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Excipientes Farmacotecnicos

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Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
EXCIPIENTES e ADJUVANTES
 FARMACOTÉCNICOS
Anderson de Oliveira Ferreira
Mestre em Ciências Farmacêuticas
São Paulo
2006
1
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
EXCIPIENTES FARMACOTÉCNICOS
1. Evolução do conceito
No século 21, as funções e a funcionalidade dos excipientes, devem ser interpreta-
das de acordo com as novas tendências do mercado farmacêutico. O tradicional conceito de 
excipiente, como sendo simples adjuvante e veículo, química e farmacologicamente inerte, 
vem sofrendo grande evolução. Excipientes, anteriormente vistos como meras substâncias 
capazes de facilitar a administração e proteger o fármaco, são considerados, nos dias atu-
ais, como constituintes essenciais, que garantem o desempenho do medicamento e otimi-
zam a obtenção do efeito terapêutico. No passado, a atenção da indústria farmacêutica e 
dos órgãos de regulamentação direcionava-se, principalmente, para o controle da qualidade 
do fármaco, dando atenção menor aos excipientes. Todavia, a evolução tecnológica, econô-
mica, científica e dos fatores de regulamentação, possibilitaram a observação de considera-
ções especiais acerca do papel dos excipientes, de acordo com suas características físicas, 
inerentes ao emprego dos mesmos nos processos produtivos e na liberação do fármaco a 
partir da forma farmacêutica (FF). 
Uma definição mais recente regulamentada pelo IPEC (International Pharmaceutical 
Excipients Councils) é a seguinte: “excipiente é qualquer substância, diferente do fármaco 
ou do pró-fármaco, que tem sua segurança avaliada e, a partir de então, pode ser incluída 
na forma farmacêutica, com as seguintes intenções:
 possibilitar a preparação do medicamento;
 proteger, fornecer ou melhorar a estabilidade e a disponibilidade biológica do fárma-
co, além da aceitabilidade do paciente;
 propiciar a identificação do produto;
 melhorar ou promover qualquer outro atributo relacionado, não somente à segurança 
mas, também, com a efetividade do produto durante a estocagem e/ou o uso.
De acordo com o IPEC, a característica de inércia deve ser desconsiderada, uma vez 
que, de algum modo, qualquer substância pode modificar a liberação, estabilidade e a bio-
disponibilidade do fármaco”.
O surgimento e incremento da área biofarmacêutica, os sólidos conhecimentos ad-
quiridos nesta área, a introdução dos biopolímeros no mercado e, a disponibilidade de tec-
nologias de produção e métodos analíticos sofisticados, capacitaram o profissional farma-
cêutico à desenvolver FF cada vez mais específicas (modified release), com maior seletivi-
dade na liberação do ativo (targeting) e, consequentemente, com eficácia terapêutica au-
mentada. É universalmente aceito que, excipientes são constituintes essenciais à prepara-
2
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
ção de FF devendo, portanto, ser objeto de importantes considerações durante a fase de 
pré-formulação.
Atualmente, mais de 1000 produtos são usados como excipientes. Tais produtos, po-
dem apresentar estruturas moleculares simples, com diferentes funcionalidades ou, até 
mesmo, moléculas poliméricas complexas, de elevado peso molecular (PM). Técnicas analí-
ticas de elevada resolução que, nem sempre são destrutivas, permitem que o comportamen-
to dos excipientes, frente aos processos de manufatura, seja avaliado. Ainda, possibilita a 
elucidação da estrutura das moléculas, partículas e agregados, sendo capaz de discernir en-
tre diferentes lotes, aqueles que não são quimicamente equivalentes. Porém, alguns testes 
são indispensáveis para garantir a estabilidade, absorção adequada do ativo e assegurar 
um processo produtivo apropriado. O profissional responsável por desenvolver as formula-
ções deverá levar em consideração, na escolha dos excipientes adequados, aquele que ga-
rantirá melhor desempenho da formulação (estabilidade e eficácia), melhores características 
de manufatura e, ao mesmo tempo, que apresente custo adequado. 
Os principais fatores que contribuíram para a evolução no conceito e nas regulamen-
tações dos excipientes foram: criações de conselhos internacionais na Europa e Estados 
Unidos, criação de seções específicas para excipientes no NF, inclusão de monografias no 
NF, divisão especial de monografias na USP/NF, edição do Handbook of Pharmaceutical 
Excipients (1a em 1986 e 2a em 1994), dentre outras. Outros fatores são econômicos e tec-
nológicos: 
 Desenvolvimento de novas formas farmacêuticas: produtos de biotecnologia (polímeros, 
biosensores), sistemas de direcionamento de fármacos (targeting), sistemas de liberação 
modificada de fármacos (modified release).
 Automação: equipamentos sofisticados para compressão, extrusão e esferonização (tec-
nologia para produção de pellets), leito fluidizado, spray-dried.
 Surgimento de ativos inovadores: biotecnologia e peptídeos sintéticos.
 Elaboração de excipientes com funções específicas: preparação de lipossomas, nano-
cápsulas, microemulsões, géis transdérmicos, patches, dentre outros.
 Questões ambientais: encontrar substitutos aceitáveis para os CFCs (clorofluorocarbo-
nos), por exemplo, utilizada em sistemas aerossolizados e para outros solventes orgâni-
cos de uso farmacêutico.
Diferentes tipos de produtos são administrados por diferentes vias. Em geral, produ-
tos parenterais são, freqüentemente, empregados para administração de fármacos para o 
tratamento de casos agudos (exceto, por exemplo, terapia com insulina). Formulações trans-
dérmicas e tópicas são, usualmente, empregadas por um curto período de tempo (exceto, 
3
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
por exemplo, terapia com reposição hormonal). Formas farmacêuticas orais são utilizadas 
tanto para o tratamento de casos agudos quanto crônicos. Portanto, três fatores principais e 
inter-relacionados, poderão afetar o desenvolvimento de um novo excipiente: segurança, 
saúde do paciente após aprovação do produto e fatores econômicos. Diferentes vias de ad-
ministração e diferentes formulações, requerem níveis de segurança e testes específicos va-
riados. 
2. Biofarmacotécnica X Biodisponibilidade 
A biodisponibilidade de um fármaco relaciona-se com a quantidade de fármaco que é 
absorvido e a velocidade na qual este processo ocorre, uma vez que, uma resposta biológi-
ca adequada é resultado da sua interação com receptores celulares ou sistemas enzimáti-
cos. Por sua vez, a concentração no local de ação vai depender da dose administrada, da 
capacidade da forma farmacêutica em liberar o ativo na concentração apropriada, da via es-
colhida, do volume de distribuição do fármaco, da extensão do metabolismo, da velocidade 
de eliminação, de fatores intrínsecos da molécula do fármaco, dos tipos e quantidade de ex-
cipientes empregados na formulação, dentre inúmeros outros.
A biofarmacotécnica estuda os processos que ocorrem no organismo, a partir da ad-
ministração da forma farmacêutica, considerando as fases de liberação e dissolução do fár-
maco, que precedem sua absorção. Pode, também, ser definida como o estudo entre a in-
tensidade e o efeito biológico dos ativos e, os vários fatores relacionados ao próprio fárma-
co, à formulação do medicamento, incluindo o processo produtivo e, à via de administração.
Paraque qualquer ativo exerça sua atividade farmacológica e, o tratamento alcance 
a finalidade terapêutica pretendida, o mesmo deverá estar disponível no sítio de ação, em 
quantidade apropriada, para se ligar aos receptores biológicos e estimular as respostas. A 
administração pela via endovenosa, por exemplo, disponibiliza o fármaco diretamente na 
corrente sangüínea, fazendo com que sua biodisponibilidade seja de 100%. Além de ser dis-
ponibilizado diretamente no compartimento central, o metabolismo de primeira passagem é 
evitado. Por outro lado, nem todos os fármacos podem ser administrados por esta via, quer 
por motivos de impossibilidade de formulação, por motivos de instabilidade do fármaco ou 
por motivos do tipo de ação que se pretende (local ou sistêmica). Contudo, inúmeras são as 
vias de administração e variadas são as formas farmacêuticas às quais o fármaco pode ser 
incorporado, cada qual apresentando vantagens umas sobre as outras: pós, comprimidos - 
de liberação convencional ou de liberação modificada (liberação prolongada, liberação de 
doses múltiplas, liberação programada, liberação retardada ou entérica), cápsulas, soluções, 
4
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
suspensões, xaropoes, emulsões, cremes, géis, lipossomas, microemulsões, nanocápsulas, 
nanosferas, sistemas adesivos (patches), dentre outras. 
Fatores que modificam a biodisponibilidade:
Fatores relacionados ao paciente
idade;
peso corporal;
fatores fisiológicos: pH do TGI, esvaziamento e motilidade gástri-
ca, tipo de dieta, dentre outros; presença de patologias associa-
das;
Fatores relacionados à forma far-
macêutica
dependentes do fármaco e/ou excipientes:
tamanho das partículas; forma polimórfica; solubilidade; constan-
te de dissolução; coeficiente de partição óleo-água; velocidade 
de dissolução; estabilidade nos fluidos do TGI; forma química do 
fármaco (ex.base, sal); formação de complexos; capacidade de 
adsorção; tipo e quantidade e qualidade de excipientes emprega-
dos na formulação.
dependentes do processo de fabricação:
tipo de granulação; força de compressão;
alteração de parâmetros do processo de produção (tempo de 
mistura, agitação ou secagem).
Portanto, diversos são os parâmetros a serem considerados em uma etapa anterior à 
formulação.
3. Influência dos excipientes na liberação do fármaco
Durante a produção de Formas Farmacêuticas sólidas, as propriedades dos excipi-
entes, assim como a dos ativos, podem se refletir em diversos parâmetros, nomeadamente: 
compressibilidade, fluidez, uniformidade de conteúdo, lubrificação (escoamento e enchimen-
to da matriz, ejeção dos comprimidos, preparação de cápsulas) e mistura. Ainda, podem ser 
influenciadas: dureza, friabilidade, uniformidade de conteúdo (UC), velocidade de desagre-
gação, estabilidade do ativo, revestimento, dissolução e biodisponibilidade.
