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AP2 HERMENEUTICA ELABORAÇÃO DE ACÓRDÃO

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
 CAMPUS CANOAS
CURSO DE DIREITO
INTRODUÇÃO, TEORIA DO DIREITO E HERMENÊUTICA
PROFESSOR: MOYSES DA FONTOURA PINTO NETO
NOME: GABRIEL RODRIGUES VARGAS DA SILVA 
---AP2 ELABORAÇÃO DE ACÓRDÃO SOBRE O ESTUDO DE CASO
NARRATIVA: O caso: JOÃO DA SILVA e PAULA DA SILVA ingressam com ação de danos morais contra o ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, HOSPITAL MÃE DE DEUS e ARMANDO CABRAL, médico do hospital, pois, em face de acidente automobilístico sofrido por CÉLIO DA SILVA, seu filho, realizaram transfusão de sangue alegando ter sido necessária para salvar a vida da criança, uma vez que estava com hemorragia grave. Os pais alegam que teriam sido violada sua honra subjetiva e liberdade religiosa, uma vez que são Testemunhas de Jeová e consideram proibida a transfusão, entendendo que o filho seria favorecido pela Providência Divina de outras formas que não pela transfusão. Você deverá julgar se é cabível ou não o dano moral.
 
DESEMBARGADOR Y: CONTRA
O desembargador Nelson de Mellos
 PODER JUDICIÁRIO 
 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
(...)
Relatório:
DES. NELSON DE MELLOS (RELATOR)
João Da Silva e Paula Da Silva ajuizaram a ação de danos morais em desfavor ao Estado Do Rio Grande Do Sul, Hospital Mãe De Deus e ao médico Armando Cabral.
De inicio, adoto o relatório da sentença no seguintes termos:
Trata-se de uma demanda indenizatória proposta por João Da Silva e Paula Da Silva em face do Hospital Mãe De Deus, o Estado Do Rio Grande Do Sul e o médico Armando Cabral, qualificados.
Narra-se os pais da vítima, que seu filho Célio Da Silva sofreu um acidente automobilístico, sendo atendido pelo Hospital Mãe De Deus, aos cuidados do médico Armando Cabral, o mesmo realizou uma transfusão de sangue mesmo pela negação dos pais devido a sua crença religiosa testemunhas de Jeová em que considera proibida a transfusão de sangue e que seria amparado por outro método, a provisão divina, o médico fez o procedimento, os pais alegam que a liberdade e a honra que tinham foi violada previsto no artigo 11 do código civil. Pois refere que o estado trata-se de uma responsabilidade objetiva em reparar o dano causado a terceiro assegurado pelo art. 36 § 6º da CF assim como o hospital no art. 14 do código do consumidor, pelo médico ter afetado seus ânimos psiquicos.
O Hospital mãe de deus, o Estado Do Rio Grande Do Sul e o médico Armando Cabral apresentaram sua contestação em que se presume que alegam ter sido necessária para salvar a vida da criança, pois a criança estava com uma hemorragia gravíssima e era necessário tal procedimento, o paciente Célio da silva estava numa situação necessária e para salvar a sua vida por este motivo foi decidido ultrapassar a liberdade assegurada pela constituição sendo assim o médico tem o dever de zelar pela vida dos pacientes independentemente da autorização dos pais e de respeitar tal liberdade religiosa, pois a vida está amparada pelo direito e a conduta médica.
SOBREVEIO SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA, CUJO DISPOSITIVO ASSIM CONTOU:
Pelo exposto julgo e procedente e ação indenizatória proposta por João Da Silva e Paula Da Silva em face do Hospital Mãe De Deus, Estado Do Rio Grande Do Sul e o médico Armando Cabral a fim de condenar os réus ao pagamento dos danos aos animos psiquicos violados assegurado pela CF, tudo corrigido monetário pelo IGPM-FORO, apartir do seu desembolso, com acréscimo de juros de mora de 1% ao mês ao contar da citação inicial e a danos morais à razão de 20.000,00 (vinte mil reais), valores esses a serem corrigidos monetariamente. Custas e honorários advocatícios do procurador do autor da demanda, estes arbitrados em 15% sobre os valores da condenação. Suspensa a exigibilidade em face da gratuidade jurídiciária aos rés.
Este é o relatório.
VOTOS
DES. NELSON DE MELLOS (RELATOR)
Apelação civil – ação de indenização por danos morais – alegação de violação de liberdade religiosa – responsabilidade civil.
