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Aula 03 Hematologia p/ EBSERH (Biomédico) Professor: Thaiana Cirqueira 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 23 AULA 04: Hematologia SUMÁRIO PÁGINA Apresentação 1. Anemia Falciforme 2 2. Anemia Aplástica 5 3. Anemia Hemolítica Autoimune 08 4. Anemia por Deficiência de Ferro 13 5. Anemias Megaloblásticas 15 6. Leucemia Mieloide Aguda (LMA) 16 7. Leucemia Mieloide Crônica (LMC) 17 8. Leucemia Linfóide Aguda (LLA) 18 9. Leucemia Linfoide Cronica (LLC) 20 10.Gabarito 22 11. Referências Bibliográficas 23 Olá pessoal, Já conhecendo um pouco sobre os conceitos básicos e sobre os exames laboratoriais em hematologia, estudaremos agora sobre as principais patologias do sangue. Abordaremos os principais tipos de anemias e leucemias, com enfoque no que é mais cobrado pelas bancas de concurso. Estão prontos? Então vamos começar!!! 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 23 1. Anemia Falciforme As hemácias alongadas e em forma de foice foram descritas pela primeira vez por Herrick, em 1910, no sangue de um indivíduo anêmico vindo do continente Africano. No Brasil, o primeiro caso foi descrito em 1933. Em 1949 foi demonstrado que indivíduos sofrendo de anemia falciforme, possuíam hemoglobina diferente da normal, pela ausência de duas cargas negativas. A polimerização da hemoglobina S (nome dado a forma de hemoglobina encontrada na anemia falciforme, descrita acima), é o evento fundamental na patogenia da anemia falciforme, resultando na alteração da forma do eritrócito e na acentuada redução de sua deformidade. Estas hemácias características desta patologia são chamadas drepanócitos. Figura 1 – Drepanócitos. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 23 A hemoglobina fetal (HbF) inibe a polimerização, fenômeno este responsável pela redução da sintomatologia nos pacientes que possuem uma quantidade elevada deste tipo de hemoglobina. De modo que a HbA participa pouco do polímero e esta é a razão para a quase ausência de anormalidades clínicas nos pacientes que são heterozigotos para o gene da hemoglobina S. A anemia falciforme ocorre devido a uma mutação genética, aonde há a substituição no cromossoma 11, de um nucleótido Timina por Adenina, e por consequência codificada o aminoácido VANILA em vez do ácido glutâmico. Todas as hemácias que contenham em seu interior predominantemente hemoglobina S, podem adquirir a forma falciforme clássica após desoxigenação, em decorrência da polimerização intracelular de desoxi-Hb S, processo normalmente reversível após reoxigenação. No entanto, a repetição frequente desse fenômeno provoca lesões de membrana em algumas células, fazendo com que a rigidez e a configuração em forma de foice continuem mesmo após reoxigenação. Assim esses eritrócitos denominados genericamente “células irreversivelmente falcizadas” ou células densas, retém permanentemente a forma anormal, mesmo na ausência de polimerização intracelular de hemoglobina. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 23 Em decorrência de sua elevada rigidez, as células falcizadas possuem meia vida curta e contribuem significativamente para anemia hemolíticas dos pacientes. No entanto, o quadro clínico da anemia falciforme em oposto ao que ocorre em outros tipos de anemias hemolíticas, não dependem substancialmente dos sintomas causados pela anemia propriamente, mas, sim, da ocorrência de lesões orgânicas causadas pela inflamação e obstrução vascular e das chamadas “crises de falcização”. Nos períodos entre as crises (a chamada fase estável) os pacientes evoluem praticamente assintomáticos mesmo estando com níveis de hemoglobina próximos a 8 g/dL, ou seja, com uma anemia persistente. Sinais e sintomas: Crises dolorosas nos ossos, músculos e articulações devido a vaso- oclusão causando também redução do fluxo de sangue e oxigênio para os tecidos e órgãos. A baixa de oxigênio circulante causa palidez e cansaço. Icterícia devido ao excesso de bilirrubina no sistema circulatório, fenômeno resultante da destruição rápida das hemácias. Sequestro esplênico, acarretando o aumento do baço pela retenção de grande volume de sangue no local. Retardo do crescimento e maturação sexual. Úlceras, sobretudo, nas pernas em razão da viscosidade do sangue e má circulação periférica. