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Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa Unidade 2

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Unidade 2
Livro Didático 
Digital
Débora Luiza da Silva
Metodologia do 
Ensino de Língua 
Portuguesa
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora
DÉBORA LUIZA DA SILVA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
DÉBORA LUIZA DA SILVA
Olá. Meu nome é Débora Luiza da Silva. Sou formada em Letras 
(Habilitação Português) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – 
Unisinos e Especialista em Educação a Distância: Gestão e Docência 
pela mesma instituição, com uma experiência técnico-profissional na 
área da docência e elaboração de conteúdos pedagógicos para cursos 
da modalidade a distância. Passei por diferentes instituições, dentre 
elas o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e outras privadas, tais 
como a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), a UniRitter e a 
Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs), ambas do 
Grupo Laureate International Universities, nas quais já atuei como analista 
acadêmica de EAD, professora-tutora, designer educacional e docente de 
EAD. Atualmente sou professora de Língua Portuguesa e Literatura da EJA 
EAD do Serviço Social da Indústria (SESI/RS). Sou apaixonada pelo que faço 
e adoro transmitir minha experiência de vida, bem como contribuir com o 
aprendizado daqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, 
fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito 
estudo e trabalho. Conte comigo!
A AUTORA
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
ICONOGRÁFICOS
INTRODUÇÃO: 
para o início do desen-
volvimento de uma 
nova competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessida-
de de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações es-
critas tiveram que ser 
priorizadas para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e inda-
gações lúdicas sobre 
o tema em estudo, se 
forem necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamento 
do seu conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoaprendi-
zagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Analisando o funcionamento da fala e da leitura .........10
Como a fala funciona ........................................................11
Como a leitura funciona ....................................................12
Compreendendo os fenômenos da variação linguística e os 
processos da fonologia .....................................................15
Variação linguística no contexto escolar ............................16
Processos fonológicos na escola .......................................18
Reconhecendo as características dos diferentes tipos de 
leitura...............................................................................20
Gêneros e tipos textuais: Identificando as diferenças .........20
Textos orais ..............................................................23
Textos escritos ..........................................................24
Demonstrando o funcionamento da leitura na escola ....26
Prática da leitura ...............................................................26
Atividades de escuta de textos orais .........................28
Atividades de leitura de textos escritos .....................29
Atividades de leitura de textos literários ...................31
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 7
UNIDADE
02
LIVRO DIDÁTICO DIGITAL
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa8
Nos últimos anos, as concepções de ensino de Língua Portuguesa, 
voltadas à prática da leitura, da escrita e da oralidade, foram se ampliando, 
através dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Por isso, a prática docente 
exige que o profissional da área educacional, e aqui, em especial, da 
Educação Infantil e do Ensino Fundamental, busque alternativas para 
desenvolver habilidades e competências por parte dos alunos. Nesta 
Unidade, analisaremos o funcionamento da fala e da leitura na escola, 
buscaremos compreender os fenômenos da variação linguística e os 
processos da fonologia, reconheceremos as características dos diferentes 
tipos de leitura e, por fim, demonstraremos como as atividades de 
leitura funcionam no ambiente escolar. Além de nos basearmos no que 
dispõem os PCNs (1997), utilizaremos como ponto de partida as teorias de 
estudiosos do campo da linguística e da educação. Entendeu? Ao longo 
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
INTRODUÇÃO
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 9
Olá. Seja muito bem-vindo à nossa Unidade 2, nosso objetivo é 
auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais 
até o término desta etapa de estudos:
1. Analisar o funcionamento da fala e da leitura;
2. Compreender os fenômenos da variação linguística e da 
fonologia;
3. Reconhecer as características dos diferentes tipos de leitura;
4. Demonstrar como funciona a leitura na escola.
Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto 
fascinante e inovador como esse? Vamos lá!
OBJETIVOS
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa10
Analisando o funcionamento da fala e da 
leitura 
Há algumas décadas, o ensino de Língua Portuguesa vem sendo 
apontado como um dos responsáveis pelos altos índices de reprovação 
e da necessidade de melhorar a educação brasileira. Essa realidade, 
portanto, está diretamente ligada às práticas de leitura e escrita 
desenvolvidas nas escolas.
REFLITA:
 Pense nas suas práticas individuais enquanto leitor, não 
apenas como estudante de nível superior e futuro profissional 
da educação. Reflita se você tem um bom relacionamento 
com a Língua Portuguesa, especialmente no que se refere à 
leitura e à escrita. Você costuma praticá-las fora do ambiente 
de ensino? 
Esse processo se dá a partir dos primeiros anos do Ensino 
Fundamental, especialmente após a alfabetização, mas permanece 
durante toda a trajetória de ensino, cujos alunos do ensino superior 
também demonstram grandes dificuldades nas competências de leitura 
e escrita.
Atualmente, através do ensino de Língua Portuguesa, espera-
se que os alunos adquiram ao longo dos anos na escola competências 
que possibilitem a resolução de problemas cotidianos, por meio da 
linguagem. 
