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Aula Técnica Clarinete Clarone

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1 
 
 
REUNIÃO TÉCNICA DE CLARINETE 
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
09/04/2016 
 
 
Sumário 
 
1. Introdução ..................................................................................................... 1 
2. Breve história do clarinete ............................................................................. 2 
3. Sistema de chaves/ registro e anéis ............................................................... 3 
4. Material de Construção do Clarinete.............................................................. 6 
5. Partes do Clarinete ......................................................................................... 7 
6. Família e Naipe do Clarinete .......................................................................... 9 
7. Tessitura do Clarinete .................................................................................. 10 
8. Referência Musical ....................................................................................... 19 
9. Práticas diárias fundamentais ...................................................................... 20 
10. Postura Corporal ......................................................................................... 21 
11. Embocadura ................................................................................................ 23 
12. Exercícios para embocadura ........................................................................ 24 
13. Emissão de Som .......................................................................................... 26 
14. Articulação .................................................................................................. 27 
15. Notas longas ................................................................................................ 29 
16. Exercícios de notas longas ........................................................................... 30 
17. Controle de Som.......................................................................................... 33 
18. Exercício de Controle de Som ...................................................................... 33 
19. Exercícios de Articulação ............................................................................. 34 
20. Exercícios de Escalas e Arpejos .................................................................... 37 
21. Escolha do Instrumento .............................................................................. 40 
22. Escolha da boquilha .................................................................................... 41 
23. Palheta do Clarinete .................................................................................... 43 
24. Regiões da palheta e suas respectivas funções ........................................... 44 
25. Cuidados devido ao clarinete – Manutenção .............................................. 45 
26. Tabela complementar para digitação .......................................................... 46 
27. Considerações Finais ................................................................................... 48 
28. Bibliografia .................................................................................................. 48 
 
 
1 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
Diante da grande necessidade em melhorar e facilitar a 
execução dos clarinetes nas orquestras da CCB, apresentamos 
essa singela apostila, na boa intenção de levar aos nossos 
encarregados, instrutores, aos que já são oficializados ou 
candidatos, informações básicas que julgamos necessárias para 
a boa execução desse maravilhoso instrumento. 
Abordaremos temas como respiração, sonoridade, notas 
longas, articulação, escalas, escolha de instrumento, boquilhas, 
palhetas, entre outros. 
Com dedicação e persistência certamente os objetivos 
serão alcançados. 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
2) BREVE HISTÓRICO DO CLARINETE 
 
O clarinete (ou a clarineta) descende do “chalumeau”, 
instrumento bastante popular na França, pelo menos desde a 
Idade Média. 
Em 1690, Johann Christoph Denner, charamelista alemão, 
acrescentou à sua charamela uma chave para o polegar da mão 
esquerda (REGISTRO), para que assim pudesse tocar numa 
abertura, o que lhe trouxe mais possibilidades sonoras. Surgiu, 
assim, o clarinete contemporâneo. 
Foi introduzido nas orquestras em 1750, sendo um dos 
últimos instrumentos de sopro incorporados à formação 
orquestral moderna. É um instrumento versátil, compondo 
diferentes grupos e formações do erudito ao popular, ao redor 
do mundo. 
 
O nome clarinete se deu devido às suas notas agudas serem 
similares em brilho às do trompete agudo, cujo nome em 
italiano era “clarino”. 
 
3 
 
3) SISTEMA DE CHAVES/REGISTROS E ANÉIS 
 
Existem vários sistemas de chaves para clarinetes. O 
chaveamento para clarinete foi evoluindo com o tempo e se 
tornando mais ergonômico, facilitando vibratos, glissandos e 
melhorando a afinação. 
No inicio do século XIX a clarineta tinha de 6 a 7 chaves, 
mas não existia um sistema padronizado. Por volta de 1811, 
Iwan Muller fez vários aprimoramentos à clarineta e por volta 
de 1815, o sistema Muller com 13 chaves se popularizou. 
Hoje em dia o sistema de chaves mais usado é o Boehm. Ele 
recebeu este nome, pois tem como base o sistema com o 
mesmo nome que se tornou padrão nas flautas transversais 
criado pelo inventor Theobald Boehm. Esse sistema foi 
adaptado para o clarinete por Hyacinthe Klosé Auguste Buffet. 
O sistema Muller que foi usado extensivamente no século 
XIX deu origem a dois sistemas ainda usados hoje: o sistema 
Albert, que é usado no leste europeu, em bandas de jazz 
(principalmente no sul dos Estados Unidos) e é o sistema 
preferido dos clarinetistas de Klezmer, e o sistema Oehler, que 
é usado principalmente na Alemanha e Áustria. 
4 
 
