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Doença Agente etiológico Características do agente* Período de Incubação Sinais e sintomas Alimentos envolvidos Prevenção e controle •Forma emética: náuseas e vômitos, espasmos abdominais. • Forma diarreica: diarreias, cólicas e náuseas.Intoxicação por Bacillus cereus Bacillus cereus – Toxina Emética e Diarreica Solo, água, ventanias, arroz crú (se mantém em formato de esporos), arroz cozido (bactéria vai suportar), ambiente doméstico (mesas, pias, utensílios), ambiente hospitalar. Comum em cereais. Frio: sorvete: contaminação na matéria prima - leite. Pudim (passa pelo calor) - a toxina pode ser destruída, porém, a bactéria não. Resfriamento rápido: abaixo de 4°C. Conservação: pelo calor acima de 60°C. O reaquecimento: deve ser realizado em temperatura acima de 72°C. Cozimento em temperaturas apropriadas, cozer em cocção ideal: cozidos por vapor sobre pressão, fritos, grelhados e assados, geralmente as células vegetativas são destruídas, desde que a temperatura atinja mais de 100°C. Evitar a contaminação cruzada entre alimentos crus e cozidos, lavar bem frutas e legumes/vegetais antes do consumo, não deixar alimentos cozidos por mais de 2 horas em temperatura ambiente (ex: arroz), evitar alimentos reaquecidos muitas vezes e, ao aquecer, elevar a T° acima de 75°C. Higiene pessoal. Bacilo Gram positivo, anaeróbio facultativo (prefere o O2, mas também se multiplica sem O2). pH ótimo: 6,0 a 7,0. Produção de toxina 2,0 e 11,0. Formador de esporos, mesófilo - temperatura mais próxima do ambiente. Termolábil, destruída pelo calor: 126°C em 90 minutos. Forma diarreica: produzida durante o crescimento bacteriano, termolábil (destruída pelo calor) – 55°C por 20 minutos. Instável em pH inferior a 4,0 e superior a 11,0. Período de incubação: 8 a 16 horas. Menos frequente. Forma emética: produzida durante a fase estacionária, termoresistente - extremamente resiste ao calor (126°C por 90 minutos), a pH extremos e a digestão enzimática. Maior frequência. Uma vez produzida, quase impossível de eliminar. Sem perda da estabilidade entre pH de 2,0 e 11, Período de incubação: 30 minutos a 6 horas. Forma diarreica: 8 a 16 horas; Forma emética: 30 min. a 6 horas (caracterizada por náuseas e vômitos); TABELA - HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL Cuidados na ingestão, distribuição e comercialização de alimentos envolvidos, além da higiene pessoal. Não armazenar alimentos em temperatura acima de 15°C, ferver alimentos industrializados ou conservas por pelo menos 15 min. e não oferecer mel a crianças com menos de 2 anos. Autoclavagem de enlatados, a cocção prolongada de conservas e a refrigeração abaixo de 4°C. Latas estufadas ou tampa abaulada devem ser descartadas, ou com odor de manteiga rançosa. Intoxicação estafilocócica Staphylococcus aureus – Toxina de A a F. 30 minutos a 8 horas, média: 2 a 4 horas. Náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreias (menor frequência), dores de cabeça, não tem febre. Unhas, garganta, nariz, ferimentos, (humanos) - não pode parar no alimento, se multiplicar e produzir a toxina. Carnes (vacas - mastite) e produtos derivados de bovinos, peixes, suínos, aves e ovos, sopas, cremes e recheios que levam ovos, produtos lácteos (leite) e derivados, molhos, batatas, atum e patês, bolos. Queijo Minas Frescal (quanto mais furado, mais bactéria - coliformes fecais. Controle de temperatura dos alimentos envolvidos, rigorosa higiene do local de manipulação dos alimentos e treinamento dos colaboradores. Refrigeração sempre, aquecer como ressalva, mas não matará a toxina, pasteurização do leite, evitar alimentos de origem clandestina. Cozimento imediato. Bacilo Gram positivo, anaeróbio, mesófilo, formador de esporos, pH ótimo: 4,6 a 5,0 (alcalino). Toxina sensível ao calor (80°C por 10-30 min), suportam altas temperaturas 121°C. Cocos Gram positivo, anaeróbio facultativo, não formador de esporos, mesófilo, pH ótimo: 6,0 a 7,0 e a produção de toxinas