No que se refere à fala, esta não está entre os papéis da escola, 
devido ao fato de que a criança a desenvolve muito antes da idade 
escolar. Mas, com o planejamento de atividades que contemplem 
a produção oral, é possível desenvolvê-las, de maneira a articular os 
textos orais e escritos.
Quanto à leitura, esta ainda é um desafio para muitos professores 
do cenário educacional brasileiro, visto que a principal fonte de leitura 
dos estudantes durante o período da escola passa a ser por um longo 
período, apenas por meio do livro didático.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 11
Assim, segundo os PCNs:
Quando se afirma, portanto, que a finalidade do ensino de 
Língua Portuguesa é a expansão do uso da linguagem, 
assume-se que as capacidades a serem desenvolvidas estão 
relacionadas a quatro habilidades básicas: falar, escutar, ler e 
escrever (BRASIL, 1997, p. 35). 
Dessa forma, ao longo desta Unidade de estudos, verificaremos 
como cada uma dessas habilidades é desenvolvidanas instituições de 
ensino do nosso país.
Figura 1: Leitura na escola
Fonte: Pixabay
Como a fala funciona
Até a chegada da escola, as crianças reproduzem a fala em 
ambientes conhecidos e privados, geralmente relacionados ao seu 
contexto familiar. Nesse sentido, o papel da escola não é ensinar ao aluno 
o que ele já sabe, mas garantir espaços de fala, escuta e compreensão 
da língua.
De acordo com Vigotski (1993) o desenvolvimento da fala e da 
escrita não se desenvolve da mesma maneira. Ambas se diferenciam 
tanto na estrutura, quanto no funcionamento, entretanto, fala e escrita 
estão fortemente ligadas, pois é através da fala que se expressa de 
maneira escrita aquilo que está em nosso pensamento.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa12
Quando falamos estamos praticando ações, ordenamos, 
questionamos, lamentamos, julgamos, entre outras. O ato de se 
expressar por meio da oralidade requer ao falante da língua agir com 
confiança, pois ao mesmo tempo que não se ensina a falar na escola, se 
corrige o “falar errado” do aluno. Por essa razão, a escola deve ensinar o 
uso adequado da língua e, ao mesmo tempo, respeitar e acolher o modo 
como cada sujeito se expressa.
Além desse acolhimento, é fundamental propiciar instrumentos 
que colaborem para o desenvolvimento da linguagem oral de maneira 
competente. Porém, cabe ao professor pensar em atividades que 
contemplem as práticas sociais dos alunos. De acordo com os PCNs 
(1997), ao adotar as práticas sociais como ponto de partida do trabalho 
escolar, promove-se o desenvolvimento de competências básicas para 
a ação. Isso contribui para que o aluno possa se colocar como produtor 
de conhecimento, de sujeito ativo e protagonista do seu meio social. 
REFLITA:
Quando a prática social é adotada como ponto de partida do 
trabalho escolar, é possível desenvolver competências básicas 
para que o aluno se torne produtor do seu conhecimento. 
Nesse sentido, ele levará para a sala de aula as experiências 
da sua própria vida, e as conciliará com conhecimentos reais 
de uso da língua.
Por isso, além da produção, é preciso proporcionar espaços 
de contextualização. Como sugerem os PCNs (1997), essas atividades 
devem contribuir com a compreensão, com o ato de ficar quieto, esperar 
a oportunidade de fala e para o respeito pela fala do outro, como algo 
natural e necessário e não apenas por uma exigência do professor.
Como a leitura funciona
A leitura não pode ser compreendida apenas como um processo 
de decodificação de letras, a fim de transformá-las em sons, mas deve 
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 13
proporcionar ao indivíduo a capacidade de compreender as informações 
dispostas nos textos e, a partir deles, se tornar um sujeito crítico.
Nesse sentido, a leitura não pode funcionar como um produto 
final, mas pode ser utilizada como um meio, pois quem lê pode utilizá-
la com inúmeros objetivos. Entretanto, para a formação de leitores 
competentes, é preciso criar condições para que os alunos se tornem 
bons leitores. Por isso, a escola necessitará de mecanismos que motivem 
internamente os alunos para que pratiquem a leitura.
Figura 2: Funcionamento da leitura
Fonte: Pixabay
Segundo os PCNs (1997), algumas condições contribuem para 
que esse processo seja realizado de maneira satisfatória:
 • Dispor de uma biblioteca de qualidade na escola;
 • Disponibilizar, desde os anos iniciais, de um acervo com livros 
e outros materiais de leitura;
 • Organizar momentos de leitura também realizadas pelo 
professor, para que todos estejam envolvidos nessa prática;
 • Propor que a leitura ganhe a mesma importância das demais 
atividades diárias;
 • Possibilitar que os alunos possam escolher suas leituras em 
alguns momentos;
 • Garantir que os alunos não sejam incomodados nos seus 
momentos de leitura;
 • Abrir espaços para que os alunos também sugiram títulos a 
serem adquiridos pela escola;
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa14
 • Proporcionar a maior diversidade possível de títulos disponíveis 
na escola;
 • Propor espaços de discussão para que toda a comunidade 
escolar de envolva na prática da leitura.