O número de chaves, registros e anéis pode variar bastante 
dependendo do sistema usado, tipo de clarinete, e do 
fabricante. 
Para clarinetes soprano Sib essas são as configurações mais 
comuns: 
 
 Sistema Boehm com 16 ou 17 chaves e 6 anéis; 
 Sistema Albert com 13 chaves e 2-4 anéis; 
 Sistema Oehler com 22 chaves e 5 anéis. 
 
Devido ao número reduzido de chaves e anéis, o sistema 
Albert também é conhecido como sistema simples. 
Uma variação ao Boehm bastante popular é o Boehm 
Completo, com 7 anéis, que adiciona algumas melhorias ao 
Boehm. Existiram vários sistemas experimentais e transitórios. 
Dentre estes, alguns notáveis foram o Albert Aperfeiçoado e o 
Mazzeo, ambos produzidos pela Selmer, o Romero e o 
McIntyre. 
 
 
 
5 
 
 
 
CLARINETE SISTEMA BOEHM 
 
 
 
 
 
CLARINETE SISTEMA ALBERT 
 
 
 
CLARINETE SISTEMA OEHLER 
 
 
 
 
CHALUMEAU 
 
 
 
6 
 
4) MATERIAL DE CONSTRUÇÃO DO CLARINETE 
 
Os clarinetes são tradicionalmente feitos de madeira 
(ébano, grenadilha, jacarandá da Bahia, cocobolo, entre 
outras), havendo também modelos feitos de metal, ebonite ou 
plástico. 
No início do século XX, as frágeis boquilhas de madeira e de 
vidro foram substituídas por boquilhas de plástico ou ebonite, 
que representam a maior parte das boquilhas fabricadas hoje 
em dia. Atualmente também são fabricados alguns modelos de 
boquilhas de cristal e de cerâmica, mas essas não são 
extensamente usadas devido ao alto custo e à fragilidade. 
Barriletes e campanas especializados podem ser feitos de 
vários tipos de madeira, de alumínio, cerâmica ou outros 
materiais. 
As palhetas utilizadas no clarinete são feitas de cana-do-
reino, há também palhetas feitas de material sintético. 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
5) PARTES DO CLARINETE 
 
O clarinete é dividido em cinco partes, que são: boquilha, 
barrilete, corpo superior, corpo inferior e a campânula ou 
campana. 
 
 Boquilha: é o componente do clarinete ondese sopra; 
 Barrilete: é a peça que vem logo abaixo da boquilha e é 
geralmente usado para corrigir a afinação; 
 Corpo superior: é o corpo que vem logo abaixo do 
barrilete onde se trabalha com a mão esquerda, esse 
corpo possui 15 orifícios, 9 chaves e 3 anéis; 
 Corpo inferior: é o corpo que vem logo abaixo do corpo 
superior onde se trabalha com a mão direita, esse corpo 
possui 9 orifícios, 8 chaves e 3 anéis; 
 Campânula ou campana: é a peça que vem logo abaixo do 
corpo inferior, é o “amplificador” do clarinete. 
 
8 
 
 
 
Boquilha 
(com abraçadeira) 
 
Barrilete 
(pode ser movido para ajustar afinação) 
Corpo Superior 
(acionado pela mão esquerda) 
 
Corpo Inferior 
(acionado pela mão direita) 
Campana ou Campânula 
(amplificador do clarinete) 
9 
 
6) FAMÍLIA E NAIPE DO CLARINETE 
 
A família do clarinete é composta pelos instrumentos 
relacionados abaixo, na ordem do mais agudo para o mais 
grave: 
 
 Clarinete picollo (Láb, Mib e Ré); 
 Clarinete soprano (Dó, Sib e Lá); 
 Clarinete Basseto (Lá); 
 Clarinete Corno di Basseto (Fá); 
 Clarinete Alto (Mib); 
 Clarinete Baixo (Sib) ou Clarone; 
 Clarinete Contra-Alto (Mib); 
 Clarinete Contra-Baixo (Sib). 
 
A família do clarinete faz parte do naipe das madeiras, 
nesse mesmo naipe também está inserida a flauta, saxofone e 
instrumentos de palhetas duplas como oboé, corne inglês e 
fagote. 
 