Resumidamente:
Propriedade Influência
Tamanho e forma da partícula peso, UC, desintegração, dissolução
5
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Densidade e granulometria peso, UC, desintegração, dissolução, dureza
Área superficial e porosidade desintegração, dissolução, formação de película 
de revestimento 
Hidratação estabilidade físico-química, desintegração, dis-
solução
Forma polimórfica e grau de cristalini-
dade
peso, UC, desintegração, dissolução, dureza
Condições de armazenamento peso, UC, desintegração, dissolução, dureza
4. Características dos excipientes:
Nas formas farmacêuticas, os excipientes representam a maior parte da forma farma-
cêutica (em relação ao volume da forma), quando comparados com a concentração do ativo. 
Do ponto de vista químico, a inércia atribuída aos excipientes deve ser encarada com certas 
reservas. Sua reatividade, apesar de baixa, pode ser potencializada por fatores físico-quími-
cos do meio, desencadeando reações que podem levar à desestabilização da forma e/ou 
degradação do fármaco: presença de grupos funcionais alcoólicos, grupos terpênicos em 
flavorizantes, corantes contendo iodo, espécies complexantes (EDTA) ou substâncias redu-
toras (lactose). Inúmeros excipientes possuem centros quirais (amido e celulose) que podem 
interagir com fármacos racêmicos. Outra característica dos excipientes clássicos é a inativi-
dade farmacológica e toxicológica, o que não pode ser generalizado. 
Características de um excipiente ideal:
 Toxicologicamente inativo.
 Química e fisicamente inerte frente ao fármaco.
 Compatível com outros ingredientes da formulação.
 Incolor e insípido.
 Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
 Alta capacidade de sofrer compressão (sólido).
 Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
 Fácil de ser armazenado.
 Características reprodutíveis lote-a-lote.
 Desempenho consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.
5. Função dos excipientes 
6
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
A maior parte das formas farmacêuticas são sólidas, semi-sólidas ou líquidas, nas 
quais o fármaco encontra-se diluído. Os excipientes capazes de fornecer à forma farmacêu-
tica peso, consistência e volumes adequados, são os diluentes. Nestes casos, assumem a 
função de veículo, permitindo administração pela via desejada. Ainda, pode-se esperar que 
excipientes assumam a função de adjuvantes (verbo do Latim = "adjuvare"), auxiliando o fár-
maco à cumprir seu papel. Excipientes específicos são adicionados na tentativa de controlar 
e regular a velocidade de desintegração da forma e dissolução do fármaco, o que irá refletir 
no controle da quantidade de fármaco absorvido e na velocidade na qual este processo 
ocorre, ou seja, na biodisponibilidade do fármaco.
De acordo com sua influência na estabilidade da formulação, liberação e absorção 
do ativo e características do processo de preparação, os excipientes podem ser agrupados 
em 3 categorias. Sendo que, de acordo com sua influência no processo produtivo, podem 
ser subdivididos segundo o tipo de formulação a ser preparada. As preparações podem ser 
otimizadas de acordo com o tipo de excipiente e a quantidade a ser incorporada. 
Categoria de excipiente de acordo com sua influência na estabilidade, absorção do 
fármaco e características do processo de preparação:
Estabilidade Absorção do Fármaco
antioxidantes desintegrantes
quelantes plastificantes
conservantes modificadores da liberação
estabilizantes promotores da penetração
tamponantes molhantes
modificadores de pH formadores de filme/polímeros
agentes bioadesivos/agentes encapsulantes
Influência na preparação
Para FF específicas:
emulsões e suspensões agentes emulsificantes, suspensores
géis agentes gelificantes
sólidas diluentes, lubrificantes
5.1 Principais excipientes farmacotécnicos
Avaliadas as propriedades físico-químicas do fármaco e estabelecida a melhor via de 
administração, a escolha dos adjuvantes mais adequados para determinada formulação de-
verá basear-se nas características das substâncias contidas na fórmula, bem como na pos-
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Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
sibilidade de interações entre os excipientes e o(s) fármaco(s). Os principais adjuvantes far-
macotécnicos encontram-se descritos a seguir:
Diluentes ⇒ produtos inertes adicionados aos pós para permitir a obtençãode comprimidos 
ou o enchimento de cápsulas, com volumes adequados. Ainda, para propiciar propriedades 
de fluxo e compressão necessárias à produção. Diferentes naturezas (solúvel, insolúvel ou 
mista). 
Exemplos: lactose, fosfato de cálcio tribásico, amido, manitol, sulfato de cálcio, celulose mi-
crocristalina (Microcel, Avicel), fosfato de cálcio dibásico (Encompress, Ditab), óxido de 
magnésio, carbonato de magnésio, talco, caolim.
Veículos ⇒ preparação inerte destinada à incorporação do (s) ativo(s). Podem ser edulcora-
dos e conter agentes suspensores. 
Exemplos: xarope simples, sorbitol 70%, glicerina, água, etc.
Solventes ⇒ usados para dissolver outra substância na preparação de uma solução; pode 
se aquoso ou não (ex. oleaginoso). Co-solventes, como a água e álcool (hidroalcóolico) e 
água e glicerina, podem ser usados quando necessários.
Exemplos: álcool, óleo de milho, óleo de algodão, glicerina, álcool isopropílico, óleo mineral, 
ácido oléico, óleo de amendoim, água purificada, água para injeção.
Absorventes ⇒ substâncias adicionadas para absorverem água presente nos extratos ou 
para fixar certos compostos voláteis, como as essências. Exemplos: fosfato de cálcio, cao-
lim, carbonato de magnésio, bentonita, talco.
Aglutinantes ⇒ agentes usados para promover adesão das partículas durante a granulação 
e compressão de formas farmacêuticas sólidas. Podem ser usados na forma de solução, 
dispersão ou pós. Exemplos: goma arábica, ácido algínico, açúcar compressível, CMC-Na, 
etilcelulose, gelatina, metilcelulose, povidona (PVP), amido, amido pré-gelatinizado, glicose 
líquida.
Desagregantes (desintegrantes) ⇒ empregados para acelerar a desintegração e/ou a dis-
solução da forma nos fluidos biológicos. Exemplo: ácido algínico, amido, alginato de sódio, 
CMC-Na, celulose microcristalina, croscarmelose sódica (Ac-Di-Sol), glicolato sódico de 
amido (Explotab), crospovidona (Kollidon CL).
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Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Lubrificantes ⇒ agentes capazes de prevenir a aderência dos pós e granulados nas pun-
ções e matrizes, facilitar o escoamento dos mesmos no alimentador e facilitar o enchimento 
de cápsulas. Otimizar o processo produtivo. Exemplo: estearato de magnésio, estearato de 
cálcio, ácido esteárico, talco, óleo vegetal hidrogenado (ex. Lubritab).
Deslizantes ⇒ agentes usados nas formulações de comprimidos e cápsulas para melhorar 
as propriedades de fluxo das misturas em pó. Exemplo: sílica coloidal (Aerosil 200), talco.
Agentes molhantes ⇒ substâncias adicionadas com a finalidade de diminuir a tensão su-
perficial na interface sólido/líquido. Age diminuindo o ângulo de contato entre a água e as 
partículas sólidas, aumentando a molhabilidade das partículas. Exemplos: lauril sulfato de 
sódio (LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens).
Agentes tamponantes ⇒ usado para fornecer às formulações, resistência contra variações 
de pH, em casos de adição de substâncias ácidas ou básicas. Exemplos: tampão citrato, 
tampão fosfato, tampão borato. 
Corantes, aromatizantes e flavorizantes ⇒ adjuvantes empregados para corrigir cor, odor 
e sabor desagradáveis, tornando a preparação mais atraente. Os corantes devem ser esco-
lhidos em uma tabela que fornece os nomes daqueles que são permitidos para uso alimentí-
cio. Alguns podem causar reações alérgicas e/ou desencadear processos de irritação gástri-
ca. Exemplos de flavorizantes: baunilha, mentol, óleo de canela, óleo de anis, cacau, dentre 
outros. 
Edulcorantes ⇒ usado para edulcorar (adoçar) a preparação. Exemplos: aspartame, dex-
trose (glicose), manitol, sorbitol, sacarina, ciclamato sódico, açúcar, acesulfame de potássio, 
sucralose, esteviosídeo. 
Agentes plastificantes ⇒ substâncias empregadas juntamente com polímeros, para modifi-
car a temperatura de transição de fase dos mesmos e, facilitar a coalescência do filme for-
mado sobre os grânulos, comprimidos ou pellets. Torna a camada de revestimento mais uni-
formemente distribuída sobre o granulado, durante a preparação de cápsulas de liberação 
entérica. Exemplos: glicerina, trietilcitrato, dibutilftalato, silicone, PPG.
Agentes de revestimento ⇒ empregados para revestir comprimidos, grânulos, cápsulas ou 
pellets com o propósito de proteger o fármaco contra decomposição pelo oxigênio atmosféri-
co e umidade, para mascarar sabor ou odor desagradável, para evitar a degradação no suco 
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Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
gástrico e obter a liberação do fármaco em meio entérico, promovendo liberação retardada 
do fármaco. A película empregada no revestimento é composta, basicamente, por um deri-
vado polimérico insolúvel que pode ser de origem natural (ceras, shellacs, gelatina), deriva-
dos da celulose (metil ou etilcelulose, acetoftalato de celulose, hidroxipropilmetilcelulose, 
acetato de celulose), copolímeros de ésteres acrílico e metacrílico (Eudragit tipos L100, RS 
30D, RS PM, S100, dentre outros); álcool polivinílico (PVA), acetato de polivinil, dentre ou-
tros. 
Agentes formadores de matrizes para liberação controlada ⇒ substâncias de natureza 
polimérica empregadas com a finalidade de se obter liberação prolongada e/ou controlada 
do fármaco que se encontra disperso, uniformemente, na matriz. Podem apresentar diferen-
tes naturezas. Exemplos: HPMC, CMC-Na, goma xantana, Carbopol, diversos tipos de Eu-
dragit, ágar-ágar, derivados polióxidoetilênicos (PEO's), dentre outros.
Agentes emulsificantes ⇒ usados para estabilizar formulações que possuem um líquido 
disperso no seio de outro líquido com ele imiscível. O emulsionante ou emulsificante man-
tém a estabilidade da dispersão. O produto final pode ser uma emulsão líquida ou semi-sóli-
da (creme). Podem ser aniônicos, catiônicos ou anfotéricos. Ainda, podem ser naturais ou 
sintéticos. Exemplos: monoestearato de glicerila, álcool cetílico e gelatina. Podem ser em-
pregados como agentes emulsivos auxiliares: CMC-Na, MC, alginato e pectina.
