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Pichon Riviere - Processos Grupais

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Introdução
O conceito de grupos operativos começou a ser estruturado por Pichon Riviere, psiquiatra e psicanalista, a medida que observava a influência do grupo familiar em cada um dos seus pacientes. 
Como falaremos ao longo do trabalho, nosso autor desenvolve a teoria dos grupos operativos com base em conceitos psicanalíticos e na psicologia social. Estuda o sujeito a partir do modo como interage e como projeta situações passadas no grupo em que vive, percebendo seus aspectos sociais e psíquicos.
Em sua concepção, Pichon apresenta os grupos como instrumento de transformação da realidade e mobilização do mundo interno de seus integrantes, que estabelecem essas relações grupais a partir co compartilhamento de objetivos comuns. Como o grupo operativo é centrado na tarefa, veremos duas dimensões dessas tarefas, explicadas pelo autor: tarefas implícitas e explícitas. 
Nas atividades e análises desses grupos, o autor desenvolveu também o conceito de verticalidade e horizontalidade, onde estuda a história individual dos integrantes do grupo e também os elementos que caracterizam o próprio grupo. A mediação entre esses dois conceitos dá origem aos papéis de cada individuo no grupo, também estudados por Pichon e categorizados em: porta voz, sabotador, líder e bode expiatório. 
Falaremos também sobre o conceito de vínculos para Pichon, que acreditava no vínculo formado através da comunicação. Também divide esse conceito em 4 tipos diferentes de vínculos: paranóico, depressivo, obsessivo e hipocondríaco. 
Em resumo, pode-se dizer que a concepção de Pichon Riviere e seus estudos sobre o processo grupal são de suma importância para o assunto, uma vez que seus estudos nos mostram o quanto é importante a comunicação entre os integrantes do grupo e como auxilia na construção do conhecimento e das relações entre eles. 
Desenvolvimento
Nosso autor tem origem suíça, mas imigra para Argentina com apenas 3 anos de idade, acompanhado dos pais e mais 5 irmãos. O próprio definia sua família como forte, unida e muito lutadora. Apesar das dificuldades de adaptação, tiveram facilidade em aprender o guarani. 
Em sua adolescência, era praticante de vários esportes, entre eles o boxe. Na mesma época teve sua primeira experiência sobre o funcionamento de grupos humanos: quando a mãe se reunia com as senhoras do vilarejo para conversar, ele observava e se dava conta das contradições sozinho, agindo como observador não participante.
Aos 18 anos foi para o Rosário, estudar medicina. Formou-se em psiquiatria, pois queria entender através dela o mistério da tristeza. Buscava na recreação uma forma de ressocialização de seus pacientes e utilizava o futebol como terapia grupal dinâmica.
Pichon adquiriu experiência em grupos ao desempenhar suas atividades com seus pacientes psiquiátricos. Trabalhando em um hospital na Argentina, começou suas pesquisas sobres grupos operativos a partir de um contratempo vivido. Ocorre uma greve de enfermeiros no hospital e Pichon decide encarregar os pacientes menos comprometidos de cuidarem dos pacientes mais comprometidos e nota uma melhora considerável nesses pacientes. Acontece uma melhor interação entre os indivíduos e pode-se estabelecer melhores relações de trabalho, uma troca de papéis importante para a construção das relações. A partir desta idéia, o autor percebe que essa interação entre os pacientes era mais conveniente quando acontece a quebra desses papéis e as relações conseguem encaixar-se dentro do mesmo nicho. 
Segundo Pichon, grupos operativos têm como finalidade mobilizar o mundo interno do indivíduo e são grupos centrados em uma tarefa. Acredita que o homem é formado pela práxis: um sujeito atravessado por teorias. Nosso autor tem uma obra muito abrangente, mesclando psicanálise e psicologia social e uma forte influência da teoria da comunicação e interação. Fazendo uso da psicanálise, quando falamos no processo de configuração dos grupos, podemos dizer que Pichon Riviere utiliza dois conceitos: projeção e transferência. Ele nos diz que há um processo projetivo entre os integrantes do grupo e uma reatualização de situações passadas e reestrutura dentro desse grupo. 
Além dos conceitos citados, Pichon também utiliza a comunicação como ferramenta no processo terapêutico, pois acredita que os vínculos são construídos através dela. Pensando através desses 3 conceitos, conseguimos perceber os aspectos sociais e psíquicos do grupo em questão. 
Falando ainda em psicanálise, Pichon faz uso do conceito de enquadre (setting terapêutico). Ele nos diz que o enquadre é o contrato que se faz com os integrantes do grupo. Como falamos acima, os grupos operativos são grupos centrados em uma tarefa. Sendo assim, no enquadre falamos do grupo ter justamente essa tarefa em comum, a finalidade e o objetivo dessa tarefa.