entre de 5,2 a 9,0. Tolerância a sal (multiplica-se com facilidade em meios salinos), mais resistente de todas as bactérias patogênicas. Toxina termoresistente - tratamento a 100°C por 30 minutos. Multiplicação em 10° a 46°C. Botulismo Clostridium botulinum -Toxina Botulínica 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas. Náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreias. Também causa sintomas neurológicos como: disfagia e dificuldade de deglutição, visão turva/dupla, dispneia e dificuldade de locomoção. Cefaleia, vertigem, dificuldade de falar. Enlatados, conservas, mel, carnes a vácuo, linguiças e embutidos. Vegetais, frutas legumes, solo contaminado e visceras. Cólicas abdominais, calafrio, febre, cefaleia, náuseas, vômitos e diarreia.. Nível de gravidade: •1° febre tifoide; • 2° febre entérica; • 3° salmonelose. Intoxicação por Bacillus cereus Bacillus cereus – Toxina Emética e Diarreica Solo, água, ventanias, arroz crú (se mantém em formato de esporos), arroz cozido (bactéria vai suportar), ambiente doméstico (mesas, pias, utensílios), ambiente hospitalar. Comum em cereais. Frio: sorvete: contaminação na matéria prima - leite. Pudim (passa pelo calor) - a toxina pode ser destruída, porém, a bactéria não. Resfriamento rápido: abaixo de 4°C. Conservação: pelo calor acima de 60°C. O reaquecimento: deve ser realizado em temperatura acima de 72°C. Cozimento em temperaturas apropriadas, cozer em cocção ideal: cozidos por vapor sobre pressão, fritos, grelhados e assados, geralmente as células vegetativas são destruídas, desde que a temperatura atinja mais de 100°C. Evitar a contaminação cruzada entre alimentos crus e cozidos, lavar bem frutas e legumes/vegetais antes do consumo, não deixar alimentos cozidos por mais de 2 horas em temperatura ambiente (ex: arroz), evitar alimentos reaquecidos muitas vezes e, ao aquecer, elevar a T° acima de 75°C. Higiene pessoal. Salmonelose Salmonella spp. Média: 24 horas, geralmente a doença ocorre entre 12 e 36 horas, com sintomas de 1 a 4 dias. Os sintomas podem se manifestar 6h após a ingestão do alimento contaminado ou até depois de 72h. Em 4 horas o alimento contaminado pode transforma-se em infectante. Todos aqueles que tem alto teor de umidade e alta porcentagem de proteína, como produtos lácteos (leite e queijos cremosos), ovos (pudins, gemadas, licores de ovos e maionese), carne (de bovinos, suínos e aves). Surtos: peixes, camarões, pernas de rãs, levedura de cerveja, coco, chocolate e até mesmo suco de laranja não pasteurizado. A presença de patógeno em produtos cárneos crus, incluindo os de frango, é resultado de uma contaminação cruzada nas plantas industriais. Carne mal passada ou crua, leite e ovos crus, ou seja, alimentos de origem animal contaminados com fezes de animais. O ser humano pode carregar o agente por até 6 meses. Tratamento dos efluentes e dejetos de origem animal, higiene no abate, pasteurização do leite, manipulação adequeada de alimentos, conservação e cocção em temperaturas corretas, tratamento dos animais enfermos, e prescrição cuidadosa de antibiótico para humanos e animais, diminuindo a ocorrência de cepas resistentes. A prevenção deve acontecer em todas as etapas da cadeia alimentar. Consumir alimentos devidamente higienizados e cozidos/assados e manter a higiene pessoal. Bacilo Gram positivo, anaeróbio facultativo (prefere o O2, mas também se multiplica sem O2). pH ótimo: 6,0 a 7,0. Produção de toxina 2,0 e 11,0. Formador de esporos, mesófilo - temperatura mais próxima do ambiente. Termolábil, destruída pelo calor: 126°C em 90 minutos. Forma diarreica: produzida durante o crescimento bacteriano, termolábil (destruída pelo calor) – 55°C por 20 minutos. Instável em pH inferior a 4,0 e superior a 11,0. Período de incubação:8 a 16 horas. Menos frequente. Forma emética: produzida durante a fase estacionária, termoresistente - extremamente resiste ao calor (126°C por 90 minutos), a pH extremos e a digestão enzimática. Maior frequência. Uma vez