 
Aula 3 – Perspectiva Clássica: Teoria Clássica 
Aula 4 – Perspectiva Clássica: Teoria da Burocracia 
Aula 5 – Perspectiva Humanística: Escola das Relações Humanas 
Aula 6 – Perspectiva Humanística: Escola Comportamental 
Aula 7 - Abordagem Neoclássica da Administração 
Aula 8 – Perspectiva Moderna: Teoria dos Sistemas e Teoria Contingencial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 1 – ADMINISTRAÇÃO: HISTÓRIA, ATUALIDADES E PERSPECTIVAS 
 
 
Introdução 
Vivemos em uma sociedade composta por atividades voltadas para a produção de 
bens (produtos) ou para a prestação de serviços (serviços especializados). Para Chiavenato 
(2003, p. 2) todas as atividades devem ser planejadas, coordenadas, dirigidas e controladas 
dentro de organizações, não é mesmo? E em todas as organizações observaremos a 
existência de pessoas e outros recursos materiais, financeiros, físicos, tecnológicos e 
mercadológicos. As pessoas dependem das organizações e estas dependem do trabalho das 
pessoas. Se você trabalha, consegue estabelecer bem esta relação. Chiavenato (2003, p. 
2) também reforça que as pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, 
divertem-se, são tratadas e morrem dentro das organizações. Porém, cada organização 
possui características particulares, sendo muito diferentes em sua essência, em seu 
tamanho, em sua cultura e até mesmo em seus objetivos. Assim sendo temos dois tipos de 
organizações: 
 Organizações Lucrativas – empresas. 
 Organizações não-lucrativas – exército, igrejas, serviços públicos, entidades 
filantrópicas, organizações não-governamentais etc. 
 
Todas as organizações devem ser administradas, e isto é fácil para você observar e 
entender. De acordo com a natureza, tamanho e complexidade de suas operações, haverá 
formas diferentes de administrá-las. 
Podemos dizer, então, que a administração é a condução racional das atividades de uma 
organização rumo aos seus objetivos, seja ela lucrativa ou não. 
 A administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da direção e do 
controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorram em 
uma organização (CHIAVENATO 2003, p. 2). Assim, a Administração é imprescindível para 
a existência, sobrevivência e sucesso das organizações. Sem a Administração, as 
organizações jamais teriam condições de existir e crescer. 
 As funções destacadas no parágrafo anterior (planejamento, organização, direção e 
controle) constituem o processo administrativo. Em uma de nossas próximas aulas veremos, 
por meio dos estudos de Fayol, onde este conceito originou-se. 
Vamos observar melhor essas funções? 
 
1.1 A Teoria Geral da Administração 
A Teoria Geral da Administração é o campo do conhecimento humano que se ocupa 
do estudo da Administração em geral, não se preocupando onde ela seja aplicada, se nas 
organizações lucrativas (empresas) ou se nas organizações não-lucrativas, ou seja, 
[...] a administração revela-se, nos dias de hoje, como uma área do 
conhecimento humano impregnada de complexidades e desafios. 
O profissional que utiliza a Administração como meio de vida, 
pode trabalhar nos mais variados níveis de uma organização: desde o 
nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de dirigente 
máximo da organização. Pode trabalhar nas diversas 
especializações da Administração: seja a Administração da Produção 
(dos bens ou dos serviços prestados pela organização), 
Administração Financeira, ou Administração de Recursos Humanos, 
Administração Mercadológica ou ainda a Administração Geral. Em 
cada nível e em cada especialização da Administração, as 
situações são muito diferentes (CHIAVENATO, 2003, p. 2). 
As organizações são muito diversificadas e diferenciadas, cada uma possuindo 
características que as diferenciam umas das outras, mesmo em segmentos de atividades 
similares. Para Chiavenato (2003, p. 2), não há duas organizações iguais, assim como não 
existem duas pessoas idênticas. Cada organização tem objetivos próprios, ramo de atividade 
específico, dirigentes e o seu pessoal. Cada uma tem problemas internos e sofre com 
alterações no ambiente externo, tem seu mercado, sua situação financeira, sua 
tecnologia, seus recursos básicos, sua ideologia e política de negócios etc. 
 Inúmeras são as variáveis que interferem no resultado da gestão. Toda vez que uma 
organização pretende admitir um executivo em seu quadro administrativo, os candidatos 
são submetidos a uma infinidade de testes e de entrevistas que procuram investigar em 
profundidade seus conhecimentos, suas características de personalidade, seu passado 
profissional, sua formação escolar, seus antecedentes morais, seu sucesso ou fracasso em 
determinadas atividades e outras coisas mais. Talvez até sua situação conjugal ou sua 
estabilidade emocional. 
Hoje, o que é importante, são os resultados gerados pelo gestor ou colaborador 
na organização. Muitas vezes, um excelente currículo ou formação não revela a capacidade de 
liderar, gerenciar e mobilizar as pessoas para os resultados que são esperados. 
Quais são as habilidades necessárias para que o administrador possa trabalhar com 
sucesso? 
 
 Essa é uma questão imprescindível em nossa profissão, pois as habilidades que 
relacionaremos a seguir são de fundamental importância para os administradores. Vamos 
ver? 
Segundo Faria (2002, p. 2), para atingir a eficácia no processo administrativo, 
três tipos de habilidades se impõem: técnica, humana e conceitual. O autor as define 
como habilidade técnica: a utilização de conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos 
para a consecução de tarefas específicas; habilidade humana: habilidade de compreender 
as atitudes e motivações dos empregados, trabalhar com eles e aplicar os princípios de 
liderança; habilidade conceitual: habilidade de compreender os problemas e objetivos da 
organização global e ajustar o comportamento das pessoas dentro da empresa. (FARIA, 
2002, p. 2). 
 
Quanto mais elevado for o nível do colaborador na organização, menores serão 
as necessidades da utilização das suas habilidades técnicas. 
Porém aumentam as necessidades de ampliação da visão da organização como 
um todo, ou seja, aumenta a necessidade de ampliação da sua habilidade conceitual. Os 
níveis inferiores requerem considerável habilidade técnica dos supervisores para lidar com 
os problemas operacionais e concretos da organização. 
 A combinação dessas habilidades é importante para o administrador. 
 
1.1.1 Classificação dos níveis 
a) Estratégico: corresponde à alta administração, pois determina os objetivos de longo prazo 
e a direção para a organização como um todo. Temos neste nível o presidente, vice-
presidentes e diretores. 
b) Tático: corresponde à média administração, pois coordena e decide que produtos ou 
serviços serão produzidos. Neste nível temos a gerência. 
c) Operacional: corresponde à supervisão, pois coordena a execução das tarefas de todo 
o pessoal operacional. É onde acontecem as atividades da empresa propriamente ditas, 
onde o pessoal põe a mão na massa. 
A Teoria Geral da Administração se propõe a desenvolver a habilidade conceitual, 
embora não deixe de lado as habilidades humanas e técnicas. Em outros termos,propõe-se 
a desenvolver a capacidade de pensar, definir situações organizacionais complexas, 
diagnosticar e propor soluções. Este é também o nosso objetivo fundamental: propiciar 
condições para que você adquira tais competências, tornando-se um administrador eficaz. 
 
1.2 A Administração e suas Perspectivas 
Para entender a administração e suas perspectivas, o pesquisador Chiavenato 
(2003, p. 10) assevera que 
Em uma época de complexidades, mudanças e incertezas como a 
que atravessamos hoje, a Administração tornou-se uma das mais 
importantes áreas da atividade humana. Vivemos em uma civilização 
em que predominam as organizações e na qual o esforço cooperativo 
do homem é a base fundamental da sociedade. E a tarefa básica da 
Administração é fazer as coisas por meio das pessoas de maneira 
eficiente e eficaz. [...] O avanço tecnológico e o desenvolvimento do 
conhecimento humano, por si apenas, não produzem efeitos se 
a qualidade da administração efetuada sobre os grupos organizados 
de pessoas não permitir uma aplicação efetiva dos recursos humanos 
e materiais. 
 
Peter Drucker (2004), autor neoclássico, afirma que não existem países desenvolvidos 
e países subdesenvolvidos, mas países que sabem administrar a tecnologia e os recursos 
disponíveis, de um lado, e países que ainda não o sabem, de outro. Em outros termos, existem 
países administrados e países sub administrados. O mesmo ocorre com as organizações. 
Chiavenato (2003, p. 10) destaca ainda que O trabalho do administrador em qualquer 
organização – seja ele um supervisor de primeira linha ou o dirigente máximo da organização – 
é essencialmente o mesmo. Não há uma distinção básica entre diretores, gerentes, 
chefes ou supervisores e administradores. 
Qualquer que seja a posição ou o nível que ocupe, o administrador alcança resultados pela 
efetiva cooperação dos subordinados. 
Por isso veremos adiante o quanto é importante a presença e o trabalho dos líderes. 
 