Agentes surfactantes (tensoativos) ⇒ substâncias que reduzem a tensão superficial. Po-
dem ser usados como agentes molhantes, detergentes ou emulsificantes. Exemplos: cloreto 
de benzalcônio, nonoxinol 10, octoxinol 9, polissorbato 80, lauril sulfato de sódio.
Agentes suspensores ⇒ agentes utilizados para aumentar a viscosidade da fase externa 
de uma suspensão (dispersão de sólidos, finamente divididos, no seio de um líquido no qual 
o fármaco é insolúvel). Reduzem a velocidade de sedimentação das partículas do fármaco. 
Agente doador de viscosidade ao meio. 
Agente suspensor Concentração usual pH aplicável
Goma adraganta 0,50 – 2,00% 1,90 – 8,50
Goma arábica (goma acácia) 5,00 – 10,00 % ...........
Goma xantana 0,3 – 0,5 % 3,0 – 12,0
Celulose microcristalina/CMC-Na 
(Avicel RC 591)
0,50 – 2,00% 3,50 – 11,00
CMC-Na 0,50 – 2,00% 2,00 – 10,00
Hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) 0,30 – 2,00% 3,00 – 11,00
Metilcelulose 0,50 – 5,00% 3,00 –11,00
Hidroxietilcelulose (Natrosol) 0,10 – 2,00% 2,00 – 12,00
10
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Bentonita
0,50 – 5,00% 3,00 – 10,00
dispersões melhores em 
pH neutro
Alginato sódico 1,00 – 5,00% 4,00 –10,00
Carbômero (Carbopol) 0,50 – 1,00% 5,00 –11,00
Povidona Até 5,00% Não é afetado pelo pH, ex-
ceto por pH extremamente 
cáustico
Pectina 1,00 – 3,00% 2,00 – 9,00
Silicato de Alumíno e Magnésio 
(Veegun)
0,50 – 2,50% 3,50 – 11,00
Dióxido de silício coloidal(Aerosil) 2,00 – 10,00% Até 10,70
Adaptado: Rowe et al., 2003.
Agente doador de consistência ⇒ usado para aumentar a consistência de uma prepara-
ção, em geral, uma pomada. Exemplos: álcool cetílico, cera branca, cera amarela, álcool es-
tearílico, parafina, cera microcristalina, cera de ésteres cetílicos.
Agentes de tonicidade (Isotonizantes) ⇒ usados para obtenção de soluções com caracte-
rísticas osmóticas semelhantes às dos fluidos biológicos, à serem administradas pelas vias: 
ocular, nasal, parenteral. Exemplos: NaCl (0,9%), manitol (5,07%) e dextrose (5,51%).
Umectantes ⇒ substâncias empregadas para prevenir o ressecamento de preparações, 
principalmente, pomadas e cremes, por apresentarem a capacidade de retenção de água. 
Exemplos: glicerina, propilenoglicol, sorbitol.
Agentes levigantes ⇒ líquido usado como agente facilitador no processo de redução de 
partículas do fármaco, durante o preparo de emulsões, bases oleosas, dentre outras. Tritu-
rado juntamente com o fármaco. 
Exemplos: 
Agente levigante Densidade Miscibilidade Usos
Óleo mineral
(vaselina
líquida)
0,88 miscível em óleos fixos 
(exceto óleo de rícino)
imiscível com água, ál-
cool, glicerina, propile-
noglicol, PEG 400, e 
óleo de rícino
bases oleosas
base de absorção
emulsões água/óleo
Glicerina 1,26 miscível com água, ál-
cool, propilenoglicol e 
PEG 400
imiscível com óleo mine-
ral e óleos fixos
emulsões bases
 óleo /água
bases solúveis em 
água e ictiol
11
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Propilenoglicol 1,04 miscível com água, ál-
cool, glicerina e PEG 
400
imiscível com óleo mine-
ral e óleos fixos
emulsões base 
óleo/água
bases solúveis 
em água
PEG 400 1,13 miscível em água, álco-
ol, glicerina e propileno-
glicol
imiscível com óleo mine-
ral e óleos fixos
emulsões base
óleo/água
bases 
solúveis
 em água
Óleo de algodão 0,92 miscível com óleo mine-
ral e outros óleos fixos 
incluindo o óleo de ríci-
no
imiscível com água, ál-
cool, glicerina , propile-
noglicol e PEG 400
o óleo de algodão ou 
algum outro óleo ve-
getal pode ser usado 
como substituto para 
o óleo mineral quan-
do um óleo vegetal é 
preferido ou quando 
o sólido pode ser in-
corporado mais facil-
mente nestes óleos.
Óleo de rícino 0,96 miscível com álcool e 
outros óleos fixos.
Imiscível com água, gli-
cerina, propilenoglicol, 
PEG 400 e óleo mineral
ictiol ou bálsamo do 
Peru, mesmos usos 
descritos para o óleo 
de algodão.
Polissorbato 80
(Tween ® 80)
1,06-1,09 miscível com água, ál-
cool, glicerina, propile-
noglicol, PEG 400, óleo 
mineral e óleos fixos.
Coaltar
Circunstâncias em 
que um surfactante é 
desejado, pode ser 
incompatível com al-
gumas emulsões 
água / óleo
Agentes alcalinizantes ou acidificantes ⇒ usados para alcalinizar ou acidificar o meio, 
respectivamente, para fornecer estabilidade ao ativo ou promover sua dissolução. 
Exemplos: 
Agentes acificantes (acidulantes) Agentes alcalinizantes
Ácido cítrico Solução de amônia
Ácido acético Carbonato de amônio
Ácido fumárico Dietanolamina
Ácido clorídrico (HCl) Monoetanolamina
Ácido tartárico Hidróxido de potássio (KOH)
Ácido bórico Hidróxido de sódio (NaOH)
Bicarbonato de sódio
Borato de sódio
Trietanolamina
Conservantes ⇒ usados em preparações líquidas e semi-sólidas para prevenção do cresci-
mento e desenvolvimento de microrganismos (fungos e bactérias). Exemplos de anti-fúngi-
cos: ácido benzóico, benzoato de sódio, butilparabeno, metilparabeno (Nipagin), propilpara-
12
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
beno (Nipasol), etilparabeno, propionato de sódio. Anti-bacterianos: cloreto de benzalcônio, 
cloreto de benzetônio, álcool benzílico, cloreto de cetilpiridíneo, clorobutanol, fenol.
Agentes antioxidantes ⇒ empregados na tentativa de proteger a formulação de qualquer 
processo oxidativo e conseqüente desenvolvimento de ranço em substâncias de natureza 
oleosa e gordurosa e/ou inativação do fármaco. Podem atuar de diferentes modos: interrom-
pendo a formação de radicais livres (BHA, BHT, α-tocoferol); promovendo redução das es-
pécies oxidadas (ácido ascórbico, palmitato de ascorbila, metabissulfito de sódio); prevenin-
do a oxidação (EDTA, ácido cítrico, cisteína, glutationa). Em sistemas aquosos, preferencial-
mente, são empregados: vitamina C, metabissulfito de sódio, cisteína e tiossulfato de sódio. 
Nos sitemas lipofílicos, preferencialmente, BHT, BHA e vitamina E.
Agentes quelantes (seqüestrantes) ⇒ substância que forma complexos estáveis (quela-
tos) com metais. São usados em preparações líquidas como estabilizantes para complexar 
os metais pesados que podem promover instabilidade. Exemplos: EDTA-Na2, ácido edético.
Agente para expulsão de ar ⇒ empregado para expulsar o ar de recipientes hermetica-
mente fechados ou de formulações fluidas, para aumentar a estabilidade. Exemplos: nitrogê-
nio (N2), dióxido de carbono (CO2).
Nota: dentre as inúmeras classes de excipientes, os diluentes, os agentes molhantes, os 
lubrificantes e desintegrantes são os que apresentam maior influência na biodisponibilidade 
de formas farmacêuticas sólidas. 
Nos estudos de pré-formulação, a solubilidade dos diluentes deve ser considerada, 
pois, a simples troca de um diluente pode provocar alterações na biodisponibilidade do fár-
maco, podendo resultar em casos de intoxicação. Um exemplo clássico ocorreu na Austrália 
(1968), quando a substituição do sulfato de cálcio (insolúvel) por lactose (solúvel), como di-
luente para cápsulas de fenitoína, resultou em um aumento da biodisponibilidade do fárma-
co, gerando diversos casos de intoxicação (Balla, 1968; Eadie et.al. 1968). Houve uma com-
pleta remissão do problema quando os pacientes passaram novamente a receber a fenitoína 
preparada com o excipiente original (sufato de cálcio). A presença de diluentes muito hidrofí-
licos, como a lactose, pode aumentar a captura de líquidos e, consequentemente, aumentar 
a molhabilidade das partículas, acelerando a velocidade de liberação dos fármacos. 
A presença do agente desintegrante na formulação visa facilitar a desagregação da 
forma farmacêutica, aumentando a área superficial e promovendo a dissolução do fármaco. 
Os agentes molhantes quando adicionados á formulação para aumentam a molhabili-
dade do ativo e promovem o aumento da velocidade de dissolução do fármaco.
13
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
A adição de lubrificantes (substâncias hidrofóbicas) à preparação retarda a molhabili-
dade e, consequentemente, a absorção do fármaco. Portanto, a concentração do agente 
lubrificante na formulação é fator determinante para a obtenção de uma disponibilidade bio-
lógica apropriada do fármaco.
5.3 Considerações gerais sobre alguns dos principais adjuvantes farmacotécnicos:
5.3.1 Flavorizantes
Flavorizar, edulcorar e colorir uma preparação farmacêutica para administração oral 
é fator preponderante à adesão terapêutica pelo paciente, especialmente o pediátrico. Por-
tanto, o farmacêutico tem como desafio desenvolver técnicas e recursos para realizar a 
combinação harmônica dos aditivos flavorizantes (aromas), edulcorantes e corantes. Porém, 
antes é importante a compreensão da psicofisiologia envolvida na percepção dos sabores.
A percepção de um determinado sabor envolve os receptores dos paladares, proteí-
nas localizadas na superfície das célulasdas papilas gustativas, que reconhecem certas es-
truturas químicas e iniciam a emissão de sinais para que o cérebro os traduzam e reconhe-
çam como doce, amargo, salgado ou azedo (ácido). Possuimos cerca de 10.000 papilas 
gustativas, sendo que nas crianças elas estão em número maior. Isto explica em parte o 
porquê das crianças serem mais sensíveis a sabores desagradáveis. 