Contudo, sabemos que essa realidade nem sempre é possível 
em algumas regiões do Brasil. Assim, as famílias, bem como toda a 
comunidade escolar, também exercem um papel muito importante na 
formação de leitores. Em momento especial desta Unidade, ampliar 
nosso enfoque no que se refere à leitura.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 15
Compreendendo os fenômenos da 
variação linguística e os processos da 
fonologia
A variedade linguística é uma realidade dos falantes da Língua 
Portuguesa, visto que aspectos geográficos e sociais interferem nas 
diferentes formas da oralidade. Por esse motivo, o preconceito linguístico 
ainda é muito comum na sociedade brasileira.
Quando não são bem compreendidas e direcionadas de 
maneira adequada, as variedades dialetais podem causar preconceito 
e discriminação. Por isso, é fundamental explicitar aos alunos que as 
variações de dialeto ocorrem em outras línguas e que isso não é apenas 
uma particularidade do português.
EXPLICANDO MELHOR:
Variedades dialetais ou dialetos são compreendidos como os 
diferentes falares regionais presentes numa dada sociedade, 
num dado momento histórico (BRASIL, 1997, p. 26).
Figura 3: Aspectos geográficos que interferem na oralidade do português brasileiro
Fonte: Pixabay
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa16
De acordo com os PCNs: 
Toda educação verdadeiramente comprometida com 
o exercício da cidadania precisa criar condições para o 
desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem 
que satisfaça necessidades pessoais — que podem estar 
relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e 
busca de informação, ao exercício da reflexão (BRASIL, 1997, 
p. 25). 
Nesse sentido, veremos a seguir o que compete à escola ensinar 
quando se trata de níveis de fala distintos.
Variação linguística no contexto escolar
Dominar uma língua possibilita aos indivíduos o poder de fazer 
parte de uma sociedade de maneira ativa, a fim de se comunicar, se 
informar, defender seus direitos e seu ponto de vista.
Conforme já abordamos, a fala não é objeto de ensino da escola. 
Quando se tentou ensiná-la, foi de maneira inadequada, tentando 
consertar o “erro” por parte do estudante, reforçou-se ainda mais o 
preconceito com os indivíduos que falavam diferente à variedade 
linguística prestigiada (BRASIL, 1997).
Mas é dever da educação proporcionar estratégias de combate 
às diferenças, cujo respeito seja privilegiado nesses espaços. No que se 
refere ao ensino da Língua Portuguesa, a escola deve agir de maneira 
a se livrar dos paradigmas de falar certo ou errado, pois haverá sempre 
o seguinte questionamento: O falar correto deveria ser embasado no 
modo correto de escrever?
Para isso, caberá ao professor considerar o contexto da 
comunicação. Ele será o responsável por balizar o falar e como fazê-
lo, para quem fazê-lo. Assim, não nos restringiremos a um modelo 
educacional que visa apenas o ato de corrigir, mas capaz de demonstrar 
a adequação das circunstâncias de comunicação.
Seguindo o que dispõem os PCNs (1997), em suma, a utilização 
eficaz da linguagem ocorre quando falar bem e adequadamente é 
produzir o efeito pretendido.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 17
Ao longo dos anos, o aluno deverá desenvolver capacidades que 
o possibilitem o conhecimento de diferentes manifestações culturais. 
Com isso, espera-se que ele seja capaz de se posicionar, compreender, 
aplicar e transformar cada uma delas de acordo com a necessidade de 
utilizá-las.
Dessa maneira, ao entrar em contato com a gama de diversidade 
de uma sala de aula, será possível torná-la em um espaço multicultural. 
O que caberá à escola ensinar no âmbito da oralidade é demonstrar que 
os grupos sociais fazem diferentes usos da linguagem,como preparar 
o aluno para perceber a importância da fala adequada ao contexto, 
principalmente em situações formais, que ocorrerão ao longo da sua 
vida, tais como entrevista de emprego, seminários, debates, entre outras. 
Até a chegada dos Parâmetros Curriculares Nacionais da 
Educação, pouco se discutia sobre as concepções de ensino de língua 
nas escolas brasileiras, no que tange à diversidade linguística que 
abrange todo o território brasileiro.
Figura 4: Diferentes aspectos das variações linguísticas
Fonte: Elaborado pela autora
Variações linguísticas
Variação regional:
a língua varia de região 
para região, como o 
sotaque e os termos 
usados nas diferentes 
regiões do Brasil
Variação social: 
as marcas 
socioculturais ocorrem 
em decorrência das 
diferenças a nível de 
escolarização, entre 
outros fatores, tais 
como: diferença de 
idade, raça, profissão, 
posição social, etc. 