 
1.3 Conteúdo e objeto de estudo da Administração 
Sobre o conteúdo e o objeto de estudo da Administração, Chiavenato (2003, p. 11) 
destaca que A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister 
(subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando 
de outros, isto é, aquele que presta um serviço a outro. No entanto, a palavra administração 
sofreu uma profunda transformação em seu significado original. A tarefa da 
Administração passou a ser a de interpretar os objetivos propostos pela organização e 
transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e 
controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da 
organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais adequada à situação e 
garantir a competitividade em um mundo de negócios altamente concorrencial e complexo. 
A Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a 
fim de alcançar objetivos organizacionais. 
 
Conforme pode ser visto na citação, administrar é um processo que engloba 
várias etapas voltadas para um fim comum: atingir os objetivos propostos pela 
organização. Planejamento, organização, direção e controla são ações inerentes ao processo 
administrativo. 
 
1.4 O Estudo atual da Teoria Geral da Administração 
Conforme Chiavenato (2003, p. 13), a Teoria Geral da Administração mostra o 
efeito cumulativo das diversas teorias com contribuições e enfoques diferenciados. Cada 
teoria administrativa surgiu como uma resposta aos problemas empresariais da época, 
apresentando soluções específicas para tais problemas. De certo modo, todas as teorias 
administrativas também podem ser aplicadas às situações atuais, dependendo da 
conjuntura e da realidade de cada caso. 
Assim na medida em que administração se defronta com novas situações que 
surgem no decorrer do tempo, as ferramentas e os conceitos vão sendo reformatados para 
tornarem-se aplicáveis. Por isso, no decorrer de nossos estudos, é importante que você 
estabeleça paralelos entre as teorias e as situações vislumbradas na organização onde você 
atua. Com esta relação teoria-prática, ficará muito fácil o entendimento de nosso conteúdo, 
além de ser extremamente prazeroso sentirmos nossa evolução profissional. 
 
1.5 A Administração na sociedade moderna 
Cada organização, cada empresa requer que decisões sejam tomadas. Necessita 
também da coordenação de múltiplas atividades, da condução de pessoas, da avaliação 
do desempenho dirigido e dos objetivos previamente determinados, da obtenção e 
alocação de recursos etc. Sobre a administração na sociedade moderna, Chiavenato (2003, p. 
13) salienta que Numerosas atividades administrativas desempenhadas por vários 
administradores, orientadas para áreas e problemas específicos, precisam ser realizadas e 
coordenadas de maneira integrada e coesa em cada organização ou empresa. Como o 
administrador não é executor, mas o responsável pelo trabalho das pessoas a ele 
subordinadas, ele não pode cometer erros ou arriscar apelando para estratagemas de ensaio e 
erro, já que isso implicaria conduzir seus subordinados pelo caminho menos indicado. O 
administrador é um profissional cuja formação é ampla e variada: precisa conhecer 
disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Psicologia, Sociologia, Estatística etc.). 
 
Daí o caráter multi/interdisciplinar de nosso curso; o administrador precisa lidar 
com pessoas (que executam tarefas ou planejam, organizam, controlam, assessoram, 
pesquisam etc.) que lhe são subordinadas, estão no mesmo nível ou acima dele; precisa 
estar atento aos eventos passados e presentes, bem como às previsões futuras; precisa 
lidar com eventos internos (localizados dentro da empresa) e externos (localizados no 
ambiente que envolve externamente a empresa). O administrador é um agente – não só de 
condução, mas também de mudança e de transformação das empresas, levando-as a 
novos rumos, novos processos, novos objetivos, novas estratégias, novas tecnologias e 
novos patamares. Consequentemente, as pessoas envolvidas nesse processo transformam-
se em cidadãos capazes de situar-se nesse ambiente extremamente dinâmico. 
 
1.6 Perspectivas futuras da Administração 
Nos próximos anos, o mundo verá o fim gradativo da forma organizacional de 
hoje (a organização burocrática) e o surgimento de novas arquiteturas organizacionais 
adequadas às novas demandas da era pós-industrial. As fraquezas da organização 
burocrática, segundo Chiavenato (2003, p. 15-6), serão os germes dos futuros sistemas 
organizacionais e, dessa forma, vários fatores deverão provocar profundos impactos sobre 
as organizações e empresas. A seguir, veja alguns desses impactos. 
 
 Mudanças rápidas e inesperadas: a aceleração e o acesso à informação 
favorecerão o desenvolvimento de novos comportamentos e exigências 
dos consumidores o que, por sua vez, demandará novas e crescentes 
necessidades que as atuais organizações poderão não ter condições de 
atender. 
 Crescimento das organizações: na medida em que a organização cresce, os 
problemas e os desafios também se ampliam, exigindo o desenvolvimento de 
novas habilidades, conhecimentos e atitudes dos administradores. Assim, 
o administrador especialista amplia suas competências e se transforma em 
um generalista, com estofo para enfrentar os desafios do mundo globalizado. 
 
 Concorrência mais aguda: o produto ou serviço que tenha qualidade e 
diferencialserá o mais procurado. As empresas terão que se esforçar 
para concorrer nesse mercado baseado em novas formas de oferta, novas 
tecnologias, novos produtos e serviços de primeiro mundo. 
 Sofisticação de tecnologia: a tecnologia oferecerá a liberação do esforço 
humano focado na tarefa para o planejamento, a renovação, o 
acompanhamento, a integração e a motivação das pessoas. 
 Globalização da economia e internacionalização dos negócios: a 
internacionalização das empresas, favorecida pela globalização da economia, 
torna a competitividade mundial. Empresas chinesas, por exemplo, 
poderão competir diretamente com produtos e serviços fabricados e ofertados 
aí na sua cidade. Quais serão as vantagens competitivas das empresas 
brasileiras? Esse será o grande desafio do administrador, criar e manter 
vantagens competitivas. 
 Visibilidade maior das organizações: com a expansão das empresas e os 
novos recursos tecnológicos, principalmente com os novos formatos das 
mídias, a exposição aumentou de uma forma exponencial. Podemos dizer que 
estamos vivendo a revolução do olhar, onde a avaliação e a crítica permeiam 
instantaneamente as ações e os resultados das empresas. 
 
1.7 O Administrador como agente de mudanças 
Finalmente, o administrador deve estar focalizado no futuro e assim poder 
estruturar sua empresa para enfrentar os desafios que surgem, seja por meio de novas 
tecnologias, novas condições sociais e culturais, novos produtos e serviços. Além disso deve 
pensar globalmente (ver o mundo) e agir localmente (atuar na empresa). Para levar sua 
empresa à excelência, o administrador deve ter espírito empreendedor, aceitar desafios, 
assumir riscos e possuir um senso de inconformismo sistemático. 
Para concluir, é importante que você tenha acompanhado o desenvolvimento 
histórico da administração, tenha consolidado o conhecimento sobre as habilidades 
necessárias ao administrador, que tenha conhecido o conteúdo e o estado atual da 
teoria geral da administração. Se você fez o percurso anteriormente citado, você está 
apto para compreender as perspectivas de futuro na administração e o administrador como 
um agente de mudanças. 
 
AULA 2 - PERSPECTIVA CLÁSSICA: ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA 
 
 
Introdução 
Nesta aula, vamos viajar no tempo, voltaremos ao início do século XX, ou seja, 
há mais de cem anos, para conhecer os primeiros estudos sobre a administração. 
Para entendermos como a administração se transformou em ciência, devemos 
conhecer os estudos de um famoso engenheiro que revolucionou a gestão das empresas. 
Sabe quem é ele? 
 
2.1 Frederick Winslow Taylor 
Este homem, muito importante para nós que escolhemos a administração como 
profissão, nasceu na Filadélfia, Estados Unidos, oriundo de uma família com valores 
muitíssimo rígidos, e teve como base educacional a disciplina, o trabalho e a poupança. 
Começou trabalhando como operário, em 1878, chegando finalmente ao cargo de 
engenheiro, em 1885. Sua maior preocupação era eliminar o desperdício das indústrias, 
acreditando assim contribuir para o aumento de seus níveis de produtividade. Desde o 
princípio, sua preocupação residia nas tarefas, por isso focava tanto a busca de aplicação 
de métodos científicos a problemas da administração. Queria observá-los e medi-los. 
Tenho certeza de que você, no seu dia-a-dia, enfrenta diversos problemas, não e mesmo? Já 
parou para estudá-los, medindo-os, quantificando-os, detalhando-os? Reside aí a 
fundamental importância dos estudos de Taylor, e por isso ele é considerado o pai da 
Administração Científica. 
Vamos ver as suas contribuições? 
 