produzida, quase impossível de eliminar. Sem perda da estabilidade entre pH de 2,0 e 11, Período de incubação: 30 minutos a 6 horas. Forma diarreica: 8 a 16 horas; Forma emética: 30 min. a 6 horas (caracterizada por náuseas e vômitos); Listeriose Infecção por Escherichia coli Bacterium coli commune Bacilo Gram negativo, anaeróbio facultativo, mesófilo, não formador de esporos. Se desenvolve entre 7°C e 46°C, não apresenta termorresistência sendo destruída em 60°C, mas é capaz de resistir por longo tempo em temperaturas de refrigeração, pode se multiplicar em pH 4,4 (desde que haja mais fatores intrísecos e extrínsecos atuando), as cepas são sensíveis a radiação clorada e radiação gama. pH ótimo: depende do ácido. Ácido clorídrico: 4,5; Ácido lactico: 5,4. Forma mais comum: E. coli EHEC - enterohemorrágica. 3 a 9 dias. EPEC (acomete recém nascidos e lactantes) 36 horas (17 a 72h); ETEC (diarreia infantil e dos viajantes) 8 a 44horas; EHEC (bastante gravidade crianças e idosos) 4 dias após a ingestão; EIEC apenas 11h. Depende da CEPA e da virulência, bem como a idade e imunidade dos pacientes. EPEC: grande quantidade de muco, febre, náuseas dores abdominais, vômitos, cefaleia e arrepio; ETEC: diarreia aquosa, febrícula, cólicas abdominais, mal-estar, náuseas; *Pode causar cólera e desidratação; EHEC: colite hemorrágica caracteriza-se por diarreia sanguinolenta profusa, dor abdominal intensa, vômitos, ausência de quadro febril; EIEC: diarreia profusa ou desinteria, cólicas abdominais, arrepios, febre e mialgia. Água contaminada com despejos de esgoto (principal fonte de transmissão do agente na natureza) - saneamentos deficientes, alimentos expostos a qualquer contaminação fecal (por meio da água ou manipuladores infectados), contaminação de carcaça no abate, carne bovina moída (hambúrguer) ou mal passada é o maior causador de surtos. Leites e sucos de frutas não pasteurizados, queijo curado. Higiene do abate e da ordenha, conservação da matéria- prima abaixo de 7°C, pasteurização de produtos lácteos e suco de frutas. Adoção de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e pela Análise de Perigo e Pontos Críticos no Controle (APPCC) nas indústrias. Higiene pessoal e dos alimentos a serem consumidos. Não engolir água de piscinas, lagos, lagoas. Cozinhar e assar bem as carnes e não consumir produtos lácteos a partir de leite não pasteurizado. Aquecimento em temperatura máxima, desinfetar em intervalos regulares os equipamentos de fatiar, vitrines e mesas higiene dos manipuladores dos alimentos, controle de pragas, refrigeração, verificar procedência dos alimentos. *mortadela – calor úmido/cozimento. BPF - Boas Práticas de Fabricação e APPCC - Ánalise de Perigo e Pontos Críticos de Controle. Bacilo Gram negativo, anaeróbio facultativo, mesófilo, pH ótimo: 6,5 a 7,5. Destruída em temperatura superior a 60°C durante 12 min. Oxidase negativo, redutores de nitrito e nitrato, não são exigentes e se multiplicam em diversas condições ambientais externas aos seres vivos, multiplicação entre 7°C e 46°C. Listeria monocytogenes Bacilo Gram positivo, anaeróbio facultativo (prefere o O2, mas também se multiplica sem O2), não produz esporos, pH ótimo: 6,0 a 7,0. Produção de toxina 2,0 e 11,0. Em 25°C são móveis (saltos) e 35°C são imóveis, a principal característica é a capacidade de se multiplicar a temperatura de refrigeração sem muita exigência nutricional, em carne é resistente ao tratamento de nitrito e nitrato (resiste em 120ppm), além de Cl.de sódio – NaCl (3%. Não resiste ao calor. Tropismo por refrigeração, apesar de ser classificada como bactéria mesófila. Muito variável, pode ser de um dia até três semanas, embora considera a possibilidade de ser tão longo quanto alguns meses, superior a 70 dias. Na forma gastrointestinal acredita-se que esse período seja superior a 12h. Grupos de risco: Idosos, crianças, indivíduos imunossuprimidos e gestantes. Gestante: aborto no segundo ou terceiro trimestre da gestação, morte neonatal ou nascimento