Variação temporal: 
manifesta-se através 
das marcas linguísticas 
que variam de uma 
época a outra, 
observadas ao longo 
do tempo.
Variação situacional: 
é observada nas 
situações de 
comunicação distintas, 
tais como: a língua 
falada e a língua 
escrita, língua usual e 
literária, entre outras.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa18
É inevitável que o ensino de Língua Portuguesa seja realizado a 
partir da gramática normativa. Todavia, o preconceito proveniente da 
diversidade linguística deve ser combatido na escola. Nesse sentido, 
cabe ressaltar que são inúmeras as causas do preconceito linguístico, 
pois são diversas as variações, sejam elas sociais, regionais, profissionais, 
de gênero, entre outros fatores.
Há de se considerar que para qualquer brasileiro, torna-se um 
grande esforço escrever de acordo com a norma padrão, uma vez que 
na oralidade utiliza-se a linguagem coloquial. Geralmente, é do professor 
de língua materna o papel de identificar e corrigir as incoerências dos 
processos fonológicos dos alunos e, por isso, considera-se a tarefa 
como árdua e de difícil execução.
REFLITA:
Pense no cenário educacional brasileiro no que se refere 
à seguinte questão: Você acredita que é somente dos 
professores de anos iniciais e, posteriormente, dos professores 
de Língua Portuguesa a responsabilidade de trabalhar e 
cobrar as incoerências do uso da língua? Como podemos 
mudar esta situação?
Posto isso, optar pelo modo mais adequado de falar é compreender 
a situação comunicativa, a qual se está inserido. O professor então deve 
tornar legítimo o ensino da língua sem discriminar os dialetos, mas 
também sem excluir o ensino da norma culta da língua.
Processos fonológicos na escola 
No ambiente escolar é possível observar inúmeros processos 
fonológicos decorrentes do uso do português brasileiro. Considera-se 
que na nossa língua o domínio fonológico ocorre por volta dos 5 anos 
de idade. 
Contudo, algumas crianças podem apresentar dificuldades e 
desvios nesse processo. Entretanto, faz parte que cada criança vá se 
desenvolvendo e superando as falhas durante o seu crescimento, pois 
são inúmeros os fatores que contribuem para que algumas não sejam 
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 19
capazes de corrigi-los.
Nesse contexto, o professor poderá criar estratégias para auxiliar os 
alunos a repararem seus desvios fonológicos, que mais tarde poderão se 
tornar também desvios ortográficos na escrita. Atividades como ditados 
e “trava-línguas”, por exemplo, contribuem para o desenvolvimento da 
língua materna em sala de aula.
IMPORTANTE:
A Fonologia é parte da linguística que estuda o sistema sonoro 
dos idiomas, além dos sons das línguas, sua organização e 
classificação. Neste sentido, o principal objeto de estudo 
dessa área são os fonemas, considerados a menor unidade 
de som das palavras.
É necessário, sobretudo, que a sociedade entenda que é possível 
conviver e aceitar as diversas variações da língua na escola, mas ao 
professor caberá a tarefa de sanar os problemas decorrentes desses 
fenômenos, principalmente por serem tão comuns às práticas de 
preconceito no que se refere à variação linguística do território brasileiro, 
porém não somente o educador deveria fazer parte desse processo. 
Outros setores, tais como o poder público e os profissionais da saúde 
contribuem ativamente para que não ocorra o agravamento desses 
problemas. 
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa20
Reconhecendo as características dos 
diferentes tipos de leitura
Quando pensamos na palavra “texto”, imaginamos que se trata de 
um conjunto de palavras organizado em formato de frases ou parágrafos.
Entretanto, cabe ressaltar que os textos não necessariamente 
se organizam apenas dessa forma. Além disso, eles não podem ser 
considerados apenas como elementos verbais e escritos, mas também 
podem ser não verbais e orais.
Figura 5: Reconhecendo os diversos tipos de leitura
Fonte: Pixabay
Conforme Coseriu (1979), o texto é uma unidade linguística 
concreta, tomada pelos usuários de uma determinada língua, em 
situações de interação comunicativa específica. Em suma, os textos 
precisam apresentar sentido completo, bem como devem garantir uma 
intenção comunicativa definida.
Gêneros e tipos textuais: Identificando as 
diferenças
Partiremos do conceito de gênero para entender os diversos 
tipos de texto e, consequentemente, os diferentes tipos de leitura. 
Segundos Marchuschi (2006, p. 25) “Todas as nossas manifestações 
verbais mediante a língua se dão como textos e não como elementos 
linguísticos isolados”, por isso é impossível comunicar-se a não ser por 
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 21
Fonte: Pixabay
algum gênero, bem como é impossível comunicar-se a não ser por 
algum texto.
IMPORTANTE:
Os gêneros textuais podem ser entendidos como 
realizações linguísticas concretas, definidas por propriedades 
sociocomunicativas.