Dentro de sua teoria, Pichon retrata a ideia de que há 3niveis de promoção de investigação e os 3 focos possíveis são: o individuo, o grupo e a sociedade. Ele nos diz que existem varias perspectivas para investigar o mundo, portanto quando se diz que o foco de uma investigação é o indivíduo, ele esta falando de uma investigação psicossocial, uma investigação que parte do individuo e se expressa para o externo, de modo a colocá-lo sempre em destaque. Exemplificando, podemos dizer que em um grupo de estudo, as características de cada individuo são importantes parar a investigação do grupo, pois um integrante que seja expansivo e comunicativo pode assumir o papel de coordenador e alguém que tenha um bom poder de síntese pode estruturar a parte escrita etc. A partir de características individuais é possível efetivamente investigar como esse grupo se estrutura e funciona. Quando o foco está no grupo, o tipo de investigação é a sociodinâmica, visando analisar a estrutura do grupo. Damos ênfase nas relações que esse grupo possui, como por exemplo, as relações que podem ser positivas ou negativas e tensões que vão estruturar este grupo. Por último, ao falarmos de sociedade, o nível de investigação institucional trabalha com todos os aspectos deste grupo, como por exemplo, a qual estrutura este grupo esta inserido, qual instituição este grupo faz parte, características individuais de cada participante.
O autor fala sobre os grupos operativos como grupos centrados na tarefa, ou seja, grupos com caráter terapêutico. Das dimensões das tarefas, podemos citar dois tipos: implícita e explícita. No conceito de tarefa implícita podemos nos referir ao tipo de tarefa que implique na relação dos integrantes do grupo. Deve haver coesão entre os membros para que ela seja executada. Já a tarefa explícita se refere a própria execução da tarefa. Dentro do mesmo conceito de grupos, Picho Riviere também fala sobre o grupo centrado no individuo, que possui caráter psicanalítico e tem como foco a pessoa que enuncia suas experiências. Citando o exemplo visto em sala de aula, podemos falar dos grupos de Alcoólicos Anônimos, onde o que importa necessariamente não é a relação entre os integrantes e sim o que é trabalhado e enunciado pela pessoa que esta falando. Por último, citaremos o conceito de Grupo centrado no grupo. Concentra as analises na dinâmica de grupo. Para pichon é possível fazer um trabalho de grupo centrado tanto na pessoa que porta a voz quanto na própria dinâmica de grupos, mas o trabalho mais efetivo do autor está ligado ao grupo cooperativo centrado em uma tarefa.
Embasando o conceito do autor, também falamos de vínculos e dos tipos de vínculos que integram um grupo cooperativo. Quando se fala em vinculo, Pichon ressalta a comunicação e a interação como base para este vínculo, que se forma a através da relação de um emissor que transmite algum conteúdo codificado e o receptor por sua vez, tem a missão de receber esse conteúdo e descodificá-lo. Pode-se por assim dizer que existe o vínculo bom e o vínculo mau. O vínculo bom acontece quando há um bom entrosamento entre os integrantes do grupo e deste modo a realização da tarefa se desenvolve e se conclui de forma satisfatória.Já o vínculo mau ( que também pode ser considerado como vínculo patológico) integra alguns tipo de patologias dentro desses grupos. São elas: vínculo paranóico, que ocorre quando há um grau de perseguição em algum integrante do grupo para outro integrante, estando ligado a ideias de perseguição e exploração. Este vínculo é bastante prejudicial para o andamento do grupo, por conta da esquiva e desconfiança que esse integrante desenvolve sob os outros, uma vez que é necessário o trabalho de todos os integrantes se torna impossível a execução de uma tarefa. O vínculo depressivo está ligado a culpa e a expiação desse grupo. O integrante trabalha de maneira insegura e acaba por não contribuir muito por conta do medo de errar e não ser bem sucedido. Por fim, temos o vínculo obsessivo que está ligado a o controle excessivo e ao sentimento de que nada pode sair do controle e o vínculo hipocondríaco, está ligado ao fato dessa relação grupal não ser saudável e por conta disso acontece a somatização dessas questões que se transformam em queixas e doença.
Apesar dos conceitos apresentados, o autor ressalta que todo grupo tem um grau de ansiedade e que essas ansiedades se estruturam em dois tipos: a posição esquizoparanoide e a posição depressiva. Na esquizoparanoide, ocorre quando há a ruptura do grupo por conta das duvidas que envolvem o desenvolvimento do tarefa e a coesão do mesmo (se o grupo vai dar certo, como vai ser o grupo). Já na posição depressiva, Pichon nos diz que é a posição ideal e que todos os indivíduos devem chegar nela. É o momento exato onde ocorre a elaboração da ansiedade existente e assim é possível trabalhar e superar a mesma.

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