 
10 
 
7) TESSITURA DO CLARINETE 
 
O clarinete é o instrumento de sopro com maior extensão, 
sua tessitura atinge três Oitavas e uma Sexta. Veja o detalhe: 
 
Nome dos Registros: 
 Registro grave (registro chalumeau) – abrange as notas 
que vão do Mi 2 até o dó # 3. 
 Registro médio – abrange o intervalo entre as notas ré 3 e 
fá # 4. 
 Registro agudo – abrange o intervalo entre as notas sol 4 e 
mi 5. 
 
Aproveitando o tema tessitura, vamos entender onde o 
clarinete soa na escala geral. 
Na página 84 do MTS temos a correspondência uníssona 
das claves, observe onde o Dó3 está nas claves de sol na 2ª 
linha e na clave de fá na 4ª linha, desta forma percebe-se que 
11 
 
muitos clarinetistas ainda tocam a voz do tenor escrita no 
hinário uma 8ª acima do que realmente está escrito. 
Veja o exemplo a seguir: 
Errado 
 
Correto 
 
Alguns músicos chamam a última execução, de “tenor no 
grave”, mas na verdade o tenor está sendo executado na altura 
correta de acordo com a correspondência uníssona das claves, 
como está na página 84 do MTS. 
12 
 
Desta forma, concluímos que o clarinete soprano é mais 
adequado a executar as vozes do soprano e o contralto. 
Sabemos que nas nossas orquestras de acordo com os 
ensinamentos, o clarinete soprano faz a voz do soprano e em 
caso de necessidade pode também tocar o contralto. 
Obs. “Em caso de extrema necessidade o clarinete soprano 
também pode tocar o tenor, desde que solicitado pelo 
responsável pela orquestra, todavia algumas notas não 
poderão ser tocadas na altura correta por estarem fora da 
tessitura do instrumento. Por exemplo, as notas encontradas 
nos hinos 32 (nota ré bemol 2 encontrada no segundo 
compasso do primeiro sistema e no quarto compasso do 
segundo sistema) e no hino 63 ( nota si bemol - 1 encontrada 
no primeiro sistema, tempo anacruse e no segundo compasso 
do segundo sistema. 
Vejamos agora o clarinete alto tocando o tenor: 
 
 
 
13 
 
Vejamos agora o clarinete alto tocando o baixo: 
 
Há casos em que o clarinete alto não alcança todas as notas 
do baixo. 
Vejamos abaixo: 
 
14 
 
Notem que a última nota do quarto compasso e a primeira 
do quinto compasso estão fora da tessitura do clarinete alto. 
Agora vamos ver o clarinete alto no contralto: 
 
Vejamos o clarone tocando a voz do baixo:
 
15 
 
Vejamos o clarone tocando a voz do tenor: 
 
Obs: Existem clarones (clarinetas baixo) que alcançam a 
nota mais grave Mí bemol 1 escrito ou transpondo (soando) Ré 
bemol 1. Há também clarinetas baixo mais modernas que 
alcançam o Dó 1 escrito ou transpondo (soando) Si bemol -1. 
Desta forma somente os clarones com extensão até Dó 1, 
conhecidos por Low C, são capazes de tocar a última nota dos 
hinos 33,55, 322 e 342, que terminam com o Dó 1 ou seja o Ré 1 
para a clarineta baixo (clarone). 
Todavia os que não têm extensão até o Dó devem tocar a 
nota de Divisi, conforme orientação das instruções de utilização 
do hinário. (Conteúdo encontrado no início do hinário 5) 
 
16 
 
O clarinete Contra-Baixo soa uma oitava mais grave que o 
clarinete Baixo e o clarinete Contra-Alto soa uma oitava mais 
grave que o clarinete alto. 
Obs: Apesar de serem chamados de clarinetes “Contra-
Baixo e Contra-Alto” ambos são CONTRA-BAIXOS, são chamados 
assim pois o primeiro soa uma oitava mais grave que o clarinete 
baixo e o segundo uma oitava mais grave que o clarinete alto. 
 “Algumas notas apesar de serem agudas para Clarone, são 
possíveis tocar desde que o músico tenha uma boa técnica.” 
 