2.2 Princípios de Taylor 
Taylor tornou-se engenheiro-chefe da Midvale Steel Company e lá entrou em 
contato, pela primeira vez, com os problemas da administração. Ele percebeu que os 
responsáveis pela administração posicionavam-se como seres superiores, arrogantes e 
prepotentes. Percebeu também que, na verdade, eram os trabalhadores que moviam as 
fábricas, fazendo com que as organizações alcançassem seus objetivos. 
Seus estudos iniciaram-se efetivamente em 1895, sendo publicados neste período 
e republicados em 1911 (Princípios da Administração Científica). Esta obra é até hoje 
considerada uma obra-prima da Administração, até mesmo por seu pioneirismo. Ele 
queria, prioritariamente, tratar a questão do tempo. Queria melhorar o manuseio da 
matéria-prima e o tempo-base de cada operação, e para isso precisava identificar as 
características físicas para o que podemos chamar de “operário padrão”. 
Em outra empresa onde atuou como consultor – a Bethlehem Steel Company – 
Taylor pôde desenvolver melhor os seus estudos, que foram importantes e se refletem 
até hoje em muitos aspectos da gestão de nossas organizações. 
Para ele, são considerados fundamentais para a administração: 
 o conceito de especialização; 
 a eliminação de elementos e movimentos desnecessários. 
Os dois aspectos mencionados anteriormente poderiam levar a um aumento da 
produtividade, segundo ele, e são fatores preponderantes para o aumento da eficiência da 
produção. 
Segundo Betram M. Gross, citado por Silva (2001), o sistema criado por Taylor se 
caracterizava por cinco aspectos: 
a) análise do trabalho: buscar a melhor maneira de execução do trabalho no menor tempo 
possível; 
b) padronização das ferramentas: harmonizar os métodos de execução, uniformizar as 
ações; 
c) selecionar e treinar os trabalhadores: com base nas aptidões e na ideia de que cada pessoa 
deve executar tarefas para as quais revele maior pendor ou inclinação; 
d) supervisão e planejamento: distinguir planejamento de execução; e 
e) pagamento por produção: recompensar os operários que tivessem uma produção além do 
estabelecido. 
Os cinco aspectos propostos, se executados corretamente, levariam a organização 
a uma maior eficiência em seus processos produtivos, e isso representaria maiores 
ganhos para a empresa. Você concorda? Tenho certeza de que sim, principalmente porque, na 
maioria das empresas, esses conceitos são empregados até hoje. Vamos em frente! 
Para continuarmos a nossa trajetória, separaremos os estudos de Taylor. Vamos 
dividi-los em 1º e 2º períodos. 
 
2.2.1 1º Período 
Os estudos de Taylor começaram no “chão da fábrica”, onde o pessoal põe a mão na 
massa literalmente. Em seu 1º livro, chamado Administração de Oficinas, de 1903, ele 
demonstra a sua principal preocupação: a que envolve as técnicas de racionalização do 
trabalho dos operários, pelo estudo dos tempos e dos movimentos. 
O trabalho dos operários era analisado pacientemente, e suas tarefas eram 
decompostas, detalhadas. Desta forma, acreditava-se que os processos poderiam ser 
aperfeiçoados e executados de forma mais racional, e que a produtividade poderia, 
assim, aumentar. 
Outra análise importante deste 1º período baseou-se na produtividade individual 
dos operários. Taylor verificou que, se um operário com boa disposição para o trabalho 
percebesse que receberia o mesmo montante de dinheiro que os outros, mesmo que 
produzisse mais, esse fato faria com que ele se acomodasse, gerando desmotivação e, 
sobretudo, queda na produtividade. Percebeu, assim, de que os operários que 
produzissem mais mereceriam receber um adicional de remuneração. 
 
2.2.2 2º Período 
O marco do 2º período é o livro Princípios de Administração Científica, de 1911, 
no qual Taylor defende e conclui que a racionalização do trabalho dos operários deveria ser 
seguida de uma estruturação geral da empresa,pois dessa forma todos os seus princípios 
poderiam ser aplicados. 
Taylor identificou três fatores que considerou como os grandes responsáveis pelos 
problemas das indústrias. Vamos ver quais foram eles? 
 A vadiagem dos operários que, para evitar redução em seus salários, reduziam a 
produção; 
 Desconhecimento da gerência, que não sabia quais as rotinas de trabalho, além 
de ignorar o tempo necessário para a realização dos mesmos; 
 Falta de uniformidade das técnicas, que dificultava a padronização dos processos e 
uma melhoria nos controles. 
 Gerência Científica: 75% análise - 25% bom senso. 
 
2.3 A Ciência da Administração 
Taylor acreditava que as organizações e a administração deveriam ser tratadas de 
forma científica. Até então, havia muita improvisação nas organizações, e isso acarretava 
sérios problemas às empresas, além de muitos prejuízos aos empresários. Para ele, as 
ações deveriam ser planejadas e o empirismo deveria dar lugar ao cientificismo. 
Quais aspectos dos estudos de Taylor têm ligação com essa perspectiva científica? 
Vamos entender melhor? 
Segundo Chiavenato (2000), os principais méritos de Taylor estão ligados à 
metodologia empregada, tais como: 
 análise dos tempos e movimentos; 
 estabelecimento de padrões precisos de execução; 
 treinamento do operário; 
 especialização do pessoal, inclusive a direção; 
 criação do planejamento. 
Ainda segundo Chiavenato (2000), para entendermos a Administração como ciência, 
podemos relacionar os seguintes aspectos: 
 ciência em lugar de empirismo; 
 harmonia em lugar de discórdia; 
 cooperação e não individualismo; 
 rendimento máximo, em vez de produção resumida; 
 desenvolvimento de cada homem. 
Podemos citar como fator importante para esta análise a identidade de interesses, 
quanto maior a prosperidade do patrão, maior deverá ser a prosperidade dos 
empregados, e isso deveria ficar claro para todos, pois assim haveria evolução. 
 
2.4 Organização Racional do Trabalho - ORT 
Taylor, conforme aborda Chiavenato (2003, p. 56) verificou que os operários 
aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos 
companheiros que estavam envolvidos na produção. Notou que isso levava a diferentes 
métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas 
diferentes em cada fase da operação ou atividade. Como há sempre um método mais rápido e 
um instrumento mais adequado que outro, esses métodos e instrumentos melhores 
podem ser encontrados e aperfeiçoados por meio de uma análise científica e um acurado 
estudo de tempos e movimentos, em vez de ficar a critério pessoal de cada operário. 
Com base nisso, poderíamos repensar como as tarefas e as atividades são desenvolvidas 
na empresa em que você trabalha. Pense nisso! Essa tentativa de substituir métodos 
empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização 
Racional do Trabalho ORT. 
Segundo Chiavenato (2003, p. 57), a Organização Racional do Trabalho se fundamenta 
nos seguintes aspectos: 
1- análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos; 
2- estudo da fadiga humana; 
3- divisão do trabalho e especialização do operário; 
4- desenho de cargos e de tarefas; 
5- incentivos salariais e prêmios de produção; 
6- conceito de homo economicus; 
7- condições ambientais de trabalho, como iluminação, conforto etc; 
8- padronização de métodos e de máquinas; 
9- supervisão funcional. 
 
Vamos detalhá-los? 
2.4.1 Estudo dos tempos e movimentos e análise do trabalho 
A base para a racionalização do trabalho dos operários era o estudo de tempos e 
movimentos (motion-time study). O trabalho é executado de forma mais objetiva e mais 
econômica por meio da análise do trabalho, isto é, da divisão e detalhamento de todos os 
movimentos necessários a cada operação executada pelos trabalhadores. Observando 
repetida e atenciosamente a execução de cada tarefa dos operários, Taylor viu a 
possibilidade de desmembrar cada tarefa e cada operação em uma série ordenada de 
movimentos simples, simplificados. 
Os movimentos desnecessários eram eliminados, enquanto os movimentos úteis 
eram simplificados, racionalizados ou conectados a outros movimentos para proporcionar 
economia de tempo e de esforço aos operários. 
A essa análise do trabalho seguia-se o estudo dos tempos e movimentos, ou seja, a 
determinação do tempo médio que um operário comum levaria para a execução da tarefa, 
por meio da utilização do cronômetro. 
A esse tempo médio eram adicionados os tempos elementares e mortos (esperas, 
tempos de saída do operário da linha para suas necessidades pessoais etc.) para resultar 
o chamado tempo-padrão, o tempo ideal. Com isso, padronizava-se o método de trabalho e 
o tempo destinado a sua execução. 
Método é a maneira de se fazer algo para obter um determinado resultado. 
O estudo dos tempos e movimentos permite a racionalização do método de 
trabalho do operário e a fixação dos tempos-padrão para execução das tarefas. 
Segundo Chiavenato (2003, p. 57), a ORT traz outras vantagens adicionais: 
1. eliminação do desperdício de esforço humano e dos movimentos inúteis; 
2. racionalização da seleção e adaptação dos operários à tarefa; 
3. facilidade no treinamento dos operários e melhoria da eficiência e rendimento da 
produção pela especialização das atividades; 
4. distribuição uniforme do trabalho para que não haja períodos de falta ou excesso de 
trabalho; 
5. definição de métodos e estabelecimento de normas para a execução do trabalho; 
6. estabelecimento de uma base uniforme para salários equitativos e prêmios de produção. 
 
2.4.2 Estudo da fadiga humana 
O estudo dos movimentos humanos tem três objetivos: 
1. evitar movimentos inúteis na execução de uma tarefa; 
2. execução econômica dos movimentos úteis do ponto de vista fisiológico; 
3. seriação apropriada aos movimentos (princípios de economia de movimentos). 
O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e na fisiologia humana. Gilbreth 
(outro importante colaborador de Taylor) efetuou estudos estatísticos e não-fisiológicos 
(pois era engenheiro) sobre os efeitos da fadiga na produtividade do operário. Verificou que 
a fadiga predispõe o trabalhador para a diminuição da produtividade e qualidade do 
trabalho; perda de tempo; aumento da rotatividade de pessoal; doenças e acidentes e 
diminuição da capacidade de esforços. Em suma, a fadiga é um redutor de eficiência. 
 