Os receptores para os paladares primários doce, amargo, salgado e azedo (ácido) estão 
distribuídos e agrupados em regiões diferentes da superfície da língua. O paladar doce é 
detectado principalmente na ponta da língua, enquanto o amargo é mais evidenciado na re-
gião posterior, o salgado nas laterais anteriores e o azedo nas laterais medianas (veja a fi-
gura 1).
Figura 1: Percepção regional dos paladares primários na língua humana.
Fonte: Roy, 1997.
14
Amargo
Azedo (ácido)
Salgado
Doce
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Algumas correlações podem ser feitas entre sabor/odor e a estrutura química da subs-
tância. Por exemplo: o sabor azedo pode ser associado à presença de íons hidrogênio; o 
salgado, com alguns ânions e cátions; o amargo, com o alto peso molecular dos sais; o 
doce, com compostos polihidroxilados, compostos polihalogenados e alfa-aminoácidos; o 
sabor cortante pode ser associado à presença de insaturação na molécula; o odor de cânfo-
ra, com o átomo de carbono terciário da estrutura e, odores de frutas, com grupos ésteres e 
lactonas. Dentre os fatores responsáveis pelo sentido do paladar estão, também, envolvidos 
os seguintes fenômenos: calor - QUENTE ou FRIO; a ADSTRINGÊNCIA - devido à presen-
ça de taninos e ácidos; a ASPEREZA correspondente à textura e, a SENSAÇÃO DE FRES-
COR, devido à ausência de calor.
Durante o desenvolvimento das formulações, alguns requisitos são necessários para 
a identificação imediata do sabor e para que ele seja compatível com sensibilidade da muco-
sa oral. Algumas técnicas usadas para flavorização incluem: métodos de combinação, mas-
caramento, métodos físicos, métodos químicos e métodos fisiológicos. Um guia com uma 
seleção de sabores pode ser encontrado abaixo.
Flavorizantes utilizados para mascarar alguns sabores primários:
• Doce: baunilha, vanilina, tutti-frutti, uva, morango, framboesa, amora, hortelã-pimen-
ta.
• Ácido/azedo: cítrico, limão, laranja, cereja, framboesa.
• Salgado: amêndoas, xarope de canela, xarope de ácido cítrico, xarope de maple , xa-
rope de laranja, xarope de alcaçuz, framboesa.
• Amargo: anis, café, chocolate, chocolate-menta, menta, limão, laranja, xarope de ca-
cau, xarope de alcaçuz, cravo.
• Salino + amargo: xarope de canela, xarope de laranja, xarope de ácido cítrico.
• Oleoso: menta, anis, hortelã (ex. correção do sabor de preparações com óleo mine-
ral).
• Metálico: morango, framboesa, cereja, uva.
• Insípido: associar edulcorante + flavorizante, xarope de limão ou xarope simples com 
tintura ou essência de limão.
Sugestões de Flavorizantes por Classes de Fármacos
• Antibióticos: cereja, abacaxi, laranja, framboesa, banana + abacaxi, banana + bauni-
lha, côco + creme, morango, baunilha, limão-creme, cereja + creme, tutti-frutti, canela.
• Antihistamínicos: cereja, canela, creme, uva, mel, pêssego + laranja, framboesa, 
baunilha, cacau.
• Barbituratos: banana + abacaxi, banana + baunilha, canela + menta, groselha + mo-
rango, laranja.
15
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
• Descongestionantes e expectorantes: anis, cereja, côco + creme, creme + menta + 
morango, groselha + pêssego, morango, limão, laranja, laranja + limão, abacaxi, laranja 
+ pêssego, morango, framboesa, tangerina.
• Eletrólitos: cereja, uva, framboesa.
Nota: o corante a ser utilizado em uma formulação deve ser selecionado harmonicamente com o flavorizante (exem-
plo: verde para menta, vermelho para cereja, etc.)
Sugestões de Flavorizantes para preparações veterinárias 
Pássaros: uva, laranja, tutti-frutti
Gatos: carne, galinha, fígado, amendoim, peixe, queijo.
Cães: carne, queijo, galinha, fígado, marshmallow, amendoim, framboesa.
Equinos: maçã, cereja, cravo, caramelo, alfafa.
Bovinos: anis, maple, cravo, alfafa, anis-alcaçuz.
Caprinos: maçã, caramelo.
Frangos: milho, melancia, leite.
Furões: peixe, frutal.
Iguanas: kiwi, melancia.
Coelhos: banana-creme, alface.
Porquinho-da-india: laranja, tutti-frutti.
Primatas: bana, chocolate, framboesa.
Répteis (exceto cobras): banana-creme, limão-creme.
Adaptado: IJPC, 1997.
Método de Combinação: a técnica de combinação compreende o uso de característi-
cas comuns entre o sabor e o fármaco. Por exemplo, o uso do sabor de frutas pode ser 
combinado com o sabor azedo/ácido (sabor de laranja associado ao ácido ascórbico). Os 
sabores salgado/doce/azedo podem ser combinados com um sabor amargo. Também, o 
uso de um sabor levemente salgado pode minimizar o sabor azedo e, contribuir para que o 
sabor doce sobressaia. Ainda, já foi estabelecido que o sabor azedo pode potencializar o sa-
bor amargo.
Método de Mascaramento: o salicilato de metila, por possuir um cheiro muito forte, 
pode mascarar outros sabores ou sobressair-se em relação a muitos produtos.
Métodos Físicos: dentre os métodos físicos, estão incluídas a formação de compos-
tos insolúveis, a emulsificação de óleos, a efervescência, a elevação na viscosidade dos flui-
dos e o revestimento de comprimidos. Compostos insolúveis podem ser formados resultan-
do em sabores pouco perceptíveis. O fármaco deve estar em solução para que seu sabor 
seja realçado, portanto, ativos em suspensão, geralmente, não transmitem sabor. Os óleos 
podem ser incorporados na fase interna de emulsões óleo-água, cuja fase externa aquosa 
pode ser adoçada ou flavorizada. Este é o princípio que está por trás da emulsão de óleo de 
fígado de bacalhau e da emulsão de óleo de rícino, nas quais o paciente experimenta, inici-
almente, a fase aquosa externa adocicada. 
16
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Métodos Químicos: os métodos químicos incluem absorção e complexação do princí-
pio ativo, resultando na perda das características de sabores indesejáveis.
Métodos Fisiológicos: métodos físiológicos incluem a utilização dos efeitos anestési-
co do mentol e da menta, que pode, ainda, ser usada para contribuir com um sabor mais 
agradável. 
Agentes flavorizantes podem apresentar-se como misturas complexas. A tabela se-
guinte ilustra o número de diferentes substâncias químicas que podem estar contidas em 
substâncias flavorizantes naturais ou artificiais.
Exemplos dos números de diferentes constituintes presentes em alguns flavorizantes natu-
trais ou artificiais.
Natural Artificial
Cereja > 70 > 20
Banana > 150 > 17
Uva ~ 225 > 18
Morango > 130 > 36
Framboesa > 60 > 17
Muitos flavorizantes naturais possuem uma substância cujo gosto seja proeminente. 
Por exemplo, o constituinte ativo da cereja é o benzaldeído, na banana, o iso-amiloacetato e 
na laranja, o limoneno.
A presença de determinados conservantes pode influenciar no sabor de uma prepa-
ração farmacêutica de uso oral. Os parabenos, por exemplo, podem transferir para a formu-
lação um aroma floral indesejável (metilparabeno) ou promoverem uma sensação de dor-
mência na língua (propilparabeno).
Agentes corretores e evidenciadores do paladar
Substância Uso e aplicação
Óleo de anis (anetol) Amargo, preparações oleosas.
Óleo essencial de canela (cinamaldeído) Preparações oleosas,salgado, amargo, preparações odonto-
lógicas.
Óleo essencial de cravo (eugenol) Preparações odontológicas.
Óleo essencial de menta (L-mentol, acetato de mentila) Amargo, dessensibilizante do paladar.
Óleo essencial de laranja Amargo, ácidos, barbitúricos.
Óleo essencial de limão (aldeído citral e limoneno) Amargo, ácido.
Salicilato de metila
Máximo: 500mcg/kg/dia
Pastilha, óleo (óleo de fígado de bacalhau).
Máximo: 500mcg/kg/dia
Glicirrizinato de amôneo (Magnasweet®)
Conc. usual: 0,1 – 0,5%
Amargo (evidencia o paladar doce, sinergismo com edulco-
rantes, prolonga o tempo do paladar doce – efeito lingering), 
preparações contendo antibióticos.
Glutamato monossódico
Máximo 120 mg/dia para indivíduos maiores de 12 anos.
Sabor metálico.
Vanilina
Conc. usual: 0,01 –0,02%
Flavorizante de fundo para sabores desagradáveis, incluindo 
o amargo.
Etilvanilina
Conc. usual: 0,01%
Flavorizante de fundo com sabor 3x mais intenso que a vani-
lina.
Maltol
Conc. usual: 5 – 75 ppm (30 ppm)
Evidenciador do sabor doce com sabor similar ao morango 
ou abacaxi.
17
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Glicirrizinato de potássio
Conc. usual: 0,05%
Amargo, dentifrícios.
Mentol
Suspensões orais: 0,003%
Xaropes: 0,005 – 0,015%
Pastilhas: 0,2 – 0,4%
Pasta dental: 0,4%
Enxaguatórios bucais:0,1-2%
Amargo (dessensibilizante do paladar)
Ácido cítrico
Conc. usual: 0,3 – 2,0%
Evidenciador do sabor, mascaramento do sabor amargo, 
ação sialogoga.
Ácido tartárico
Conc. usual: 0,1 – 0,3%
Evidenciador do sabor, correção do amargo, ação sialogoga.
Ácido málico
(até 400ppm – alimentos)
Evidenciador do sabor, correção do amargo, sialogogo.
Ácido fumárico
(até 3600 ppm)
Evidenciador do sabor, correção do amargo, sialogogo
Cloreto de sódio (NaCl)
Conc. usual: 0,3 – 0,5%
Supressão do amargo.
Ácido fosfatídico-b-lactoglobulina
Conc. usual: 3%
(Inibidor específico do amargo)
Hidrofóbica e dispersível em água
Supressão do amargo em alimentos e medicamentos 
Não eficiente para mascarar o amargo de de substâncias 
amargas hidrofílicas. Não suprime o doce, azedo e salgado.