Abaixo temos a tessitura da família da clarineta dentro do 
hinário CCB nº 5. 
Claro que alguns clarinetes abaixo podem alcançar notas 
mais agudas, todavia procuramos colocar aqui o que seria mais 
confortável para se tocar. 
17 
 
18 
 
 
 
 
 
19 
 
8) REFERÊNCIA MUSICAL 
 
Todo músico que deseja melhorar seu desempenho precisa 
de uma referência musical. Essa referência será a sua meta, ou 
seja, ponto onde se deseja chegar em termos de timbre, 
projeção de som, interpretação, técnica, postura, etc. 
É muito importante que ouçamos diversos artistas para 
entendermos as diferenças entre sons, técnicas, posturas, 
interpretação, etc. 
Abaixo segue como sugestão, lista de alguns clarinetistas 
que poderão ser ouvidos para entendimento dessa referência: 
 Paul Meyer – França; 
 Sabine Meyer – Alemanha; 
 Alessandro Carbonare – Itália; 
 Gabriele Mirabassi – Itália; 
 Martin Fröst – Suécia; 
 Sharon Kam – Israel; 
 Sergio Burgani – Brasil 
 Luis Afonso Montanha - Brasil 
 Ovanir Buosi – Brasil 
 Cristiano Alves – Brasil 
 Dr Joel Barbosa – Brasil 
 François Benda - 
 
 
20 
 
Sugestão de métodos: 
 Galper, Avrahm Book 1&2 
 Klosè, Método Completo 
 Baerman, Método completo para Clarinete 
 
9) PRÁTICAS DIÁRIAS FUNDAMENTAIS 
 
Para uma boa execução do clarinete, assim como outros 
instrumentos de sopro, é necessário sabermos respirar 
corretamente. 
A prática de exercícios de respiração será essencial para a 
boa execução de qualquer instrumento de sopro. 
Além da respiração, deve se observar a prática diária de 
notas longas, afinação, controle de som, articulação, escalas e 
estudo de intervalos. Deve-se também observar a postura ao 
tocar clarinete, uma postura incorreta com certeza vai 
prejudicar a correta execução do clarinete. 
Vale lembrar que todo o estudo deve ser acompanhado de 
metrônomo, afinador e a plena consciência dos objetivos de 
cada exercício. Sem essas ferramentas podemos dizer que o 
estudo ficará praticamente perdido. 
Havendo dedicação e organização nos estudos, em pouco 
tempo os resultados aparecerão. 
21 
 
10) POSTURA CORPORAL 
 
10.1) Posição das mãos e digitação 
Solte as mãos ao longo do corpo, de preferência ande um 
pouco e sem modificar a posição natural das mãos observe qual 
é o formato adquirido e aplique esse mesmo formato no 
clarinete. 
Ao digitar não faça movimentos bruscos, pense em levantar 
os dedos muito pouco. Uma boa dica para a precisão na 
digitação é levantar os dedos como se eles estivessem colados 
no clarinete. 
 Faça um exercício com as notas naturais começando 
pelo primeiro mi grave, vá ligando as notas de forma a não 
existir acentuações nelas ou entre elas. Faça o mesmo exercício 
com a escala cromática. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
10.2) Posição dos braços e coluna 
 
Os braços devem estar relaxados, não encostados ao corpo 
e nem muito abertos, devem ficar em uma posição natural. 
Mantera coluna sempre ereta para evitar dores e facilitar o 
processo de respiração. Toque na frente do espelho para 
observar a postura corporal como um todo. 
Posição correta: Posição errada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
11) EMBOCADURA 
 
O conjunto boquilha mais palheta talvez seja o mais 
importante para obtermos uma boa sonoridade e maior 
conforto possível para tocar. Deve-se dobrar o lábio inferior 
apoiando os dentes superiores na boquilha, lembre-se de usar 
um protetor adesivo na região onde são apoiados os dentes, 
esse protetor evita danos à boquilha e protege os dentes. Vale 
lembrar que esse adesivo deve ser próprio para esse fim, 
existem marcas muito boas como Vandoren, BG,Marca etc. 
Não se deve usar outro tipo qualquer de adesivo, pois a cola 
desses adesivos impróprios podem causar sérios danos à saúde. 
A função dos lábios em torno da boquilha é, em primeiro 
lugar, evitar desperdício de ar, portanto seus lábios devem 
envolver a boquilha e direcionar seu fluxo de ar para a palheta. 
O lábio inferior tem a função mais importante na 
embocadura. Ele deverá controlar a vibração da palheta, sem 
nunca espremê-la contra a mesa da boquilha. Para isso, deve-se 
curvar ligeiramente o lábio inferior sobre seus dentes de modo 
que a parte carnuda entre em contato com a palheta. 
 