2.4.3 Homo Economicus 
Você verá que, em todas as Teorias que estudaremos, teremos uma concepção 
de Homem, que retrata algumas de suas características e, sobretudo, a forma como era 
visto pela administração. Vamos em frente! 
Na Administração Científica, a sua concepção é Homo Economicus. Significa dizer 
que as pessoas são influenciadas apenas por recompensas salariais e materiais. Os 
operários não trabalham porque gostam, mas para poder satisfazer suas necessidades. Esse 
era o entendimento da época. 
Segundo Motta e Vasconcelos (2002), podemos caracterizar o Homo Economicus da 
seguinte forma: 
 ser humano considerado previsível e controlável, egoísta e utilitarista em seus 
propósitos; 
 ser humano visto como otimizando suas ações após pesar todas as alternativas 
possíveis; 
 racionalidade absoluta; 
 incentivos monetários. 
 
 
 
 
2.4.4 Condições de trabalho 
Em seus estudos, Taylor concluiu também que os métodos e os incentivos salariais 
são importantes, mas não o único caminho para se alcançar a eficiência. Verificou que umconjunto de condições possibilitaria ganhos de produtividade. Vamos ver alguns exemplos: 
 os instrumentos e ferramentas de trabalho devem ser adequados ao uso; 
 o posicionamento das máquinas e equipamentos devem estar em conformidade; 
 o ambiente físico deve ser adequado (ventilação, iluminação, ruídos etc). 
 
2.6.5 Padronização 
Dentro dos estudos da Organização Racional do Trabalho, além de estabelecer a 
necessidade da divisão do trabalho, da padronização de métodos e processos e de ter 
operários especializados para cada função, Taylor enfatizou a importância da 
padronização das máquinas, dos equipamentos, instrumentos e ferramentas para que 
houvesse diminuição da variação dos produtos fabricados. Dessa forma, também seriam 
eliminados os desperdícios. 
Imagine se hoje em dia as indústrias não fabricassem uniformemente os seus 
produtos. Já pensou? 
2.4.6 Supervisão funcional 
Para Taylor, não bastava apenas especializar o operário. Se não houvesse também 
supervisores especializados, com autoridade para comandar os operários, não haveria boa 
produtividade. 
Segundo Chiavenato (2003, p. 62), supervisão funcional nada mais é do que a 
existência de diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área e que 
tem autoridade funcional (relativa somente a sua especialidade) sobre os mesmos 
subordinados. 
 
2.5 Princípios da Administração Científica 
Segundo Taylor, a gerência das organizações deveria atuar sob nova realidade. 
Novas atribuições e responsabilidades se faziam necessárias dentro da nova perspectiva da 
administração. Em linhas gerais, podemos descrevê-las em quatro princípios fundamentais: 
a) princípio do planejamento: o empirismo deveria dar lugar à aplicação de métodos 
científicos; 
b) princípio do preparo: os trabalhadores deveriam ser selecionados com base em suas 
aptidões e adequados às atividades por meio de preparação e treinamento; 
c) princípio de controle: o trabalho deveria ser analisado, verificando-se o cumprimento das 
tarefas de acordo com as normas e planos previstos; 
d) princípio da execução: as atribuições e atividades deveriam ser distribuídas de forma a 
proporcionar que o trabalho fosse executado de forma disciplinada. 
Os estudos de Taylor influenciaram muita gente. Devemos destacar um empreendedor 
que, ao apropriar-se de alguns estudos de Taylor, conseguiu desenvolver sua indústria, 
incorporando novas e eficazes práticas de produção. 
Sabe quem é ele? Seus carros circulam até hoje pelas ruas em todo o mundo? 
Vamos ver... 
2.6 Henry Ford (1863-1947) 
É, certamente, o mais conhecido de todos os precursores da Administração Científica. 
Ford iniciou sua vida como um mecânico. Projetou um novo modelo de carro e, em 1899, 
fundou sua primeira fábrica de automóveis. 
Em 1903, fundou a Ford Motor Co. Qual era a sua ideia? Popularizar um produto antes 
confeccionado artesanalmente e destinado a milionários, ou seja, vender carros a preços 
populares, com assistência técnica garantida, revolucionando a estratégia comercial da 
época. Entre 1905 e 1910, promoveu a grande inovação do século XX: a produção em massa 
(até hoje as indústrias utilizam o mesmo conceito). 
Para Silva (2002, p. 129), embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a 
linha de montagem, inovou na forma de organizar o trabalho: sua meta era a 
elaboração do maior número de produtos acabados, com maior garantia de qualidade e 
pelo menor custo possível. Esta inovação teve maior impacto sobre a maneira de viver do 
homem do que muitas das maiores invenções do passado da humanidade. 
Em 1913, conforme destaca Chiavenato (2003, p. 65) já fabricava 800 carros por dia. 
Em 1914, repartiu com seus empregados uma parte do controle acionário da empresa, coisa 
impensada até então. Estabeleceu o salário mínimo de cinco dólares por dia e jornada 
diária de oito horas. Na época, a jornada variava entre dez e doze horas. Em 1926, já 
tinha 88 fábricas e empregava 150.000 pessoas, fabricando 2.000.000 carros por ano. 
Utilizou um sistema de concentração horizontal por meio de uma cadeia de distribuição 
comercial própria. Fez uma das maiores fortunas do mundo pelo constante 
aperfeiçoamento de seus métodos e processos. 
A racionalização da produção proporcionou a linha de montagem, que permite a 
produção em série. Na produção em série ou em massa, o produto é padronizado, bem como 
o maquinário, material, mão de obra e o desenho também, o que proporciona um custo 
mínimo. 
Segundo Chiavenato (2004, p. 65), a condição-chave da produção em massa é a 
simplicidade. Três aspectos suportam o sistema: 
a) a progressão do produto por meio do processo produtivo é planejada, ordenada e 
contínua; 
b) o trabalho é entregue ao trabalhador em vez de deixá-lo com a iniciativa de ir buscá-
lo; 
c) as operações são analisadas em seus elementos constituintes. 
 
 
2.9 Princípios básicos de Ford 
Ford adotou três princípios básicos, que segundo Chiavenato (2003) são: 
1. princípio da intensificação: diminui o tempo de duração com o empregado imediato dos 
equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. 
2. princípio de economicidade: consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque da 
matéria-prima em transformação, fazendo com que o automóvel fosse pago à empresa 
antes de vencido o prazo de pagamento da matéria-prima adquirida e dos salários. A 
velocidade da produção deve ser rápida. 
3. princípio da produtividade: aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo 
período (produtividade) por meio da especialização e linha de montagem. Operário ganha 
mais, o empresário maior produção. 
Para concluir, Chiavenato (2004, p. 66) faz uma referência a Henry Ford muito 
interessante, baseando-se na publicação de Stuart Crainer de 1998, intitulada Key 
Management Ideas: Thinkers that Changed the Management World, de 1998, onde tratava-
o como um gênio do Marketing: 
Ford teve uma incrível intuição de marketing: concluiu que o mundo estava 
preparado para um carro financeiramente acessível. Em seguida, buscou as técnicas de 
produção em massa como a única forma de viabilizá-lo. Então definiu o preço de venda 
e desafiou a organização a fazer com que os custos fossem suficientemente baixos para 
garantir aquele preço. Assim, deu ao mercado o que ele queria: modelos simples e 
acessíveis. O problema pipocou três décadas depois, quando os outros fabricantes – 
incluindo a GM – começaram a acrescentar opcionais aos carros, enquanto Ford 
continuava fabricando os mesmos modelos simples, básicos e de uma só cor: preta. O 
gênio de marketing perdeu a percepção e a noção daquilo que os clientes passaram a 
aspirar. 
Na citação observe que a genialidade de um momento pode ser suplantada pelo 
comodismo ou pela falta de foco. Quando os concorrentes perceberam que Ford havia 
satisfeito apenas uma das necessidades dos clientes, eles criaram novas necessidades e 
novos meios de satisfação. 
Para concluir, chamamos a atenção para o estudo da perspectiva clássica da 
administração. Essa perspectiva, que tem um foco eminentemente científico, organiza-se em 
torno dos trabalhos de Taylor e Ford. 
 