O autor afirma que “em geral, os tipos textuais abrangem cerca de 
meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, 
exposição, descrição, injunção” (MARCUSCHI, 2006). Se os tipos textuais 
são considerados poucos, os gêneros textuais são inúmeros. Em 
resumo, os textos se organizam dentro de determinados gêneros, dadas 
as intenções comunicativas (KOCH, 2004).
Figura 6: Diferentes formas de comunicação através dos textos
Com a incorporação dos PCNs de Língua Portuguesa, entre os 
anos de 1997 e 1998, passou-se a dar importância tanto para a produção 
quanto para a circulação de textos. Com isso, ao trabalhar com a ideia 
de gêneros e não tipos textuais, o professor favorece o ensino de leitura 
e produção de textos, tanto orais quanto escritos.
Para Marcuschi (2013, p. 19),
Já se tornou trivial a ideia de que os gêneros textuais são 
fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural 
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa22
e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem 
para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia 
a dia. São entidades sociodiscursivas e formas de ação social 
incontornáveis em qualquer situação comunicativa. 
Figura 7: Gêneros e tipos textuais
Fonte: Elaborado pela autora
Tipos textuais – Função social ou 
propósito comunicativo
Gêneros textuais – Alguns exemplos
Narração Piada, novela, romance, crônica, 
conto, lenda, etc.
Argumentação Carta do leitor, artigo de opinião, 
editorial, etc.
Injunção Receita de bolo, bula de remédio, 
manual de instruções, etc.
Informação Notícia, reportagem, verbete de 
dicionário, etc.
Descrição Biografia e autobiografia, diário, 
cardápio, anúncio de classificado, etc.
Exposição Entrevista de emprego, palestra, 
conferência.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso 
à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “O 
conceito de gênero textual e seu uso em aula”. Disponível em: 
https://bit.ly/2BDev9x . 
Conforme podemos observar no quadro acima, os gêneros 
textuais podem se manifestarem diferentes tipos de textos e situações 
de comunicação. Por isso, à medida que os falantes de uma determinada 
língua precisam se comunicar, seja de maneira oral ou escrita, novos 
gêneros textuais vão surgindo.
https://bit.ly/2BDev9x
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 23
EXEMPLO: Podemos citar os gêneros textuais, os quais foram 
criados e/ou modificados com o advento da internet, tais como chats, 
blogs, e-mails, entre outros.
Além disso, cabe ressaltar que eles podem ser tanto orais como 
escritos. A seguir, veremos algumas das principais características de 
ambos.
Textos orais
Conforme já abordamos nesta Unidade, para os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (1997) o que compete à escola ensinar no âmbito 
da oralidade é demonstrar que os grupos sociais fazem diferentes 
usos da linguagem. Preparar o aluno a perceber a importância da fala 
adequada ao contexto, principalmente em situações formais ao longo 
da vida.
De acordo com Marcuschi (2001) a escola percebe a fala inversa 
à sua centralidade, pois ela é um espaço predominantemente para o 
ensino da língua escrita. Embora seja essa a realidade da maioria das 
instituições de ensino do Brasil, a partir dos anos de 1990 a oralidade 
passou a ser objeto de ensino nas aulas e aparecer nos livros didáticos.
COMO VISTO ANTERIORMENTE: O trabalho com foco na 
oralidade não ensina o aluno a falar, mas propõe que ele interaja com 
os colegas e professores, refletindo sobre as inúmeras possibilidades da 
língua na modalidade oral.
Uma boa estratégia para o trabalho com gêneros orais em sala 
de aula é buscar fazer com que os alunos percebam a riqueza do uso 
efetivo da língua, de maneira que eles se tornem capazes, ao longo dos 
anos, de utilizá-la de maneira adequada além do contexto escolar.
Seguindo com o que dispõem os PCNs (1997), no que se refere ao 
trabalho com gêneros adequados à linguagem oral, entre outros, estão:
 • Contos;
 • Poemas, canções, quadrinhas, piadas, trava-línguas;
 • Saudações, instruções, relatos;
 • Entrevistas, notícias, anúncios;
 • Seminários, palestras.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa24
Como já mencionamos, os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(1997) propõem um trabalho efetivo no que se refere ao verdadeiro 
sentido de trabalhar com a oralidade na escola. Continuaremos a tratar 
desse tipo de texto, em seguida, demonstrando como funcionam as 
atividades de leitura na sala de aula.
Textos escritos
Do mesmo modo que os adultos, as crianças também possuem 
suas experiências. Por isso, compete ao professor abrir espaço para o 
uso dessas vivências, de maneira a aliá-las ao processo da escrita em 
sala de aula. Assim, torna-se possível ressignificar as atividades de 
produção textual.
Figura 8: Texto escrito
Fonte: Pixabay
Para Bunzen (2012, p. 158-159), 
[...] as práticas de leitura e produção de textos em gêneros 
diversos que fazem parte do cotidiano dos alunos nos diversos 
espaços de socialização (famílias, igrejas, grupos de amigos, 
movimentos juvenis, associações comunitárias, trabalho, etc.) 
podem ser legitimadas na escola (e não excluídas). 
