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Antidiabéticos: Classificação e Tratamento

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Prof.ª. Marina Pereira Rocha
Belo Horizonte
2019
ANTIDIABÉTICOS
Centro Universitário UNA
Curso de Farmácia
Disciplina de Bases Farmacológicas da Terapêutica
DIABETES MELLITUS
Diabetes Mellitus (DM) é uma doença 
caracterizada por hiperglicemia sustentada 
devido a um defeito na produção da insulina, 
defeito na ação periférica desse hormônio 
(resistência à insulina) ou ambos.
CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES
1. Diabetes tipo 1 : é uma doença autoimune órgão-específica
caracterizada pela destruição seletiva das células-beta das ilhotas
de Langerhans, no pâncreas.
2. Diabetes tipo 2 : Em geral, está relacionada à resistência à
insulina , com relativa deficiência de insulina ou como defeito
secretório predominante com resistência à insulina associada.
3. Diabetes Gestacional : Corresponde à intolerância à glicose,
diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e que pode
ou não persistir após o parto.
CLASSIFICAÇÕES
Epidemiologia do Diabetes Mellitus
• 3 a 5% da população geral tem diabetes (cerca
da metade dos pacientes desconhece sua
doença).
• Brasil - prevalência de 7,6%.
• Importante problema de saúde pública.
• Causa mais frequente de mortalidade por
problemas cardiovasculares.
Epidemiologia do Diabetes Mellitus
• 6a causa mais frequente de internação hospitalar.
• Principal causa de amputação de membros
inferiores (pés e pernas) neuropatia.
• Principal causa de cegueira adquirida.
• 26% dos pacientes que ingressam em programas
de diálise são diabéticos  nefropatia.
• Idade > 45 anos
• História familiar de Diabetes Mellitus
• Obesidade
• Sedentarismo
• Diabetes Mellitus gestacional prévio
• Uso de medicações hiperglicemiantes (que
aumentam a glicose no sangue - corticoides,
beta-bloqueadores)
Fatores de Risco
O Paciente Diabético Pode Apresentar Múltiplos 
Fatores de Risco CV*
Dislipidemia
(colesterol alto)
Hipertensão
(pressão alta)
Resistência
à Insulina
Obesidade
História familiar 
de 
aterosclerose
Tabagismo
* CV - cardiovascular
Sintomas Principais
• Poliúria (urina em excesso)
• Polidipsia (sede em excesso)
• Polifagia (apetite excessivo)
• Perda de peso
Outros Sintomas
• Fraqueza, sonolência, cãimbras, 
formigamento e dormência nas mãos
• Baixa resistência às infecções e 
impotência sexual
Quadro Clínico do Diabetes Mellitus
• Cetoacidose, coma hiperosmolar
Complicações Agudas do 
Diabetes Mellitus
• Glicose muito elevada, urina e sede em 
excesso, desidratação, suor em excesso, 
confusão mental, podendo chegar ao coma 
e até ao óbito.
• Hipoglicemia
• Glicose muito baixa, suor em excesso, tremores, 
confusão mental, agressividade, podendo 
chegar ao coma e até ao óbito.
Macroangiopatia
• Acometimento de grandes artérias pela aterosclerose 
(coronária, cerebrais, membros inferiores)
Microangiopatia
• Retinopatia diabética (perda da visão, cegueira)
• Nefropatia diabética (mal funcionamento do rim, 
redução da urina)
Neuropatia
• Comprometimento dos nervos periféricos
Pé Diabético
• Soma de todas as complicações crônicas
Complicações Crônicas do 
Diabetes Mellitus
EFEITO INCRETÍNICO
EFEITO INCRETÍNICO
EFEITO INCRETÍNICO
DIABETES TIPO 2
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
• Mudança do estilo de vida;
• Estímulo mudança no estilo de vida, incluindo:
• Aumento de atividade física na rotina
• Reorganização dos hábitos alimentares
• Interrupção ou redução do tabagismo
• Prevenção de complicações agudas e crônicas
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO - Hipoglicemiantes
• Insulinas
• Secretagogos de insulina
• Sensibilizadores de insulina
• Inibidores da α-glicosidase
• Incretinomiméticos
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO - Hipoglicemiantes
Hipoglicemiantes - INSULINA
Hipoglicemiantes - INSULINA
Hipoglicemiantes - INSULINA
Efeitos adversos
• Ganho de peso, hipoglicemia, alergia, lipoatrofia
e anticorpos anti-insulina
Indicações
• Diabetes Mellitus tipo 1 e casos mais avançados
de Diabetes Mellitus tipo 2.
