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Unidade 2 Livro Didático Digital Débora Luiza da Silva Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autora DÉBORA LUIZA DA SILVA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS DÉBORA LUIZA DA SILVA Olá. Meu nome é Débora Luiza da Silva. Sou formada em Letras (Habilitação Português) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos e Especialista em Educação a Distância: Gestão e Docência pela mesma instituição, com uma experiência técnico-profissional na área da docência e elaboração de conteúdos pedagógicos para cursos da modalidade a distância. Passei por diferentes instituições, dentre elas o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e outras privadas, tais como a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), a UniRitter e a Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs), ambas do Grupo Laureate International Universities, nas quais já atuei como analista acadêmica de EAD, professora-tutora, designer educacional e docente de EAD. Atualmente sou professora de Língua Portuguesa e Literatura da EJA EAD do Serviço Social da Indústria (SESI/RS). Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida, bem como contribuir com o aprendizado daqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! A AUTORA Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desen- volvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessida- de de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações es- critas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e inda- gações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoaprendi- zagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Analisando o funcionamento da fala e da leitura .........10 Como a fala funciona ........................................................11 Como a leitura funciona ....................................................12 Compreendendo os fenômenos da variação linguística e os processos da fonologia .....................................................15 Variação linguística no contexto escolar ............................16 Processos fonológicos na escola .......................................18 Reconhecendo as características dos diferentes tipos de leitura...............................................................................20 Gêneros e tipos textuais: Identificando as diferenças .........20 Textos orais ..............................................................23 Textos escritos ..........................................................24 Demonstrando o funcionamento da leitura na escola ....26 Prática da leitura ...............................................................26 Atividades de escuta de textos orais .........................28 Atividades de leitura de textos escritos .....................29 Atividades de leitura de textos literários ...................31 Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 7 UNIDADE 02 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa8 Nos últimos anos, as concepções de ensino de Língua Portuguesa, voltadas à prática da leitura, da escrita e da oralidade, foram se ampliando, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Por isso, a prática docente exige que o profissional da área educacional, e aqui, em especial, da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, busque alternativas para desenvolver habilidades e competências por parte dos alunos. Nesta Unidade, analisaremos o funcionamento da fala e da leitura na escola, buscaremos compreender os fenômenos da variação linguística e os processos da fonologia, reconheceremos as características dos diferentes tipos de leitura e, por fim, demonstraremos como as atividades de leitura funcionam no ambiente escolar. Além de nos basearmos no que dispõem os PCNs (1997), utilizaremos como ponto de partida as teorias de estudiosos do campo da linguística e da educação. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 9 Olá. Seja muito bem-vindo à nossa Unidade 2, nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Analisar o funcionamento da fala e da leitura; 2. Compreender os fenômenos da variação linguística e da fonologia; 3. Reconhecer as características dos diferentes tipos de leitura; 4. Demonstrar como funciona a leitura na escola. Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto fascinante e inovador como esse? Vamos lá! OBJETIVOS Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa10 Analisando o funcionamento da fala e da leitura Há algumas décadas, o ensino de Língua Portuguesa vem sendo apontado como um dos responsáveis pelos altos índices de reprovação e da necessidade de melhorar a educação brasileira. Essa realidade, portanto, está diretamente ligada às práticas de leitura e escrita desenvolvidas nas escolas. REFLITA: Pense nas suas práticas individuais enquanto leitor, não apenas como estudante de nível superior e futuro profissional da educação. Reflita se você tem um bom relacionamento com a Língua Portuguesa, especialmente no que se refere à leitura e à escrita. Você costuma praticá-las fora do ambiente de ensino? Esse processo se dá a partir dos primeiros anos do Ensino Fundamental, especialmente após a alfabetização, mas permanece durante toda a trajetória de ensino, cujos alunos do ensino superior também demonstram grandes dificuldades nas competências de leitura e escrita. Atualmente, através do ensino de Língua Portuguesa, espera- se que os alunos adquiram ao longo dos anos na escola competências que possibilitem a resolução de problemas cotidianos, por meio da linguagem. No que se refere à fala, esta não está entre os papéis da escola, devido ao fato de que a criança a desenvolve muito antes da idade escolar. Mas, com o planejamento de atividades que contemplem a produção oral, é possível desenvolvê-las, de maneira a articular os textos orais e escritos. Quanto à leitura, esta ainda é um desafio para muitos professores do cenário educacional brasileiro, visto que a principal fonte de leitura dos estudantes durante o período da escola passa a ser por um longo período, apenas por meio do livro didático. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 11 Assim, segundo os PCNs: Quando se afirma, portanto, que a finalidade do ensino de Língua Portuguesa é a expansão do uso da linguagem, assume-se que as capacidades a serem desenvolvidas estão relacionadas a quatro habilidades básicas: falar, escutar, ler e escrever (BRASIL, 1997, p. 35). Dessa forma, ao longo desta Unidade de estudos, verificaremos como cada uma dessas habilidades é desenvolvidanas instituições de ensino do nosso país. Figura 1: Leitura na escola Fonte: Pixabay Como a fala funciona Até a chegada da escola, as crianças reproduzem a fala em ambientes conhecidos e privados, geralmente relacionados ao seu contexto familiar. Nesse sentido, o papel da escola não é ensinar ao aluno o que ele já sabe, mas garantir espaços de fala, escuta e compreensão da língua. De acordo com Vigotski (1993) o desenvolvimento da fala e da escrita não se desenvolve da mesma maneira. Ambas se diferenciam tanto na estrutura, quanto no funcionamento, entretanto, fala e escrita estão fortemente ligadas, pois é através da fala que se expressa de maneira escrita aquilo que está em nosso pensamento. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa12 Quando falamos estamos praticando ações, ordenamos, questionamos, lamentamos, julgamos, entre outras. O ato de se expressar por meio da oralidade requer ao falante da língua agir com confiança, pois ao mesmo tempo que não se ensina a falar na escola, se corrige o “falar errado” do aluno. Por essa razão, a escola deve ensinar o uso adequado da língua e, ao mesmo tempo, respeitar e acolher o modo como cada sujeito se expressa. Além desse acolhimento, é fundamental propiciar instrumentos que colaborem para o desenvolvimento da linguagem oral de maneira competente. Porém, cabe ao professor pensar em atividades que contemplem as práticas sociais dos alunos. De acordo com os PCNs (1997), ao adotar as práticas sociais como ponto de partida do trabalho escolar, promove-se o desenvolvimento de competências básicas para a ação. Isso contribui para que o aluno possa se colocar como produtor de conhecimento, de sujeito ativo e protagonista do seu meio social. REFLITA: Quando a prática social é adotada como ponto de partida do trabalho escolar, é possível desenvolver competências básicas para que o aluno se torne produtor do seu conhecimento. Nesse sentido, ele levará para a sala de aula as experiências da sua própria vida, e as conciliará com conhecimentos reais de uso da língua. Por isso, além da produção, é preciso proporcionar espaços de contextualização. Como sugerem os PCNs (1997), essas atividades devem contribuir com a compreensão, com o ato de ficar quieto, esperar a oportunidade de fala e para o respeito pela fala do outro, como algo natural e necessário e não apenas por uma exigência do professor. Como a leitura funciona A leitura não pode ser compreendida apenas como um processo de decodificação de letras, a fim de transformá-las em sons, mas deve Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 13 proporcionar ao indivíduo a capacidade de compreender as informações dispostas nos textos e, a partir deles, se tornar um sujeito crítico. Nesse sentido, a leitura não pode funcionar como um produto final, mas pode ser utilizada como um meio, pois quem lê pode utilizá- la com inúmeros objetivos. Entretanto, para a formação de leitores competentes, é preciso criar condições para que os alunos se tornem bons leitores. Por isso, a escola necessitará de mecanismos que motivem internamente os alunos para que pratiquem a leitura. Figura 2: Funcionamento da leitura Fonte: Pixabay Segundo os PCNs (1997), algumas condições contribuem para que esse processo seja realizado de maneira satisfatória: • Dispor de uma biblioteca de qualidade na escola; • Disponibilizar, desde os anos iniciais, de um acervo com livros e outros materiais de leitura; • Organizar momentos de leitura também realizadas pelo professor, para que todos estejam envolvidos nessa prática; • Propor que a leitura ganhe a mesma importância das demais atividades diárias; • Possibilitar que os alunos possam escolher suas leituras em alguns momentos; • Garantir que os alunos não sejam incomodados nos seus momentos de leitura; • Abrir espaços para que os alunos também sugiram títulos a serem adquiridos pela escola; Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa14 • Proporcionar a maior diversidade possível de títulos disponíveis na escola; • Propor espaços de discussão para que toda a comunidade escolar de envolva na prática da leitura. Contudo, sabemos que essa realidade nem sempre é possível em algumas regiões do Brasil. Assim, as famílias, bem como toda a comunidade escolar, também exercem um papel muito importante na formação de leitores. Em momento especial desta Unidade, ampliar nosso enfoque no que se refere à leitura. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 15 Compreendendo os fenômenos da variação linguística e os processos da fonologia A variedade linguística é uma realidade dos falantes da Língua Portuguesa, visto que aspectos geográficos e sociais interferem nas diferentes formas da oralidade. Por esse motivo, o preconceito linguístico ainda é muito comum na sociedade brasileira. Quando não são bem compreendidas e direcionadas de maneira adequada, as variedades dialetais podem causar preconceito e discriminação. Por isso, é fundamental explicitar aos alunos que as variações de dialeto ocorrem em outras línguas e que isso não é apenas uma particularidade do português. EXPLICANDO MELHOR: Variedades dialetais ou dialetos são compreendidos como os diferentes falares regionais presentes numa dada sociedade, num dado momento histórico (BRASIL, 1997, p. 26). Figura 3: Aspectos geográficos que interferem na oralidade do português brasileiro Fonte: Pixabay Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa16 De acordo com os PCNs: Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais — que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação, ao exercício da reflexão (BRASIL, 1997, p. 25). Nesse sentido, veremos a seguir o que compete à escola ensinar quando se trata de níveis de fala distintos. Variação linguística no contexto escolar Dominar uma língua possibilita aos indivíduos o poder de fazer parte de uma sociedade de maneira ativa, a fim de se comunicar, se informar, defender seus direitos e seu ponto de vista. Conforme já abordamos, a fala não é objeto de ensino da escola. Quando se tentou ensiná-la, foi de maneira inadequada, tentando consertar o “erro” por parte do estudante, reforçou-se ainda mais o preconceito com os indivíduos que falavam diferente à variedade linguística prestigiada (BRASIL, 1997). Mas é dever da educação proporcionar estratégias de combate às diferenças, cujo respeito seja privilegiado nesses espaços. No que se refere ao ensino da Língua Portuguesa, a escola deve agir de maneira a se livrar dos paradigmas de falar certo ou errado, pois haverá sempre o seguinte questionamento: O falar correto deveria ser embasado no modo correto de escrever? Para isso, caberá ao professor considerar o contexto da comunicação. Ele será o responsável por balizar o falar e como fazê- lo, para quem fazê-lo. Assim, não nos restringiremos a um modelo educacional que visa apenas o ato de corrigir, mas capaz de demonstrar a adequação das circunstâncias de comunicação. Seguindo o que dispõem os PCNs (1997), em suma, a utilização eficaz da linguagem ocorre quando falar bem e adequadamente é produzir o efeito pretendido. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 17 Ao longo dos anos, o aluno deverá desenvolver capacidades que o possibilitem o conhecimento de diferentes manifestações culturais. Com isso, espera-se que ele seja capaz de se posicionar, compreender, aplicar e transformar cada uma delas de acordo com a necessidade de utilizá-las. Dessa maneira, ao entrar em contato com a gama de diversidade de uma sala de aula, será possível torná-la em um espaço multicultural. O que caberá à escola ensinar no âmbito da oralidade é demonstrar que os grupos sociais fazem diferentes usos da linguagem,como preparar o aluno para perceber a importância da fala adequada ao contexto, principalmente em situações formais, que ocorrerão ao longo da sua vida, tais como entrevista de emprego, seminários, debates, entre outras. Até a chegada dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação, pouco se discutia sobre as concepções de ensino de língua nas escolas brasileiras, no que tange à diversidade linguística