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Habeas Corpus
Remédios de direito constitucional são os meios colocados à disposição dos indivíduos pela Constituição Federal para a proteção de seus direitos fundamentais e devem ser utilizados quando o simples enunciado desses direitos não é suficiente para assegurá-los. Esses remédios, quando visam provocar a atividade jurisdicional do Estado, são denominados “ações constitucionais”, porque previstas na própria Constituição.
O presente artigo terá como linha de pesquisa doutrinária e jurisprudencial o estudo de uma dessas ações constitucionais, o habeas corpus (art. 5º, LXVIII, CF/88).
Conceito: De acordo com o art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal de 1988, “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. Do disposto pelo referido artigo, conclui-se que o habeas corpus é ação constitucional para a tutela da liberdade de locomoção. Consubstancia-se em uma ordem dada pelo Juiz ou Tribunal para que o coator (Poder Público ou particular) cesse tal constrangimento. É o meio jurídico mais eficaz e célere para fazer cessar uma prisão ilegal, embora não seja o único.
Natureza Jurídica: O habeas corpus possui natureza jurídica de ação constitucional, porque prevista na Constituição, embora tenha sido incluído no Código de Processo Penal no capítulo dos recursos. Salienta-se que não é recurso, mas, sim, ação autônoma. Possui procedimento sumário e gratuito, conforme art. 5º, LXXVII da CF/88: “são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania”. Pode ser utilizado como ação cautelar, declaratória ou constitutiva (CPP, art. 648, I a V) ou como ação rescisória constitutiva negativa (CPP, art. 648, VI e VII). Abrange tanto a esfera penal como a civil, desde que haja constrangimento ilegal efetivo ou potencial a liberdade de ir e vir. Cita-se como exemplos de sua utilização na esfera civil as questões referentes à prisão civil por débitos alimentares ou de depositários infiéis e a internação irregular em hospital psiquiátrico.
Procedimento e partes: Num primeiro momento, cabe esclarecer a nomenclatura dada às partes na ação de habeas corpus. O autor da ação recebe o nome de impetrante; o indivíduo em favor do qual se impetra, paciente (podendo ser o próprio impetrante), que necessariamente será pessoa física, e a autoridade que pratica a ilegalidade ou abuso de poder, autoridade coatora ou impetrado.
Vejamos algumas jurisprudências sobre o assunto:
“Habeas corpus – cabimento contra ato de particular: ’ Desde que a Constituição da República não faz distinção entre coação exercida por autoridade pública e por particular, não será lícito fazê-lo jurisprudencialmente, sob pena de restrição indevida a direito e garantia fundamental do cidadão.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, unanimemente, entendeu que: “o particular pode, em casos especiais, praticar ato ilegal, sanável pelo remédio heróico do habeas corpus. É o caso de constrangimento ilegal (art. 146) e do cárcere privado (art. 148), ambos do CP”.
Para finalizar, salientamos que, o Ordenamento Jurídico brasileiro possibilita que o prejudicado recorra aos meios judiciais para garantir justa indenização em caso de cerceamento de sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder, realizado pelo poder público ou pelos particulares.
Competência: As regras de competência jurisdicional originária e recursal para apreciação da ação de habeas corpus são reguladas pela Constituição Federal de acordo com o cargo ocupado pela autoridade apontada como coatora ou paciente. Os casos de competência originária do STF estão mencionados no art. 102, I, “d” e “i” e, em sede de recurso ordinário, no art. 102, II, “a” da Constituição.
HIPÓTESES E ESPÉCIES
1. HABEAS CORPUS PREVENTIVO (SALVO-CONDUTO)
	Quando alguém se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder, poderá obter um salvo-conduto, documento emitido pela autoridade competente, impedindo sua prisão ou detenção pelo motivo que ensejou o habeas corpus.
2. HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO OU REPRESSIVO
	Quando alguém estiver sofrendo a violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder, poderá ser concedido o writ para fazer cessar o constrangimento existente.
3. LIMINAR EM HABEAS CORPUS
	A liminar em habeas corpus será expedida para repelir possível constrangimento à liberdade de locomoção, em ambas as espécies (preventiva e repressiva), exigindo-se, para tanto, os pressupostos do periculum in mora – probabilidade de dado irreparável – e fumus boni juris – ilegalidade no constrangimento. Nesse sentido, Mirabete lembra que,“embora desconhecida na legislação referente ao habeas corpus, foi introduzida nesse remédio jurídico, pela jurisprudência, a figura da ‘liminar’, que visa atender casos em que a cassação da coação ilegal exige pronta intervenção do Judiciário. Passou, assim, a ser mencionada nos regimentos internos dos tribunais a possibilidade de concessão de liminar pelo relator, ou seja, a expedição do salvo conduto ou a ordem liberatória provisória antes do processamento do pedido, em caso de urgência”. Concluindo que “como medida cautelar excepcional, a liminar em habeas corpus exige requisitos: o periculum in mora (probabilidade de dano irreparável) e o fumus boni juris (elementos da interpretação que indiquem a existência de ilegalidade no constrangimento)”. (MIRABETE, 1996, pag. 765).
Considerações finais:
	Como entendido, o Habeas Corpus é um remédio/ação constitucional prevista no art. 5º da CRFB, visando proteger a liberdade de locomoção do indivíduo em casos de ilegalidade e abuso de poder. Ela pode ser feita de forma reparatória para corrigir essa ilegalidade, a pouco citada, quanto preventiva, para evitar que a ilegalidade ocorra. Ressalta-se que, o remédio pode ser impetrado por qualquer pessoa, inclusive, possibilitando que figuras elementares entre paciente e impetrante se misturarem ou coincidirem. Ele pode ser impetrado até mesmo por pessoas no qual não se tenha contato direto. Há de se falar que, diariamente as pessoas são encarceradas de forma ilegal e não discernem, tampouco sabem que esse remédio é gratuito, e a constituição vos garante a todos. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MIRABETE, Julio Fabbrini, Código de processo penal interpretado. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1996;
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de injunção, habeas data. 18. ed. (atualizada por Arnoldo Wald). São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/habeas-corpus/
https://alvesaraujoadv.jusbrasil.com.br/artigos/399991130/o-que-e-habeas-corpus
TJSP, 3ª Câm. Crim. RHC 137.873/Votuporanga, Rel. Des. Luiz Pantaleão, decisão de 1º-3-1993, /T/ (SP), Lex, 142:375)

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