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 25
Cabe à escola e ao professor possibilitar espaços que permitam 
ao aluno a aquisição de capacidades, como saber avaliar e interpretar 
textos de diversas manifestações de linguagem. Assim, quando o aluno 
entrar em contato com esses textos, suas competências de investigação 
serão instigadas, possibilitando que ele reflita sobre as diferentes 
maneiras de uso da língua, analisando as formas e os usos de dizer. Em 
suma, o educando poderá posicionar-se conscientemente em relação 
ao ato interlocutivo, que, no contexto do ensino, consiste na situação 
de leitura de textos, além de tornar-se um sujeito crítico, capaz de 
transformar sua realidade.
Ao propor esses espaços e pensar nessas possibilidades, torna-
se viável trabalhar com a articulação das práticas de leitura, produção 
escrita e reflexões sobre o real uso da língua (BRASIL, 1997). Assim, 
o aluno perceberá a importância de realizar um trabalho até que seu 
texto esteja consideravelmente bem produzido. Dessa forma, o produto 
final das produções textuais não são apenas atividades meramente 
avaliativas, como já abordamos por aqui.
Em momento oportuno desta disciplina, serão abordadas 
as características das atividades de produção textual nas escolas. 
Entretanto, cabe ressaltar que as atividades de leitura, produção textual 
e compreensão da língua não devem ser vistas como objetos isolados, 
pois necessitam umas das outras para que o objetivo do ensino da 
Língua Portuguesa faça sentido.
Sabe-se, portanto, que uma educação comprometida com o 
exercício da cidadania proporciona condições para que o educando 
desenvolva a capacidade do uso eficaz da língua, as quais podem 
satisfazer as suas necessidades pessoais (BRASIL, 1997). Por essas 
razões, espera-se que os textos sejam tanto produzidos quanto lidos ou 
ouvidos com essas finalidades.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa26
Demonstrando o funcionamento da 
leitura na escola
Prática da leitura
A leitura é, portanto, considerada como um ato de interlocução, 
que permite o diálogo entre os autores e os textos, proporcionando a 
produção de discursos. Ela é capaz de propiciar que o leitor crie outro 
texto a partir do que se lê, e isso ocorrerá a partir da esfera social a que 
cada indivíduo pertencer.
Conforme já abordamos anteriormente, entende-se que a leitura 
em sala de aula deveria partir de práticas sociais, como dispõem os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), as quais possam contribuir 
para o desenvolvimento de competências básicas por parte dos alunos. 
Entretanto, esse processo é realizado de maneira tardia, o que contribui 
para que os alunos não sejam considerados leitores ou, ainda, como 
indivíduos que não gostam de ler.
Figura 9: Importância da prática da leitura
Fonte: Pixabay
Bunzen e Mendonça (2012, p. 39) afirmam que “Ler é dialogar com 
a consciência do autor, com outros enunciados e vozes, não decifrando, 
mas produzindo sentidos com os conhecimentos que tem de outros 
textos”.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 27
REFLITA:
Você tem ideia de quantos livros o brasileiro lê por ano? 
Segundo pesquisas, em média, apenas 2,4 livros são lidos 
por pessoa durante o ano em nosso país. Mas quais fatores 
influenciam para que esse índice seja tão baixo? Seria a falta 
de incentivo? O preço dos livros? Ou pela simples falta de 
interesse pela leitura?
Por isso, as atividades de leitura podem se desenvolver de 
diversas maneiras. Dentre elas, é possível trabalhar com a leitura diária, 
de maneira silenciosa ou em grupo. Se o professor optar pela segunda 
opção, cabe ressaltar que a leitura em grupo ou em voz alta deve fazer 
algum sentido dentro das atividades propostas.
Além disso, é possível propor exercícios de leitura colaborativa, 
no qual o professor também poderá participar, de maneira a ler e 
questionar os alunos. Nesse sentido, eles vão criando pistas e estratégias 
de compreensão sobre o texto lido.
Incorporar ao planejamento escolar projetos de leitura, cujo 
objetivo principal é ter um produto final, o qual poderá partir das práticas 
sociais dos alunos, conforme já discutimos ao longo desta Unidade, é 
outra possibilidade muito significativa. Esse tipo de atividade também 
contribui para contextualizar a leitura à linguagem oral, escrita e 
produção textual.
Já nas atividades sequenciais de leitura, o professor pode partir 
da escolha de um determinado gênero ou autor, a fim de se aprofundar 
acerca desses temas, por exemplo.
Há também a possibilidade de trabalhar com atividades 
permanentes de leitura, tais como a hora da leitura, cujos alunos podem 
escolher o que desejam ler. Cabe ao professor organizar a regularidade 
desses momentos, semanalmente ou quinzenalmente, de acordo com a 
demanda das demais atividadesda turma.