Hipoglicemiantes – Secretagogos de insulina
Sulfoniluréias, Repaglinida e Nateglinida
Mecanismo de ação:
• Liga-se receptor específico (SUR) canais de potássio
sensíveis na célula beta  fechamento dos canais, influxo
de cálcio  liberação de insulina
• Requer células β funcionais
• Indicadas em pacientes não obesos ou em associação com
drogas  redução da resistência insulínica em obesos
Hipoglicemiantes – Secretagogos de insulina
Fecha o canal
Hipoglicemiantes – Secretagogos de insulina
Inconvenientes:
• Hipoglicemia
• Ganho de peso (hiperinsulinemia)
• Reações dermatológicas / hematológicas
• Distúrbios gastrointestinais
Contraindicação
• Insuficiência renal e hepática
• Gravidez / Amamentação
• Diabetes Mellitus tipo 1
Hipoglicemiantes – Secretagogos de insulina - Sulfonilureias
1ª GERAÇÃO: Tolbutamida / Clorpropamida /
Tolazamida / Aceto-hexamida
2ª GERAÇÃO: Glibenclamida / Glipizida / Glicazida
3ª GERAÇÃO: Glimepirida
Hipoglicemiantes – Secretagogos de insulina - Sulfonilureias
Repaglinida e Nateglinida
Mecanismo de ação: Liga-se ao canal de potássio ATP
dependente  Despolarização  Influxo de cálcio 
Exocitose grânulos insulina
Vantagens
• Rápido início e curta duração de ação
• Reduz glicemia jejum e pós-prandial
• Flexibilidade horários refeições
Desvantagens
• Hipoglicemia (< que sulfonilureias)
Hipoglicemiantes – Sensibilizadores de insulina - Metformina
Biguanidas: Metformina
• Não tem efeito sobre as células β
• Inibe a gliconeogênese
• Melhora sensibilidade periférica à insulina
• Redução da absorção de carboidratos no intestino
• Redução de apetite, aumento da saciedade e
perda de peso, não causa hipoglicemia
isoladamente, melhora perfil lipídico
Hipoglicemiantes – Sensibilizadores de insulina - Metformina
Indicação:
• Tratamento inicial de obesos, associada ou não com
sulfonilureia ou em magros associada a sulfonilureia.
Contraindicação:
• Insuficiência renal (creatinina >1,5 mg/dL)
• ICC
• Acidose láctea
• Uso abusivo de álcool
• Idosos
Hipoglicemiantes – Sensibilizadores de insulina - Metformina
EFEITOS COLATERAIS
• Alteração do paladar
• Anorexia
• Náuseas, vômitos
• Diarreia
• Diminuição dos níveis séricos de vitamina B12
• Acidose láctica 
Hipoglicemiantes – Sensibilizadores de insulina - Glitazonas
Glitazonas: Rosiglitazonas e Pioglitazonas
Mecanismo de ação: Ligação ao receptor nuclear que regula a
transcrição gênica do transportador de glicose (Glut4)  reduz
a resistência insulínica
Vantagens:
• Reduz a necessidade de insulina e sulfonilureia, reduz TG
Desvantagens:
• Monitorar função hepática
• Anemia leve, edema de membros inferiores
Hipoglicemiantes – Sensibilizadores de insulina - Glitazonas
Hipoglicemiantes – Inibidores da α-glicosidase - Glitazonas
Arcabose e Miglitol
Mecanismo de ação:
• Inibe a α-glicosidase intestinal
• Retarda absorção de carboidratos
• Principal efeito ocorre sobre a glicemia pós-prandial
Vantagens
• Sem risco de hipoglicemia
• Não provoca aumento de peso
Desvantagens 
• Flatulência / Dor abdominal / Diarreia
Contraindicação
• Doença renal ou hepática
Arcabose compete com os oligossacarídeos para não ser absorvidos e não aumento abrupto 
da glicemia
Hipoglicemiantes – Inibidores da α-glicosidase - Glitazonas
Hipoglicemiantes – Incretinomiméticos - Gliptinas
Bem alimentado
Insulina
Diminui glicemia
Jejum
Glucagon
Aumenta glicemia
Na DM2 tem-se um descontrole do sistema incretínico. 
Hipoglicemiantes – Incretinomiméticos - Gliptinas
GLP1
Inibidores da 
enzima DPP4 que 
degrada GLP1
• Hipoglicemiantes orais
• Reduz resistência periférica à 
insulinaFase I
• Hipoglicemiantes orais + insulina
• Reduz resistência a insulina
• Aumenta secreção da insulinaFase II
• Insulinização plena
• Células já funcionam pouco.Fase III

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