Síntese da aula 
Nesta aula, iniciamos os nossos estudos sobre as teorias administrativas. Para 
começarmos com o pé direito, conhecemos as ideias do Pai da Administração e estudamos 
o início do cientificismo nas questões relativas às organizações. Tenho certeza de que 
você percebeu que esses estudos têm uma influência danadanas empresas até os dias de 
hoje, não é? 
Também conhecemos os pioneiros estudos científicos sobre a administração, por 
meio do trabalho de uma das figuras mais importantes de seu tempo, Taylor. Vimos o 
sistema criado por ele no qual aspectos como a análise do trabalho, a padronização de 
ferramentas, a seleção e o treinamento dos trabalhadores, a supervisão e o planejamento e o 
pagamento baseado na produtividade foram implementados. 
Percebemos claramente a divisão dos estudos de Taylor (dois períodos) e a 
importância da Organização Racional do Trabalho para o aumento da eficiência da 
empresa. 
Por fim, mencionamos alguns estudiosos que contribuíram para o 
desenvolvimento da administração como ciência, destacando a importância de Henry Ford 
que, com seus métodos revolucionários, transformou o processo produtivo das indústrias, 
influenciando-os até os dias de hoje. 
 
AULA 3 - PERSPECTIVA CLÁSSICA: TEORIA CLÁSSICA 
 
Introdução 
Nesta aula, veremos as funções básicas da empresa, segundo Fayol, e as funções do 
administrador. Vamos ver que, apesar do tempo que se passou,essas características ainda 
podem ser vistas nas empresas nos dias de hoje. 
Enquanto Taylor e outros engenheiros estudavam as empresas com foco em seus 
processos produtivos, e desenvolviam a Administração Cientifica nos Estados Unidos, surgia 
em 1916, na França, a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração Científica se 
caracterizava pela ênfase nas tarefas realizadas pelos operários, a Teoria Clássica se 
fundamentava na análise da estrutura que a organização deveria possuir para ser 
eficiente e alcançar seus objetivos. Na realidade, o objetivo de ambas teorias era o 
mesmo: a busca da eficiência das organizações. 
Enquanto para a Administração Cientifica essa eficiência era alcançada por meio da 
racionalização do trabalho do operário e no somatório das eficiências individuais, na 
Teoria Clássica, ao contrário, partia-se do todo organizacional e da sua estrutura. Para 
garantir eficiência, todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como departamentos, 
por exemplo) ou pessoas (como ocupantes de cargos e executores de tarefas) deveriam 
integrar-se. 
Saímos da análise das tarefas – microabordagem e partimos para uma análise mais 
ampla, estrutural. Pronto para mais essa viagem no tempo? 
Primeiro, vamos conhecer o personagem principal desta Teoria, Henri Fayol. 
3.1 Henry Fayol 
Henry Fayol (1841-1925), o fundador da Teoria Clássica, nasceu em 
Constantinopla e faleceu em Paris, vivendo as consequências da Revolução Industrial e, 
mais tarde, da Primeira Guerra Mundial. Formou-se em engenharia de minas, entrou para 
uma empresa metalúrgica e carbonífera onde fez sua carreira. Fayol expôs sua Teoria de 
Administração no livro Adminitration Industrielle et Générale, publicado em 1916, nove anos 
antes de sua morte. 
Vamos entender melhor seus estudos? Uma parte importante são as funções 
básicas da empresa. Veja se você não encontra similaridades com a em que você trabalha, ou 
com as quais se relaciona. 
 
3.2 As funções básicas da empresa - Fayol 
a) Funções técnicas: produção, fabricação ou transformação de bens ou serviços da 
empresa. 
b) Funções comerciais: compra, venda, permutação ou troca. 
c) Funções financeiras: procura e gestão de capitais. 
d) Funções de segurança: proteção e preservação da propriedade, dos bens e das pessoas. 
e) Funções contábeis: inventários, registros, balanços, custos, controles e estatísticas. 
f) Funções administrativas: integração das outras cinco funções, por meio do planejamento 
(previsão), organização, comando, coordenação e controle. 
Alega Fayol que nenhuma das cinco funções essenciais precedentes tem o encargo 
de formular o programa de ação geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de 
coordenar os esforços e de harmonizar os atos. 
Essas atribuições constituem outra função, designada pelo nome de Administração 
(FAYOL, citado por CHIAVENATO, 2003 p. 80). 
 
A visão de Fayol sobre as funções básicas da empresa é considerada por muitos 
ultrapassada, mas na prática devem ser contextualizadas historicamente, para uma análise 
mais adequada. Hoje, as funções recebem o nome de áreas da administração: as funções 
administrativas recebem o nome de administração geral; as funções técnicas, o nome de 
área de produção, manufatura ou operações; as funções comerciais, de área de 
vendas/marketing. As funções de segurança passam para um nível mais baixo. 
Depois surgiu a área de recursos humanos ou gestão de pessoas. Na prática, não 
houve muita mudança, mas uma ampliação do escopo e das ações planejadas e 
executadas em cada uma das áreas. Vamos aprofundar o conceito de Administração? 
 
3.3 Conceito de administração 
Fayol define administração como a realização das atividades administrativas, que 
segundo ele são: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. As funções 
administrativas envolvem os elementos da Administração, isto é, as funções do 
administrador. Para você lembrar facilmente, aí vai um macete: POC3 
. 
a) Prever: tentativa de visualização do futuro e a consequente definição de planos de 
ação (esta função configura-se a base da função de planejamento). 
b) Organizar: conjugar o duplo organismo da empresa - material e social, transformando 
o plano em ação efetiva. 
c) Comandar: dirigir e orientar os empregados para que as tarefas sejam executadas. 
d) Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços das pessoas. 
e) Controlar: verificar aspectos que permitam que tudo ocorra segundo regras estabelecidas e 
as ordens dadas pelo comando. 
São esses os elementos da Administração que constituem o chamado processo 
administrativo, sendo localizáveis e visualizáveis no trabalho do administrador de qualquer 
nível hierárquico ou área de atividade da empresa como atividades administrativas 
essenciais, básicas. Falando em níveis hierárquicos, veremos a seguir que, em cada nível, as 
funções administrativas - 
POC3 
- são aplicadas em diferentes graus. Vamos entender isso melhor? 
 
3.4 Proporcionalidade das funções administrativas 
Para Fayol, citado por Chiavenato (2003, p. 82), o exercício das funções administrativas 
é proporcional ao nível hierárquico ocupado pelo trabalhador, ou seja, ela se reparte por 
todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta cúpula. Em outros termos, 
a função administrativa não está somente na área estratégica da organização, mas está 
presente em todos os seus níveis hierárquicos, de forma proporcional. 
Desta forma percebe-se que, à medida que se desce na escala hierárquica, mais 
aumenta a proporção das outras funções da empresa, à medida que se sobe na escala 
hierárquica, mais aumenta a extensão e o volume das funções administrativas. Para 
facilitar esta importante análise, vejamos o quadro a seguir. 
 
 
Como vimos até aqui, os estudos de Fayol são muitíssimo atuais. Veremos a 
seguir alguns princípios que nortearam os estudos de Fayol e que são aplicados e facilmente 
visualizados em muitas organizações ainda hoje, respeitando algumas pequenas alterações 
e diferenças de adaptação temporais. 
O que você entende por princípio? Não lembra início, começo, a base de algo, os 
fundamentos que garantem sustentação a algo? Fayol definiu 14 princípios 
fundamentais necessários à gestão eficiente das organizações. 
Vejamos: 
 
3.5 Princípios gerais de administração para Fayol 
A Administraçãobaseia-se em leis e princípios, como qualquer outra ciência. 
Fayol definiu os “princípios gerais” da Administração, tendo como referência alguns 
conceitos utilizados e desenvolvidos por outros autores de sua época. 
Ele adota a denominação princípio, buscando afastar a ideia de rigidez, indicando nas 
entrelinhas que tudo em termos de Administração exige análise, ponderação e bom senso. 
De qualquer modo, os princípios são universais, atemporais, circunstanciais e flexíveis. 
Vamos ver quais são esses princípios? 
 
3.5.1 Os 14 princípios gerais da administração – Fayol 
Segundo Fayol, citado por Chiavenato (2003, p. 83), os 14 princípios gerais da 
administração são: 
 1. divisão do trabalho: consiste na especialização de tarefas e das pessoas para 
aumentar a eficiência; Executando somente uma parte da tarefa, um trabalhador pode 
produzir mais e melhor com o mesmo esforço. A especialização é a maneira mais 
eficiente de usar o esforço humano; 
 2. autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o 
poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da 
autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas 
entre si; 
 3. disciplina: depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito 
aos acordos estabelecidos; 
 4. unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que 
tenham o mesmo objetivo; Todas as unidades da organização devem seguir em 
direção aos mesmos objetivos através de um esforço coordenado; 
 5. Unidade de comando: Deve haver somente um chefe para cada empregado; cada 
empregado deve receber ordens de um superior. É o principio da autoridade única; 
 6. subordinação dos interesses individuais aos gerais: os interesses gerais da 
empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas; 
 7. remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os 
empregados e para a organização em termos de retribuição; 
 8. centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da 
organização; 
 9. cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo - 
princípio do comando; 
 10. ordem: : Pessoas e materiais devem estar em lugares adequados e no tempo certo 
para o máximo de eficiência isto é, um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. 
É a ordem material e humana; 
 11. equidade: amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal; É necessário 
bom senso e experiência para assegurar um tratamento justo a todo o pessoal, os 
quais devem ser tratados da mesma forma; 
 12. estabilidade do pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência 
da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor 
para a empresa; 
 13.iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu 
sucesso; Os empregados devem ser encorajados a desenvolver e a implementar planos 
de melhorias 
 14.espírito de equipe: A administração deve promover um espírito de unidade e 
harmonia entre o seu pessoal, para um trabalho em grupo. A harmonia e a união entre 
as pessoas são grandes forças para a organização. 
A Teoria Clássica tem por característica um enfoque prescritivo e normativo, pois 
indica e detalha quais os elementos da administração (funções do administrador), e quais os 
princípios gerais que o administrador deve adotar em suas ações, pressupondo assim, a 
eficiência em seus processos e atividades. 
 