que abrange todo o território brasileiro. Figura 4: Diferentes aspectos das variações linguísticas Fonte: Elaborado pela autora Variações linguísticas Variação regional: a língua varia de região para região, como o sotaque e os termos usados nas diferentes regiões do Brasil Variação social: as marcas socioculturais ocorrem em decorrência das diferenças a nível de escolarização, entre outros fatores, tais como: diferença de idade, raça, profissão, posição social, etc. Variação temporal: manifesta-se através das marcas linguísticas que variam de uma época a outra, observadas ao longo do tempo. Variação situacional: é observada nas situações de comunicação distintas, tais como: a língua falada e a língua escrita, língua usual e literária, entre outras. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa18 É inevitável que o ensino de Língua Portuguesa seja realizado a partir da gramática normativa. Todavia, o preconceito proveniente da diversidade linguística deve ser combatido na escola. Nesse sentido, cabe ressaltar que são inúmeras as causas do preconceito linguístico, pois são diversas as variações, sejam elas sociais, regionais, profissionais, de gênero, entre outros fatores. Há de se considerar que para qualquer brasileiro, torna-se um grande esforço escrever de acordo com a norma padrão, uma vez que na oralidade utiliza-se a linguagem coloquial. Geralmente, é do professor de língua materna o papel de identificar e corrigir as incoerências dos processos fonológicos dos alunos e, por isso, considera-se a tarefa como árdua e de difícil execução. REFLITA: Pense no cenário educacional brasileiro no que se refere à seguinte questão: Você acredita que é somente dos professores de anos iniciais e, posteriormente, dos professores de Língua Portuguesa a responsabilidade de trabalhar e cobrar as incoerências do uso da língua? Como podemos mudar esta situação? Posto isso, optar pelo modo mais adequado de falar é compreender a situação comunicativa, a qual se está inserido. O professor então deve tornar legítimo o ensino da língua sem discriminar os dialetos, mas também sem excluir o ensino da norma culta da língua. Processos fonológicos na escola No ambiente escolar é possível observar inúmeros processos fonológicos decorrentes do uso do português brasileiro. Considera-se que na nossa língua o domínio fonológico ocorre por volta dos 5 anos de idade. Contudo, algumas crianças podem apresentar dificuldades e desvios nesse processo. Entretanto, faz parte que cada criança vá se desenvolvendo e superando as falhas durante o seu crescimento, pois são inúmeros os fatores que contribuem para que algumas não sejam Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 19 capazes de corrigi-los. Nesse contexto, o professor poderá criar estratégias para auxiliar os alunos a repararem seus desvios fonológicos, que mais tarde poderão se tornar também desvios ortográficos na escrita. Atividades como ditados e “trava-línguas”, por exemplo, contribuem para o desenvolvimento da língua materna em sala de aula. IMPORTANTE: A Fonologia é parte da linguística que estuda o sistema sonoro dos idiomas, além dos sons das línguas, sua organização e classificação. Neste sentido, o principal objeto de estudo dessa área são os fonemas, considerados a menor unidade de som das palavras. É necessário, sobretudo, que a sociedade entenda que é possível conviver e aceitar as diversas variações da língua na escola, mas ao professor caberá a tarefa de sanar os problemas decorrentes desses fenômenos, principalmente por serem tão comuns às práticas de preconceito no que se refere à variação linguística do território brasileiro, porém não somente o educador deveria fazer parte desse processo. Outros setores, tais como o poder público e os profissionais da saúde contribuem ativamente para que não ocorra o agravamento desses problemas. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa20 Reconhecendo as características dos diferentes tipos de leitura Quando pensamos na palavra “texto”, imaginamos que se trata de um conjunto de palavras organizado em formato de frases ou parágrafos. Entretanto, cabe ressaltar que os textos não necessariamente se organizam apenas dessa forma. Além disso, eles não podem ser considerados apenas como elementos verbais e escritos, mas também podem ser não verbais e orais. Figura 5: Reconhecendo os diversos tipos de leitura Fonte: Pixabay Conforme Coseriu (1979), o texto é uma unidade linguística concreta, tomada pelos usuários de uma determinada língua, em situações de interação comunicativa específica. Em suma, os textos precisam apresentar sentido completo, bem como devem garantir uma intenção comunicativa definida. Gêneros e tipos textuais: Identificando as diferenças Partiremos do conceito de gênero para entender os diversos tipos de texto e, consequentemente, os diferentes tipos de leitura. Segundos Marchuschi (2006, p. 