Ácido fosfatídico 
Conc. usual: 1- 3%
Supressão do amargo.
Lipoproteínas (albumina, lactoalbumina) e fosfolipídeos da 
soja
Supressão do amargo.
Adaptado:Rowe et al., 2003.
5.3.2. Corantes
Os corantes a serem adicionados em produtos farmacêuticos de uso interno devem 
ser atóxicos e farmacologicamente inativos. Eles não devem ser empregados para mascarar 
produtos de baixa qualidade. Só devem ser utilizado corantes certificados para administra-
ção em alimentos, fármacos e cosméticos (FD&C – Food, Drug and Cosmetics Administrati-
on).
Diluição de corantes
Sugestão de solução base para diluição de corantes
Corante.......................................................0,10 – 10,00% (concentração variável)*
Propilenoglicol.............................................3,00%
Metilparabeno..............................................0,15%
Propilparabeno............................................0,05%
Álcool etílico................................................10,00%
Água desmineralizada qsp..........................100,00 mL
 A quantidade de corante utilizada em uma formulação oral pode variar de 0,0005 a 
0,005% de corante.
18
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
Estabilidade de corantes certificados pelo FD&C, mediante vários fatores, os quais, podem 
influenciar na coloração de preparações farmacêuticas
Corantes FD&C
(hidrossolúveis) Ácido Álcali Luz
Agentes 
redutores
Agentes 
oxidantes Valor pH*
FD&C azul #1
(azul brilhante) Moderada Modera-da
Boa Boa Pobre 4,9-5,6
FD&C azul #3
(indigo carmim) Boa Modera-da
Pobre Moderada Pobre 8,5
FD&C verde #3 Boa Pobre Boa Boa Pobre 4,2-5,8
FD&C vermelho #3
(eritrosina) Pobre Boa Razoá-vel
Moderada Razoável 7,7
FD&C vermelho #4
(Ponceau SX) Pobre boa Razoá-vel
Moderada Razoável 6,4
FD&C amarelo #5**
(tartrazina) Boa Boa Boa Pobre Razoável 6,8
FD&C amarelo #6
Boa Boa Boa Pobre Razoável 6,6
FD&C vermelho #40
Boa Boa Boa Pobre Moderada 7,3
*valor de pH de uma solução a 1% do corante.
19
Anderson de O. Ferreira MSc. Excipientes Farmacotécnicos 
** O amarelo de tartrazina está relacionado com manifestações do tipo alérgicas em pesso-
as sensíveis (incluindo pacientes com bronquite asmática). Apresenta reação cruzada em 
pacientes sensíveis ao ácido acetilsalicílico.
Alguns corantes naturais também podem ser utilizados, tais como:
• Amarelo: curcuma e vitamina B2.
• Vermelho: carmim, colchonilha.
• Verde: clorofila.
• Alaranjado: betacaroteno.
5.3.3. Antioxidantes
A oxidação é um processo que leva à decomposição da matéria-prima, com perda de 
sua função. A luz, o ar, o calor, a presença de contaminantes do meio (catalisadores → me-
tais pesados) e o pH do meio, são os agentes desencadeadores deste processo. O meca-
nismo de oxidação inicia-se com a formação do que chamamos de radicais livres.
Agentes antioxidantes são substâncias capazes de preservar a formulação de qual-
quer processo oxidativo. São capazes de inibir a deterioração oxidativa (destruição por ação 
do oxigênio) de produtos fármaco-cosméticos, interferindo no desenvolvimento de ranço oxi-
dativo em óleos e gorduras ou inativação de medicamentos.
Antioxidantes que atuam interrompendo a formação das cadeias de radicais livres (antioxi-
dantes verdadeiros):
• BHA
• BHT
• α-tocoferol (vit.E)
• propilgalato
Atuam sofrendo oxidação (agentes redutores):
• metabissulfito de sódio
• bissulfito de sódio
• ditionito de sódio 
• ácido ascórbico (vit.C)
• palmitato de ascorbila
Antioxidantes que atuam por mecanismos preventivos (antioxidantes sinergistas):
• Ácido cítrico
• Ácido etilenodiaminotetracético 
(EDTA)
• Cisteína
• glutation
• metionina
20
5.3.3.1 Uso adequado de agentes antioxidantes
5.3.3.1.1 Antioxidantes para sistemas aquosos 
• ÁCIDO ASCÓRBICO: solubilidade de 1g/3mL de água, 1g/30mL de álcool.
Concentração usuais (formulações aquosas): 0,01 – 0,1%. É incompatível com álcalis, 
íons de metais pesados, especialmente cobre e ferro, substâncias oxidantes, metenamina, 
cloridrato de fenilefrina, maleato de pirilamina, salicilamida, nitrito sódico, salicilato de sódio, 
salicilato de teobromina e picotamida.
• BISSULFITO DE SÓDIO (NaHSO3): sabor desagradável. Instável ao ar, perdendo SO2 
e oxidando-se, gradualmente, para sulfato.
Solubilidade:1g/4mL de água, 1g/70mL de álcool. 
Concentrações usuais: 0,01- 1%. Inativa a adrenalina e a cisplatina. 
 Incompatível com cloranfenicol e nitrato de fenilmercúrio.
• METABISSULFITO DE SÓDIO (Na2S2O5): solubilidade de 1g/1,9mL de água, facil-
mente solúvel em glicerina e pouco solúvel em etanol. Concentrações usuais: 0,01 - 1,0%. 
Empregado em preparações farmacêuticas orais, parentais e tópicas. Incompatível com a 
epinefrina (adrenalina) e seus derivados, com o cloranfenicol e fenilacetato de mercúrio. Ina-
tiva soluções de cisplatina.
Nota: Os sulfitos são conhecidos por causar alergia. 
• TIOSSULFATO DE SÓDIO (Na2S2O3.5H2O): solubilidade de1g/0,5mL de água, insolú-
vel em álcool. Concentração usual: 0,05%.
• DITIONITO DE SÓDIO (Hidrossulfito de sódio) (Na2S2O4): muito solúvel em água e 
pouco solúvel em álcool. Concentração usual: 0,1 – 0,6%. O ditionito de sódio tem sido usa-
do como antioxidanteem preparações tópicas e como agentes redutores na remoção de 
manchas em tecidos. 
5.3.3.1.2 Antioxidantes para sistemas oleosos
• ASCORBIL PALMITATO: pó branco ou branco-amarelado com odor característico. 
Solubilidade: muito levemente solúvel em água e em óleos vegetais; solúvel em álcool. Con-
centração efetiva: 0,01 - 0,2%. É incompatível com agentes oxidantes (ex. em solução a oxi-
dação é catalizada pela presença de íons Cu2+ e Fe3+.
• BUTILHIDROXIANISOL (BHA): insolúvel em água; facilmente solúvel em álcool e pro-
pilenoglicol. Concentrações usuais: 
Uso em: Concentração (%)
β-caroteno 0,01
Óleos essenciais e agentes flavori-
zantes 0,02 - 0,5
Injetáveis IM 0,03
Injetáveis IV 0,0002 - 0,00052
Óleos e gorduras 0,02
Formulações tópicas 0,005 - 0,02
Vitamina A 10mg / por 1 milhão de unidades
É incompatível com agentes oxidantes e sais férricos. Uso permitido em injeções IM e 
IV, preparações nasais, cápsulas, comprimidos e preparações sublingual, retal, tópica e va-
ginal.
• BUTILHIDROXITOLUENO (BHT): insolúvel em água e em propilenoglicol e facilmente 
solúvel em álcool. Concentrações usuais: 
Uso em: Concentração (%)
β-caroteno 0,01
Óleos essenciais e agentes flavorizantes
0,02 - 0,5
Injetáveis IM 0,03
Injetáveis IV 0,0009 - 0,002
Óleos e gorduras 0,02
Formulações tópicas 0,0075 - 0,10
Vitamina A 10mg / por 1 milhão de UI
Incompatível com agentes oxidantes fortes como peróxidos e permanganatos. Sais 
férricos podem causar descoloração Uso permitido em injeções IM e IV, preparações nasais, 
cápsulas e comprimidos, preparações retais, vaginais e tópicas.
•PROPIL GALATO: pó cristalino branco, com odor muito leve. Solubilidade: levemente 
solúvel em água; levemente solúvel em álcool. Concentração efetiva: 0,005 - 0,15%.
•α-TOCOFEROL (Vit.E): óleo viscoso, claro, amarelo ou amarelo esverdeado. Pratica-
mente inodoro. Instável à luz e ao ar. Solubilidade: insolúvel em água, solúvel em álcool, 
miscível com acetona e óleos vegetais. Concentração efetiva: 0,05 - 2%.
5.3.3.1.3. Sugestões de sistemas antioxidantes para algumas formulações magistrais:
Ácido retinóico BHT
Nitrato de miconazol BHA
Cetoconazol creme EDTA/metabissulfito de sódio
Sulfadiazina de prata BHT
Resorcina metabissulfito de sódio ou bissulfito de sódio
Óleos fixos BHT ou BHA
5.3.3.1.4.Sugestões de sistemas antioxidantes para formulações com hidroquinona e 
associações mais comuns
Hidroquinona 1)Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) + 
EDTA-Na2 0,1%
2)Bissulfito de sódio 0,2 – 0,3% + BHT 0,1% + vitamina C pó 1,6%
3) Ditionito de sódio 0,6%
4)Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) + 
vit. C 1,6% + EDTA-Na2 0,1%
Hidroquinona + 
ácido retinóico
1)Bissulfito de sódio 0,2 – 0,3% + BHT 0,1% + vitamina C pó 1,7%
2) Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) 
+ BHT 0,1% + EDTA-Na2
3) Metabissulfito de sódio (10% em relação a quantidade de hidroquinona) 
+ Vitamina E (oleosa) 0,05%
4) ditionito de sódio 0,6% + BHT 0,05 – 0,1% 
Hidroquinona + 
ácido glicólico
1) vitamina C 1,7% + vitamina E 1% + EDTA-Na2 0,1%
2)ditionito de sódio 0,6%
5.3.4 Conservantes
Conservantes empregados em preparações de uso oral
Conservante Concentra
-ção usual
(%)
Espectro 
de ação
pH Solubilidade Incompatibili-
dade
Álcool etílico (eta-
nol)
≥ 10,0 Bactérias e 
fungos
Ácido
Miscível com 
água, acetona, 
glicerina.
Agentes oxidan-
tes, gomas, clore-
tos e permanga-
nato.