Pedido indenizatório calcado na alegação de violação de liberdade religiosa no sentido em que sua dignidade foi violada conforme o art. 5 da CF inciso X e da dignidade da pessoa humana, eleito como fundamento da República no art. 1º, inciso III da CF, mas sua razão segundo entendimento perde sentido quando a vida se encontra em detrimento com a liberdade, pois a vida antecede a liberdade por se tratar de um bem maior.
 Segundo a resolução CFM 1.021/1980 Artigo 19 o médico, salvo o caso de "iminente perigo de vida", não praticará intervenção cirúrgica sem o prévio consentimento tácito ou explícito do paciente e, tratando-se de menor incapaz, de seu representante legal" , no caso referido o paciente Célio da Silva encontrava-se numa gravíssima hemorragia e era menor de idade por vez era necessário tal procedimento para salvar a vida.
Pelo exposto nego provimento ao agravo retido.
Foi o voto.
DES. ANDRÉ ANTÔNIO DIAS TOIFFOLIS (PRESIDENTE) - De acordo.
DES. ANDRÉ ANTÔNIO DIAS TOIFFOLIS - Presidente - Apelação Cível nº
123456789101112, Comarca de Porto Alegre. À UNANIMIDADE, NEGARAM
PROVIMENTO AO RECURSO.
Julgador(a) de 1º Grau: ODILONI DI OLIVEIRAS
Canoas, 02 de Junho de 2020.
NELSON DE MELLOS Relator
 
 PODER JUDICIÁRIO 
 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
DESEMBARGADOR Y: A FAVOR 
O DESEMBARGADOR Vilmar Mendes 
(...)
Relatório:
DES. VILMAR MENDES (RELATOR)
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra o Estado Do Rio Grande Do Sul, Hospital Mãe De Deus e ao médico Armando Cabral, despacho que, nos autos de uma ação de danos morais, propostas por João Da Silva e Paula Da Silva, os pais da vítima, informam que seu filho Célio Da Silva sofreu um acidente automobilístico, sendo atendido pelo Hospital Mãe De Deus, aos cuidados do médico Armando Cabral, o mesmo realizou uma transfusão de sangue mesmo pela negação dos pais devido a crença religiosa, testemunhas de Jeová em que considera proibida a transfusão de sangue, os pais alegam ter afetado os seus ânimos psiquicos. 
O Hospital mãe de deus, o estado do rio grande do sul e o médico armando cabral apresentaram sua contestação em que se presume que alegam ter sido fundamental para salvar a vida da criança, pois a criança estava com uma hemorragia gravíssima e era crucial tal procedimento, o paciente Célio da silva estava numa circunstância necessária e para salvar a sua vida por esta causa foi decidido exceder a liberdade assegurada pela constituição sendo assim o médico tem o dever de zelar pela vida dos pacientes independentemente da autorização dos pais e de respeitar tal liberdade religiosa, pois a vida está amparada pelo direito e a conduta médica.
Este é o relatório.
VOTOS
DES. VILMAR MENDES (RELATOR)
Relativamente as alegações, a Constituição Federal preceitua em seu art. 5º, VI a inviolabilidade à liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. Sustentando ainda que tal recusa fundamenta-se no direito a uma vida digna, tendo como base o princípio da dignidade da pessoa humana, garantido pela nossa Constituição, sobre o determinado tratamento médico reside no art. 5º, inciso II, da Constituição Federal, o qual deixa claro que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude de lei.
O alcance dos destinatários da liberdade religiosa não deve ser medido pela força numérica, nem pela importância social de determinada associação religiosa. A liberdade de credo deve ser assegurada de modo igual a todos, desde os membros de pequenas comunidades religiosasaos das grandes igrejas e de seitas exóticas ao círculo cultural.
Há de ser respeitada a vontade da paciente em não receber a transfusão de sangue, independentemente de o motivo ser religioso ou não, na exata medida em que a Constituição Federal e o Código Civil de 2002 protegem a sua vontade e o tratamento médico é um direito do paciente, pois o médico Armando Cabral, executou uma transfusão de sangue mesmo pela negativa dos pais de Célio Da Silva devido a sua crença religiosa testemunhas de Jeová em que considera proibida a transfusão de sangue e que seria amparado por outro método, a provisão divina.
Pelo exposto mantenho a decisão agravada pelos seus próprios fundamentos e diante disso os réus deverão indenizar aos rés na quantia de 20 (vinte salários) mínimos a título de danos morais, com juros de mora de 1% (um) por cento ao mês, nos termos do artigo 406 do Código Civil e do artigo 162, §1° do Código Tributário Nacional, contados da data do evento danoso, ocorrido em 13.09.2004, quando o autor teve conhecimento dos fatos, nos termos da Súmula 54 do STJ, e correção monetária pelo IGP-M desde a data da presente decisão, conforme previsto na Súmula 362 do STJ.