de criança gravemente doente (infecção uterina e da cérvix); Recém-nascidos: podem contrair pela mãe ou por crianças infectadas nos berçários. Nos demais indivíduos da população, a listeriose manifesta-se pela meningite (ou meningoencefalite), encefalite ou septicemia. O início se associa a uma forte gripe: febre persistente e alterações gastrointestinais, calafrios, dores musculares, com enjôo, vômito e diarreia. Nos casos mais graves (listeriose invasiva), pode ocorrer sepse, aborto e meningite – se chegar neste estágio provável óbito (70% dos casos). *em adultos saudáveis não causa a doença, se causar: febre moderada, diarreia, mal estar. Muitos adultos nem adoecem, muitos comem e eliminam rapidamente. Leite cru ou não pasteurizado, sorvetes e queijos, produtos cárneos ou termoprocessados de diversas origens (bovina, ovina, caprina, suína ou de aves), peixes crus, embutidos e defumados (ex.: mortadela e linguiça), preparados a partir de carne crua fermentada. Além disso, produtos de origem vegetal, marinha e refeições preparadas, alimentos refrigerados prontos para consumo e peixes refrigerados. A infecção clostridiana está intimamente associada ao consumo de produtos cárneos cozidos que foram resfriados lentamente ou armazenados sob temperaturas abusivas e consumidos posteriormente, sem reaquecimento ideal para destruir as células vegetativas. Resfriamento ideal: abaixo de 10°C em 2 ou 3 horas; Reaquecimento ideal: superior a 70°C ; Conservação: molhos de carne acima de 60°C ou abaixo de 4°C. A intoxicação por C. perfringens ocorre na maioria das situações quando não é controlada a temperatura após a cozedura de alimentos. Para evitar a sua germinação e a possibilidade de produção de toxina é necessário que os alimentos preparados, que não vão ser consumidos de imediato, sejam mantidos a temperaturas superiores a 65°C ou arrefecidos a temperaturas inferiores a 10°C num período de 2 a 3 horas. No caso de grandes peças de carne, recomenda-se que estas sejam partidas para que o seu interior arrefeça rapidamente. Dado que este microrganismo tem uma distribuição ubiquitária (vários lugares ao mesmo tempo), as boas práticas de manipulação e higiene pessoal são requisitos fundamentais para prevenir a contaminação de alimentos. V. parahaemolyticus Bacilos curvos Gram negativo, mesófilo, anaeróbios facultativos, pH ótimo: entre 7,5 e 8,5. Não é um organismo resistente a temperaturas elevadas, sendo destruído durante a exposição a temperaturas superiores a 63°C. V. parahaemolyticus é destruído por desidratação, é sensível à refrigeração diminuindo em número ao longo do tempo, mas não é muito sensível à congelação. Tolerante a sal, extremamente sensíveis a temperatura de cocção, o cloreto de sódio estimula o desenvolvimento de todas as espécies naturais do meio aquático, favorece a infecção em dose menor se o alimento contaminado exercer o efeito tampão no pH do estômago, em estações quentes após a ressuspensão nas águas, incorporam-se na cadeia alimentar, desenvolvedo-se nos peixes, frutos do mar e outros produtos marinhos comestíveis. 24 a 96 horas. Diarreia aquosa, cólicas abdominais, náuseas, cefaleia e ocasionalmente vômitos. Evolução moderada de 1 a 3 dias. Febre (raramente) e arrepios. Consumo de peixes, camarões, carangueijos, marisco e moluscos crus ou cozidos de forma insuficiente. Evitar ingestão de água de procedência desconhecida ou sem tratamento prévio, evitar a lavagem de alimentos crusem águas que não passam por tratamento ou que sejam de origem duvidosa. Nos mercados, não se deve misturar os pescados oriundos de águas costeiras nas épocas mais quentes do ano. Em países onde pescados são consumidos crus ou insuficientemente cozido é dificil o controle (cultural). Os peixes e os mariscos capturados em águas com temperaturas superiores a 10°C devem ser considerados como potencialmente contaminados, o armazenamento do pescado deve ser de temperaturas inferiores a 4°C. Temperaturas de preparação superiores a 70°C são suficientes