3.6 Divisão do trabalho e especialização 
A organização se caracteriza por uma divisão de trabalho claramente definida. “A 
divisão do trabalho constitui a base da organização; na verdade é a própria razão da 
organização” (GULICK, citado por CHIAVENATO, 2003 p. 85). 
A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas. 
Enquanto a Administração Científica tinha como preocupação a divisão do 
trabalho no nível do operário, dividindo as atividades ou tarefas, a Teoria Clássica se 
preocupava com a divisão no nível dos órgãos que compõem a organização, isto é, com 
os departamentos, seções, unidades etc., e essa divisão pode correr em duas direções, que 
segundo Chiavenato (2003, p. 85), são: 
a) verticalmente: segundo os níveis de autoridade e responsabilidade, definindo os 
diferentes escalões. Esses níveis aumentam à medida que se sobe na hierarquia da 
organização. É a hierarquia que define a graduação das responsabilidades, conforme os 
diferentes graus de autoridade. Daí a denominação “autoridade de linha” para significar a 
autoridade de comando e hierárquica de um superior sobre um subordinado. 
b) horizontalmente: segundo os diferentes tipos de atividades da organização (como na 
especialização de Fayol ou no principio de homogeneidade de Gulick). Em um mesmo 
nível hierárquico, cada departamento ou seção passa a ser responsável por uma atividade 
específica e própria. 
A divisão do trabalho no sentido horizontal, que assegura homogeneidade e 
equilíbrio, é chamada de departamentalização; refere-se à especialização horizontal da 
organização. A homogeneidade na organização é obtida quando são reunidos, na mesma 
unidade, todos os que estiverem executando o mesmo trabalho, pelo mesmo processo, para 
a mesma clientela, no mesmo lugar. Qualquer um desses quatro fatores – função, 
processo, clientela, localização – proporciona, respectivamente, departamentalização por 
função, por processo, por clientela ou por localização geográfica. A ideia básica era de que 
quanto mais departamentalizada a organização tanto mais eficiente ela será. 
 
 3.7 Críticas à Teoria Clássica da Administração 
A Teoria Clássica sempre foi alvo de críticas, o que certamente auxilia na compreensão 
de seus aspectos básicos e nos leva a reflexões importantes sobre o desenvolvimento da 
ciência da Administração. Respeitar a perspectiva histórica é um dos nossos grandes desafios, 
pois assim podemos enaltecer e observar criteriosamente as contribuições dadas por Fayol. 
Segundo Chiavenato (2003, p. 88-90), dentre as muitas críticas, podemos destacar 
as que estão listadas a seguir. 
a) Abordagem simplificada da organização formal – de modo geral, os autores clássicos da 
administração a concebem em termos lógicos, rígidos e formais, sem levar em conta os 
aspectos sociais que perpassam a realização de seus processos. A organização informal (que 
veremos adiante) não é contemplada, e os aspectos formais são os únicos a serem 
considerados em sua análise, pressupondo e ressaltando os esquemas lógicos pré-
estabelecidos que baseiam a criação e o desenvolvimento das organizações. A visão, 
portanto, é prescritiva e normativa, mas de qualquer modo é uma evolução pensar em termos 
de estrutura, não mais apenas em termos das tarefas, como na Administração Científica de 
Taylor. A figura a seguir ilustra bem este aspecto. Vejamos. 
 
b) Ausência de trabalhos experimentais – um dos objetivos de Fayol, em sua Teoria Clássica, 
era elaborar uma Ciência de Administração na qual o empirismo e a improvisação seriam 
substituídos por técnicas científicas. De maneira efetiva, os princípios adotados pelos 
autores clássicos baseiam-se na observação e no senso comum, e em particular, o 
método de Fayol era empírico e concreto, baseado na experiência direta e no 
pragmatismo, não possuindo, portanto, provas. 
c) Racionalismo extremo na concepção de Administração – novamente faz-se aqui referência 
aos autores clássicos, que se preocupavam com a apresentação racional e lógica, mas 
detinham-se pouco na busca pela clareza das ideias apresentadas,o que no caso da Teoria 
Clássica de Fayol configura-se como uma meia-verdade, já que conseguimos observar com 
clareza a aplicação de seus conteúdos nas organizações. 
d) “Teoria da Máquina” – a Teoria Clássica também é comumente chamada de teoria 
da máquina pelo fato de considerar a organização focalizando-a como um conjunto de 
ações meramente mecânicas, ou seja, como uma máquina. Esta perspectiva mecanicista tem a 
divisão do trabalho como seu sustentáculo. 
e) Abordagem incompleta da organização – como acontece na análise crítica da 
Administração Científica, a preocupação da Teoria Clássica baseou-se apenas nos 
aspectos formais da organização, não contemplando seus aspectos informais. É preciso 
indicar que os problemas humanos da organização eram levados em consideração, mas 
não existia um tratamento sistemático da relação entre pessoas, grupos informais, 
conflitos e os processos decisórios nas organizações. 
f) Abordagem de sistema fechado – como a Administração Científica, a Teoria Clássica 
também trata a organização como um sistema composto de variáveis perfeitamente 
conhecidas e previsíveis. Sabemos hoje - e é preciso novamente considerar a época desses 
estudos – que a organização está em constante troca com o ambiente em que se insere, ou 
seja, a organização é, na prática um sistema aberto. 
Apesar de todas as análises críticas sobre a Teoria Clássica, ela é, com certeza, a 
melhor abordagem a ser aplicada aos iniciantes dos estudos da administração. A sua 
visão simples (o que não significa simplificada) da administração permite uma boa 
visualização de vários aspectos imprescindíveis ao bom entendimento do assunto. Como 
vivemos em uma era de intensas mudanças, pode parecer que seus estudos não se configuram 
em análises que podem ser utilizadas nos dias de hoje, mas suas referências basearam-
se na estabilidade vigente à época. A compreensão desta teoria é imprescindível para o 
entendimento da moderna administração, é imprescindível a sua formação profissional. 
 
3.8 Taylor e Fayol – análise comparativa e complementar 
As análises e estudos da Administração Científica de Taylor e da Teoria Clássica, de 
Fayol, são cronologicamente concorrentes e foram desenvolvidas respectivamente nos 
Estados Unidos e na Europa, mais precisamente na França. Apesar disso, e considerando 
a estrutura de telecomunicações da época, que certamente dificultava o acesso à 
informação e ao conhecimento, é como se os dois homens criassem, simultaneamente, 
teorias que se complementavam, e que ajudaram a formar o movimento inicial da 
Administração, vista como ciência. 
Segundo Silva (2001, p. 153), até Fayol, os problemas da administração concentravam-
se nas indústrias, nos processos produtivos e, consequentemente, na busca pela 
produtividade. A partir de seus estudos, o foco de observações e os estudos voltam-se à 
direção geral da empresa. A observação não fica mais restrita às oficinas, ao “chão-de-
fábrica”, a organização passa a ser considerada em sua totalidade. É justamente nesse 
aspecto que reside a principal contribuição de Fayol – mostrar como processos administrativos 
complexos podem ser separados em áreas interdependentes de responsabilidade ou de 
funções. 
Existia à época, ao compararmos as duas teorias, uma perspectiva de seu 
direcionamento em termos de análise: a Administração Científica baseava sua análise no 
operário, em uma visão de baixo para cima (bottom-up), onde estudava-se cientificamente o 
trabalho humano e o trabalho da máquina. 
Fayol, em contrapartida, direcionou seus esforços a partir da análise do trabalho dos 
dirigentes da empresa, ou seja, em uma visão de “cima para baixo” (top down). 
Walther, citado por Silva (2001, p. 153), menciona que o grande mérito de Taylor foi 
o de ter sido o primeiro a tomar em consideração séria o fator humano como 
elemento principal da produção, submetendo-o a um estudo muito profundo. Fayol, 
como vimos, parte da chefia ou direção, e não do operário. 
 Para concluir, é importante observar que tanto o Taylorismo quanto o Fayolismo 
apresentam-se como soluções para o problema da força humana. 
Taylor estudava as condições técnicas do trabalho, enquanto Fayol se preocupava com a 
administração da empresa. Percebe-se, então, que não são estudos antagônicos, contrários, 
um complementa o outro, especialmente pelas perspectivas (bottom-up e top-down). 
 No quadro a seguir, de forma sintética, visualizamos os caminhos e objetivos das duas 
teorias. 
 