Ácido benzóico e 
seus sais (benzoa-
to de sódio)
0,1 - 0,2 Bactérias Gram +, 
bolores e 
leveduras
2,0 - 
5,0 Água, etanol.
Caolim, glicerina 
proteínas, tensoa-
tivos não iônicos 
(Tween 80), com-
postos quaternári-
os e gelatina
Ácido sórbico 0,05 - 0,2 Bolores e 
leveduras
2,5 - 
6,0 
Água, etanol, 
propilenoglicol, 
glicerina, óleos.
Surfactantes não 
iônicos 
(Tween80)
Sorbato de Potás-
sio
0,1 - 0,2 Fungos e 
bactérias
2,5 - 
6,0
Água, etanol, 
propilenoglicol.
Surfactantes não 
iônicos
Metilparabeno 
(Nipagin)
0,015 - 0,2
Bactéria 
Gram +, 
bolores, le-
veduras
3,0 - 
9,5
Etanol, glicerina, 
propilenoglicol, 
água tépida.
Surfactantes não 
iônicos (Tween 
80), metilcelulose, 
gelatina, proteínas 
, sais de ferro e ál-
calis.
P Propilparabeno 
(Nipasol)
0,01 - 0,2
idem metilparabeno.
Conservantes para preparações de uso externo 
Conservante Espectro anti-
microbiano
pH ótimo Concentração 
usual (%)
Incompatibilidades
Ácido benzóico e 
benzoato de sódio
Bolores e leve-
duras
Bactérias Gram 
+
2,0 a 5,0
É ativo somen-
te em meio áci-
do
0,1 – 0,5 Tensioativos não-iô-
nicos (ex. Tween 
80)
Compostos quater-
naries, gelatina, gli-
cerina, proteínas
Ácido sórbico Fungos e leve- 2,5 – 6,0 0,1 – 0,3 Levemente incom-
duras.
Pouca atividade 
sobre bactérias
patível com tensioa-
tivos não-iônicos
Sorbato de potássio Fungos, levedu-
ras, pouca ativi-
dade microbiana
2,5 a 6,0 0,1 a 0,2 Surfactantes não-iô-
nicos e alguns ma-
teriais plásticos
Álcool benzílico Bactérias Gram-
+ e Gram -
Ácido
≤5,0
1 – 3 Agentes oxidantes
Agentes tensioati-
vos não-iônicos 
(tween 80)
Bronopol®
2-bromo-2-nitropro-
prano-1,3 diol
É mais ativo 
contra bactérias 
Gram - do que 
contra Gram +. 
Tem baixa ativi-
dade fungicida e 
esporicida.
5,0 –7,0 0,01 – 0,1 Não é afetado signi-
ficativamente pela 
presença de proteí-
nas e tensioativos 
não-iônicos. Os 
compostos sulfidri-
los (cisteína e tiogli-
colato), tiosulfato e 
metabissulfito são 
seus antagonistas. 
Se inativa na pre-
sença de 0,1% de 
cloridrato de cisteí-
na.
Clorexidina Bactérias Gram 
+ e Gram - 
(pouco ativa 
contra Pseudo-
monas spp)
Pouco ativa 
contra fungos.
5,0 – 8,0 0,01 –0,1 Tensioativos aniôni-
cos, gomas, alginato 
de sódio.
Inativada parcial-
mente por lecitina e 
Tween 80.
Cloreto de benzalcô-
nio
Bactérias Gram 
+ e algumas 
Gram -
4,0 – 10 0,05 a 0,1 Agentes aniônicos, 
sabões, nitratos, 
metais pesados, ci-
trato, proteínas. 
Pode ser adsorvido 
por materiais plásti-
cos.
Inativado por lecitina 
e Tween
Conservante Espectro anti-
microbiano
pH ótimo Concentração 
usual (%)
Incompatibilidades
Diazolidinil Uréia
(Germall ® II)
Efetivo contra 
Bactérias Gram 
+ e Gram -.
Apesar de apre-
sentar uma cer-
ta ação antifún-
gica, se reco-
menda utiliza-lo 
em associação 
com parabenos 
ou outro conser-
3,0 – 9,0 0,1 a 0,5 É compatível com a 
maioria dos ingredi-
entes cosméticos. 
Se inativa por dilui-
ção.
vante com ativi-
dade antifúngi-
ca.
Dimetilodimetil hi-
dantoína
(DMDM hidantoína, 
Glydant®)
Amplo espectro 
contra bactérias
4,0 – 9,0 0,15 – 0,6 Compatível com 
tensioativos aniôni-
cos , catiônicos, 
não-iônicos e proteí-
nas.
Se inativa por dilui-
ção e filtração.
Etanol (Álcool etílico) Bactérias e fun-
gos
Ácido ≥10 Pode ser inativado 
por agentes não iô-
nicos.
O álcool a 95% é in-
compatível com 
goma arábica, albu-
mina, cloretos, ácido 
crômico e perman-
ganato.
Fenoxietanol
(Phenoxetol®, 
Chemynol® F)
Nota: É comercializa-
do tb. na forma de 
misturas com para-
benos.
Bactérias Gram 
negativas
Ativo contra 
Pseudomonas 
em altas con-
centrações
Ampla faixa de 
pH
0,5 a 2 Se inativa por dilui-
ção e uso de agen-
tes emulsificantes 
não-iônicos tal como 
o Tween 80
Glutaraldeído
(Glutaral®, 
Ucarcide® 250)
Para produtos rinse 
off ( são enxaguados 
e que não permane-
cem em contato pro-
longado com a pele)
Bactericida 
muitoefetivo 
frente bactérias 
Gram + e Gram 
-
Biocida de am-
pla eficácia
3,0 – 9,0 0,01 – 0,1 Estável em tempe-
raturas abaixo de 
38o C. a presença 
de amônia, aminas 
primárias ou proteí-
nas na formulação 
pode reduzir sua efi-
cácia.
Imidazolidinil Uréia 
(Germall ®115)
Bactérias Gram-
+ e Gram -, in-
cluindo Pseudo-
monas
3,0 –3,9 0,1 – 0,5 Se decompõe em 
temperaturas acima 
de 160o C.
É compatível com a 
maioria dos ingredi-
entes cosméticos. 
Se inativa por dilui-
ção.
Metil cloro isotiazoli-
nona e metil isotiazo-
linona
(Kathon® CG)
Ativo contra 
bactérias, fun-
gos e leveduras
4,0 – 8,0 0,035 – 0,15 Inativado em pH alto 
(> 8,0) por aminas, 
sulfitos e mercapta-
nos.
Conservante Espectro anti-
microbiano
pH ótimo Concentração 
usual (%)
Incompatibilidades
Parabenos
Metilparabeno (Nipa-
gin®)
Propilparabeno (Ni-
pasol®)
Etilparabeno (Nipa-
gin® A)
Butilparabeno (Nipa-
butil®, Chemynol B)
Ativo contra 
bactérias Gram 
+, fungos e le-
vedura.
Não apresentam 
boa atividade 
contra bactérias 
Gram - .
3,0 – 9,5 Metilparabeno: 
0,02 –0,3
Propilparabeno: 
0,02 a 0,1
Etilparabeno: 
0,05 –0,1
Butilparabeno: 
0,01 – 0,1
Normalmente 
são utilizados 
na forma de as-
Sua ativade se re-
duz na presença de 
tensioativos aniôni-
cos, não iônicos, 
metilcelulose, gelati-
na e proteínas. São 
incompatíveis com 
álcalis e sais de fer-
ro. Se inativam por 
diluição e uso de 
tensioativos não iô-
sociações nicos tal como o 
tween 80.
Quaternium 15
(Dowicill® 200)
Efetivo contra 
bactérias Gram 
positivas e ne-
gativas, incluin-
do Pseudomo-
nas.
4,0 - 10 0,02 – 0,3 Se inativa por dilui-
ção e filtração.
Triclosan
(Irgasan® DP-300)
Ativo contra 
bactérias e fun-
gos
4,0 – 8,0 0,1 – 0,3 Neutralizado por 
Tween e Lecitina
Formaldeído Fungos e bacté-
rias Gram+ e 
Gram-
3,0 a 10,0 0,02 a 0,2
Proibido o uso 
em prepara-
ções na forma 
de aerossóis.
Amoníaco, álcalis, 
água oxigenada, 
proteínas, iodo, per-
manganato de po-
tássio, taninos, ferro 
e sais de metais pe-
sados.
Misturas (Blends) de conservantes
Conservante Espectro 
antimicrobiano
pH ótimo Concentra-
ção usual 
(%)
Incompatibili-
dades
Butilparabeno + Etilpara-
beno + Metilparabeno + 
Propilparabeno + Fenoxi-
etanol
(Chemynol®, Phenonip®, 
Phenova®, Uniphen)
Amplo espectro
Abrange fungos, leve-
duras, bactérias Gram 
+ e Gram --, com boa 
atividade contra Pseu-
domonas
3,0 – 8,0 0,2 – 0,8 Idem parabe-
nos e fenoxieta-
nol
Propileno glicol + diazoli-
dinil uréia + metilparabe-
no + Propilparabeno
(Germaben® II
Efetivo contra bactérias 
Gram +, Gram - e con-
tra bolores e leveduras.
........ 0,25 – 1,0 Compatível 
com a maioria 
dos ingredien-
tes das formula-
ções cosméti-
cas tais como 
proteínas, tensi-
oativos.
DMDM hidantoína + Iodo-
propinil butilcarbamato
(Glydant Plus®)
Ativo contra bactérias, 
bolores e leveduras
Estável 
em ampla 
faixa de 
pH
0,05 –0,15 ........................
Isopropilparabeno + Iso-
butilparabeno + Butilpara-
beno
(Liquapar Oil®)
Amplo espectro contra 
bactérias Gram+, Gram 
-, bolores e leveduras
4,0 – 8,0 0,3 – 0,6 Ligeiramente 
inativado por 
agentes tensio-
ativos não iôni-
cos.