para destruir quaisquer víbrios. Os alimentos provenientes de zonas onde a cólera é endémica devem estar isentos do organismo ou ser tratados para que este seja destruído. Clostridium perfringens Tipos: A, B, C, D e E. Bacilo Gram negativo, formador de esporos, mesófilo, pH ótimo: 6,0 a 7,0. Anaeróbio, mas pode se desenvolver na presença de O2 (acidentalmente), multiplica-se entre 12°C e 50°C (em cárneos a contaminação ocorre em 10 min), sensível ao congelamento, multiplicam-se no processo de resfriamento e armazenagem. A produção de enterotoxina ocorre a temperaturas entre 30°C e 40°C. As células vegetativas são facilmente destruídas por cozedura, mas os esporos são muito resistentes ao calor. Alguns esporos sobrevivem à ebulição durante 1 hora. Elas são bem sensíveis a temperaturas de refrigeração e de congelação, porém os esporos podem sobreviver tanto a temperaturas de refrigeração como de congelação. A enterotoxina de C. perfringens é inativada por aquecimento a 60°C durante 10 minutos. 6 a 24 horas, sendo a média de 12horas. O início da sintomatologia é brusco, geralmente com cólicas abdominais, náuseas intensas e diarréia aquosa. A evolução é de curta duração, 1 a 2 dias (lactantes, idosos e enfermos pode persistir por até 2 semanas). Carnes e produtos cárneos, aves e molhos de carne nos quais o agente se multiplicou. Alimentos crus, desidratados e cozidos, leite, vegetais crus, especiarias, massas, gelatina, farinha e proteína de soja. Um período de resfriamento prolongado ou armazenamento não refrigerado são fatores de risco que contribuem para a proliferação do agente. O microrganismo tem preferência por teor de umidade e alto teor de proteína. Ex: carne requentada. Toxinfecção por Clostridium perfringens Infecção por Escherichia coli Campilobacteriose Infecção por Vibrio parahaemolyticus Controle da qualidade da água de abastecimento, sobretudo a que será utilizada na preparação de alimentos, limpeza com produtos clorados nas superfícieis que serão utilizadas e seus fômites. Toda matéria-prima deve ser manipulada de modo que o aliemento cru e o preparado não sofram contaminação cruzada. Além do que, a higiene pessoal dos manipuladores também torna-se um fator importante. A prevenção da campilobacteriose passa ainda por evitar o consumo de carnes mal cozidas, aves em particular, de leite não pasteurizado e de água não tratada. Bacterium coli commune Bacilo Gram negativo, anaeróbio facultativo, mesófilo, não formador de esporos. Se desenvolve entre 7°C e 46°C, não apresenta termorresistência sendo destruída em 60°C, mas é capaz de resistir por longo tempo em temperaturas de refrigeração, pode se multiplicar em pH 4,4 (desde que haja mais fatores intrísecos e extrínsecos atuando), as cepas são sensíveis a radiação clorada e radiação gama. pH ótimo: depende do ácido. Ácido clorídrico: 4,5; Ácido lactico: 5,4. Forma mais comum: E. coli EHEC - enterohemorrágica. 3 a 9 dias. EPEC (acomete recém nascidos e lactantes) 36 horas (17 a 72h); ETEC (diarreia infantil e dos viajantes) 8 a 44horas; EHEC (bastante gravidade crianças e idosos) 4 dias após a ingestão; EIEC apenas 11h. Depende da CEPA e da virulência, bem como a idade e imunidade dos pacientes. EPEC: grande quantidade de muco, febre, náuseas dores abdominais, vômitos, cefaleia e arrepio; ETEC: diarreia aquosa, febrícula, cólicas abdominais, mal-estar, náuseas; *Pode causar cólera e desidratação; EHEC: colite hemorrágica caracteriza-se por diarreia sanguinolenta profusa, dor abdominal intensa, vômitos, ausência de quadro febril; EIEC: diarreia profusa ou desinteria, cólicas abdominais, arrepios, febre e mialgia. Água contaminada com despejos de esgoto (principal fonte de transmissão do agente na natureza) - saneamentos deficientes, alimentos expostos a qualquer contaminação fecal (por meio da água ou manipuladores infectados), contaminação de carcaça no abate, carne bovina moída (hambúrguer) ou mal passada é o maior causador de surtos. Leites e sucos de frutas não