 
24 
 
12) EXERCÍCIOS PARA EMBOCADURA 
 
 
a) Antes de iniciar a emissão de som com o clarinete, monte 
somente a boquilha com palheta, abraçadeira e barrilete 
(para diminuir a influência e preocupação com a digitação do 
clarinete); 
 
b) Coloque a boquilha na boca apoiando os dentes na parte 
superior da boquilha em mais ou menos 1,5 cm; 
 
c) Dobre levemente os lábios inferiores e acolchoe a palheta de 
modo que não vaze ar pelas laterais; 
 
d) Faça a posição correta da embocadura, deixe a boca no 
formato de pronunciar a vogal “U” (boca de francês); 
 
e) Vá soprando sempre com a garganta aberta e aumentando 
gradativamente a velocidade do ar, até que a pressão 
exercida pelo sopro seja suficiente para vencer a resistência 
da palheta (fazendo-a vibrar) e, consequentemente 
produzindo o som. Após repetir esse exercício por algumas 
vezes monte o clarinete e faça o passo seguinte. 
 
25 
 
 
f) Para fixar o conceito de pressão correta para produção do 
som, toque o Mi grave, mantendo o som e depois aperte o 
registro com o polegar esquerdo, se a pressão estiver 
correta deverá sair a nota si da 3° linha (clave de sol), essa é 
a pressão correta para as demais notas. 
 
 
 
1) Queixo na posição vertical; 
2) Lábios inferiores levemente dobrados sobre os dentes; 
3) Dentes superiores apoiados na boquilha (+- 1,5 cm); 
 
 
 
 
 
26 
 
13) EMISSÃO DO SOM 
 
Antes de falar sobre articulação, devemos estar conscientes 
sobre a emissão do som no clarinete. 
Para iniciar o som: (1) Toque a palheta levemente com a 
ponta da língua. (2) Sopre na boquilha e retire a língua ao 
mesmo tempo. Lembre-se: “Sem soprar não há som!” 
Comece o sol da segunda linha da clave do sol com o sopro 
e o movimento da língua ao mesmo tempo. 
Pense sempre em emitir as notas com ar quente, abra bem 
a garganta como se estivesse cantando uma ópera, inclusive 
para entender melhor essa técnica você poderá cantar a vogal 
“Ô”. 
Não deixe o ar que vem de seu pulmão todo preparado se 
espalhar pela boca, sempre o deixe direcionado, o instrumento 
deve ser encarado como um prolongamento de seu corpo. 
Abaixo segue as posições de garganta em cada registro: 
 Registro grave – garganta no formato da vogal “Ó”; 
 Registro médio – garganta no formato da vogal “E”; 
 Registro agudo – garganta no formato da vogal ”I”. 
 
27 
 
14) ARTICULAÇÃO 
 
Articulação, a grosso modo, é a maneira como separamos o 
som. É também a maneira como “atacamos as notas”, é muito 
importante estudar articulação para uma boa interpretação de 
uma peça ou trecho musical. 
 A seguir vamos nos concentrar nas principais articulações 
que poderemos usar no nosso hinário. Há vários tipos de 
articulações de acordo com o período ou estilo de música, 
como estamos tratando do hinário não vemos a necessidade de 
abordar os diversos tipos de articulações. 
Aconselhamos que se toque os hinos com articulação leve, 
convêm pensar numa silaba que possa fazer com que essa 
articulação seja leve. “Tú” e “Tá” tendem a ser articulações 
duras, sugerimos a articulação com a silaba “Dú”. Pense nisso! 
 
14.1) Legato (ou ligado): 
Consiste em emitir os sons, sem interrupção entre eles, no 
legato emitimos as notas em um único sopro, apenas mudando 
as notas com uma digitação leve, não articulamos os sons com 
a língua. 
28 
 
O legato bem executado implica em uma boa digitação, é 
impossível tocar legato digitando de maneira agressiva, 
principalmente nos orifícios, certamente mesmo não usando a 
língua a agressividade com que se digita fará soar separado e 
não ligado. O sinal de legato é representado por uma linha 
curva acima ou abaixo de notas ou de um trecho musical. 
Articulado: 
 
Legato: 
 