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 23 01) (Fundação saúde- RJ/ 2014). Observe a imagem a seguir: Ela é característica da seguinte condição: (A) Anemia microcítica (B) Anemia falciforme (C) Hemólise (D) Anemia macrocítica (E) Desidratação Comentário: As hemácias alongadas e em forma de foice (drepanócitos) são características típicas presentes em pacientes portadores de Anemia Falciforme. Resposta: Letra B. 2. Anemia Aplástica É uma anemia rara e heterogênea, caracterizada por pancitopenia no sangue periférico, associada deplecção nas reservas medulares acompanhada de anemia grave, sem evidência de infiltração neoplásica, mieloproliferativa ou fibrose. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 23 Por definição, a biopsia de medula será muito hipocelular, com a substituição por tecido adiposo (gordura), e ao mielograma se observa escassos linfócitos, plasmócitos e fibroblastos. O hemograma apresenta anemia normocrómica, normocítica Sua incidência varia de 1,5 a 6 casos a cada 1.000.000. A maior prevalência é encontrada em países do sudeste asiático, que está relacionada com o fato dos habitantes destes países estarem bastante expostos a toxinas e vírus. Na américa latina observou-se a ocorrência de 1,6 casos em cada 1.000.000 de habitantes por ano. No Brasil esse índice chega a 2,1. Este tipo de anemia acomete tanto homens quanto mulheres, e a faixa etária mais atingida está entre 15 e 25 anos e acima de 60 anos de idade. O surgimento desta anemia está muito relacionado com a exposição a drogas, agentes químicos, radiação e tratamento de quimioterapia, pode também ser desencadeada por uma variedade de doenças como SIDA, Infecções virais e doenças autoimunes, em alguns casos surgem também na gestação. Em cerca de 75% dos casos não há um agente causal aparentemente, e nestes casos temos o que se chama de anemia aplástica idiopática. A anemia aplástica associada a vírus ou drogas apresenta um período de latência de seis a oito semanas, entre o evento inicial e o início da pacitopenia. Os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento da anemia aplástica não são totalmente conhecidos e incluem: lesão intrínseca da célula progenitora hematopoiética, participação imune no desencadeamento e manutenção das citopenia, perturbaçãodo microambiente da medula óssea e mutações no gene da telomerase e encurtamento telomérico. Sinais e sintomas: 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 23 Os sintomas da anemia aplástica resultam da diminuição de um ou mais tipos de células. Na ausência de tratamento pode progredir e tornar-se fatal. Fadiga Falta de ar Batimento cardíaco acelerado Palidez Infecções frequentes ou prolongadas Equimoses inexplicadas ou frequentes Epistaxe ou hemorragia gengival Hemorragias prolongadas no caso de cortes Exantema cutâneo Tonturas Cefaleias 02) (UFP/ 2012) Sobre anemia aplásica, julgue as assertivas abaixo em C (CERTO) ou E (ERRADO): ( ) É definida como pancitopenia associada à BMO acelular ou hipocelular, contendo mais de 20% do espaço medular ocupado por células hematopoiéticas. ( ) O maior pico ocorre entre a segunda e terceira décadas de vida, e um segundo pico é observado em idosos. ( ) A anemia de Fanconi, de herança autossômica dominante, caracteriza- se por uma forte instabilidade genômica, desenvolvendo anemia aplásica severa associada a uma série de anomalias congênitas: polegares 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 23 anômalos ou ausentes, baixa estatura, manchas café-com-leite, anomalias renais. ( ) Se doador de medula óssea compatível, o transplante de células- tronco hematopoiéticas é o tratamento indicado. ( ) Considera-se aplasia grave quando pelo menos dois dos seguintes critérios são encontrados: (1) reticulocitopenia < 20.000/mm³ ou < 20.000/mm³, (3) neutrófilos < 500/mm³. Considera-se aplasia muito