pasteurizados, queijo curado. Higiene do abate e da ordenha, conservação da matéria- prima abaixo de 7°C, pasteurização de produtos lácteos e suco de frutas. Adoção de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e pela Análise de Perigo e Pontos Críticos no Controle (APPCC) nas indústrias. Higiene pessoal e dos alimentos a serem consumidos. Não engolir água de piscinas, lagos, lagoas. Cozinhar e assar bem as carnes e não consumir produtos lácteos a partir de leite não pasteurizado. Campylobacter Bacilos curvos Gram negativo, microaerófilia, mesófilo, pH ótimo: 6,5 e 7,5. Para a mulltiplicação exigem baixa tensão de O2 por serem microarófilos, sensíveis a pH ácido, menor do que 4,9 e a desidratação, a atividade da água ideal é de 0,0997, não se multiplicam abaixo de 28°C, sensíveis a Cl. de Sódio - NaCl, sobrevive melhor em alimentos resfriados do que congelados ou mantidos em temperaturas ambiente. Em média 2 a 7 dias, mas pode durar até 10 dias. Semelhantes ao da gripe, duram mais ou menos um dia, e caracterizam-se por febre, cefaleia, mal estar e dores musculares. Aparecimento de diarreia aquosa ou mucosa, podendo ser acompanhadas de sangue e vômito (pode durar até 1 semana). Febre alta (geralmente acima de 40°C), náusea, cólicas abdominais. Se surgir durante a gestação pode também originar abortos, natimortos ou nascimentos prematuros. Frequentemente leite cru ou insuficientemente pasteurizado é o principal fator contaminante, o que também se aplica para seus produtos derivados. As carnes de aves, sobretudo as comercializadas (retalhadas) e mal cozidas ocupam lugar de destaque em saúde pública na transmissão da infeccção, pois estima- se em 100% o nível de contaminção dessas matérias-primas. Ingestão de H2O não clorada (mananciais, água não tratada). * Quais características do(s) agente(s) são importantes para sua manutenção no ambiente e seu controle nos alimentos (resistência e sensibilidade do agente)? Quais as principais fontes de contaminação? O preenchimento da tabela deve enfocar a doença como enfermidade veiculada por alimento. A infecção clostridiana está intimamente associada ao consumo de produtos cárneos cozidos que foram resfriados lentamente ou armazenados sob temperaturas abusivas e consumidos posteriormente, sem reaquecimento ideal para destruir as células vegetativas. Resfriamento ideal: abaixo de 10°C em 2 ou 3 horas; Reaquecimento ideal: superior a 70°C ; Conservação: molhos de carne acima de 60°C ou abaixo de 4°C. A intoxicação por C. perfringens ocorre na maioria das situações quando não é controlada a temperatura após a cozedura de alimentos. Para evitar a sua germinação e a possibilidade de produção de toxina é necessário que os alimentos preparados, que não vão ser consumidos de imediato, sejam mantidos a temperaturas superiores a 65°C ou arrefecidos a temperaturas inferiores a 10°C num período de 2 a 3 horas. No caso de grandes peças de carne, recomenda-se que estas sejam partidas para que o seu interior arrefeça rapidamente. Dado que este microrganismo tem uma distribuição ubiquitária (vários lugares ao mesmo tempo), as boas práticas de manipulação e higiene pessoal são requisitosfundamentais para prevenir a contaminação de alimentos. Clostridium perfringens Tipos: A, B, C, D e E. Bacilo Gram negativo, formador de esporos, mesófilo, pH ótimo: 6,0 a 7,0. Anaeróbio, mas pode se desenvolver na presença de O2 (acidentalmente), multiplica-se entre 12°C e 50°C (em cárneos a contaminação ocorre em 10 min), sensível ao congelamento, multiplicam-se no processo de resfriamento e armazenagem. A produção de enterotoxina ocorre a temperaturas entre 30°C e 40°C. As células vegetativas são facilmente destruídas por cozedura, mas os esporos são muito resistentes ao calor. Alguns esporos sobrevivem à ebulição durante 1 hora. Elas são bem sensíveis a temperaturas de refrigeração e de congelação, porém os esporos podem sobreviver tanto a temperaturas de refrigeração como de congelação. A enterotoxina de C. perfringens é inativada por aquecimento a 60°C durante 10 minutos. 