Além desses exemplos, também é possível que a leitura seja 
realizada pelo professor. Dessa forma, ele poderá inserir textos mais 
densos e longos e de linguagem considerada, em muitos momentos, de 
difícil compreensão.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa28
Todavia, acredita-se que, equivocadamente, os leitores iniciantes 
realizem a leitura de textos curtos e com poucas frases, tanto dentro, 
quanto fora da escola, o que só atrapalha no desenvolvimento da 
capacidade de interpretação e compreensão textual.
Essa realidade fez com que cada vez mais alunos tivessem 
contato com textos sem conteúdo, o que ocasionou que cada vez 
menos pudessem se divertir e usar sua criatividade ao ter contato com 
textos de baixa qualidade e sem valor cultural.
Atividades de escuta de textos orais
O trabalho com os textos orais não parte da capacidade de fala 
em geral, mas de proporcionar atividades que deem suporte para a 
aprendizagem da Língua Portuguesa, bem como das demais áreas de 
conhecimento.
De maneira diferente dos textos escritos, os textos orais, uma vez 
que são construídos, não podem ser retomados ou reescritos. Dessa 
forma, eles podem funcionar como apoio para a produção escrita.
Geralmente, é comum que a partir do 5.º ou 6.º ano do Ensino 
Fundamental os alunos comecem a apresentar trabalhos e se expor 
perante os colegas e a comunidade escolar. Entretanto, essas práticas 
deveriam ocorrer desde as séries iniciais, de maneira a preparar o aluno 
ano a ano a desenvolver a sua oralidade.
Torna-se necessário, sobretudo, propor reflexões consistentes do 
trabalho com gêneros orais em sala de aula. Essas atividades podem ser 
pensadas das seguintes maneiras:
 • Relatos do fim de semana;
 • Transmissão de recados;
 • Exposição de ideias em roda de conversas;
 • Dramatizações;
 • Ciranda de livro, cujos alunos escolhem uma obra de sua 
preferência;
 • Conversas informais com os colegas;
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 29
 • Relação das habilidades trabalhadas em sala com experiências 
pessoais;
 • Contos de histórias;
 • Jogos de contar histórias, a partir de temas escolhidos e 
coordenados pelo professor;
 • Avaliação do dia de aula, ao final do período;
 • Proporcionar que os alunos escolham um personagem da sua 
preferência para socializarem as características com a turma;
 • Solicitação de reconto de histórias, a partir da criatividade dos 
alunos;
 • Brincadeiras com mímica;
 • Dramatização de um poema;
 • Trabalhar com músicas.
Nesse sentido, será possível demonstrar ao aluno que é possível 
agir com segurança ao utilizar a linguagem oral e o quanto antes a escola 
privilegiar tais práticas, mais eficaz se torna o ensino da língua materna 
nas escolas.
Atividades de leitura de textos escritos
Para introduzirmos as atividades de leitura, torna-se viável 
ampliarmos nosso foco no que diz respeito aos textos escritos. Nesse 
sentido, a escrita não pode funcionar apenas como uma atividade escolar, 
distante da vida do aluno. Porém, geralmente ele não compreende esse 
processo, visto que os exercícios de produção textual são pensados 
apenas como instrumentos avaliativos.
Antes de mais nada, é preciso lembrar que a produção de 
textos na escola foge totalmente ao sentido da língua: os 
alunos escrevem para o professor (único leitor, quando lê 
os textos). A situação do emprego da língua é, pois, artificial. 
Afinal, qual é a graça de escrever um texto que não será lido 
por ninguém ou que será lido por uma pessoa (que por sinal 
corrigirá o texto e dará nota para ele?) (GERALDI, 2002, p. 65). 
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa30
Figura 10: Atividades de leitura de textos escritos
Fonte: Pixabay
Por isso, antes de ser um objeto escolar, a escrita é, portanto, 
um objeto social. Assim, é necessário levar o estudante a entender o 
significado funcional que a escrita tem na sociedade, pois quando isso 
não se torna possível, ele não compreende a linguagem como sendo 
práticas reais do seu meio social.
Assim, é possível propor a reflexão das funções da escrita, as quais 
são predominantemente comunicativas e informativas. Porém, podemos 
refletir sobre essa definição, ampliando tais funções da seguinte maneira 
(MIRANDA, 1992): Sob uma perspectiva utilitária, isto é, textos produzidos 
na escola ou ainda sob a visão e função estética, “desinteressada”, ou 
seja, textos criativos, voltados ao entretenimento, produzidos por prazer, 
dentro ou fora da escola, sem cunho propriamente avaliativo.
VOCÊ SABIA?
O texto não literário é também chamado de texto utilitário, 
característico por apresentar uma linguagem impessoal, qual 
a realidade das diversas situações. Dessa maneira, um texto 
considerado não literário é construído de forma objetiva e 
com linguagem denotativa, a qual apresenta o sentido literal 
das palavras. Por isso, o texto não literário sempre prioriza a 
informação dos fatos e dos acontecimentos.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 31
Vejamos alguns exemplos de textos não literários, os quais podem 
ser explorados na sala de aula:
 • Notícias de jornais;
 • Artigos científicos;
 • Anúncios publicitários;
 • Bulas de remédios;
 • Conteúdo de livros didáticos;
 • Receitas culinárias;
 • Cartas comerciais;
 • Conteúdos educacionais;
 • Guias de viagem;
 • Manuais de instrução.