25) “Todas as nossas manifestações verbais mediante a língua se dão como textos e não como elementos linguísticos isolados”, por isso é impossível comunicar-se a não ser por Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 21 Fonte: Pixabay algum gênero, bem como é impossível comunicar-se a não ser por algum texto. IMPORTANTE: Os gêneros textuais podem ser entendidos como realizações linguísticas concretas, definidas por propriedades sociocomunicativas. O autor afirma que “em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção” (MARCUSCHI, 2006). Se os tipos textuais são considerados poucos, os gêneros textuais são inúmeros. Em resumo, os textos se organizam dentro de determinados gêneros, dadas as intenções comunicativas (KOCH, 2004). Figura 6: Diferentes formas de comunicação através dos textos Com a incorporação dos PCNs de Língua Portuguesa, entre os anos de 1997 e 1998, passou-se a dar importância tanto para a produção quanto para a circulação de textos. Com isso, ao trabalhar com a ideia de gêneros e não tipos textuais, o professor favorece o ensino de leitura e produção de textos, tanto orais quanto escritos. Para Marcuschi (2013, p. 19), Já se tornou trivial a ideia de que os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa22 e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia. São entidades sociodiscursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. Figura 7: Gêneros e tipos textuais Fonte: Elaborado pela autora Tipos textuais – Função social ou propósito comunicativo Gêneros textuais – Alguns exemplos Narração Piada, novela, romance, crônica, conto, lenda, etc. Argumentação Carta do leitor, artigo de opinião, editorial, etc. Injunção Receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções, etc. Informação Notícia, reportagem, verbete de dicionário, etc. Descrição Biografia e autobiografia, diário, cardápio, anúncio de classificado, etc. Exposição Entrevista de emprego, palestra, conferência. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “O conceito de gênero textual e seu uso em aula”. Disponível em: https://bit.ly/2BDev9x . Conforme podemos observar no quadro acima, os gêneros textuais podem se manifestarem diferentes tipos de textos e situações de comunicação. Por isso, à medida que os falantes de uma determinada língua precisam se comunicar, seja de maneira oral ou escrita, novos gêneros textuais vão surgindo. https://bit.ly/2BDev9x Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 23 EXEMPLO: Podemos citar os gêneros textuais, os quais foram criados e/ou modificados com o advento da internet, tais como chats, blogs, e-mails, entre outros. Além disso, cabe ressaltar que eles podem ser tanto orais como escritos. A seguir, veremos algumas das principais características de ambos. Textos orais Conforme já abordamos nesta Unidade, para os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) o que compete à escola ensinar no âmbito da oralidade é demonstrar que os grupos sociais fazem diferentes usos da linguagem. Preparar o aluno a perceber a importância da fala adequada ao contexto, principalmente em situações formais ao longo da vida. De acordo com Marcuschi (2001) a escola percebe a fala inversa à sua centralidade, pois ela é um espaço predominantemente para o ensino da língua escrita. Embora seja essa a realidade da maioria das instituições de ensino do Brasil, a partir dos anos de 1990 a oralidade passou a ser objeto de ensino nas aulas e aparecer nos livros didáticos. COMO VISTO ANTERIORMENTE: O trabalho com foco na oralidade não ensina o aluno a falar, mas propõe que ele interaja com os colegas e professores, refletindo sobre as inúmeras possibilidades da língua na modalidade oral. Uma boa estratégia para o trabalho com gêneros orais em sala de aula é buscar fazer com que os alunos percebam a riqueza do uso efetivo da língua, de maneira que eles se tornem capazes, ao longo dos anos, de utilizá-la de maneira adequada além do contexto escolar. Seguindo com o que dispõem os PCNs (1997), no que se refere ao trabalho com gêneros adequados à linguagem oral, entre outros, estão: • Contos; • Poemas, canções, quadrinhas, piadas, trava-línguas; • Saudações, instruções, relatos; • Entrevistas, notícias, anúncios; • Seminários, palestras. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa24 Como já mencionamos, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) propõem um trabalho efetivo no que se refere ao verdadeiro sentido de trabalhar com a oralidade na escola. Continuaremos a tratar desse tipo de texto, em seguida, demonstrando como funcionam as atividades de leitura na sala de aula. Textos escritos Do mesmo modo que os adultos, as crianças também possuem suas experiências. Por isso, compete ao professor abrir espaço para o uso dessas vivências, de maneira a aliá-las ao processo da escrita em sala de aula. Assim, torna-se possível ressignificar as atividades de produção textual. Figura 8: Texto escrito Fonte: Pixabay Para Bunzen (2012, p. 158-159), [...] as práticas de leitura e produção de textos em gêneros diversos que fazem parte do cotidiano dos alunos nos diversos espaços de socialização (famílias, igrejas, grupos de amigos, movimentos juvenis, associações comunitárias, trabalho, etc.) podem ser legitimadas na escola (e não excluídas). Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 25 Cabe à escola e ao professor possibilitar espaços que permitam ao aluno a aquisição de capacidades, como saber avaliar e interpretar textos de diversas manifestações de linguagem. Assim, quando o aluno entrar em contato com esses textos, suas competências de investigação serão instigadas, possibilitando que ele reflita sobre as diferentes maneiras de uso da língua, analisando as formas e os usos de dizer. Em suma, o educando poderá posicionar-se conscientemente em relação ao ato interlocutivo, que, no contexto do ensino, consiste na situação de leitura de textos, além de tornar-se um sujeito crítico, capaz de transformar sua realidade. Ao propor esses espaços e pensar nessas possibilidades, torna- se viável trabalhar com a articulação das práticas de leitura, produção escrita e reflexões sobre o real uso da língua (BRASIL, 1997). Assim, o aluno perceberá a importância de realizar um trabalho até que seu texto esteja consideravelmente bem produzido. Dessa forma, o produto final das produções textuais não são apenas atividades meramente avaliativas, como já abordamos por aqui. Em momento oportuno desta disciplina, serão abordadas as características das atividades de produção textual nas escolas. Entretanto, cabe ressaltar que as atividades de leitura, produção textual e compreensão da língua não devem ser vistas como objetos isolados, pois necessitam umas das outras para que o objetivo do ensino da Língua Portuguesa faça sentido. Sabe-se, portanto, que uma educação comprometida com o exercício da cidadania proporciona condições para que o educando desenvolva a capacidade do uso eficaz da língua, as quais podem satisfazer as suas necessidades pessoais (BRASIL, 1997). Por essas razões, espera-se que os textos sejam tanto produzidos quanto lidos ou ouvidos com essas finalidades. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa26 Demonstrando o funcionamento da leitura na escola Prática da leitura A leitura é, portanto, considerada como um ato de interlocução, que permite o diálogo entre os autores e os textos, proporcionando a produção de discursos. Ela é capaz de propiciar que o leitor crie outro texto a partir do que se lê, e isso ocorrerá a partir da esfera social a que cada indivíduo pertencer. Conforme já abordamos anteriormente, entende-se que a leitura em sala de aula deveria partir de práticas sociais, como dispõem os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), as quais possam contribuir para o desenvolvimento de competências básicas por parte dos alunos. Entretanto, esse processo é realizado de maneira tardia, o que contribui para que os alunos não sejam considerados leitores ou, ainda, como indivíduos que não gostam de ler. Figura 9: Importância da prática da leitura Fonte: Pixabay Bunzen e Mendonça (2012, p. 39) afirmam que “Ler é dialogar com a consciência do autor, com outros enunciados e vozes, não decifrando, mas produzindo sentidos com os conhecimentos que tem de outros textos”. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 27 REFLITA: Você tem ideia de quantos livros o brasileiro lê por ano? Segundo pesquisas, em média, apenas 2,4 livros são lidos por pessoa durante o ano em nosso país. Mas quais fatores influenciam para que esse índice seja tão baixo? Seria a falta de incentivo? O preço dos livros? Ou pela simples falta de interesse pela leitura? Por isso, as atividades de leitura podem se desenvolver de diversas maneiras. Dentre elas, é possível trabalhar com a leitura diária, de maneira silenciosa ou em grupo. Se o professor optar pela segunda opção, cabe ressaltar que a leitura em grupo ou em voz alta deve fazer algum sentido dentro das atividades propostas. Além disso, é possível propor exercícios de leitura colaborativa, no qual o professor também poderá participar, de maneira a ler e questionar os alunos. Nesse sentido, eles vão criando pistas e estratégias de compreensão sobre o texto lido. Incorporar ao planejamento escolar projetos de leitura, cujo objetivo principal é ter um produto final, o qual poderá partir das práticas sociais dos alunos, conforme já discutimos ao longo desta Unidade, é outra possibilidade muito significativa. Esse tipo de atividade também contribui para contextualizar a leitura à linguagem oral, escrita e produção textual. Já nas atividades sequenciais de leitura, o professor pode partir da escolha de um determinado gênero ou autor, a fim de se aprofundar acerca desses temas, por exemplo. Há também a possibilidade de trabalhar com atividades permanentes de leitura, tais como a hora da leitura, cujos alunos podem escolher o que desejam ler. Cabe ao professor organizar a regularidade desses momentos, semanalmente ou quinzenalmente, de acordo com a demanda das demais atividadesda turma. Além desses exemplos, também é possível que a leitura seja realizada pelo professor. Dessa forma, ele poderá inserir textos mais densos e longos e de linguagem considerada, em muitos momentos, de difícil compreensão. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa28 Todavia, acredita-se que, equivocadamente, os leitores iniciantes realizem a leitura de textos curtos e com poucas frases, tanto dentro, quanto fora da escola, o que só atrapalha no desenvolvimento da capacidade de interpretação e compreensão textual. Essa realidade fez com que cada vez mais alunos tivessem contato com textos sem conteúdo, o que ocasionou que cada vez menos pudessem se divertir e usar sua criatividade ao ter contato com textos de baixa qualidade e sem valor cultural. Atividades de escuta de textos orais O trabalho com os textos orais não parte da capacidade de fala em geral, mas de proporcionar atividades que deem suporte para a aprendizagem da Língua Portuguesa, bem como das demais áreas de conhecimento. De maneira diferente dos textos escritos, os textos orais, uma vez que são construídos, não podem ser retomados ou reescritos. Dessa forma, eles podem funcionar como apoio para a produção escrita. Geralmente, é comum que a partir do 5.º ou 6.º ano do Ensino Fundamental os alunos comecem a apresentar trabalhos e se expor perante os colegas e a comunidade escolar. Entretanto, essas práticas deveriam ocorrer desde as séries iniciais, de maneira a preparar o aluno ano a ano a desenvolver a sua oralidade. Torna-se necessário, sobretudo, propor reflexões consistentes do trabalho com gêneros orais em sala de aula. Essas atividades podem ser pensadas das seguintes maneiras: • Relatos do fim de semana; • Transmissão de recados; • Exposição de ideias em roda de conversas; • Dramatizações; • Ciranda de livro, cujos alunos escolhem uma obra de sua preferência; • Conversas informais com os colegas; Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 29 • Relação das habilidades trabalhadas em sala com experiências pessoais; • Contos de histórias; • Jogos de contar histórias, a partir de temas escolhidos e coordenados pelo professor; • Avaliação do dia de aula, ao final do período; • Proporcionar que os alunos escolham um personagem da sua preferência para socializarem as características com a turma; • Solicitação de reconto de histórias, a partir da criatividade dos alunos; • Brincadeiras com mímica; • Dramatização de um poema; • Trabalhar com músicas. Nesse sentido, será possível demonstrar ao aluno que é possível agir com segurança ao utilizar a linguagem oral e o quanto antes a escola privilegiar tais práticas, mais eficaz se torna o ensino da língua materna nas escolas. Atividades de leitura de textos escritos Para introduzirmos as atividades de leitura, torna-se viável ampliarmos nosso foco no que diz respeito aos textos escritos. Nesse sentido, a escrita não pode funcionar apenas como uma atividade escolar, distante da vida do aluno. Porém, geralmente ele não compreende esse processo, visto que os exercícios de produção textual são pensados apenas como instrumentos avaliativos. Antes de mais nada, é preciso lembrar que a produção de textos na escola foge totalmente ao sentido da língua: os alunos escrevem para o professor (único leitor, quando lê os textos). A situação do emprego da língua é, pois, artificial. Afinal, qual é a graça de escrever um texto que não será lido por ninguém ou que será lido por uma pessoa (que por sinal corrigirá o texto e dará nota para ele?) (GERALDI, 2002, p. 65). Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa30 Figura 10: Atividades de leitura de textos escritos Fonte: Pixabay Por isso, antes de ser um objeto escolar, a escrita é, portanto, um objeto social. Assim, é necessário levar o estudante a entender o significado funcional que a escrita tem na sociedade, pois quando isso não se torna possível, ele não compreende a linguagem como sendo práticas reais do seu meio social. Assim, é possível propor a reflexão das funções da escrita, as quais são predominantemente comunicativas e informativas. Porém, podemos refletir sobre essa definição, ampliando tais funções da seguinte maneira (MIRANDA, 1992): Sob uma perspectiva utilitária, isto é, textos produzidos na escola ou ainda sob a visão e função estética, “desinteressada”, ou seja, textos criativos, voltados ao entretenimento, produzidos por prazer, dentro ou fora da escola, sem cunho propriamente avaliativo. VOCÊ SABIA? O texto não literário é também chamado de texto utilitário, característico por apresentar uma linguagem impessoal, qual a realidade das diversas situações. Dessa maneira, um texto considerado não literário é construído de forma objetiva e com linguagem denotativa, a qual apresenta o sentido literal das palavras. Por isso, o texto não literário sempre prioriza a informação dos fatos e dos acontecimentos. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 31 Vejamos alguns exemplos de textos não literários, os quais podem ser explorados na sala de aula: • Notícias de jornais; • Artigos científicos; • Anúncios publicitários; • Bulas de remédios; • Conteúdo de livros didáticos; • Receitas culinárias; • Cartas comerciais; • Conteúdos educacionais; • Guias de viagem; • Manuais de instrução. Ao proporcionar o domínio das características de gêneros textuais distintos, o professor oferece ao aluno a possibilidade de compreensão e interpretação daquilo que está lendo. Em muitas situações, que estão além dos muros da escola, os alunos não as desenvolvem, pelo simples fato de não compreender a funcionalidade de determinados tipos e gêneros textuais. Atividades de leitura de textos literários Desde a Educação Infantil, o trabalho com o texto literário deve fazer parte da realidade do ensino. Entretanto, torna-se fundamental que o professor trabalhe com a literatura como o que não é real. Contudo, é possível trabalhar de maneira a articular o imaginário com a realidade. De acordo com os PCNs: Pensar sobre a literatura a partir dessa autonomia relativa ante o real implica dizer que se está diante de um inusitado tipo de diálogo regido por jogos de aproximações e afastamentos, em que as invenções de linguagem, a expressão das subjetividades, o trânsito das sensações, os mecanismos ficcionais podem estar misturados a procedimentos racionalizantes, referências indiciais, citações do cotidiano do mundo dos homens (BRASIL, 1997, p. 30). Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa32 Nesse sentido, desmistificam-se as ideias de que os textos literários são apenas manuais de boa conduta, hábitos de limpeza e higiene, entre outros aspectos, pois como qualquer outra atividade de leitura, a escolha dos textos necessita estar contextualizada com o ensino e as demais atividades de cada turma. VOCÊ SABIA? O texto literário tem como característica apresentar uma linguagem pessoal e carregada de emoções, reflexões, trazendo uma visão poética da vida, dos personagens ou de determinadas ocasiões. Esse tipo de texto é marcado pela subjetividade e pelo sentido conotativo, ou seja, traz expressões no sentido figurado. Por isso, os textos literários são aqueles que expressam, geralmente, a realidade ou ficção de uma forma poética, sendo influenciado pelos sentimentos ou pelas emoções de quem o produz. Vejamos alguns exemplos de textos literários, os quais podem ser explorados na sala de aula: • Crônicas; • Contos; • Poemas; • Romances; • Fábulas; • Peças teatrais; • Minicontos; • Lendas; • Novelas; • Letras de música; O texto literário pode se tornar um grande aliado no contato com a riqueza das palavras, além de proporcionar ao aluno a aproximação da fantasia e da ficção, isso contribuirá para sua formação como leitor. Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa 33 Dessa maneira, a literatura colaborará para queos alunos tenham prazer pela leitura, utilizem a imaginação, de maneira a utilizar tais habilidades para o seu enriquecimento vocabular, entre outros benefícios. RESUMINDO: O professor é o grande agente para desencadear mudanças no que se refere ao ensino da língua. Ele será responsável por direcionar a construção de um trabalho que dê condições para formar leitores e, consequentemente, produtores textuais. Caberá, sobretudo ao aluno, aprimorar sua capacidade de produzir seu discurso próprio, a fim de perceber que tais habilidades são importantes para o seu convívio social, que se ampliará também fora do ambiente escolar. Assim, será possível ressignificar o ensino de leitura e escrita nas escolas. Esse processo, contudo, é algo que deve ocorrer de maneira consciente e gradativa. Sabemos que nem sempre é possível dispor de condições ideais para que esse processo ocorra de maneira satisfatória, por isso continuaremos a abordá-lo em nossa próxima Unidade de estudos, especialmente no que se refere à escrita. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: Relações entre fala e escrita na escola: análise da prática de uma professora do ensino fundamental. Disponível em: https://bit.ly/2z5ECoz. https://bit.ly/2z5ECoz Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa34 BIBLIOGRAFIA BANDEIRA, M. [Epígrafe]. In: GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2002. p. 117-126. (Na sala de aula). BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa/Brasília: Secretaria de Educação Fundamental. 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf. Acesso em: 10 abr. 2019. BUNZEN, C. 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