6 a 24 horas, sendo a média de 12horas. O início da sintomatologia é brusco, geralmente com cólicas abdominais, náuseas intensas e diarréia aquosa. A evolução é de curta duração, 1 a 2 dias (lactantes, idosos e enfermos pode persistir por até 2 semanas). Carnes e produtos cárneos, aves e molhos de carne nos quais o agente se multiplicou. Alimentos crus, desidratados e cozidos, leite, vegetais crus, especiarias, massas, gelatina, farinha e proteína de soja. Um período de resfriamento prolongado ou armazenamento não refrigerado são fatores de risco que contribuem para a proliferação do agente. O microrganismo tem preferência por teor de umidade e alto teor de proteína. Ex: carne requentada. Alcançam o alimento por meio da contaminação com matéria oral- fecal humana, seja pela água, seja pelas mãos dos manipuladores. A presença do agente em vários tipos de alimentos está diretamente associada ao homem como disseminador da bactéria. Exemplo: Saladas, batatas, frutas, atum, camarão, vegetais crus, aves, leites e seus derivados. Por se tratar de uma doença restrita à espécie humana, cujo o agente é eliminado pelas fezes, a prevenção das doenças apoia-se sobre práticas de higiene e saneamento ambiental. Em particular a lavagem de mãos efetuada de forma adequada, é a principal estratégia de prevenção de shigelose. Importante a educação das crianças para que adquiram práticas e hábitos de higiene corretos. Yersinia spp (Yersinia enterocolitica e pseudotuberculosis) Bacilo Gram negativo, mesófilo, anaeróbio facultativo, pH ótimo: entre 7,0 e 8,0. Caráter zoonótico no homem, psicrófilos (desenvolvem-se em temperaturas de refrigeração, lentamente), resistentes a condições de extrema estocagem, sobrevivem até -16°C por alguns meses, e por alguns dias a 4°C nas embalagens contaminadas. Acima de pH 9,6, não há multiplicação, termosensível a temperaturas normais de cocção de alimentos e sensível à irradiação. 24 a 48h, podendo variar de 1 a 11 dias. Diarreia, dores abdominais, febre, inflamação e dor na garganta, fezes com sangue, erupções cutâneas, náuseas, cafeleia, mal-estar, fraqueza e dores articulares e vômitos. Em bebês, crianças e adolescentes a inflamação dos gânglios linfáticos surge associada à gastroenterite. Água contaminada, ingestão de carne suína contaminada (principal), carne de boi, caneiro e mesmo peixes podem veicular o agente, assim como o leite não pasteurizado. Suínos são portadores assintomáticos da bactéria, o que torna difícil a erradicação. Os abatedouros devem adotar medidas severas de boas práticas, cuidado com a contaminação cruzada de matéria fecal. Conservar os produtos suínos congelados (retardamento) sobretudo se obtiverem sal ou acidificante. O método mais eficiente do alimento pronto é servir pelo calor a 50°C. Armazenamento na temperatura ideal dos alimentos, ingestão de carne assada ou cozida e leite pasteurizado. Higiene pessoal. Toxinfecção por Clostridium perfringens Shigella dysenteriae. Bacilo Gram negativo, anaeróbios facultativos, mesófilos, desenvolvendo-se entre 6,1°C e 47,1°C e pH entre 5,0 e 8,0. Destruídas em temperaturas superiores à 65°C, sobrevivem por períodos de tempo curto em alimentos com pH inferior a 4,5. De maneira geral, podem sobreviver por tempo prolongado em farinhas, no leite pasteurizado, nos ovos e mariscos, bem como superfície mal higienizada. 12h a 4 dias em média. Quadro clínico dura de 4 a 7 dias, é autolimitante, sobretudo nos adultos, e nas crianças menores de 12 anos - principalmente nas mal nutridas pode ser fatal. Dores abdominais, cólica, diarreia, febre, vômito, além de sangue, pus ou muco nas fezes e tenesmo. A eliminação nas fezes pode persistir até 2 semanas, mesmo após a remissão dos sintomas. *Em crianças a diarreia provacada pelo S. sonnei é do tipo aquosa; ** Sintomas neurológicos e IRA são observados em crianças. Yersiniose Disenteria bacilar ou Shigelose
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