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Profa. Fabiana Maciel de Oliveira Hernandez Nutricionista e Mestre em Ciências Nutricionais Doutoranda em Ciência Animal CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM CURSO DE NUTRIÇÃO - TURMA 4º TERMO DISCIPLINA: TÉCNICA DIETÉTICA II ÓLEOS E GORDURAS ÓLEOS E GORDURAS ▪São substâncias hidrofóbicas, de origem animal ou vegetal, formadas predominantemente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos graxos, chamados TRIACILGLICERÓIS Diferença entre óleos e gorduras: ▪Óleos líquidos à temperatura ambiente ▪Gorduras sólidas à temperatura ambiente passam ao estado líquido a uma temperatura entre 30 e 42ºC VALOR NUTRITIVO 1g = 9 KCAL Propriedades: •Veículo de vitaminas lipossolúveis • Fixam e ressaltam o sabor dos alimentos ( palatabilidade) • Têm valor energético elevado • Fornece ácidos graxos essenciais e colesterol •Poder de saciedade • Estabilidade: forma barreira contra umidade •Maciez: auxilia na estrutura • Lubrificação Conservação: •Manter em local seco, frio e arejado, evitando a rancificação •Cobrir ou tampar AO ABRIGO DA LUZ (a embalagem plástica de óleos possui um filme protetor para evitar a oxidação do óleo pela luz) • Estar sempre livre de resíduos, preferencialmente coada •Não reaproveitar diversas vezes Principais tipos de óleos e gorduras utilizados em preparações culinárias: ÓLEOS VEGETAIS ▪Extraído da semente de várias plantas. Ex: soja, milho, girassol, algodão, canola, oliva, dendê, etc. ▪Por meio de processos industriais são refinados para perda de cor, sabor e odor originais. ▪É líquido em temperatura ambiente. ▪Aplicação em técnica dietética: fritar, refogar, temperar, untar formas, agregar sabor e conferir maciez de pães e bolos. ÓLEOS MISTOS ▪Azeite de oliva (mínimo 15%) + óleo de soja. ▪Aplicação em técnica dietética: temperar saladas, refogar AZEITE DE OLIVA ▪Obtido a partir de prensagem mecânica de azeitonas. ▪É o único tipo de óleo que pode ser usado sem passar por purificação ou refinação ▪Comercialmente classifica-se em: Extra virgem e Refinado e Azeite de Oliva (genérico) AZEITE DE OLIVA EXTRA VIRGEM é aquele cuja acidez é < 0,8 % e que apresentam atributos positivos suficientes em testes sensoriais. VIRGEM é aquele cuja acidez varia de 0,8% e 2%. AZEITE DE OLIVA (GENÉRICO) mistura de azeite refinado (aquele com acidez >2% que passou pelo refinamento - não modifica a estrutura química do azeite de oliva e elimina os seus defeitos) com demais tipos de azeite. AZEITE DE OLIVA Aplicação em técnica dietética: ▪Tempero, em saladas, alimentos, molhos ou em emulsões (maionese) ▪Em alta temperatura perde odor e sabor ▪Se o objetivo for manter suas características sensoriais, deve ser mantido no fogo, somente até aquecer, fazendo com que o odor seja ressaltado. BANHA • Gordura proveniente dos tecidos gordurosos de suínos • Aplicação em técnica dietética: isolar o glúten, sendo ideal para o preparo de massa “podre” GORDURA VEGETAL HIDROGENADA • Tem aparência e cor de banha, porém possui odor e sabor quase imperceptíveis • Aplicação em técnica dietética: empadas e tortas (exige menos farinha), bolos (maciez e crescimento), glacês e frituras • Obs: deve ser utilizada à temperatura ambiente TOUCINHO • Tecido gorduroso do porco com o respectivo couro • Aplicação em técnica dietética: pode ser picado e derretido em banho maria, para obtenção de banha, ou consumido frito, como torresmo. • Cortado em tiras, sem o couro, é útil para ladear carnes como o lagarto e melhorar o sabor de carnes assadas ou cozidas BACON OU TOUCINHO DEFUMADO • Tecido gorduroso salgado e defumado, retirado do porco, juntamente com o couro, porém, entremeado com a carne do lombo • Aplicação em técnica dietética: conferir sabor em preparações como carnes, vegetais ou cereais MAIONESE • Água + óleo + ovos (65% de óleo/3 gemas/Kg de produto industrializado) • Aplicação em técnica dietética: molho para lanches, saladas MANTEIGA • Derivada do leite • Aplicação em técnica dietética: fritar omeletes e ovos, preparo de bolos e panquecas, refogar e dourar alimentos, passar em pães e torradas, massa “podre” CREME VEGETAL • Produto similar a margarina em textura, maciez, cor e sabor • Diferença: não contém gordura láctea, leite ou derivados lácteos MARGARINA • Feita a partir de óleos vegetais hidrogenados • Contém gordura vegetal, gordura láctea a um teor de no máximo 3%, leite, soro de leite e aditivos • A quantidade de gordura pode variar de 35% a 80% • Margarina light: apresenta menor teor de gordura (35%) • Margarina cremosa: contêm cerca de 70% de gordura • Aplicação em técnica dietética: semelhante a manteiga, porém, as margarinas com teor reduzido de gorduras apresentam uso restrito, por conferirem maior umidade e características inadequadas às preparações Decomposição dos óleos e gorduras ▪As gorduras podem estragar-se com relativa facilidade ▪Rancificação oxidação e hidrólise ✓Oxidação gorduras não saturadas quando expostas ao ambiente (luz, calor e umidade). A presença de metais como cobre e ferro na gordura, acelera o processo de oxidação ✓Hidrólise ocorre quando a gordura contém enzimas que a desdobram em seus ácidos graxos e glicerol ( acidez e odor característico) ▪A decomposição da lecitina dá um sabor de peixe às gorduras, além de inativar as vitaminas A e E. Decomposição dos óleos e gorduras Pode se dar pelo aquecimento excessivo ACROLEÍNA ▪A acroleína é uma substância cancerígena, que é volátil e irritante da mucosa gástrica ▪É formada a partir da desidratação do glicerol ▪Como detectar a presença de acroleína??? ▪Fumaça densa e branca (ponto de fumaça) ▪Cheiro característico Decomposição dos óleos e gorduras • Fatores que determinam a temperatura de decomposição (aparecimento do ponto de fumaça): • Presença de ácido graxo livre • Superfície de contato • Partículas em suspensão • Repetidos aquecimentos • Tipo de óleo e gordura A manteiga decompõe-se a 130ºC, o óleo de algodão a 230ºC, a banha a 220ºC, a margarina a 230ºC, e os azeites comestíveis a 250ºC. (ORNELLAS, 1995) Recomendações para minimizar alterações no óleo de frituras • Não utilizar excesso de óleo • Não empregar, sem necessidade, temperaturas muito elevadas e, no caso de fritadeiras de grande porte, utilizar termostatos bem regulados. • Evitar adicionar óleo novo ao usado • Filtrar o óleo coar em pano para retirar resíduos. Posteriormente, acrescentar água quente e deixar em repouso para esfriar, colocando-se na geladeira, para se obter uma separação nítida da parte de gordura menos densa, que sobe à tona do recipiente, e da água que permanece no fundo com os restos de partículas carbonizadas Formas de utilização de óleos e gorduras • Dourar: para dourar o alimento previamente cozido (croquetes e bolinhos), ele deve permanecer o mínimo de tempo em uma gordura aquecida a 190 ou 198ºC, para não se embeber demais. • Corar: quando se deseja corar apenas a superfície do alimento (batata sauté), utiliza-se a quantidade pequena de gordura aquecida a 130 ou 150ºC e passa-se rapidamente o alimento já cozido. • Fritar: a fritura propriamente dita é quando se tem de cozinhar o alimento ainda cru na gordura utilizando-se maior quantidade do meio de cocção (imersão na fritura) e temperatura mais elevada (180º, 200ºC ou mais), dependendo do tipo de óleo/gordura escolhido. Formas de utilização de óleos e gorduras Óleos e gorduras segundo o tipo de preparação: • Frituras: deve-se utilizar, preferencialmente, óleo de soja ou milho, pois demoram mais para atingir o ponto de fumaça. A gordura deve estar quente (180 a 200ºC), porque deve cozinhar o alimento. Ex: batata frita, bife à milanesa, croquete, ovo frito, quibe frito, salgadinhos e pastel • Bolos, empadões e tortas: deve-se utilizar margarina ou manteiga, porque incorporam ar na massa, proporcionado maior volume e textura fina Óleos e gorduras segundo o tipo de preparação: • Pães: deve-se utilizar gordura vegetal, que facilita o processo demistura, melhora as condições de absorção da massa e aumenta o volume, proporcionando textura fina e compacta. Ex: pão caseiro, pão-de-queijo, pão recheado e pão doce. • Massa folhada: deve-se utilizar margarina ou manteiga. Neste caso, a gordura é fundamental, pois ela define a estrutura folhada da massa. • Biscoitos: deve-se utilizar gordura vegetal hidrogenada, pois possui alta estabilidade, impedindo que o produto fique rançoso. Absorção de gorduras Fatores que que determinam a absorção de gorduras: • Tempo de duração do aquecimento • Quantidade de superfície exposta à gordura • Composição do alimento • Forma de apresentação do alimento
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