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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO Campus Petrolina Curso de Licenciatura em Pedagogia EDJARA VALQUIRIA LACERDA DE FARIAS HENRIQUE DOS SANTOS AMORIM KRISLAYNNE MONNESKA DE OLIVEIRA SOUZA MARIA ELIZANGELA NUNES FEITOSA MARTA VIEIRA SALES MIRELE VIEIRA SALES Carta editorial aos professores A importância das Atividades Epilinguísticas na construção do gênero textual Atividade elaborada para obtenção da nota da 2ª WEBQUEST do componente curricular: LINGUAGEM NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO Professor: Isva Maria Modesto Moraes de Souza SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE 2020 Caros colegas professores, Após analisar diversos estudos acerca de atividades de leitura e produção escrita, realizadas pelos estudantes do ensino fundamental, pude constatar que atualmente a gramática normativa é um dos assuntos mais abordados em nossas salas de aula e que esse assunto é transmitido aos alunos de forma convencional. Através da utilização de termos técnicos, uma abordagem enfadonha, que acaba por não fazer sentido para os alunos e que consequentemente não os estimula a aprender, não os desafia a conhecer melhor a língua materna. Gerando assim resultados insatisfatórios no ensino fundamental. Devido a isso muitos desses nossos alunos concluem o ensino fundamental sem dominar os aspectos básicos do conhecimento da língua portuguesa. Não leem com fluidez, tem problemas para interpretar textos e também para os construir de forma coerente e concisa. Ao constatar esses fatos, compreendi que para contornar esses problemas se faz necessário que nós, professores, encontremos alternativas viáveis de ensino que facilitem ao aluno alcançar esse aperfeiçoamento no aprendizado durante o ensino fundamental. É preciso que o professor consiga dialogar com o aluno numa linguagem que ele compreenda e assim torne a experiência do aprendizado algo interessante e atrativo. É a partir desse contexto caótico que vejo como é necessária a mudança da nossa prática educacional da forma normativa de ensino para uma prática instigante e até mesmo lúdica. Para tal, é interessante inserirmos em sala de aula as atividades epilinguísticas, pois essas são intuitivas e espontâneas podem ser praticados naturalmente e quando estimuladas de maneira sistemática são muito eficazes. Como poderíamos fazer isso? De maneira bem simples, pois até mesmo numa conversa em sala de aula é possível ao professor utilizar atividades epilinguísticas para estimular os alunos a refletirem sobre a língua sem que seja necessário recorrer ao uso da metalinguagem, apelando apenas a sua intuição a língua da qual são falantes. Tentar conduzi-los a perceber como as expressões linguísticas podem variar de acordo com os contextos diferentes em que elas são inseridas. É comum vermos em sala de aula, alunos desinteressados quando os pedimos que leiam obras literárias clássicas. Muitos inclusive criam aversão à leitura após leituras penosas de certos autores. Mas, por que isso ocorre? Seria Machado de Assis desinteressante ou o erro está abordagem do professor? Sem dúvidas o erro jaz na abordagem! Porém, quando transformamos essa proposta de leitura numa atividade epilinguística a história pode mudar de figura. Machado de Assis eternizou Capitu como a moça com “olhos de ressaca”. Sabemos que na língua portuguesa a palavra ressaca tem dois significados distintos. Um exemplo de atividade epilinguística pode consistir por parte do professor em um simples debate em sala de aula com questionamentos como: “A Que tipo de ressaca Machado de Assis se refere em sua obra?”, “Caso Machado de Assis estivesse se referindo ao outro tipo de ressaca a descrição olhos de ressaca faria algum sentido?”, “Como você descreveria com as suas palavras o olhar de Capitu?”