grave quando a neutropenia é inferior a 200/mm³. Comentário: (E) (menos de 20% do espaço medular) (C) (E) (herança autossômica recessiva) (C) (C) 03) (FUNIVERSA,2009) As seguintes situações são conhecidas por causar anemia Aplástica, julgue V (Verdadeiro) ou F (Falso). a) Tratamento com clorofenicol. b) Malária. c) Amiloidose. d) Hepatite viral. e) Cisto renal Comentário: Lembrem-se que alguma das causas de anemia aplástica é a toxicidade de alguns produtos químicos, como é o caso de clorofenicol, e infecções virais, como a hepatite viral. Logo os itens verdadeiros desta questão são o a e o d. Resposta: V- F-F-V-F. 3. Anemia Hemolítica Autoimune. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 23 A Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) é caracterizada pela destruição precoce das hemácias devido à fixação de imunoglobulinas ou complemento na superfície da membrana das hemácias. Os sintomas iniciais são decorrentes da anemia causada pela hemólise, dos efeitos secundários do quadro hemolítico, ou da doença primária que está causando a AHAI, tais como as doenças linfoproliferativas. Por outro lado, um número crescente de pacientes apresenta-se assintomático ao diagnóstico por que a doença é identificada em exames laboratoriais rotineiros, especificamente em testes pré transfusionais realizados antes de um procedimento cirúrgico para fins de reserva de hemocomponentes para cirurgias. Além disso, o uso de testes imunohematologicos mais sensíveis acarreta a identificação de pacientes com reações sorológicas positivas, mas que ainda não apresentam repercussão clínica significativa de AHAI e que podem ser acompanhados sem necessidade de acompanhamento clinico especifico. A classificação de maior importância clínica para separar os grupos de pacientes com AHAI é baseada nos resultados dos testes laboratoriais imunohematologicos. Porém, a maior parte dos casos de AHAI é causada por anticorpos da classe IgG, que reagem melhor à temperatura corpórea, e são chamados de auto anticorpos a quente. CLASSIFICAÇÃO LABORATORIAL DAS AHAI TIPO DE AHAI PREVALÊNCIA CAUSADAS POR AUTO ANTICORPOS A QUENTE - IgG 60 ʹ 70% DOS CASOS 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 23 CAUSADAS POR AUTO ANTICORPOS A FRIO - IgM 20 ʹ 30% DOS CASO HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA - IgG 1% DOS CASOS MISTA (CAUSADA POR AUTOANTICORPOS A QUENTE E A FRIO 7 ʹ 8% DOS CASO HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA Acomete frequentemente crianças com menos de 5 anos, em geral, após infecção das vias aéreas superiores. A doença é caracterizada por hemólise intravascular explosiva, com palidez, icterícia, e hemoglobinúria, acompanhadas de dor abdominal, febre e sintomas gerais de gripe. Em geral é uma doença autolimitada, e não se necessita o uso de corticosteroides ou transfusão de hemácias. O tratamento é de suporte e quando necessário transfundir (por risco de choque circulatório). 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 23 04) (CESPE/2002). Com relação às anemias hemolíticas, assinale a opção incorreta. A.Na esferocitose hereditária, a herança mais comum é autossômica dominante, com deficiência de anquirina e espectrina. B.A causa mais comum da anemia hemolítica hereditária por defeito enzimático é a deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. C.Na anemia falciforme, ocorre a substituição do ácido glutâmico pela lisina na posição 6 da cadeia beta da hemoglobina. D.A hemoglobinúria paroxística noturna é a única anemia hemolítica por defeito de membrana de caráter adquirido. E.A hemólise que ocorre em pacientes com púrpura trombocitopênica trombótica é do tipo microangiopática. Comentário: A alteração genética que ocorre na anemia falciforme é representada pela substituição de uma única base no códon 6 do gene da globina beta. Uma adenina é substituída por uma timina. Resposta: Letra C. 4. Anemia por Deficiência de Ferro. Segundo a OMS, a anemia é um problema de saúde pública global, que afeta o estado de saúde, a capacidade laborativa e a qualidade de vida de cerca de 2 bilhões de pessoas, sendo que, deste total, 75% é causada pela deficiência de ferro. Esta anemia ocorre em até 45% das crianças até 5 anos, e de até 50% nas mulheres em idade fértil. O organismo humano saudável e com a nutrição equilibrada contém de 3 a 4g de ferro. A deficiência de ferro surge a partir do desequilíbrio entre ingesta, absorção e situações de demanda aumentada ou perda crônica, sendo assim multifatorial. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 23 A deficiência de ferro pode gerar redução da capacidade funcional de vários sistemas do corpo humano, estando associada a alterações do desenvolvimento motor e cognitivo em crianças, e em indivíduos adultos redução da capacidade produtiva no trabalho, problemas comportamentais, cognitivos e de aprendizado. Em gestantes aumenta o risco de prematuridade e baixo peso, sendo responsável por 18% de todas as complicações no parto e relacionado também a um aumentode morbidade para a gestante. Dentre os principais sintomas pode-se observar nestes pacientes: palidez na pele e músculos, fadiga, baixa tolerância ao exercício, redução do desempenho muscular. O diagnóstico desta anemia é clinico, associado a achados laboratoriais. O hemograma é um teste muito utilizado para este fim, pelo seu custo baixo e por fornecer informações valiosas para fechar o diagnóstico. Porém, o hemograma não permite o diagnóstico da deficiência de ferro sem a presença de anemia. Alguns dos achados no hemograma de pacientes com esta anemia são: hipocromia e microcitose das hemácias, aumento do índice de anisocitose eritrocítica (mais conhecido como RDW). Observa-se ainda plaquetose, eliptócitose e reticulocitopenia. Outro exame bastante utilizado para o diagnóstico e acompanhamento desta anemia é a dosagem de ferritina sérica, que está diretamente relacionada com as concentrações de ferritina intracelular e, portanto, possui relação também com o estoque total. Deficiência de ferro é a única condição que gera ferritina sérica muito reduzida, o que torna a hipoferritinemia bastante importante no diagnóstico. Porém, valores normais ou elevados de ferritina não excluem a deficiência de ferro, pois a ferritina é uma proteína de fase aguda, tendo sua concentração sérica aumentada na presença de inflamação, infecção, doença hepática. Outro exame também utilizado é a dosagem de ferro sérico, que é a fração do ferro corporal que circula primariamente ligado à transferrina, 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 23 e encontra-se reduzido na anemia por deficiência de ferro. A transferrina, que é uma proteína responsável pelo transporte de ferro, tem capacidade de ligar ao mesmo tempo duas moléculas de ferro. Sua produção pelo organismo varia de acordo com a quantidade de ferro corporal, aumentando quando os estoques estão muito reduzidos. O tratamento da anemia por deficiência de ferro se resume a reposição oral ou venosa de ferro. Porém sempre deve ser verificado a causa da perda de ferro, para que não seja um tratamento apenas paliativo e não duradouro. 5. Anemia Megaloblástica As anemias resultantes de carências de vitamina B12 ou de folatos estão cada vez menos frequentes. Predominam em pacientes gestantes, desnutridos, idosos e alcoólatras. Embora a anemia seja a manifestação que mais chama atenção, essas doenças possuem em comum uma diminuição seletiva na síntese de DNA, e por isso traz consequências também a outras linhagens hematopoiéticas como leucócitos e plaquetas. Outros locais podem apresentar grande proliferação celular como intestino delgado, língua e útero. A vitamina B12 ou também denominada cianocobalamina faz parte de uma família de compostos denominados genericamente cobalaminas, enquanto que a designação de folato aplica-se coletivamente a uma família de mais de uma centena de compostos. Dentre as principais manifestações clínicas encontradas nesta patologia se encontra a anemia obviamente, plaquetopenia e neutropenia. A deficiência na síntese de DNA afeta a divisão celular em outros tecidos em que há rápida multiplicação, em especial, os epitélios do tubo digestivo, que podem causar diarreia, perda de apetite. Em alguns casos ocorre uma discreta esplenomegalia. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 23 O diagnóstico deste tipo de anemia é feito com base nas alterações características do sangue periférico e da medula óssea. É realizada a análise laboratorial de uma mostra de sangue periférico, onde se percebe uma anemia macrocítica, leucopenia, trombocitopenia, acompanhados de anisocitose, macrocitose, poiquilocitose e granulócitos polissegmentados. Contagem de reticulocitos normal ou reduzida. 05) (UFPR/2004) O defeito celular básico na anemia megaloblástica é: a) Defeito na sinalização do RNA mensageiro. b) Defeito na reparação do DNA. c) Defeito na síntese do DNA. d) Acúmulo de produtos de degradação proteica. e) Desencadeamento do mecanismo de apoptose Comentário: A alteração nas anemias megaloblásticas ocorre durante a síntese de DNA. Resposta: Letra C. 06) (Farmacêutico - Bioquímico - Pref. Gonçalves Dias/MA – 2011). Assinale a alternativa correta acerca da patologia causada pela deficiência de vitamina B12. (A) Raquitismo (B) Dengue (C) Febre Tifóide (D) Anemia perniciosa Comentário: A anemia perniciosa pertence ao grupo das anemias megaloblásticas, e sabemos que estas anemias têm uma das causas a deficiência de vitamina B12. Resposta: Letra D. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 23 Agora vamos entrar em uma nova etapa da nossa aula! Iremos estudar agora as leucemias... 6. Leucemia Mieloide Aguda (LMA). A Leucemia Mieloide Aguda constitui um grupo heterogêneo de doenças clonais caracterizadas pela proliferação anormal de progenitores hematopoiéticos, os quais são incapazes de amadurecer e de responder aos reguladores naturais de proliferação e morte celular. Como consequência, essas células malignas se acumulam na medula óssea e prejudicam a produção normal das células sanguíneas, mas podem também se acumular em outros tecidos e órgãos, cujas funções são frequentemente comprometidas. A LMA é o tipo mais comum de leucemia aguda em adultos, correspondendo a cerca de 90% dos casos. Em crianças até 10 anos, corresponde a apenas 15% dos casos. Os sintomas e sinais apresentados pelos pacientes com LMA ao diagnóstico em geral são frutos da falência da hematopoese e ou infiltração de tecidos por células leucêmicas. Sintomas como fadiga, palidez e fraqueza, por exemplo, são comumente observados em decorrência da anemia. Infecções também ocorrem com frequência, em virtude da diminuição do número de leucócitos. A febre é um sintoma comum e pode resultar de infecções ou da própria leucemia. Manifestações como hemorragias, petéquias e epistaxe podem ser 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 23 observados em 50% dos casos e se correlacionam com a gravidade da trombocitopenia. Ao diagnóstico, as contagens hematológicas são muito variáveis nos casos de LMA. O número de leucócitos está aumentado (leucocitose) em mais da metade dos pacientes, mas a chamada hiperleucositose, definida como contagens superiores a 100 mil leucócitos/mm3, ocorre em menos de 20% dos casos. A leucocitose está frequentemente acompanhada por anemia e plaquetopenia. A anemia é na maioria das vezes normocrômica e normocítica. No exame morfológico do sangue periférico, são encontrados frequentemente mieloblastos. Pela OMS, quando ocorre a detecção de 20% ou mais de mieloblastos entre os leucócitos do sangue periférico é considerado o critério de diagnóstico de LMA. As amostras para diagnóstico de LMA devem ser obtidas antes de qualquer intervenção terapêutica. 7. Leucemia Mielóide Crônica A leucemia mieloide crônica é uma doença clonal caracterizada pela proliferação excessiva das células da linhagem granulocítica sem a perda de capacidade de diferenciação. É um tipo de doença mieloproliferativa provenienteda anormalidade citogenéticano Cromossoma Philadelphia (Ph), que resulta uma translocação entre os braços longos dos cromossomas 9 e 22, e eva à formação de um novo gene leucemia-específico, o BCR-ABL, detectável por polymerase-chain-reaction assay (PCR). Geralmente ocorre em adultos, mas muito raramente também pode ocorrer em crianças. É uma doença que se desenvolve muito lentamente e costuma ficar estável durante muito tempo, depois entra uma perda progressiva da diferenciação celular, chamada de fase acelerada e termina em um quadro de leucemia aguda, fase blástica. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 23 No hemograma, ocorre um aumento intenso na série granulocítica, com a presença de todos os elementos desta linhagem, deste o mieloblasto até o neutrófilo segmentado, predominando células imaturas. Ocorre anemia progressiva com aumento de eritroblastos. Surge também esplenomegalia e leucocitose. Outros sintomas aparentes são o emagrecimento e febre etiológica inexplicável. 8. Leucemia Linfoide Aguda A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) resulta da proliferação clonal de precursores linfoides anormais na medula óssea, sendo a doença maligna mais frequente na infância. Em adultos é bem mais rara, representando apenas 15% de todas as leucemias. Diferente das crianças onde a sobrevida de subtipos específicos pode chegar a ser de 80 a 90% em cinco anos, a sobrevida para os adultos é de apenas 20 a 30% neste mesmo tempo. Existem uma grande variação geográfica na incidência da doença, a qual é mais frequente entre as populações do norte e oeste da Europa, América do Norte e Oceania. No Brasil a incidência de LLA é próxima de 6,5 casos a cada milhão de pessoas por ano. A etiologia é desconhecida até o momento, mas acredita-se que esteja ligada a fatores genéticos. As queixas mais comuns derivam da supressão da hematopoese normal causada pela infiltração da medula óssea por células leucêmicas. Assim sendo, estão presentes sintomas progressivos de palidez, fraqueza, cansaço e indisposição. Febre e sudorese noturna, associadas ou não a processos infecciosos aparecem em um terço dos casos, o mesmo correndo em manifestações mucosas e cutâneas. Dor óssea é menos 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 23 frequente em adultos do que em crianças e resultam da infiltração leucêmica com distensão do periósteo ou estruturas periarticulares. Manifestações neurológicas, como confusão mental, cefaleia e comprometimento de nervos cranianos resultam de infiltração leucêmica, de hemorragia do Sistema Nervoso Central (SNC). 50% dos pacientes apresentam também hepato-esplenomegalia e ou enfartamento ganglionar. O diagnóstico é feito pelo exame de sangue periférico e esfregaços de medula óssea. Em 15% dos pacientes a aspiração medular é insatisfatória para o diagnóstico, sendo necessário a realização de biopsia de medula óssea. A classificação da LLA baseia-se em critérios morfológicos, imunofenotípicos e citogenéticos, e tem como objetivo facilitar o diagnóstico, identificar fatores prognósticos favoráveis e desfavoráveis e permitir a detecção precoce da recaída da doença. Com esses critérios é possível identificar diferentes subgrupos prognósticos e assim sendo, utilizar uma terapia adequada para cada tipo de subgrupo. O objetivo do tratamento da LLA é a eliminação do clone leucêmico com a cura do paciente. Os resultados obtidos em adultos são muito inferiores aos observados em crianças. As taxas de remissão completa variam de 70% a 90%, e a sobrevida de longo prazo é obtida em apenas 25 a 50% dos pacientes. A terapia inclui medidas de suporte, a quimioterapia sistêmica e a profilaxia do SNC. Em alguns casos, inclui também o transplante de células progenitoras hematopoiéticas. 