 Com o quadro, esperamos que você tenha compreendido as diferenças fundamentais entre 
as duas teorias, em ter o foco desses dois autores clássicos Taylor e Fayol. 
 Para concluir, é importante você ter sistematizado as características da teoria clássica da 
administração. Essa teoria se organiza a partir dos estudos de Henry Fayol e as funções básicas 
da empresa, principalmente. Fayol focava seus estudos na separação dos processos 
administrativos, enquanto Taylor cuidava dos processos produtivos. 
 
Síntese da aula 
Nesta aula, vimos os estudos de outra proeminente figura para os administradores e 
para a administração – Henri Fayol. Vimos as funções da empresa e as funções do 
administrador e, neste caso, analisamos, também, a proporcionalidade destas funções em 
relação ao nível hierárquico ocupado pelos trabalhadores de uma organização. É isso aí! 
AULA 4 - PERSPECTIVA CLÁSSICA: TEORIA DA BUROCRACIA 
 
 
Introdução 
A burocracia, a administração científica e a teoria clássica da administração 
compõem a tríade que completa a perspectiva clássica da administração. Nos três casos, a 
análise nos leva à observação de estruturas mecanicistas, mas com trajetórias e variáveis 
independentes. 
As críticas feitas à Teoria Clássica (mecanicismo) e à Teoria das Relações Humanas (que 
veremos em nossa próxima aula), indicavam a falta de uma teoria mais sólida e abrangente, 
e que pudesse orientar o trabalho do administrador. O sociólogo alemão Max Weber, com 
seus estudos, serviu de inspiração para uma nova teoria da organização. 
Segundo Silva (2001, p. 160), do ponto de vista da perspectiva clássica, uma 
organização é a estrutura de relacionamentos, poder, objetivos, papéis, atividades, 
comunicações e outros fatores que existem quando pessoas trabalham juntas. Como 
mencionamos, Max Weber é a nossa referência teórica neste momento. Vamos conhecê-lo um 
pouco melhor? 
 
4.1 Max Weber 
Max Weber (1864–1920) foi um sociólogo alemão que desenvolveu estudos nos quais 
analisava as grandes organizações da época, chamando-as de Burocracias. Outro foco 
importante de seus estudos foi a estrutura da autoridade, que veremos adiante. 
Foi professor universitário por quase toda a vida. Na universidade adquiriu e desenvolveu sua 
sólida formação em áreas como História, Literatura, Psicologia, Teologia, Filosofia e Filologia. 
Analisando a “geografia” dos estudos sobre a administração, percebemos certos lapsos de 
tempo entre o desenvolvimento de seus estudos (como os estudos de Fayol, na Europa) e a 
sua efetiva implementação nos Estados Unidos, que emergia fortemente como potência 
econômica. Os trabalhos de Weber, portanto, permaneceram sem reconhecimento nos 
Estados Unidos até a década de 1940. 
Quanto mais as organizações cresciam em tamanho e complexidade, maior a busca por teorias 
mais completas. Nesse sentido apontou-se para Max Weber, e o seu modelo burocrático de 
organização. Cronologicamente, os estudos e trabalhos de Taylor, Fayol e Weber foram 
paralelos, o que, certamente, auxiliou o desenvolvimento da ciência da Administração.Vamos conhecer de forma mais aprofundada esses estudos? 
 
4.2 A origem da burocracia 
A burocracia é um modelo de organização humana fundamentado na racionalidade, isto é, em 
uma eficaz adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos. E qual o objetivo desta 
racionalidade? Garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. 
Fundamentalmente, as concepções da burocracia foram influenciadas por análises da 
administração pública, que se constituía como o campo lógico de aplicação de tais ideias e 
concepções. É importante ressaltarmos que em todos os tipos de atividades administrativas a 
burocracia faz-se necessária. Sei que talvez você, influenciado por definições usuais, e pelo 
senso comum, ache esta afirmação equivocada, mas ao final de nossa aula, terá um perfeito 
entendimento do que isso significa. Vamos em frente? Qual era mesmo a formação de Weber? 
Sociólogo, muito bem! Assim sendo, iniciou seus estudos a partir da análise dos tipos de 
sociedade existentes. Vamos entender isso? 
 
4.3 Tipos de sociedade 
 Em seus estudos, Weber identificou três diferentes tipos de sociedade. Vamos conhecê-las! 
Segundo Chiavenato (2003, p. 258), Weber distinguiu a sociedade desta forma: 
 sociedade tradicional – em que características predominantes são o patriarcalismo e 
o patrimonialismo, que podem ser vistos em famílias, clãs e sociedades medievais; 
 sociedade carismática – as características desse tipo de sociedade são o misticismo, o 
personalismo como vimos em grupos revolucionários, nos partidos políticos etc; 
 sociedade legal, racional ou burocrática–normas impessoais, racionalismo e critérios 
são a base deste tipo de sociedade. Temos como exemplo os Estados modernos, 
exércitos e grandes corporações. 
E aí vem a aplicação destes conceitos nas empresas. De forma análoga, as relações sociais 
baseiam-se no tipo de autoridade empregada nos relacionamentos. Vejamos! 
 
4.4 Tipos de autoridade 
A cada tipo de sociedade corresponde, para Weber, um tipo de autoridade. “Autoridade 
significa a probabilidade de que um comando ou ordem específica seja obedecido” (WEBER, 
citado por CHIAVENATO, 2003, p. 259). 
A autoridade representa o poder oficializado. Poder implica potencial para exercer influência 
sobre as outras pessoas. Poder significa, para Weber, a probabilidade de impor a própria 
vontade dentro de uma relação social, mesmo contra qualquer forma de resistência e 
qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade. O poder, portanto, é a possibilidade de 
imposição de arbítrio por parte de uma pessoa sobre a conduta das outras. A autoridade 
proporciona o poder: a recíproca nem sempre é verdadeira, pois depende da legitimidade. 
A legitimidade é o motivo que explica por que um determinado número de pessoas obedece às 
ordens de alguém, conferindo-lhe poder. A autoridade é legítima quando é aceita 
(CHIAVENATO, 2003). Weber estabelece uma tipologia de autoridade, baseando-se não nos 
tipos de poder utilizados, mas nas fontes e tipos de legitimidade plicados. Ele aponta três tipos 
de autoridades legítimas, com características similares às das sociedades: autoridade 
tradicional, autoridade carismática e autoridade legal, racional ou burocrática. 
 Autoridade Tradicional: os subordinados aceitam as ordens dos superiores como 
justificadas porque essa sempre foi a maneira pela qual as coisas foram feitas. O 
domínio patriarcal do pai de família, do chefe do clã, configura-se como o tipo 
mais puro de autoridade tradicional. 
 Autoridade Carismática: os subordinados aceitam as ordens do superior como 
justificadas pela influência da personalidade e da liderança do superior com o qual 
se identificam. Carisma é um termo usado anteriormente com sentido religioso, 
significando o dom gratuito de Deus, estado de graça etc. 
Weber e outros usaram o termo com o sentido de uma qualidade extraordinária e indefinível 
de uma pessoa. Não pode ser delegado, nem recebido em herança, como o tradicional. O líder 
se impõe por possuir habilidades mágicas, revelações de heroísmo ou poder mental de locução 
e não devido a sua posição ou hierarquia. 
 Autoridade Legal, Racional ou Burocrática: quando os subordinados aceitam as ordens 
dos superiores como justificadas porque concordam com um conjunto de preceitos ou 
normas que consideram legítimos. É o tipo de autoridade técnica, meritocrática. A 
obediência não se relaciona às pessoas,por suas qualidades pessoais excepcionais ou 
pela tradição, mas a um conjunto de regras e regulamentos legais previamente 
estabelecidos. Na dominação legal, o aparato administrativo é a burocracia. 
 