Misturas (Blends) de conservantes
Conservante Espectro 
antimicrobiano
pH ótimo Concentra-
ção usual 
(%)
Incompatibili-
dades
Metil cloro-isotiazolinona 
e metil isotiazolinona
(Isocil PC 1,5%, Zonen 
MI)
Amplo espectro micro-
bicida
3,0 - 9,0 0,05 – 0,1 Substâncias al-
calinas, aminas 
e sulfitos
2-fenoxietanol e p-cloro 
metoxifenol
(Emercide® 1199)
Amplo Ampla fai-
xa
0,3 – 0,5 Pode ser ligei-
ramente inativa-
do por tensioati-
vos catiônicos e 
não-iônicos
Nota: Agentes antioxidantes tais como o metabissulfito de sódio, ácido ascórbico (vitamina C), o BHT e o BHA promo-
vem o rebaixamento do potencial de oxi-redução, diminuindo a velocidade de crescimento de microorganismos aeró-
bios e de anaeróbios facultativos. Dessa forma, atua sinergicamente ao sistema conservante. O EDTA devido sua pro-
priedade quelante também potencializa a ação preservante, removendo íons bivalentes necessários à estabilidade da 
parede celular dos microorganismos. Portanto, a associação destas substâncias com conservantes aumenta a eficá -
cia preservante.
É importante considerar que a conservação de preparações cosméticas e bases ga-
lênicas dependerá da escolha adequada do sistema conservante. A eficácia do sistema con-
servante dependerá do espectro de atividade antimicrobiano do conservante escolhido, da 
faixa de pH da formulação, compatibilidade com outros ingredientes da formulação e de fa-
tores dependentes da técnica de preparo (ex. temperatura). 
A utilização de um sistema conservante contemplando a associação de conservantes 
eficazes contra fungos e bactérias gram positivas e gram negativas (ex. parabenos + imida-
zolidiniluréia; parabenos + fenoxietanol; parabenos + Bronopol) corretamente formulados 
seria mais eficaz do que a utilização de um único sistema conservante formado por exemplo 
somente pelos tradicionais parabenos (metilparabeno e propilparabeno). Os parabenos são 
bons conservantes porém são mais ativos contra bolores e leveduras e também contra bac-
térias Gram positivas, não sendo eficazes contra bactérias Gram negativas, incluindo contra 
a Pseudomonas. 
5.3.5 Edulcorantes 
Um grande número de agentes são utilizados como edulcorantes, incluindo a sacaro-
se, glicose, xarope de milho, sorbitol, manitol e outros açúcares. Normalmente estes açúca-
res são empregados em grandes concentrações, influenciando na viscosidade do veículo e 
podendo retardar a velocidade de dissolução de algumas drogas. Edulcorantes não-calóri-
cos (ex. sacarina, aspartame) também podem ser empregados, com a vantagem de apre-
sentarem poder adoçante muito maior do que os açúcares.
Principais edulcorantes empregados em formulações orais 
Edulcorante Concentra-
ção usual
( % )
Solubilidade *Poder 
adoçante
pH estabi-
lidade
Incompatibili-dade 
/ Segurança
Sacarose Até 85 Água, álcool 1,0X ......
Metais pesados po-
dem conduzir a in-
compatibilidade 
com ativos (vit.C)
Sorbitol 20 – 70 Água 0,5 – 0,7 
X
.......
Íons metálicos di e 
trivalentes em con-
dições extrema-
mente ácidas ou al-
calinas.
Manitol 7 Água (1:5,5)
Álcool (1:83) 
Glicerina 
(1:18)
0,5 – 0,7 
X
Promove 
sensação 
refrescan-
te.
.......
Forma complexos 
com alguns metais 
(Fe, Al, Cu). Solu-
ções >20% podem 
precipitar com 
NaCl, KCl e em 
contato com plásti-
co.
Sacarina sódi-
ca
0,04 – 0,6 Água (1:1,2) 300 X > 2,0 Altas temperaturas 
(>125°C)
Esteviosídeo 0,1 – 0,5 Muito solúvel 
em água.
300 X ........... ...............
Aspartame** 0,1 – 0,5 Água (1:100) 180 X 2,0-5,0 Altas temperaturas.
Ciclamato só-
dio
0,17 Água (1: 5) 30 X Estável em 
ampla faixa 
de pH.
........
Ciclamato de 
cálcio
0,17 Facilmente so-
lúvel em água, 
praticamente 
insolúvel em 
etanol.
30 X Estável em 
ampla faixa 
de pH.
........
Edulcorante Concentra-
ção usual
( % )
Solubilidade *Poder 
adoçante
pH estabilidade Incompatibili-
dade / Segu-
rança
Dextrose ...... Solúvel em 
água (1:1), so-
lúvel em glice-
rina, solúvel 
em etanol 
(1:60)
0,65X ........ Incompatível 
com cianocoba-
lamina, sulfato 
de kanamicina, 
varfarina sódica, 
novobiocina só-
dica. Decompo-
sição de vit. Do 
complexo B 
pode ocorrer 
com a dextrose 
aquecida.Pode 
reagir com ami-
nas (Reação de 
Maillard), ami-
das, aminoáci-
dos,péptides e 
proteínas. Pode 
sofre decompo-
sição com álca-
lis fortes.
Xarope de mi-
lho
(Glicose líqui-
da, Karo)
20 – 60 Miscível com 
água; parcial-
mente miscível 
com etanol.
...... ........ Utilizado como 
veículo de for-
mulaçõe farma-
cêuticas (ex. ve-
ículo de solu-
ções orais e xa-
ropes). Pode 
ser consumido 
por diabéticos.
Acesulfame 
de K***
0,3 – 0,5 Água (1:3,7) 180-200 
X
(pH ácido) Boa estabilida-
de ao calor . Si-
nergismo edul-
corante com ci-
clamato sódico 
e aspartame.
Sucralose**** 0,03 – 0,24 (alimentos)
Concentra-
ções maiores 
podem ser 
eventual-
mente utiliza-
das na edul-
coração de 
medicamen-
tos.
Facilmente so-
lúvel em eta-
nol (95%), me-
tanol e água.
300 –
1000X
Estável em pH 
neutro e ácido 
(entre 2,0 – 8,0.)
pH ótimo: 
5,0 – 6,0
Temperatura: 
estável na faixa 
de -18o a +210o 
C. 
Edulcorante Concentra-
ção usual
( % )
Solubilidade *Poder 
adoçante
pH estabilidade Incompatibili-
dade / Segu-
rança
Maltitol solu-
ção
(derivado hi-
drogenado e 
hidrolisado de 
amido, Lyca-
Até 100
Utilizado so-
zinho ou em 
combinação 
com outros 
excipientes
Água, gliceri-
na, propileno-
glicol. Miscível 
com etanol.
0,75 X 3,0 a 9,0 Baixo índice gli-
cêmico. Consu-
mo por diabéti-
cos com super-
visão. > 50g/dia 
pode causar fla-
tulência e diar-
sin80/55) réia.
Xilitol ........ Água (1:1,6)
Álcool (1:80)
propilenoglicol 
(1:15)
1,0X ......... Incompatível 
com agentes 
oxidantes.
O xilitol tem o 
índice glicêmico 
muito baixo e é 
metabolizado in-
dependente-
mente da insuli-
na. É considera-
do seguro para 
diabéticos.
Frutose 45 – 99,5 Água (1:0,3) 1,17X
...... Ácidos e bases 
fortes. Na forma 
aldeídica, reage 
com aminas, aa, 
péptides e pro-
teínas (colora-
ção marrom).
Estabilidade ao 
calor até 70°C.
Propriedade evi-
denciadora do 
sabor.
Limitação de 
dose para dia-
béticos até o 
máx. de 
25g/dia.
Adaptado: Allen Jr., 2002; Rowe et al. , 2003; Thompson, 2004.
*Poder adoçante comparado à sacarose.
** O aspartame é uma combinação de dois aminoácidos, o ácido L-aspártico e a L-fenilalanina em sua forma de metil 
éster. Devido ao fato de conter a fenilalanina, o aspartame não deve ser utilizada por fenilcetonúricos (inabilidade de 
metabolizar a fenilalanina).
*** O acesulfame de K é sintetizado a partir do éster terci-butil do ácido acetoacético e o isocianato fluorosulfonil. 
Apresenta efeito edulcorante sinérgico com aspartame e ciclamato sódico.
**** A sucralose é um edulcorante sintético de baixa caloria, derivado clorado da sacarose. A sucralose é obtida pela 
substituição seletiva de três grupos hidroxilas da sacarose pelo cloro.
6. Caracterização dos excipientes
As matérias primas, assim como os ativos, devem ser submetidas à ensaios preconi-
zados em compêndios oficiais, devendo encontrar-se em conformidade com as especifica-
ções para terem seu uso liberado. De modo geral, e de acordo com a matéria prima a ser 
analisada, os seguintes ensaios podem ser realizados: identificação, aparência da solução, 
rotação específica, acidez ou alcalinidade, perda por dessecação, resíduo de ignição, deter-
minação do ponto de fusão, determinação do ponto de ebulição, pesquisa de íons (ensaios 
limite de fosfato, sulfato, cloreto, metais pesados, ferro e arsênio), determinação da faixa de 
pH, conteúdo de umidade, presença de impurezas voláteis, presença de açúcares reduto-
res, viscosidade, teor, gravidade específica, índice de refração, presença de pirogênios e 
controle microbiano.
Além dos ensaios farmacopéicos citados acima, os pós, por exemplo, podem ter de-
terminadas suas características de compressão, fluxo, densidade, densidade aparente, dis-
tribuição do tamanho das partículas, área superficial das partículas e solubilidade. 
As propriedades físicas e físico-químicas das matérias primas podem ser estabeleci-
das através de ensaios físicos simples, tais como, espectrofotometria no ultravioleta, espec-
trofotometria no infra-vermelho, análises titrimétricas, ponto de fusão, dentre outras. Ainda, 
podem ser feitos ensaios de funcionalidade e outros capazes de determinar propriedades bi-
ofarmacêuticas. Os métodos de extração e síntese de MP têm considerável influência nas 
propriedades do material final.
A partir das técnicas analíticas modernas, de alta resolução, podem ser avaliadas:
Estrutura molecular e prováveis interações químicas IR e RMN
Estabilidade, compatibilidade, grau de cristalinidade
e transição de fase DSC, TGA (calor)
Estrutura do cristal ou pó difração de raio-X
Higroscopia e formação de hidratos absorção isotérmica
• IR = espectro de absorção na região do infravermelho;
• RMN = ressonância magnética nuclear;
• DSC = calorimetria exploratória diferencial;
• TGA = análise termogravimétrica.
Contudo, devido à razões óbvias de custo e tempo, durante a fase de pré-formula-
ção, são indispensáveis informações, de acordo com a FF a ser preparada, 
sobre a estrutura, estado cristalino, composição, granulometria, área superficial, densidade, 
densidade aparente e pureza do excipiente. Ensaios mais criteriosos devem ser adotados 
quando se necessita de informações mais detalhadas sobre o comportamento reológico e 
mecânico das partículas, bem como a respeito das prováveis interações químicas e incom-
patibilidades. 