Ao proporcionar o domínio das características de gêneros textuais 
distintos, o professor oferece ao aluno a possibilidade de compreensão 
e interpretação daquilo que está lendo. Em muitas situações, que estão 
além dos muros da escola, os alunos não as desenvolvem, pelo simples 
fato de não compreender a funcionalidade de determinados tipos e 
gêneros textuais.
Atividades de leitura de textos literários
Desde a Educação Infantil, o trabalho com o texto literário deve 
fazer parte da realidade do ensino. Entretanto, torna-se fundamental que 
o professor trabalhe com a literatura como o que não é real. Contudo, é 
possível trabalhar de maneira a articular o imaginário com a realidade.
De acordo com os PCNs: 
Pensar sobre a literatura a partir dessa autonomia relativa ante 
o real implica dizer que se está diante de um inusitado tipo 
de diálogo regido por jogos de aproximações e afastamentos, 
em que as invenções de linguagem, a expressão das 
subjetividades, o trânsito das sensações, os mecanismos 
ficcionais podem estar misturados a procedimentos 
racionalizantes, referências indiciais, citações do cotidiano do 
mundo dos homens (BRASIL, 1997, p. 30).
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa32
Nesse sentido, desmistificam-se as ideias de que os textos 
literários são apenas manuais de boa conduta, hábitos de limpeza 
e higiene, entre outros aspectos, pois como qualquer outra atividade 
de leitura, a escolha dos textos necessita estar contextualizada com o 
ensino e as demais atividades de cada turma.
VOCÊ SABIA?
O texto literário tem como característica apresentar uma 
linguagem pessoal e carregada de emoções, reflexões, 
trazendo uma visão poética da vida, dos personagens ou 
de determinadas ocasiões. Esse tipo de texto é marcado 
pela subjetividade e pelo sentido conotativo, ou seja, traz 
expressões no sentido figurado. Por isso, os textos literários 
são aqueles que expressam, geralmente, a realidade ou ficção 
de uma forma poética, sendo influenciado pelos sentimentos 
ou pelas emoções de quem o produz.
Vejamos alguns exemplos de textos literários, os quais podem ser 
explorados na sala de aula:
 • Crônicas;
 • Contos;
 • Poemas;
 • Romances;
 • Fábulas;
 • Peças teatrais;
 • Minicontos;
 • Lendas;
 • Novelas;
 • Letras de música;
O texto literário pode se tornar um grande aliado no contato com 
a riqueza das palavras, além de proporcionar ao aluno a aproximação da 
fantasia e da ficção, isso contribuirá para sua formação como leitor.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 33
Dessa maneira, a literatura colaborará para queos alunos 
tenham prazer pela leitura, utilizem a imaginação, de maneira a utilizar 
tais habilidades para o seu enriquecimento vocabular, entre outros 
benefícios.
RESUMINDO:
O professor é o grande agente para desencadear mudanças 
no que se refere ao ensino da língua. Ele será responsável por 
direcionar a construção de um trabalho que dê condições para 
formar leitores e, consequentemente, produtores textuais. 
Caberá, sobretudo ao aluno, aprimorar sua capacidade de 
produzir seu discurso próprio, a fim de perceber que tais 
habilidades são importantes para o seu convívio social, que se 
ampliará também fora do ambiente escolar.
Assim, será possível ressignificar o ensino de leitura e escrita 
nas escolas. Esse processo, contudo, é algo que deve 
ocorrer de maneira consciente e gradativa. Sabemos que 
nem sempre é possível dispor de condições ideais para 
que esse processo ocorra de maneira satisfatória, por isso 
continuaremos a abordá-lo em nossa próxima Unidade de 
estudos, especialmente no que se refere à escrita.
SAIBA MAIS:
 Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à 
seguinte fonte de consulta e aprofundamento:
Artigo: Relações entre fala e escrita na escola: análise da 
prática de uma professora do ensino fundamental.
Disponível em: https://bit.ly/2z5ECoz.
https://bit.ly/2z5ECoz
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa34
BIBLIOGRAFIA
BANDEIRA, M. [Epígrafe]. In: GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala 
de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2002. p. 117-126. (Na sala de aula).
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1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf. 
Acesso em: 10 abr. 2019.
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Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2012.
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In: KARWOSKI, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (org.). Gêneros textuais: 
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MARCUSCHI, B.; MENDONÇA, M.; MARCUSCHI, L. A. Diretrizes curriculares 
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MIRANDA, M. M. Os usos da escritas no cotidiano. Leitura: Teoria & Prática, 
Revista da Associação de Leitura do Brasil, Campinas: Unicamp, 1992.
VYGOTSKY, L. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 35
Débora Luiza da Silva
Metodologia do Ensino de 
Língua Portuguesa

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