4.5 Características da burocracia segundo Weber 
Popularmente, o termo burocracia é entendido como algo que atrapalha ou dificulta a vida dos 
clientes em relação aos produtos/serviços prestados por uma empresa ou organização onde o 
papelório se multiplica, onde há fila, demora e carimbos mil, impedindo soluções rápidas ou 
eficientes. Nós costumamos dar o nome de burocracia aos defeitos das organizações 
(disfunções) e não à organização em si. O conceito de burocracia para Max Weber é 
exatamente o contrário. A burocracia é o exemplo de organização eficiente. Para conseguir 
eficiência, a burocracia detalha como as coisas devem ser feitas. Por isso, fizemos menção 
anterior ao termo, em senso comum. Aqui, nosso objetivo e quebrar este paradigma, esta 
lógica. 
Segundo Max Weber, citado por Chiavenato (2003, p. 262), a burocracia tem as características 
que você vê a seguir. 
1. Caráter legal das normas e regulamentos - a organização é regida por normas e 
regulamentos estabelecidos previamente, por escrito. 
2. Caráter formal das comunicações - a organização é ligada por comunicações escritas. As 
regras, decisões e ações administrativas são formuladas e escritas. 
3. caráter racional e divisão do trabalho - caracteriza-se por uma sistemática divisão do 
trabalho. A divisão do trabalho atende a uma racionalidade, isto é, ela é adequada aos 
objetivos a serem atingidos. 
4. Impessoalidade nas relações - a distribuição das atividades é feita impessoalmente, ou 
seja, em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas. 
5. Hierarquia da autoridade - cada cargo inferior deve estar sob o controle e supervisão de um 
posto superior. Nenhum cargo fica sem controle ou supervisão. 
6. Rotinas e procedimentos padronizados - a burocracia é uma organização que fixa as regras 
e normas técnicas para o desempenho de cada cargo. O ocupante de um cargo – o 
funcionário – não faz o que quer, mas o que a burocracia impõe que ele faça. 
7. Competência técnica e meritocracia - a burocracia é uma organização na qual a escolha das 
pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em preferências pessoais. A 
admissão, transferência e promoção dos funcionários são baseadas em critérios válidos para 
toda a organização, de avaliação e classificação, e não em critérios particulares e arbitrários. 
8. Especialização da administração - a burocracia é uma organização que se baseia na 
separação entre a propriedade e a administração. Os membros do corpo administrativo estão 
separados da propriedade dos meios de produção. 
O dirigente não é necessariamente o dono do negócio ou grande acionista da organização, mas 
um profissional que se especializa em gerir a organização. 
9. Profissionalização dos participantes - a burocracia é uma organização que se caracteriza 
pela profissionalização dos participantes. 
10. Completa previsibilidade do funcionamento - pressuposição de que o comportamento 
dos trabalhadores é perfeitamente previsível: todos os funcionários deverão comportar-se 
de acordo com as normas e regulamentos. 
Tudo na burocracia é estabelecido para prever todas as ocorrências e rotinizar sua execução, 
para que a máxima eficiência do sistema sejaplenamente alcançada. Weber não previu 
nenhuma variação no comportamento humano dentro da organização. A burocracia assenta-
se em uma visão padronizada do comportamento humano. Ele não considera a organização 
informal, ela aparece como fator de imprevisibilidade das burocracias, pois o sistema social 
racional puro de Weber pressupõe que as reações e o comportamento humano sejam 
perfeitamente previsíveis. 
 
4.6 Vantagens da burocracia 
Weber viu inúmeras razões para explicar o avanço da burocracia sobre as outras formas de 
associação. As vantagens da burocracia, para Weber, citado por Chiavenato (2003, p. 266), 
são: 
a) racionalidade em relação ao alcance dos objetivos propostos pela organização; 
b) precisão na definição dos cargos e operações, pelo conhecimento exato das atribuições 
e deveres; 
c) rapidez nas decisões, pois cada um sabe o que deve ser feito e por quem, as ordens e 
papéis tramitam por meio de canais previamente estabelecidos; 
d) univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita. Por 
outro lado, a informação é discreta, pois é fornecida apenas a quem interessa, a quem deve 
recebê-la; 
e) uniformidade de rotinas e procedimentos que favorecem a padronização, a consequente 
redução de custos e erros, pois as rotinas são definidas por escrito; 
f) continuidade da organização por meio da substituição do pessoal que é afastado. Além 
disso, os critérios de seleção e escolha do pessoal baseiam-se na capacidade, na competência 
técnica, na meritocracia; 
g) redução do atrito entre as pessoas, pois todos conhecem suas atribuições e quais são os 
limites entre suas responsabilidades e as dos outros; 
h) constância, pois os mesmos tipos de decisão devem ser tomados em circunstâncias 
similares; 
i) confiabilidade, pois o negócio é conduzido por meio de regras pré-definidas e 
conhecidas, e os casos similares são tratados da mesma forma. 
As decisões são previsíveis e o processo decisório é despersonalizado; 
j) benefícios para as pessoas na organização, pois a hierarquia é formalizada, o trabalho 
é dividido entre as pessoas de maneira ordenada, as pessoas são treinadas para se 
tornarem especialistas, podendo encarreirar-se na organização em função de seu mérito. 
Além disso, o trabalho é profissionalizado, o nepotismo é evitado e as condições de 
trabalho favorecem a moralidade econômica e dificultam a corrupção. 
 
4.7 Disfunções da burocracia 
 As disfunções da burocracia são os efeitos não previstos por Weber, e são características 
apresentadas por organizações que fazem aplicação inadequada dos princípios 
burocráticos. No quadro a seguir, conceituamos algumas características da burocracia e seu 
contraponto, as disfunções. 
 As disfunções da burocracia, e a comparação com seus aspectos formais, segundo Chiavenato 
(2003, p. 269), são as que aparecem no quadro a seguir. 
 
Para concluir, o que deu para perceber nesta aula? Creio que você tenha desmistificado o 
termo burocracia. Ficou mais leve, não é? O que nós criticamos e estigmatizamos como o que 
emperra e dificulta o bom funcionamento das organizações não é exatamente a burocracia, e 
sim suas disfunções. 
Creio que este esclarecimento seja útil para que você entenda a necessidade de 
burocratizarmos as organizações, mas de forma adequada, com medida. 
 
Síntese da aula 
Nesta aula, vimos a importância da Teoria da Burocracia e seus princípios para a 
Administração. Vimos as características, as vantagens e as disfunções da burocracia, que são 
os resultados indesejados, provenientes da aplicação inadequada dos princípios inicialmente 
propostos por Max Weber. 
Você estudou também a origem da burocracia, os tipos de sociedade (tradicional, 
carismática e burocrática), os tipos de autoridade (tradicional, carismática e burocrática), 
as características, as vantagens e as definições da burocracia. 
 
AULA 5 - PERSPECTIVA HUMANÍSTICA: ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS 
 
 
Introdução 
A abordagem humanística nasce por volta de 1930 como um movimento de 
oposição à Teoria Clássica que era vista, principalmente pelos trabalhadores e sindicalistas da 
época, como exploradora e desumana. Ela traz consigo uma verdadeira revolução para a 
administração: a ênfase passa da tarefa ou estrutura para o foco nas pessoas. A 
máquina, a sistemática de trabalho e a organização formal dão lugar aos aspectos 
comportamentais, sociais e psicológicos das pessoas em seu ambiente de trabalho. 
Estudiosos como Mary Parker Follet, Robert Owen, Oliver Sheldon e Chester Irving 
Barnard são os precursores da Teoria das Relações Humanas com suas importantes 
experiências que serviram como uma preparação para a implantação dos ideais da Escola 
Humanística ou das Relações Humanas. 
Fatores como enfraquecimento do sindicalismo, a expansão da filosofia do Humanismo 
Industrial e as experiências de Hawthorne motivam o movimento. Em especial as experiências 
de Hawthorne, conduzidas por Elton Mayo a partir de 1923, sobre o comportamento humano 
e suas relações com o trabalho, foram decisivas para consolidar esta escola de pensamento. 
As decorrências de todo este movimento e suas contribuições mudaram a forma de 
lidar com as pessoas e a própria linguagem nas organizações que passaram a estudar e adotar 
estratégias a partir da motivação, liderança, comunicação, a descoberta da organização 
informal e o estudo da dinâmica de grupo. Deixa-se de lado o mecanicismo e racionalização do 
trabalho e passa-se a enxergar o homem como um ser social que é influenciado pelo meio e 
tem necessidades básicas que precisam ser satisfeitas. 
5.1 Teorias de transição 
São teorias que, apesar de defenderem princípios clássicos, já constavam críticas, 
revisões e reformulações que se transformaram na base para o advento da Teoria das Relações 
Humanas. Estes autores são classificados como autores de transição entre o classicismo e o 
humanismo. 
Na tabela a seguir observam-se algumas contribuições destes autores. 
 
Mary Follett (1868-1933) se destaca antecipando muitos dos conceitos e conclusões da 
experiência de Hawthorne, que estudaremos mais adiante. Uma das suas teorias é o Princípio 
do Grupo. Segundo Silva (2001, p. 187), citando Follet, “a verdade individual é a verdade do 
grupo” e que “o homem não pode ter direitos fora da sociedade ou independente da 
sociedade ou contra a sociedade”. A autora também formula A Lei da Situação, em que 
acredita que a situação concreta é que governa as ordens e a atenção que as pessoas 
darão a estas ordens, ou seja, os elementos subjetivos, tais como a vontade pessoal da 
liderança, devem ser afastados do processo de decisão e que a situação é que deve 
estabelecer o que é certo e o que é errado. 
Chester Barnard (1886-1961) também merece destaque por sua teoria A Natureza do 
Sistema Social Cooperativo, onde enxergava a organização formal como um sistema 
cooperativo em que as pessoas só funcionam em conjunto com outras pessoas, em uma 
interação de relacionamentos sociais. 
Também estabeleceu as funções básicas do executivo em três categorias: prover um 
sistema de comunicação, promover a garantia dos esforços pessoais, para estabelecer uma 
relação cooperativa e formular e definir objetivos da organização. Estas teorias abriram espaço 
para grandes discussões acerca do comportamento humano dentro das organizações e, 
aliadas às contribuições de Elton Mayo, consolidaram o movimento das Relações Humanas. 
Conheçamos agora um pouco deste autor revolucionário? 
 
5.2 Elton Mayo (1880-1949) 
De acordo com Silva (2001, p. 201), Mayo nasceu em Adelaide, na Austrália, foi 
um psicólogo que trabalhou a maior parte de sua vida na Harvard Business School, e 
certamente foi o mais importante

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