Em razão da sucumbência dos réus, condeno-os ao pagamento da custas processuais antecipadas pelos autores e de honorários advocatícios, fixados no valor de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, devidamente atualizado.
Foi o voto.
DES. ANTONIO PERILLO - De acordo.
DES. ANTONIO PERILLO - Presidente - Apelação Cível nº
01050406427731, Comarca de Porto Alegre. Julgador(a) de 1º Grau: AMÉLIO MORO
Canoas, 02 de Junho de 2020.
VILMAR MENDES Relator
 PODER JUDICIÁRIO 
 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
DESEMBARGADORA Z: 
A desembargadora Danila do Rosários
(...)
Relatório:
DES. DANILA DO ROSÁRIOS (RELATOR)
Trata-se de uma demanda indenizatória de danos morais proposta por João Da Silva e Paula Da Silva aos réus Estado Do Rio Grande Do Sul, Hospital Mãe De Deus e ao médico Armando Cabral.
Os pais da vítima informam que seu filho Célio Da Silva sofreu um acidente automobilístico, sendo atendido pelo Hospital Mãe De Deus, aos cuidados do médico Armando Cabral, o mesmo realizou uma transfusão de sangue mesmo pela negativa dos pais devido a crença religiosa testemunhas de Jeová em que considera proibida a transfusão de sangue e que seria amparado por outro método, a provisão divina, o médico fez o procedimento, os pais alegam que a liberdade, a honra que tinham foi violada previsto no artigo 11 do código civil. Pois refere que o estado trata-se de uma responsabilidade objetiva em reparar o dano causado a terceiro assegurado pelo art. 36 § 6º da CF assim como o hospital no art. 14 do código do consumidor , pelo médico ter afetado seus ânimos psiquicos.
VOTOS
DES. DANILA DO ROSÁRIOS (RELATOR)
Há de ser respeitada a vontade do paciente em não receber a transfusão de sangue, independentemente do motivo ser religioso ou não, na exata medida em que a Constituição Federal e o Código Civil de 2002 protegem a sua vontade, e o tratamento médico é um direito do paciente, pois o médico Armando Cabral, executou uma transfusão de sangue mesmo pela negativa dos pais de Célio Da Silva devido a sua crença religiosa testemunhas de Jeová em que considera proibida a transfusão de sangue e que seria amparado por outro método, a provisão divina.
Apesar da necessidade, os pais da criança não haviam permitido a terapia sanguínea devido aos preceitos religiosos. é preciso, contudo, considerar o Estatuto da Criança e do Adolescente. os artigos 7º ao 14º contemplam os direitos fundamentais da pessoa em desenvolvimento, no que pertine à vida e à saúde, sendo certo que tais premissas não podem ser ignoradas por aqueles que detém a responsabilidade de guarda. Tais direitos são superiores aos da liberdade de crença ou da escusa de consciência, sob pena de se admitir a perda do bem maior garantido pela Constituição, que é a vida. 
Ainda mais quando a fé professada pelos pais põe em risco a integridade física do filho incapaz, que não é apto a decidir por si. No caso concreto, a criança que se pretende proteger não detém capacidade civil para expressar sua vontade, pois ainda não possui consciência suficiente das implicações e da gravidade da situação para decidir conforme sua vontade.
Em outras e simples palavras, as proibições constantes da legislação civil e da ética médica, têm por objeto principal resguardar o respeito a vontade do paciente quando não houver iminente risco de vida.
Não há bem maior a ser preservado do que a vida, tal como vem mencionado no art. V da Constituição Federal, sendo importante destacar que, depois de garantir a igualdade entre os cidadãos, inicia a seqüência dos bens invioláveis exatamente pela vida. Daí a conclusão inevitável, e saudável, de que a vida, bem supremo, prepondera sobre a liberdade religiosa ou sobre qualquer outro direito individual dos cidadãos.
Pelo exposto o meu voto nega provimento ao agravo retido, face ao resultado do julgamento, inverto o ônus da sucumbência e condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios devidos ao patrono da parte ré, estes arbitrados em R$ 2.000,00.
Foi o voto.
DES. CARMEN JULGA - De acordo.
DES. DENISE FOIE GRASS - Presidente - Apelação Cível nº
03071795621110, Comarca de Porto Alegre. Julgador(a) de 1º Grau: PAULO GUEDES
Canoas, 02 de Junho de 2020.
DANILA DO ROSÁRIOS Relator

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