7. Desenvolvimento de novos excipientes
Do ponto de vista econômico, novos excipientes podem ser produzidos a partir da-
queles já existentes, após modificações de algumas propriedades físicas das mesmas, tais 
como tamanho da partícula (micronização), tipo e grau de cristalização (anidro, mohidratado, 
bihidratado, dentre outros).
Amido ⇒ polissacarídeo de origem vegetal, extraído de cereais, constituído de amilose e 
amilopectina. A porcentagem de cada constituinte pode variar de acordo com a fonte de ex-
tração: milho, batata, mandioca. O amido pode sofrer modificações físicas e/ou químicas 
como a pré-gelatinização e a reticulação. Podem ser encontrados no mercado o Starch 
1500 (amido parcialmente pré-gelatinizado - 20%), Lycatab PGS (completamente pré-gela-
tinizado) e Pregeflo-CH (modificações físicas e químicas). Todos estes podem ser empre-
gados para preparo de comprimidos por compressão direta
Lactose ⇒ amplamente utilizada como diluente, é um dissacarídeo (glicose - galactose) 
presente no leite, em concentração de, aproximadamente, 5%. Na forma de α-lactose mono-
hidratada, apresenta conteúdo de umidade de cerca de 5%, sendo estável à atmosfera e, 
não higroscópica. Pode ser desidratada através do uso de solventes ou de aquecimento. A 
α-lactose anidra obtida, apresenta a tendência de reconverter-se à forma monohidratada 
quando exposta à umidade. A β-lactose anidra pode ser obtida a partir de uma solução con-
centrada de α-lactose em temperaturas superiores a 93,5°C sendo, essencialmente, não hi-
groscópica. Segundo definição encontrada na USP/NF, a lactose anidra é a β-lactose anidra 
ou uma mistura de α e β-lactose anidras, com umidade inferior a 1%. A β-lactose encontrada 
no mercado contém uma mistura de 70% de β-lactose e 30 % de α-lactose. 
A lactose natural pode ser facilmente modificada, química e fisicamente. Por muitos 
anos, somente a α-lactose monohidratada esteve presente no mercado e, devido a sua bai-
xa capacidade em fluir livremente, suas características de compressão são melhores que a 
da forma anidra. Na década de 70, foi desenvolvida a lactose spray-dried, sendo considera-
do o primeiro excipiente desenvolvido, especificamente, para sofrer compressão direta, re-
volucionando a preparação de comprimidos por esteprocesso. A lactose amorfa obtida por 
spray-dried, melhora a compactabilidade dos pós e a força tênsil dos comprimidos, a medida 
que seu conteúdo na mistura é aumentado. Isto pode ser explicado como conseqüência do 
aumento na deformabilidade do material devido a ação plastificante da água e ao aumento 
da área de contato entre as partículas, por causa da variação entre as forças ligantes entre 
elas. 
Celulose ⇒ é empregada como excipiente farmacêutico desde os anos de 1950, quando o 
Solka-flock foi colocado no mercado. Apresenta-se como um pó fino que pode ser usado 
como diluente e desagregante. Contudo, possui características pobres de fluxo e compacta-
ção, sendo pouco indicada para o processo de compressão direta. A celulose pulverizada 
pode ser obtida por purificação e redução da α-celulose, com grau de cristalinidade entre 15 
e 45%. Dentre os inúmeros tipos de celulose disponíveis no mercado, pode ser citada a El-
cema, encontrada como pó micronizado ou granulado de diversos tamanhos.
Na tentativa de melhorar as características da celulose, várias modificações foram 
feitas. Dentre elas, aquela que levou à obtenção da celulose microcristalina (MCC), na qual 
parte da α-celulose sofre despolimerização por hidrólise ácida para remoção das frações 
amorfas de celulose, produzindo partículas microcristalizadas. Para obter um pó deformável, 
a celulose é lavada, desintegrada em pequenos fragmentos e sofre o processo de spray-dri-
ed. A celulose microcristalina caracteriza-se por sua alta cristalinidade (60-80%) e baixo PM. 
O grau de cristalinidade é importante devido à influência em várias propriedades incluindo 
compactação e absorção de água interferindo, diretamente, no fluxo e na estabilidade do 
produto acabado. A composição química e a estrutura da MCC irão depender da MP empre-
gada e das condições de produção. Como conseqüência, vários tipos de MCC encontram-se 
disponíveis no mercado com diferentes granulometria, cristalinidade, morfologia e conteúdo 
de água e, consequentemente, com diferentes parâmetros funcionais e aplicação. 
O primeiro tipo comercializado foi o Avicel, nos anos de 1960. Hoje em dia, continua 
sendo um dos excipientes mais empregados na preparação de FF sólidas. Apresenta exce-
lentes características de fluxo e compactação, podendo ser usado para compressão direta, 
eliminando a necessidade da adição de agente lubrificante na formulação. Sua excelente 
ação como agregante é decorrente da formação de ligações de H entre as cadeias adjacen-
tes, originando estrutura cristalina peculiar que facilita um mecanismo natural de interação e 
reticulação. Quando MCC é utilizada, baixas forças de compressão são suficientes para pro-
duzir compactação adequada, resistente e com baixa friabilidade. Após compactação, as 
partículas podem sofrer deformação plástica (comportamento macio) e aglomeram-se for-
mando ligações de H entre as moléculas adjacentes, oferecendo ao sistema, uma compac-
tação resistente e particular. Contudo, esta capacidade de compactação é menor que a do 
amido, sofrendo desagregação rapidamente. Pode ser empregada como diluente, desagre-
gante e agente de esferonização na produção de pellets. Quando comparada com outros 
excipientes, a MCC apresenta alto custo. Pode, portanto, ser usada em combinação com 
outras MP, mais baratas: lactose, amido, manitol, dentre outros. 
Ciclodextrinas ⇒ são exemplos de excipientes conhecidos desde 1890 que, contudo, têm 
sido recolocadas, recentemente no mercado, como agentes complexantes de ativos, na ten-
tativa de melhorar aspectos de solubilidade, estabilidade, reatividade e absorção, dentre ou-
tros.
Combinação de excipientes ⇒ a combinação de 2 ou mais excipientes para a obtenção de 
certa mistura de excipientes é comum na prática farmacêutica para melhorar características 
de excipientes isolados e eliminar possíveis imperfeições. As propriedades finais dos excipi-
entes dependerão, dentre outros fatores, da tecnologia de preparo: mistura ou aglomeração 
pelo método de spray-dryer. 
7.1 Biopolímeros
Recentes avanços nas áreas de tecnologia farmacêutica e bioengenharia têm permi-
tido o desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos cada vez mais específicos e 
seletivos, preparados a partir de materiais que podem ser mantidos em contato com sítios 
orgânicos sem causar qualquer dano tecidual e possibilitando liberação adequada do fárma-
co no sítio da ação e/ou por extensos períodos de tempo. Uma categoria de polímeros que 
pode ser utilizada nas estratégias de liberação de fármacos é a dos polímeros biodegradá-
veis, também conhecidos como biopolímeros. Estes são, primariamente, polímeros insolú-
veis em água mas que são eliminados pelo organismo ou, são capazes de sofrer decompo-
sição química resultando na formação de unidades monoméricas solúveis que serão excre-
tadas. A degradação do polímero em oligômeros pequenos ou unidades monoméricas me-
nores é preferível àquelas substâncias de alto peso molecular que, freqüentemente, indu-
zem a respostas tóxicas. A biodegradação polimérica envolve, usualmente, hidrólises quími-
cas ou enzimáticas.
O controle da liberação do fármaco a partir de uma forma farmacêutica associa-se, 
cada vez mais, à utilização de um sistema polimérico apropriado. A concepção de medica-
mentos sólidos orais de liberação prolongada baseia-se, especialmente, em dois princípios: 
separação da substância ativa do meio de dissolução por um revestimento ou membrana 
ou, mistura íntima entre o fármaco e excipientes, conferindo à preparação farmacêutica, re-
sistência à desagregação. Os polímeros são, pelas vantagens tecnológicas que apresentam, 
adjuvantes de destaque nesta área da farmacotécnica.
7.1.1 Polímeros acrílicos e metacrílicos
O emprego de polímeros acrílicos e metacrílicos na área farmacêutica vem sendo di-
fundido, principalmente, devido à grande quantidade de copolímeros que podem ser obtidos 
através de diferentes combinações de monômeros e co-monômeros, originando polímeros 
com propriedades bem distintas. Devido à sua natureza multifuncional, propriedades únicas 
e biocompatibilidade, os polímeros acrílicos compõem um importante grupo de excipientes 
farmacêuticos. As características variadas destes polímeros podem estar relacionadas, den-
tre outros fatores, às diferentes propriedades químicas dos grupos funcionais ligados à ca-
deia carbônica principal do polímero.
Os acrilatos e os metacrilatos diferenciam-se pela substituição do hidrogênio do pri-
meiro, por um grupamento metila, no segundo. A ausência de grupamentos metila, que co-
nerem características hidrofóbicas, nos derivados acrílicos, resultam em sua maior reativida-
de e hidrofilicidade quando comparados aos derivados metacrílicos. Devido à presença do 
grupo metil no ácido metacrílico, este é um ácido fraco (pKa 4,66) sendo, portanto, insolúvel 
em água, exceto aqueles carboxilados que são solúveis em pH neutro ou alcalino. Os gru-
pos ésteres presentes nos ésteres polimetacrílicos são estáveis ao ataque hidrolítico por áci-
do ou bases diluídas.
 R1
 H2C C COR2
Estrutura química básica dos derivados acrílicos e metacrílicos.
Nome químico R1 R2
Ácido Acrílico H OH
Ácido Metacrílico CH3 OH
Metilacrilato H O - CH3
Metilmetacrilato CH3 O - CH3
Butilcianoacrilato CN O - C4H9
Butilmetacrilato CH3 O - C4H9
Etilacrilato H O - C2H5
Hidroxietilmetacrilato CH3 O - (CH2)2 - OH
Acrilamida H NH2
Polímeros são substâncias constituídas por um ou mais tipos de monômeros ligados 
em cadeia linear ou ramificada. Cadeias lineares comportam, somente, um tipo de unidade 
monomérica enquanto que, polímeros constituídos

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