8. Leucemia Linfoide Crônica. Leucemia linfoide crônica ou leucemia linfoblástica crônica, é um câncer dos linfócitos e o tipo mais comum de leucemia em adultos com idade superior a 50 anos, raramente ocorre em pessoas mais jovens. Esta doença é um resultado da lesão ocorrida no DNA uma única célula, 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 23 prejudicando a sua funcionalidade e levando a um aumento desordenado da sua produção. Com a invasão da produção disseminada das células leucêmicas, ocorre uma sobrecarga na medula óssea, como consequência ocorre a diminuição da produção dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas, logo temos um quadro de anemia, leucopenia e trombocitopenia. Pacientes com leucemia linfoide crônica são mais propensos as infecções, devido a debilidade do sistema imunológico, e por este câncer atinge os linfócitos B pertencentes a este sistema. Outra consequência sintomatológica que possa ocorrer nestes pacientes são um aumento nos linfonodos, baço ou fígado devido a invasão das células doentes nestes locais. E assim encerramos este módulo de hematologia, desejo uma ótima prova e bons estudos! Acreditem para que possam alcançar o seu objetivo! Thaiana Cirqueira. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 23 10. Lista de Questões Apresentadas 01) (Fundação saúde- RJ/ 2014). Observe a imagem a seguir: Ela é característica da seguinte condição: (A) Anemia microcítica (B) Anemia falciforme (C) Hemólise (D) Anemia macrocítica (E) Desidratação 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 23 02) (UFP/ 2012) Sobre anemia aplásica, julgue as assertivas abaixo em C (CERTO) ou E (ERRADO): ( ) É definida como pancitopenia associada à BMO acelular ou hipocelular, contendo mais de 20% do espaço medular ocupado por células hematopoiéticas. ( ) O maior pico ocorre entre a segunda e terceira décadas de vida, e um segundo pico é observado em idosos. ( ) A anemia de Fanconi, de herança autossômica dominante, caracteriza- se por uma forte instabilidade genômica, desenvolvendo anemia aplásica severa associada a uma série de anomalias congênitas: polegares anômalos ou ausentes, baixa estatura, manchas café-com-leite, anomalias renais. ( ) Se doador de medula óssea compatível, o transplante de células- tronco hematopoiéticas é o tratamento indicado. ( ) Considera-se aplasia grave quando pelo menos dois dos seguintes critérios são encontrados: (1) reticulocitopenia < 20.000/mm³ ou < 20.000/mm³, (3) neutrófilos < 500/mm³. Considera-se aplasia muito grave quando a neutropenia é inferior a 200/mm³. 03) (FUNIVERSA,2009). As seguintes situações são conhecidas por causar anemia Aplástica, julgue V (Verdadeiro) ou F (Falso). a) Tratamento com clorofenicol. b) Malária. c) Amiloidose. d) Hepatite viral. e) Cisto renal 04) (CESPE/2002). Com relação às anemias hemolíticas, assinale a opção incorreta. 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 23 A.Na esferocitose hereditária, a herança mais comum é autossômica dominante, com deficiência de anquirina e espectrina. B.A causa mais comum da anemia hemolítica hereditária por defeito enzimático é a deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase. C.Na anemia falciforme, ocorre a substituição do ácido glutâmico pela lisina na posição 6 da cadeia beta da hemoglobina. D.A hemoglobinúria paroxística noturna é a única anemia hemolítica por defeito de membrana de caráter adquirido. E.A hemólise que ocorre em pacientes com púrpura trombocitopênica trombótica é do tipo microangiopática. 05) (UFPR/2004) O defeito celular básico na anemia megaloblástica é: a) Defeito na sinalização do RNA mensageiro. b) Defeito na reparação do DNA. c) Defeito na síntese do DNA. d) Acúmulo de produtos de degradação proteica. e) Desencadeamento do mecanismo de apoptose 06) (Farmacêutico - Bioquímico - Pref. Gonçalves Dias/MA – 2011). Assinale a alternativa correta acerca da patologia causada pela deficiência de vitamina B12. (A) Raquitismo (B) Dengue (C) Febre Tifóide (D) Anemia perniciosa 11. Gabarito 26274965572 26274965572 - roger mendonça Hematologia Teoria e exercícios comentados Profª. Thaiana Cirqueiraʹ Aula 04 Profª. Thaiana Cirqueira www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 23 1 2 3 4 5 6 B E-C-E-C-C V-F-F-V-F C C D 12. Referência Bibliográfica: GUYTON, ARTHUR C. FISIOLOGIA HUMANA. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 ZAGO, MARCO ANTONIO, et al. TRATADO DE HEMATOLOGIA. SÃO PAULO, ATHENEU, 2013. GUYTON, ARTHUR C. FISIOLOGIA HUMANA. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 26274965572 26274965572 - roger mendonça
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