Segue alguns exercícios de Articulação: 
Legato 
 
 
29 
 
Articulado 
 
Articulado e legato: 
 
15) NOTAS LONGAS 
 
Como todos os instrumentistas de sopro, o clarinetista 
deve tocar notas longas diariamente. 
Devem-se programar estudos diários, de maneira 
alcançar o maior aproveitamento possível. 
Esses estudos de notas longas podem ser feitos com 
escalas, intervalos e arpejos. Uma das finalidades desse 
estudo é tocar de maneira equilibrada todas as notas. 
30 
 
Ao estudar notas longas com intervalos, arpejos e 
escalas, pense como se estivesse tocando uma grande nota 
longa, apenas digitando sem fazer qualquer modificação na 
embocadura, postura e assim por diante. 
Pense numa frase linear. 
Benefícios do exercício de notas longas: 
 Condicionamento da embocadura; 
 Condicionamento da coluna de ar; 
 Afinação dos sons em todos os registros; 
 Reforço na prática da correta respiração; 
 Ajuda na centralização e projeção do som; 
 Melhoria no timbre do clarinete. 
 
16) EXERCÍCIOS - NOTA LONGA 
 
Exercícios com intervalo de 12ª 
Toque a nota grave em seguida acione o registro sem modificar 
a embocadura, a pressão para tocar a nota mais aguda deve ser 
a mesma para a grave, cuidado para não apertar a boca, isso 
prejudicará a afinação. 
 
Obs: Toque os exercícios com o metrônomo marcando 60 
semínimas por minuto. 
31 
 
 
Toque as frase como se fossem uma grande nota longa. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
Exercício de nota longa com escala. 
 
Estudo de notas longas com intervalos extraídos do hino 
232 do Hinário 5: 
 Ao tocar os hinos deve-se pensar em tocar as frases 
como se fosse uma grande nota longa, mantendo o sopro 
sem modificar a embocadura. 
 
33 
 
17) CONTROLE DE SOM 
Após o processo de notas longas, é muito importante a 
consciência do controle de som. (DINÂMICA) 
Somente com o domínio de sons que vão do fraco ao forte 
(pp, p, mf, f ) teremos condições de executar bem uma frase 
musical e por consequência desenvolvermos uma boa 
interpretação. 
Obs. Especialmente ao praticar o estudo de controle de 
som, deve-se usar o metrônomo e afinador juntos, pois ao 
aumentar a intensidade há uma tendência de baixar a afinação. 
Cuidar para manter a mesma afinação em todas as 
intensidades. 
18) EXERCÍCIO - CONTROLE DE SOM 
o 
 
Toque notas começando no pianíssimo indo até o 
fortíssimo. Cuidado para não perder o timbre e afinação. Use 
o metrônomo. 
 
34 
 
19) EXERCÍCIOS - ARTICULAÇÃO 
 
 
 Não bata com mais força na palheta para uma articulação 
mais curta. A ação da língua deve permanecer essencialmente 
a mesma para todas as notas. 
 
 
 
35 
 
O exercício abaixo poderá ser tocado com todas as notas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 Vejamos a melodia a seguir:37 
 
20) EXERCÍCIOS – ESCALAS E ARPEJOS 
 
38 
 
 
39 
 
 
 
40 
 
21) ESCOLHA DO INSTRUMENTO 
 
Vários aspectos devem ser levados em conta na hora de 
escolher um instrumento. O candidato deverá pedir ao 
instrutor ou responsável pela orquestra orientação sobre 
essa escolha. Na medida do possível, o instrumento 
adquirido deve ser novo. Não adquirir instrumentos 
coloridos e evitar clarinetes de metal. Devido ao seu 
material, ele com toda certeza terá um som mais brilhante 
ou estridente. 
O clarinete tem prazo de validade que varia com o 
tempo e quantidade de uso, se não for possível comprar um 
instrumento novo, que seja um usado em bom estado de 
conservação. CUIDADO COM INSTRUMENTOS 
RESTAURADOS, ELES PODEM ESCONDER SÉRIOS DEFEITOS! 
O mais apropriado é o afinado em Sib. Facilmente se 
encontram instrumentos afinados em Sib de boa qualidade. 
O mesmo não acontece com os instrumentos em Dó. 
Há uma infinidade de marcas e modelos de clarinetes, 
mas aconselhamos, que sobre tudo se escolha o 
instrumento pela sua afinação, equilíbrio sonoro, e 
qualidade do material. 
 
