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Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) O que é? É um conjunto de procedimentos adotados depois do sucesso da terapia ativa para manter a saúde dos tecidos periodontais. Para isso, deve-se realizar controle de biofilme e cálculo em intervalos de tempo frequentes, além de motivação do paciente a manter o autocontrole de biofilme após o tratamento periodontal ativo. Objetivos Prevenir ou diminuir a recidiva ou progressão da doença após o tratamento de gengivite, periodon- tite e periimplantite. Prevenir ou diminuir a incidência de perda dental por meio de monitoramento da dentição. Aumentar a possibilidade de tratamento de outras doenças bucais. Bases biológicas CONTROLE DE BIOFILME PELO PACIENTE Raramente é efetivo, pois vai depender da moti- vação do paciente. EVOLUÇÃO DA GENGIVITE PARA PERIODONTITE Impossibilidade de previsão, já que também de- pende da susceptibilidade do indivíduo para o desenvolvimento de periodontite. Em pacientes com Periodontite, sabe-se que somente o controle de biofilme supragengival não é suficiente. Porém, pode ser previnida a partir do controle de biofilme e da Terapia Periodontal de Suporte. TERAPIA PERIODONTAL DE SUPORTE Reduz o risco de perda de inserção. frequência ideal Gengivite: a cada 6 meses, o paciente deve retornar para a reavaliação. Periodontite: os estudos na literatura variam de 2 semanas (casos mais graves) até a cada 4-6 meses, mas de acordo com a Academia Americana de Periodontia (AAP, 2000), para pacientes com histórico de periodontite, visitas a cada 3 meses diminuem a probabilidade de progressão da doença. Para isso, é importante determinar o risco para a progressão da doença em cada paciente: o trata- mento deve ser personalizado para cada paciente, para estabelecer a frequência e magnitude dos cuidados de manutenção profissional necessários para manter a saúde periodontal após a terapia ativa. Avaliação de risco do paciente PORCENTAGEM DE SÍTIOS COM SANGRAMENTO Algumas regiões são mais propensas a acúmulo de resíduos, os quais podem levar a um quadro inflamatório pós terapia ativa. REAVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE PLACA DO PACIENTE Bolsas residuais podem acumular resíduos, e em cerca de 9-11 semanas pode haver recidiva de doença periodontal por conta do retorno de patógenos sub-gengivais. RELAÇÃO DE PERDA DE TECIDO DE SUPORTE E IDADE Pacientes jovens com avançada perda de tecido de suporte apresentam mais risco de ter uma doença periodontal mais agressiva (Periodontite grau C, antiga Periodontite Agressiva). Tratamento periodontal de suporte (TPS) ou Manutenção Periodontal Periodontia Em resumo, os objetivos são: preservar, melhorar e manter a dentição natural, implantes e periodonto e tecidos periimplantares, para alcançar conforto, estética e função. Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) CONDIÇÕES SISTÊMICAS Diabetes, estresse e pacientes fumantes apresentam fatores de risco modificadores, que podem predispor ao desenvolvimento e/ou agravamento da doença periodontal. diagrama funcional Avalia o risco de recorrência da periodontite. Conduta clínica As consultas devem ser elucidativas, parabeni- zando o que está bom, e aconselhando o que pode melhorar. 1. Remoção de biofilme e cálculo sub e su- pragengivais; 2. Mudança no comportamento: • Higiene bucal; • Intervalos sugeridos; • Fatores de risco (fumo, estresse, nutri- ção...); 3. Raspagem e aplainamento radicular, se necessário; 4. Ajuste oclusal, se indicado; 5. Agente antimicrobiano, se necessário; 6. Tratamento cirúrgico, se necessário. SESSÃO DE TERAPIA PERIODONTAL DE SUPORTE • Exame, reavaliação e diagnóstico; • Motivação do paciente, reinstrução das técnicas de autocontrole do biofilme e instrumentação; • Tratamento dos sítios reinfectados; • Polimento das superfícies (profilaxia), aplicação de flúor tópico e determinação do próximo retorno. Como fazer o paciente cooperar? A motivação do paciente é fundamental para o sucesso da TPS. Um paciente motivado é geral- mente mais colaborativo, ainda mais quando tem confiança no profissional que o atende. Concordância ou cooperação consciente: conduta pessoal frente às recomendações recebidas do profissional de saúde. A baixa adesão à TPS é multifatorial: • Personalidade de cada paciente: idade, gênero, hábitos (fumo), saúde sistêmica, estresse... • Fatores socioeconômicos: complexidade do tratamento, despesas... • Tratamento: gravidade da doença, volta ao atendimento com o clínico geral, frequência dos retornos, duração da Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) TPS, experiência estressante durante a manutenção, falta de reforço positivo, percepção de que nenhum outro trata- mento é necessário... Complicações dentárias durante a Tps CÁRIES Alta prevalência de cárie radicular. Deve-se ins- truir o paciente a medidas de higiene oral e medi- das preventivas, como aconselhamento alimentar (evitar alimentos muito ácidos), aplicação tópica de clorexidina e flúor, além da utilização de vernizes. LESÕES ENDODÔNTICAS Muitas extrações após a TPS ocorrem devido à comprometimento endodôntico e lesões periapi- cais. Deve-se radiografar o paciente pelo menos 1 vez ao ano para controle. SENSIBILIDADE DENTINÁRIA Grande parte dos pacientes relatam perceber sensibilidade dentinária, fato associado à exposi- ção radicular e à recessão gengival (exposição dos túbulos dentinários pela remoção de cemento radicular). ABSCESSOS PERIODONTAIS Ocorrem mais em pacientes de alto risco e com fatores de comprometimento sistêmico, como diabetes. Manutenção em pacientes com implantes Mucosite peri-implantar: equivalente à gen- givite, pois é uma inflamação dos tecidos moles que circundam o implante, sem perda óssea. Peri-implantite: inflamação da mucosa ao redor do implante, com perda de suporte ósseo, semelhante à Periodontite. Referências Lindhe, J.: Tratado de Periodontia Clínica e Im- plantodontia Oral, 5ª edição, Parte 18, Capítulo 59. Carranza: Periodontia Clínica, 11ª edição, Parte 8, Capítulos 78 e 79.
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