. Esse debate além disse aprofundar os alunos no sentido semântico das palavras, os estimula a traçar paralelos entre a norma culta da língua utilizada na obra literária e a forma coloquial usada por ele no seu dia a dia e também consegue estimulá-lo a conhecer a obra literária, e a interagir dentro da sala de aula. Ainda utilizando o livro Dom Casmurro de Machado de Assis, como base o professor poderia proporcionar outras atividades epilinguísticas em sala de aula, como, por exemplo, levantar o debate sobre a famosa questão acerca da obra: “Capitu traiu ou não traiu? ”. Partindo dessa premissa o professor pode pedir aos alunos que se dividam em grupos, de acordo com as suas opiniões e que tragam recortes da obra literária que justifiquem essa opinião. Organizando desse modo um debate divertido e instigante. Essa atividade estimularia a leitura e a interpretação dos fatos no texto. Como estímulo à produção textual (outra área que muitos estudantes abominam) o professor poderia ainda pedir para que os alunos escolhessem uma cena do livro e a reescrevessem com suas próprias palavras, mais um exercício gramatical. Esses são apenas alguns exemplos de atividades epilinguísticas possíveis utilizando uma obra literária, mas essa atividade pode ser construída tendo por base qualquer recurso que o pedagogo tenha em mãos, como uma música, ou até mesmo o rótulo de um produto, entre outras coisas. Para isso o professor precisará apenas dispor da sua criatividade para desafiar os alunos e despertar neles o interesse em participar de uma aula, que com outra abordagem seria considerada chata. Através da utilização dessa metodologia de ensino poderemos despertar a curiosidade dos nossos alunos, estimular as suas interações em sala de aula e capacitá-los a comunicar-se de maneira coerente na fala e na escrita. Algo mais difícil de conseguir através de um ensino mecânico e baseado na decoração de nomenclaturas, definições e funções sintáxicas. Os estudos sobre a reflexão epilinguística mostram que ao estudar através desse modelo de atividades o aluno aprende a dominar a língua de forma prática, pois são levados refletir sobre sua própria língua e a tecer paralelos entre a forma culta da língua e a forma de linguagem utilizada por ele no seu cotidiano. Assim ele conseguirá entender melhor a norma culta e ao longo do tempo, conforme vá recebendo mais estímulos epilinguísticos passará a utilizá-la de maneira mais articulada. Além do mais as atividades epilinguísticas possibilitam a introdução de mais de um conteúdo ao mesmo tempo, pois enquanto o aluno estuda sobre literatura, ele também aprende gramática, interpretação de texto, etc. Tudo isso de uma maneira mais fácil, pois ele aprenderá se divertindo. Atenciosamente, Kris, Edjara, Mirele, Elisangêla, Marta e Henrique. REFERÊNCIAS: CARTA ARGUMENTATIVA. 2019. Mundo Vestibular. Disponível em: <https://www.mundovestibular.com.br/estudos/portugues/carta-argumentativa.> Acesso em: 23 jun. 2020. GAGLIARDI, Eliana. Linguagem como Interlocução em Portos de Passagem: anotações de leitura. Anotações de leitura. Disponível em:<https://dialogosassessoria.files. wordpress.com/2016/12/anotac3a7c3b5es-de-leitura-geraldi.pdf.> Acesso em: 23 jun. 2020. MARTINS, Aline Fonseca. Atividades epilinguísticas: uma alternativa para a mudança nas práticas do ensino de língua. Revista MELP/Brasil. Disponível em:< http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/publicacoes/numero-3/artigos/item/20-atividades- epiling%C3%BC%C3%ADsticas-uma-alternativa-para-a-mudan%C3%A7a-nas- pr%C3%A1ticas-do-ensino-de-l%C3%ADngua>. Acesso em: 23 de Junho, 2020. https://www.mundovestibular.com.br/estudos/portugues/carta-argumentativa http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/publicacoes/numero-3/artigos/item/20-atividades-epiling%C3%BC%C3%ADsticas-uma-alternativa-para-a-mudan%C3%A7a-nas-pr%C3%A1ticas-do-ensino-de-l%C3%ADngua http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/publicacoes/numero-3/artigos/item/20-atividades-epiling%C3%BC%C3%ADsticas-uma-alternativa-para-a-mudan%C3%A7a-nas-pr%C3%A1ticas-do-ensino-de-l%C3%ADngua http://www.lalec.fe.usp.br/revistamelp/publicacoes/numero-3/artigos/item/20-atividades-epiling%C3%BC%C3%ADsticas-uma-alternativa-para-a-mudan%C3%A7a-nas-pr%C3%A1ticas-do-ensino-de-l%C3%ADngua
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