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Psicologia e Processos Grupais Aula 5 Profª: Érica Vieira PICHON RIVIÈRE - BIOGRAFIA (1907-1977) PICHON RIVIÈRE - BIOGRAFIA (1907-1977) Nasceu em Genebra, Suíça Aos 4 anos mudou-se com a família para a Argentina, próximo a comunidades indígenas Médico e psicanalista Livro -O processo Grupal Sofreu influência dos referenciais psicanalíticos e psicologia social (Kurt Lewin) GRUPOS OPERATIVOS COMO SURGIRAM???? Em 1945, quando dirigia o setor de pacientes adolescentes do Hospital Psiquiátrico de Las Mercês, em Rosário, devido à greve de enfermeiras, que inviabilizou o atendimento aos pacientes portadores de doenças mentais no que diz respeito à medicação e aos cuidados de uma maneira geral. Pichon-Rivière propõe, para os pacientes “menos comprometidos”, uma assistência para com os “mais comprometidos”. GRUPOS OPERATIVOS “ Os grupos operativos se definem como grupos centrados na tarefa(...) para nós a tarefa é o essencial do processo grupal; por isso, nossa insistência em chamá-los grupos centrados na tarefa.” (Pichon Rivière) GRUPOS OPERATIVOS A tarefa poderá ser a obtenção de ‘cura’, se for um grupo terapêutico, ou a aquisição de conhecimentos, se for um grupo de aprendizagem, tanto faz... Para ele todo grupo terapêutico proporciona aprendizagem na forma como se relacionar com o outro, assim como todo grupo de aprendizagem cria um ambiente propício à resolução de conflitos pessoais. Todo grupo operativo é terapêutico, embora nem todo grupo terapêutico seja operativo. A TAREFA GRUPAL O objetivo da tarefa grupal é superar e resolver situações fixas e estereotipadas, chamadas por Pichon de dilemáticas, para uma postura mais flexível, que permite questionamentos dialética. Busca passar da imobilidade e resistência à mudança para o movimento e propensão às trocas. O grupo operativo centra-se , de forma explícita, em uma tarefa, sendo que à esta tarefa há outra implícita que aponta para a ruptura. A TAREFA GRUPAL Tarefa explícita- dada pelo coordenador Tarefa implícita- modo como cada um vivencia o grupo e aprende com ele. RESISTÊNCIA À MUDANÇA Analisando o porquê da resistência à mudança em cada sujeito num grupo, identifica dois medos básicos: O medo da perda – perda do conhecimento já adquirido, perda do que já se tem. (ansiedade depressiva) O medo do ataque - temor frente ao desconhecido, encontra-se vulnerável diante de uma nova situação RESISTÊNCIA À MUDANÇA A execução da tarefa implica em enfrentar alguns obstáculos que se referem à desconstrução de conceitos estabelecidos , desconstrução de certezas adquiridas. Para o grupo implica em trabalhar sobre tarefa explícita e sobre si tarefa implícita, buscando romper com estereótipos e alcançar mudanças. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES Pichon-Rivière propõe que, ao pensarmos o que ocorre em um grupo, tenhamos em mente sempre dois eixos, assim nomeados e definidos: 1) Verticalidade grupal: assinala tudo aquilo que diz respeito a cada elemento do grupo individualmente, distinto e diferenciado do conjunto.( histórias, experiências pessoais) 2) Horizontalidade grupal: atravessa a todos, põe em evidencia o emergente grupal.( denominador comum compartilhado grupo) ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES A intersecção entre a verticalidade e a horizontalidade dá origem aos diferentes papéis que o indivíduo assume no grupo, os quais se formam de acordo com a representação que cada um tem de si mesmo e que responde às expectativas que os outros têm de nós: Porta-voz Bode expiatório Líder Sabotador. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES PORTA-VOZ: É aquele que expressa as ansiedades do grupo, enuncia algo que até então estava latente. Não tem consciência de que esta expressando algo de significação grupal, pois vive como se fosse seu. Ele que denuncia a ansiedade predominante no grupo a qual está impedindo a tarefa; O material veiculado pelo porta-voz é o emergente grupal, trata-se daquilo que numa situação ou outra se enche de sentido para aquele que observa, para quem escuta. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES BODE EXPIATÓRIO: Diferente do porta-voz, sua opinião não é aceita pela grupo, Pode-se dizer dele como depositário de todas as dificuldades do grupo e culpado de cada um de seus fracassos O culpado ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES LÍDER: Pode ser desempenhado naturalmente Grupoterapeuta ou direcionado a algum membro do grupo. A estrutura e função do grupo se configuram de acordo com os tipos de liderança assumidos pelo coordenador, apesar de a concepção de líder ser muito singular e flutuante. Existem quatro tipos de liderança pensadas por Pichón: autocrática, laissez-faire demagógica, democrática. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES SABOTADOR: É aquele que conspira contra a evolução e conclusão da tarefa podendo levar a segregação do grupo; Através de atuações bloqueia o andamento da conclusão da tarefa grupal. ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES Quanto mais plásticos os papéis, mais saudável é o grupo, e quanto mais estereotipados os mesmos papéis, mais patológico ele se torna por não possibilitar a ruptura dos mecanismos estereotipados de delegação e assunção de papéis. O grupo é o agente da cura e a tarefa se constitui num organizador dos processos de pensamento, comunicação e ação que se dão entre os membros do grupo. Entende-se como cura a mudança de pautas estereotipadas de funcionamento e a integração do sentir, pensar e agir. FASES DO GRUPO OPERATIVO PRÉ-TAREFA- resistência à mudança; observa-se o predomínio de ansiedades e medos basicamente frente ao desconhecido que obstaculizam o ‘entrar na tarefa’. TAREFA- Neste momento ocorre a elaboração da ansiedade e integração do pensar, incluindo a tomada de consciência, passando a investir na elaboração de ações que sejam facilitadoras para a mudança. PROJETO-durante a realização da tarefa, surge o projeto que permite planejar o futuro, quais serão os objetivos para além do processo grupal . TEORIA DO VÍNCULO VÍNCULO “Estrutura psíquica complexa, dialética que inclui um sujeito, um objeto[ de investimento], e sua mutua interrelação, que passa pelo processo de comunicação e aprendizagem” Pichon Rivière TEORIA DO VÍNCULO Sobre o vínculo... É a representação subjetiva que cada um dos membros tem sobre si e sobre os outros, É construído na interação dos mesmos num tempo e espaço comum É mútuo porque acontece quando internalizamos o outro e somos internalizados por ele TEORIA DO VÍNCULO O vínculo parte de necessidade fundamentais do ser humano. Sempre tem um emissor e um receptor. O tempo todo nos transformamos e transformando o mundo – Espiral dialética Vínculo como veículo das primeiras experiências sociais, constitutivas do sujeito. GRUPOS OPERATIVOS Resumindo: O grupo operativo está envolvido em uma ação. Demanda a disponibilização de tempo para pensar, articular e executar alguma tarefa comum. Seu objetivo é propiciar a superação de a partir das atividades do grupo, possibilitar que os integrantes do mesmo passem pelo aprendizado de pensar e operar em grupo, habilitando-se para a resolução das dificuldades, individual e grupal.
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