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22) ESCOLHA DA BOQUILHA 
Existe uma infinidade de marcas e modelos de boquilhas, 
mas há o que funciona melhor para a maioria e é esse o 
material que aconselhamos ser adquirido. 
Evite comprar boquilhas usadas, elas também têm prazo de 
validade. As mais usadas são Vandoren B45,B40 e M30. 
 
Partes da boquilha 
Mesa – parte plana onde se apoia a palheta 
 
 
Trilhos – moldes laterais que limitam as paredes da boquilha 
 
 
 
 
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Janela – parte aberta destinada a entrada de ar 
 
 
 
 
Lábio – borda superior que influencia na cor do som/stacatto 
 
 
 
 
 
Câmara – conduz o som ao clarinete e influencia na sua 
afinação. 
 
 
 
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23) PALHETA DO CLARINETE 
 
A palheta deve ser de cana-do-reino. Nunca usar palhetas 
de material sintético ou pintadas. Existem no mercado palhetas 
muito boas de material sintético que são usadas por 
profissionais, inclusive. Todavia, o valor de uma palheta dessas 
é o equivalente a uma caixa com dez palhetas de cana. 
A escolha da numeração da palheta é feita de acordo com a 
boquilha, uma boquilha mais aberta provavelmente ficará 
melhor com uma palheta mais leve, enquanto que uma 
boquilha mais fechada ficará melhor com uma palheta mais 
dura. Geralmente a numeração usada está entre 2,5 e 3,5 
Uma palheta de cana não dura um ano! Lembre-se disso. É 
necessário trocar de palheta à medida que ela for perdendo a 
qualidade sonora. 
 
 
 
 
 
 
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24) REGIÕES DA PALHETA E SUAS RESPECTIVAS FUNÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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25) CUIDADOS DEVIDOS AO CLARINETE – MANUTENÇÃO 
Antes de montar o clarinete, devem-se lubrificar as cortiças 
onde se encaixam as partes do instrumento, ao terminar os 
estudos ou até mesmo no culto é importante secar o 
instrumento por dentro utilizando um pano apropriado. Não se 
devem usar panos de puro algodão, pois esse pano pode ficar 
preso dentro do instrumento. 
É importante lubrificar os parafusos periodicamente e tirar o 
pó que fica entre as chaves utilizando um pequeno pincel de 
cerdas macias. Também se deve lavar a boquilha sempre. Tomar 
cuidado para não usar produtos abrasivos que possam manchar 
a boquilha, dentre eles o creme dental. A boquilha também não 
deve ser lavada com água quente. Ao terminar de tocar, 
devemos enxugar a palheta antes de guardá-la. 
Ao guardar o instrumento, devemos tomar cuidado para não 
colocar excesso de pano dentro do estojo, pois dessa forma 
poderemos fazer excessiva pressão sobre as chaves, vindo a 
danificá-las. 
Os que possuem instrumentos de madeira devem fazer a 
hidratação da madeira, esse procedimento deve ser feito por um 
profissional (luthier). 
Não devemos lavar o clarinete mesmo não sendo de 
madeira. Esse procedimento danifica as sapatilhas. 
As sapatilhas devem ser trocadas quando danificadas, pois 
sapatilhas danificadas com certeza vão dificultar na execução do 
instrumento já que não vedarão devidamente os orifícios. Isso 
pode fazer guinchar, desafinar, produzir chiados, entre outras 
coisas. 
 
 
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26) TABELA COMPLETA PARA A DIGITAÇÃO DA CLARINETA 
 
 
 
 
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27) CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Poderíamos abordar nessa apostila, diversos outros 
assuntos, escalas menores, os vários tipos de articulações, os 
diversos estudos de mecanismo, interpretação, etc., etc., etc. 
Todavia tivemos o cuidado de abordar os assuntos básicos 
necessários à boa execução dos nossos hinos. Aos que 
quiserem se aprofundar nos estudos de clarinete sugiro uma 
escola ou professor particular. 
Estudando com paciência o conteúdo dessa apostila com 
certeza os resultados aparecerão nos nossos cultos. 
 
28) BIBLIOGRAFIA 
 
Dicas técnicas: Prof. Gilberto Portilho 
Klosè, Hyacinthe Eléonore – Méthode Complète de Clarinette 
John Davies & Paul Harris - Essential clarinet Techhnique 
Galper,Avrahm Clarinet Method

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